sexta-feira, março 29, 2024

Os 40 Anos de ‘Reds’ – Longa Sobre a Revolução Comunista Indicado para 12 Oscar, Incluindo Melhor Filme

Obra biográfica completa 40 anos

Poucos nomes, principalmente atores, podem se gabar de ter tido papel profundo em grandes mudanças ocorridas no cinema. Ao final dos anos 60 e início dos 70, a indústria cinematográfica dos Estados Unidos atravessava um momento de transformação.

A fase conhecida como Nova Hollywood estabeleceu uma nova forma em que filmes dialogavam com questões reais da sociedade, tais como violência e sexualidade. Costumeiramente, é conferido à Bonnie & Clyde uma importância na implantação do estilo.

Estrelado pela dupla Warren Beatty e Faye Dunaway, a obra misturou abertamente a imprevisibilidade do casal título, pautando-a entre a incendiária atração fisica compartilhada e a onda de roubos a bancos perpetrados pelos mesmo; como a violência utilizada por eles vai aumentando até eclodir em um fim sanguinário.

Dessa maneira, o nome de Beatty se tornou um dos principais da nova geração artística que mudava o cenário do cinema, o que lhe concedeu prestígio suficiente para arriscar novos níveis na indústria. Ainda nos anos 60, o artista viu seu caminho cruzar com o do livro de John Reed, Os Dez Dias que Abalaram o Mundo, que foi publicado em 1919.

No filme, Beatty dá vida a John Reed

Na obra, o jornalista norte-americano relata em primeira mão todo o processo, testemunhado por ele, da queda do regime czarista russo e a ascensão do movimento bolchevique em 1917.  Sua proximidade com personalidades da organização lhe valeu um acesso raro aos bastidores do acontecimento histórico; isso, somado à tendência socialista abertamente assumida do próprio Reed, concederam ao seu livro uma recepção polêmica à época da publicação.

Ainda por cima, é interessante citar que o livro gerou reações inesperadas de locais ainda mais inesperados, com dois deles vindos de Stalin e George Kennan. Enquanto o ditador russo desaprovou a retratação positiva que Leon Trotsky recebeu no livro, o ex diplomata norte americano, bem como anticomunista ferrenho, foi bem enfático em seu manuscrito (Russia Leaves the War: Soviet-American Relations, 1917-1920) sobre como o relato de John Reed se eleva sobre todos os demais trabalhos sobre o tema produzidos no período.

Portanto, Warren Beatty tinha em suas mãos um material rico, ainda que não livre de polêmicas, com o qual poderia consolidar seu nome como o de um grande cineasta. Em 1928, o grande nome do cinema russo em todos os tempos, Sergei Eisenstein, também havia se aventurado em uma adaptação da obra com o nome October: Ten Days That Shook the World.

Eisenstein também realizou uma adaptação do mesmo livro

A produção começou ainda em meados dos anos 70, quando o diretor começou a conduzir dezenas de entrevistas com testemunhas que poderiam afastar qualquer resquício de uma visão romanceada concedida por Reed, bem como finalizando o roteiro com a ajuda de nomes como Robert Towne (Chinatown) e Elaine May (Mickey and Nicky).

Já no quesito elenco, Beatty comandou uma equipe bastante sólida a começar por Diane Keaton que já era um nome mais do que estabelecido por suas atuações em Annie Hall e O Poderoso Chefão; Jack Nicholson encarnando o escritor Eugene O’Neill; além de ter no próprio Warren Beatty o responsável por dar vida ao protagonista John Reed.

Após seu lançamento, Reds alcançou um instantâneo status de reconhecimento, principalmente após o Oscar de 1982. Nessa ocasião o filme levou três estatuetas, dentre elas a de melhor diretor, e foi indicado para muitas das principais categorias da noite. Após Reds, Warren Beatty só voltaria para a direção de algum projeto em Dick Tracy de 1990.

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