Um dos serviços mais aguardados da história chegou ao Brasil há exatamente quinze dias. Passado o hype do início do serviço, já dá para fazer um balanço mais acertado dos altos e baixos do Disney+.
Confira!
Pontos Altos:
Interface interativa
Antes da chegada do Disney+, a discussão que imperava no mercado de streamings no Brasil era o embate entre Netflix e Amazon Prime Video. Enquanto a Netflix tinha a vantagem de estar a mais tempo no mercado e ter uma interface mais intuitiva e organizada, o Prime Video apostava em um catálogo mais extenso e variado, com a chegada de superproduções originais e com filmes e séries de outros países, para tentar se sobrepor a uma interface bagunçada e pouco intuitiva.
O Disney+ consegue unir o melhor dos dois mundos nesse ponto. Além do catálogo ser absurdamente vasto, com materiais para atender a praticamente todos os públicos, ele possui uma interface intuitiva. Ou seja, ela reconhece seus gostos e é fácil de procurar e encontrar as produções que você quer assistir. Isso é fantástico não só para o público jovem, que não gosta de perder tempo, mas também para o público mais velho, que fica confuso procurando filmes e séries no Amazon Prime Video, por exemplo. Bola dentro do Disney+.
Catálogo
Atualmente, a Disney é dona de 1/3 do mercado cinematográfico americano, então era de se esperar que as principais franquias estivessem à disposição no catálogo do streaming. Com Star Wars, Marvel, Pixar, NatGeo, filmes vindos da Fox e os clássicos Disney, entretenimento é o que não falta. Além disso, uma série de novos filmes e produções está programada para entrar nos próximos meses.
Coleções
Eu pensei em colocar isso aqui no tópico de Interface, mas a verdade é que as Coleções são tão boas que merecem um destaque próprio. Sabendo da vastidão do seu catálogo, o Disney+ conta com organizadores chamados Coleções, onde ele separa seu conteúdo por temas. Se você quiser assistir a um filme das princesas da Disney, não precisa perder horas procurando pelo filme. Basta entrar na coleção Princesas e procurar dentro das opções delimitadas. Quer assistir a um filme do Universo Cinematográfico Marvel? Star Wars? Um live-action dos anos 1960? É só procurar nas coleções.
Mas a categoria na qual fica mais nítida a diferença e o benefício que é ter as coleções é a dos curtas. A The Walt Disney Company produz curtas espetaculares e muitos deles sequer foram lançados no Brasil. Ou seja, com muitas produções inéditas que provavelmente passariam despercebidas, a coleção de Curtas reúne todos eles em um só lugar. E a melhor parte é que há segmentações dentro da própria coleção. Ou seja, se você quiser ver um curta da Pixar, basta entrar na segmentação da Pixar… E por aí vai. É um avanço enorme que ajuda a explorar ainda mais o catálogo do serviço.
Polêmica:
Confusão no Rio
Uma das partes mais legais da campanha de chegada do Disney+ ao Brasil foi a exibição de um clipe de alguns minutos que foi projetado no morro do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Finalizado com o papagaio Zé Carioca adentrando o morro, o vídeo ficou fantástico, mas causou confusão com a Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (FEMERJ). Eles alegaram que o Pão de Açúcar não é “outdoor” e que a luz da projeção poderia causar danos ambientais.
No entanto, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC) emitiu um comunicado à imprensa rebatendo as acusações da Federação ao esclarecer que a ação foi autorizada após a chegada de um relatório feito por biólogos atestando impacto ambiental mínimo. “Os organizadores do evento deram entrada no Carioca Digital seguindo os protocolos necessários para sua realização”, completou a secretaria, em nota.
Decisão Criativa
A polêmica mais famosa dessa chegada do Disney+ foi sobre a adaptação de Hamilton. O filme chegou ao Brasil sem dublagem ou legenda em português. Quando questionada sobre isso, a Disney respondeu que o longa não teria esse tipo de conteúdo em português por conta de “Decisões criativas”. A resposta causou revolta nos fãs do país inteiro, já que a produção era uma das mais aguardadas. Após um tweet do youtuber Imaginago questionando a decisão da empresa, o próprio Lin-Manuel Miranda, criador do musical, desmentiu a afirmação da Disney e se desculpou, em português, pela demora na chegada da legenda ou da dublagem.
Sim! Estamos trabalhando com legendas em português e espanhol (e outros idiomas). Lamento que não tenham ficado prontos a tempo, me sinto péssimo. Mas estamos trabalhando nisso! Thank you! https://t.co/hgAP3wvGHk
— Lin-Manuel Miranda (@Lin_Manuel) November 18, 2020
Pontos Baixos:
Séries e episódios faltando
Uma das coisas mais legais que foram prometidas pelo Disney+ era a presença de filmes e séries que há muito não eram vistos. Infelizmente, grande parte das séries que mexiam com a nostalgia dos assinantes não entraram no catálogo nacional ou vieram incompletas, como é o caso de Lizzie Maguire, que tem o filme, mas não a série, As Visões da Raven, X-Men: Evolution e por aí vai. Ainda há casos de séries que entraram incompletas, como a última temporada de Star Wars: The Clone Wars, que só entrou um episódio, e Os Simpsons, que só contam com as temporadas 29 e 30 no catálogo.
Originais
Apesar de ridiculamente bem produzidos e apresentando qualidade inquestionável, as produções originais do Disney+ ainda não justificam a assinatura. A verdade é que em uma semana eu já assisti a todas as produções originais do serviço, como The Mandalorian, O Mundo Segundo Jeff Goldblum, A Dama e o Vagabundo, a seleção de Curtas, os documentários. São produções impecáveis e de muita qualidade mesmo, mas ainda são muito poucas para uma assinatura de R$27,90 por mês. A tendência é que elas aumentem, já que o serviço, por exemplo, será peça fundamental do Universo Cinematográfico Marvel na Fase 4. Ah, vale destacar também que há séries originais, como High School Musical: The Musical: The Series e Bis!, que estão adicionando episódios novos a cada semana. Um formato que deve ser explorado para as séries originais.
Lançamento de um novo serviço
Ok, essa aqui pegou muita gente de surpresa, já que essa galera pensou que o alto preço do Disney+ já envolveria todo o conteúdo possível numa plataforma só. No entanto, nessa semana, a Disney já começou a fazer perfis nas redes sociais para o lançamento do Star Plus, que vai contar com produções mais adultas, como os filmes do selo Searchlight, conteúdos vindos do Hulu e produções da Fox. A ação já levantou protestos nas redes sociais.
Ou seja, o Disney+ estreou com todos os pontos bons e ruins que uma plataforma streaming pode ter. Porém, a tendência é que eles expandam o catálogo com novas produções originais e ainda surfe bastante nessa empolgação do lançamento. Quem assinou deve explorar ao máximo o catálogo, porque tem muitas coisas boas mesmo à disposição. Quem ainda não assinou, talvez economize um pouco esperando pela chegada dos novos originais.