quinta-feira, abril 18, 2024

Crítica | Os Boxtrolls

O estúdio Laika continua com seu terror para os pimpolhos

Com Coraline e o Mundo Secreto (2009), o estúdio Laika, especialista na técnica de Stop-Motion, criou uma aventura delirante e psicodélica. Talvez assustadora demais para crianças menores, a trama da menina que viaja até um mundo paralelo ecoa A Viagem de Chihiro (2001), mas é baseada no pesadelo deturpado que o romancista Neil Gaiman chama de mente. Em sua segunda investida, Paranorman (2012), o estúdio apostou na bela homenagem ao cinema de terror da década de 1980.

Com o climão “podreira” que regeu a década, zumbis, fantasmas e bruxas tomam conta da cidade e sobra para um grupo de pré-adolescentes, no melhor estilo Goonies/Monster Squad, salvar o dia. Sobram referências para Halloween e Sexta-Feira 13, séries que reinaram na época. A criatividade continua na hora de escolher o tema para o seu mais recente lançamento. Os Boxtrolls volta ainda mais no tempo para homenagear os verdadeiros clássicos do terror, que remete aos monstros da Universal.

CinePop

Centrando sua trama no século XIX, num pequeno vilarejo inglês, com todo o estilo das locações de Drácula, Frankenstein e O Lobisomem, o cenário é um grande atrativo. Irá impressionar os mais velhos, que apreciarão o que foi confeccionado e as referências, e para os pequenos é ótima fonte de inspiração e porta para uma estrutura de cinema mais adulto – mesmo que por enquanto apenas o cenário, a época, figurinos e personagens.

O trabalho dos dubladores brasileiros na versão nacional é primoroso e não fica devendo nada para a versão original, que conta com as vozes do veterano Ben Kingsley (como o vilão) e da menina Elle Fanning (Winnie) como chamarizes. Uma curiosidade é que Dakota Fanning, irmã de Elle, dublou a protagonista no primeiro filme do estúdio, Coraline. Apesar da Laika continuar acertando no visual e no clima, Os Boxtrolls é definitivamente seu filme com a trama menos inspirada. A história soa estática, sem uma narrativa convincente. Os personagens são apenas esboçados sem um aprofundamento devido.

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Os Boxtrolls soa apenas como ideia conceitual, ou seja, criar o conceito de monstrinhos em caixas vivendo nos esgotos e subterrâneos do vilarejo, e não fazer nada com ele. As criaturas não são explicadas, e não me refiro à sua origem, mas suas motivações. O mesmo pode ser sentido com os personagens humanos. O filme carece da maturidade psicológica e existencialista de Coraline e da diversão contagiante de ParaNorman.

Por outro lado, pode vir a se tornar o maior sucesso do estúdio, justamente por seu lado mais amistoso para as crianças. Afinal, os bonequinhos das criaturinhas são mais icônicos do que qualquer personagem apresentado nos filmes anteriores, e de certa forma se parecem com os Minions (em versão repugnante). Além disso, outro ponto negativo é o terceiro ato. Levado de forma automática, Os Boxtrolls apresenta o desfecho mais preguiçoso do cinema, que já virou um plotpoint muito satirizado nos EUA. Na dúvida, acrescente um robô gigante para ser combatido.

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