sexta-feira , 22 novembro , 2024

Os Filmes do Dark Universe

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Se você ainda não sabe o que é o Dark Universe, o CinePOP vai ter deixar por dentro. Primeiro, precisamos fazer uma breve volta no tempo. Foi graças a Universal Pictures, um dos estúdios mais antigos e tradicionais de Hollywood, que temos hoje todo ano dezenas de produções pipoca para nos deliciarmos. Os chamados filmes de entretenimento, devem muito a Universal e seus famosos monstros, como Drácula, Frankenstein e Lobisomem, só para citar alguns, cujos primeiros filmes datam lá da década de 1930. Na época, essas produções faziam gelar o sangue do incauto público, que nunca havia presenciado nada do tipo (lembrem-se que há poucos anos o cinema havia sido criado, e as pessoas ficavam com medo de trens que chegavam às estações na tela, achando que viriam verdadeiramente para cima delas).

A influência e ressonância foi tamanha que, além de se tornarem alguns dos personagens mais famosos da dramaturgia mundial, até hoje continuamos a ganhar filmes de todas os gêneros sobre eles. Agora, numa era de franquias e universos compartilhados, trazidos por editoras de quadrinhos transformadas em estúdios, como a Marvel e a DC, todo mundo quer seu pedaço deste bolo. E foi assim que surgiu o Dark Universe, a proposta da Universal para entrar neste segmento, no qual todos os seus monstros estarão conectados, começando por Drácula – A História Nunca Contada A Múmia, lançado nos cinemas mundiais neste fim de semana. Vamos conhecer um pouco como será este universo, seus filmes e seus personagens.



A Múmia (2017)

O pontapé inicial, ou quem sabe oficial, do Dark Universe é este A Múmia, que, entre outras coisas, revitaliza a icônica figura, agora, pela primeira vez, nas formas de uma mulher – até os monstros trazem representatividade no mundo moderno. A Múmia foi o terceiro grande monstro do estúdio a dar as caras no cinema, pegando carona no sucesso de Drácula e Frankenstein, ambos de 1931. No ano seguinte, chegava a história macabra do sacerdote egípcio Imhotep, imortalizado por Boris Karloff (que já havia dado vida – com o perdão do trocadilho – ao monstro em Frankenstein). Muitos anos depois, em 1999, o roteiro foi adaptado, se transformando de um filme de terror em uma aventura matinê, no melhor estilo Indiana Jones, mas mantendo muitos itens do original, como o próprio vilão Imhotep (agora nas formas de Arnold Vosloo) e a estrutura da trama, na versão que mais povoa o consciente coletivo atual.

Na versão 2017, do Dark Universe, a Múmia é uma mulher, a princesa Ahmanet, papel da bela algeriana Sofia Boutella. Igualmente ameaçadora, ou talvez mais, Boutella atua com tamanha presença que se torna a melhor coisa do filme, iniciando de forma muito digna o acervo de monstros (queremos vê-la de novo em cena). Além da vilã, o marco zero do Dark Universe apresenta dois outros personagens que serão essenciais a esta proposta. Primeiro, o Dr. Henry Jekyll (Rusell Crowe) e seu alter ego Edward Hyde, outro lendário personagem, do famoso conto O Médico e o Monstro, levado aos cinemas também em 1931, mas pela Paramount, que aqui servirá como uma espécie de Nick Fury (Samuel L. Jackson) para os Monstros Vingadores. E, é claro, Tom Cruise chega como Nick Morton, militar aventureiro, protagonista do longa. Ao que tudo indica, o herói deverá aparecer em próximos projetos deste universo – quem já viu A Múmia entenderá.

A Noiva de Frankenstein (2019)

Este é o próximo projeto, já engatilhado, para o Dark Universe. O curioso é que será o filme de introdução para o monstro de Frankenstein, o mais famoso da casa (ao lado de Drácula e Lobisomem). O ator Javier Bardem já está inclusive contratado para o papel – e que escolha! A direção de Bill Condon também se mostra incrivelmente propícia, já que, para quem não sabe, o cineasta dirigiu Deuses e Monstros (1998), biografia de James Whale, diretor tanto do Frankenstein original (1931), quanto de sua sequência, A Noiva de Frankenstein (1935). Tudo se completa num círculo perfeito. Além disso, como todos sabem, Condon tem no cinturão o recente sucesso A Bela e a Fera (2017).

O roteiro está sendo escrito a cinco mãos por Neil Burger (Sem Limites), David Koepp (Homem-Aranha, 2002), Alex Kurtzman (A Múmia, 2017), Chris Morgan (Velozes e Furiosos 7) e Dirk Wittenborn. A trama precisará se manter minimamente fiel ao clássico, introduzir o monstro e sua noiva, além de encaixar personagens como os de Crowe e Cruise neste filme modernizado, que talvez tenha mais em comum com o subgênero dos super-heróis do que com terror de fato. A escolha pelo filme da Noiva e não pelo do próprio Frankenstein, talvez se deva pelo fato de que recentemente a criatura já andou aparecendo, e sendo mal vista, em filmes como Frankenstein – Entre Anjos e Demônios (2014) e Victor Frankenstein (2015). A notícia mais interessante cercando a obra é a intenção dos produtores, que querem Angelina Jolie de qualquer jeito no papel da Noiva. Recentemente, foi reportado que após a recusa da estrela, a Universal faria uma nova proposta.

O Homem Invisível

Outro filme que já está engatilhado, e deverá ser o terceiro na lista do Dark Universe, embora a data de estreia ainda não tenha sido confirmada, é o Homem Invisível. Ao anunciarem o Dark Universe, a presença do astro Johnny Depp veio logo em seguida, vinculado como protagonista deste longa. A versão original data de 1933, o quarto filme oficial dos monstros, e tinha o lendário ator britânico Claude Rains (Casablanca) na pele do cientista Jack Griffin, que se torna o personagem título após um experimento. Uma curiosidade é que no elenco do filme original, igualmente dirigido pela cineasta James Whale, estava a atriz Gloria Stuart, a velhinha Rose de Titanic (1997). O Homem Invisível é baseado no conto de um dos pais da ficção científica, H.G. Wells. Algumas outras encarnações já foram tentadas com o personagem, como a comédia Memórias de um Homem Invisível (1992), dirigido (surpreendentemente) por John Carpenter.

Um dos mais recentes e conhecidos é O Homem Sem Sombra (Hollow Man, 2000), dirigido pelo mestre Paul Verhoeven (Elle), lançado pela Columbia/Sony, cuja proposta é bem similar ao do clássico de 1933. Este parece ser o tipo de filme e papel que caem como uma luva em Depp, um ator excêntrico, sempre disposto a trabalhos que envolvem maquiagem e elementos de terror – se formos olhar bem de perto a carreira do ator, veremos diversas obras nesta linha. Apesar de já anunciado, ainda sabemos muito pouco sobre o filme, apenas que contará com a presença de Depp e roteiro de Ed Solomon (Truque de Mestre). Imaginamos que a Universal esteja esperando o resultado de A Múmia para começar a modelar O Homem Invisível, já que a Noiva de Frankenstein em breve estará em produção. Quem sabe, dependendo da velocidade de ambas as produções, os dois novos filmes possam ser lançados no mesmo ano, separados por meses, ou com até um ano de hiato.

O Lobisomem

Agora estamos adentrado o território de um dos monstros mais queridos e que mais rendeu temas de filmes na história. Talvez o Lobisomem só perca em quesito de popularidade para Drácula e os vampiros em geral. No entanto, O Lobisomem (The Wolf Man, 1941) foi um dos últimos a estrear nas telonas. Em 2010, um remake bem fiel ao original foi lançado, dirigido por Joe Johnston (Capitão América: O Primeiro Vingador, 2011) e com o maquiador Rick Baker, que venceu um Oscar pelo filme, a bordo. Baker já disse incansavelmente em entrevistas que O Lobisomem original foi o motivo dele ter entrado no ramo, fascinado pela maquiagem do monstro.

Além destes, um dos filmes mais famosos contendo a marca da criatura é Um Lobisomem Americano em Londres, clássico 80´s responsável por assustar toda uma geração, e repaginar o monstro, dando-lhe ares mais modernos. Para este novo universo, o estúdio quer ninguém menos do que Dwayne ‘The Rock’ Johnson, um dos maiores (ou o maior) astro de ação na atualidade, para o papel do dentuço peludo. Imaginem o tamanho deste lobo. Fica claro também que a Universal está apostando alto na franquia e trazendo verdadeiros talentos para estrelar seus filmes. Tom Cruise, Russell Crowe, Johnny Depp e Javier Bardem são prova disso. Se conseguirem Jolie, uma das atrizes mais bem pagas da atualidade, melhor ainda. O que falta são os filmes corresponderem e para isso é necessária a presença de diretores renomados também.

Drácula

Em todos os releases do Dark Universe, a presença do Drácula, o maior monstro da casa, está lá garantida. E tinha como ser de outro jeito? O personagem é para a linha, o que o Homem-Aranha é para a Marvel, o que o Superman é para a DC ou o que o Mickey é para a Disney. Mas se você pergunta por que deixar o personagem que é o pilar da estrutura para a segunda leva, a resposta vem com o filme Drácula: A História Nunca Contada (2014). O personagem era, na realidade, o marco zero preparado pelo o estúdio, anunciado na época como o primeiro dentro desta mesma proposta. O resultado do longa todos sabemos, o que terminou por minar um pouco os planos dos produtores, adiando o projeto. A Múmia igualmente não teve um resultado unânime, mas o melhor a fazer é seguir em frente e tentar melhorar ao longo do caminho.

Seja como for, A Múmia ainda sobressai ao irmão Drácula (2014), que trazia Luke Evans (Velozes e Furiosos 6) na pele de um príncipe heroico e galante, que de monstro e vilão não tinha nada. Sua maldição, soava mais como poderes, e seu fardo, o início de um super-herói. Esperamos que os envolvidos tenham aprendido com o erro e nos entreguem uma versão mais sombria e atormentada do príncipe das trevas. Já que é para sonhar alto, não seria ótimo ver o astro Brad Pitt no papel, ele que viveu um sanguessuga no cultuado Entrevista com o Vampiro (1994). Se não vingasse, o veterano Gary Oldman, que foi o Drácula (1992), de Francis Ford Coppola, seria uma excelente escolha. Se a opção for por uma Drácula mais galante, que tal Charlie Hunnam, ator inglês que se destacou esse ano em Rei Arthur: A Lenda da Espada, de Guy Ritchie , e Z – A Cidade Perdida, de James Gray.

O Fantasma da Ópera

“The Phantom of the Opera is there, inside my mind”. Uma vez que esta canção entre na sua mente, ela não sairá tão cedo. Essa é a música presente na exuberante versão de O Fantasma da Ópera, dirigida por Joel Schumacher, de 2014, baseada diretamente no musical da Broadway, de Andrew Lloyd Webber – que ajudou a popularizar bastante a obra, já que foram anos em cartaz. No entanto, o personagem data de muitas e muitas décadas atrás. Embora, Drácula e Frankenstein tenham ficado conhecidos como os primeiros monstros da Universal, o Fantasma da Ópera precede ambos, com o primeiro filme datando de 1925, da própria Universal, versão protagonizada por Lon Chaney. O que acontece é que o Fantasma da Ópera não pode propriamente ser considerado um monstro, já que a história gira em torno de um compositor desfigurado e insano, escondido nos subterrâneos de uma grande casa de ópera, que se apaixona por uma jovem cantora.

A ideia foi mantida por todas as versões, tendo o amor como grande mote. Mesmo assim, o filme de 1925 é descrito como uma obra de terror, sem dúvidas usando tais elementos clássicos do gênero. Em 1943, viria uma nova roupagem, agora protagonizada por Claude Rains e usando mais os elementos de drama e musical. Tendência esta que foi transposta para a citada versão de 2014, a mais conhecida da atualidade, lançada pela própria Universal. Este é o filme do universo Dark que mais nos faz coçar a cabeça, pensando em como irão trazer para a ação. Não imagino que irão usar qualquer tipo de cantoria no filme. Vocês conseguem pensar em algum ator para o papel? Seria interessante trazer Gerard Butler, intérprete do personagem em 2014, de volta. Mas se a opção for por não ter um elo com o passado, o australiano Hugh Jackman (Logan), versado no teatro e em musicais, e que já caçou monstros para a Universal em Van Helsing (2004), seria uma ótima escolha.

O Corcunda de Notre Dame

Outro projeto do Dark Universe divulgado há pouco tempo, junto com O Fantasma da Ópera, foi O Corcunda de Notre Dame, e por este ninguém esperava. Voltando ainda mais no tempo, O Corcunda de Notre Dame fura novamente a fila, passando de O Fantasma da Ópera como a produção mais antiga da Universal nesta lista – o filme foi lançado em 1923. Porém, assim como o citado, Quasimodo (papel de Lon Chaney, ele de novo), um corcunda incompreendido, não pode ser considerado um monstro e sua história se encaixa mais como um drama do que como uma trama de terror.

A história, passada no Século XV em Paris, fala sobre revolta de camponeses, numa trama mais política, envolvendo a Igreja, que podemos imaginar. Mas nosso protagonista, o corcunda do título, só tem olhos para a cigana Esmeralda, se tornando apenas um joguete nesta história. Baseado no livro de Victor Hugo, o filme é descrito como drama e romance. A versão mais famosa do conto é uma animação tradicional da Disney, de 1996, que trazia Demi Moore como a voz da cigana Esmeralda. Esta é outra adaptação que será curiosa ao ser transportada para o Dark Universe. Quasimodo seria um bom sidekick, mas não imagino força suficiente no personagem para render um filme solo. Seja como for, Daniel Radcliffe, o eterno Harry Potter, recentemente participou de Victor Frankenstein (2015), na pele de Igor, outro famoso corcunda do cinema.

O Monstro da Lagoa Negra

Finalizando a lista principal (por enquanto), vem um dos monstros, digamos, menos memoráveis do estúdio. No entanto, digno o suficiente para ganhar um filme próprio. O Monstro da Lagoa Negra, ou A Criatura da Lagoa Negra (no original The Creature from the Black Lagoon, 1954), foi o último monstro da Universal a entrar no hall dos grandes filmes da casa, estreando já na década de 1950, época que ferveu com a ficção científica e filmes de monstro em geral. Na trama, uma criatura pré-história emerge das profundezas da floresta Amazônica. Um grupo de cientistas parte então para capturá-la, levando-a de volta para a civilização a fim de estudá-la. Muitos confundem este filme como sendo o primeiro trabalho do icônico veterano Clint Eastwood no cinema, quando na verdade o ator fez seu debute na continuação, que chegava no ano seguinte, em 1955, intitulada A Revanche do Monstro (Revenge of the Creature).

A trama da sequência lembra muito a de King Kong, com o monstro capturado e levado para ser exibido num grande aquário, de onde foge e aterroriza uma cidade. Em A Múmia, temos o easter egg, ou surpresa escondida, da pata da criatura, que aparece em um jarro na instalação comandada pelo Dr. Jekyll (Crowe). Local onde aparece também o crânio com as presas de vampiros. O Monstro da Lagoa Negra rende um bom filme de ação e é um dos que mais se encaixa na proposta do Dark Universe. O produtor e “pai” da ideia Alex Kurtzman (diretor de A Múmia) sem dúvidas é ambicioso, e em entrevista recente, afirmou que adoraria ter atores como Jennifer Lawrence, Charlize Theron e Michael Fassbender em seu universo recém-criado. Quem sabe?

E você, o que acha da ideia do Dark Universe? Quais suas sugestões de atores para os papeis? Quais monstros você acha que irão funcionar melhor e quais não irão funcionar? Comente.

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A influência e ressonância foi tamanha que, além de se tornarem alguns dos personagens mais famosos da dramaturgia mundial, até hoje continuamos a ganhar filmes de todas os gêneros sobre eles. Agora, numa era de franquias e universos compartilhados, trazidos por editoras de quadrinhos transformadas em estúdios, como a Marvel e a DC, todo mundo quer seu pedaço deste bolo. E foi assim que surgiu o Dark Universe, a proposta da Universal para entrar neste segmento, no qual todos os seus monstros estarão conectados, começando por Drácula – A História Nunca Contada A Múmia, lançado nos cinemas mundiais neste fim de semana. Vamos conhecer um pouco como será este universo, seus filmes e seus personagens.

A Múmia (2017)

O pontapé inicial, ou quem sabe oficial, do Dark Universe é este A Múmia, que, entre outras coisas, revitaliza a icônica figura, agora, pela primeira vez, nas formas de uma mulher – até os monstros trazem representatividade no mundo moderno. A Múmia foi o terceiro grande monstro do estúdio a dar as caras no cinema, pegando carona no sucesso de Drácula e Frankenstein, ambos de 1931. No ano seguinte, chegava a história macabra do sacerdote egípcio Imhotep, imortalizado por Boris Karloff (que já havia dado vida – com o perdão do trocadilho – ao monstro em Frankenstein). Muitos anos depois, em 1999, o roteiro foi adaptado, se transformando de um filme de terror em uma aventura matinê, no melhor estilo Indiana Jones, mas mantendo muitos itens do original, como o próprio vilão Imhotep (agora nas formas de Arnold Vosloo) e a estrutura da trama, na versão que mais povoa o consciente coletivo atual.

Na versão 2017, do Dark Universe, a Múmia é uma mulher, a princesa Ahmanet, papel da bela algeriana Sofia Boutella. Igualmente ameaçadora, ou talvez mais, Boutella atua com tamanha presença que se torna a melhor coisa do filme, iniciando de forma muito digna o acervo de monstros (queremos vê-la de novo em cena). Além da vilã, o marco zero do Dark Universe apresenta dois outros personagens que serão essenciais a esta proposta. Primeiro, o Dr. Henry Jekyll (Rusell Crowe) e seu alter ego Edward Hyde, outro lendário personagem, do famoso conto O Médico e o Monstro, levado aos cinemas também em 1931, mas pela Paramount, que aqui servirá como uma espécie de Nick Fury (Samuel L. Jackson) para os Monstros Vingadores. E, é claro, Tom Cruise chega como Nick Morton, militar aventureiro, protagonista do longa. Ao que tudo indica, o herói deverá aparecer em próximos projetos deste universo – quem já viu A Múmia entenderá.

A Noiva de Frankenstein (2019)

Este é o próximo projeto, já engatilhado, para o Dark Universe. O curioso é que será o filme de introdução para o monstro de Frankenstein, o mais famoso da casa (ao lado de Drácula e Lobisomem). O ator Javier Bardem já está inclusive contratado para o papel – e que escolha! A direção de Bill Condon também se mostra incrivelmente propícia, já que, para quem não sabe, o cineasta dirigiu Deuses e Monstros (1998), biografia de James Whale, diretor tanto do Frankenstein original (1931), quanto de sua sequência, A Noiva de Frankenstein (1935). Tudo se completa num círculo perfeito. Além disso, como todos sabem, Condon tem no cinturão o recente sucesso A Bela e a Fera (2017).

O roteiro está sendo escrito a cinco mãos por Neil Burger (Sem Limites), David Koepp (Homem-Aranha, 2002), Alex Kurtzman (A Múmia, 2017), Chris Morgan (Velozes e Furiosos 7) e Dirk Wittenborn. A trama precisará se manter minimamente fiel ao clássico, introduzir o monstro e sua noiva, além de encaixar personagens como os de Crowe e Cruise neste filme modernizado, que talvez tenha mais em comum com o subgênero dos super-heróis do que com terror de fato. A escolha pelo filme da Noiva e não pelo do próprio Frankenstein, talvez se deva pelo fato de que recentemente a criatura já andou aparecendo, e sendo mal vista, em filmes como Frankenstein – Entre Anjos e Demônios (2014) e Victor Frankenstein (2015). A notícia mais interessante cercando a obra é a intenção dos produtores, que querem Angelina Jolie de qualquer jeito no papel da Noiva. Recentemente, foi reportado que após a recusa da estrela, a Universal faria uma nova proposta.

O Homem Invisível

Outro filme que já está engatilhado, e deverá ser o terceiro na lista do Dark Universe, embora a data de estreia ainda não tenha sido confirmada, é o Homem Invisível. Ao anunciarem o Dark Universe, a presença do astro Johnny Depp veio logo em seguida, vinculado como protagonista deste longa. A versão original data de 1933, o quarto filme oficial dos monstros, e tinha o lendário ator britânico Claude Rains (Casablanca) na pele do cientista Jack Griffin, que se torna o personagem título após um experimento. Uma curiosidade é que no elenco do filme original, igualmente dirigido pela cineasta James Whale, estava a atriz Gloria Stuart, a velhinha Rose de Titanic (1997). O Homem Invisível é baseado no conto de um dos pais da ficção científica, H.G. Wells. Algumas outras encarnações já foram tentadas com o personagem, como a comédia Memórias de um Homem Invisível (1992), dirigido (surpreendentemente) por John Carpenter.

Um dos mais recentes e conhecidos é O Homem Sem Sombra (Hollow Man, 2000), dirigido pelo mestre Paul Verhoeven (Elle), lançado pela Columbia/Sony, cuja proposta é bem similar ao do clássico de 1933. Este parece ser o tipo de filme e papel que caem como uma luva em Depp, um ator excêntrico, sempre disposto a trabalhos que envolvem maquiagem e elementos de terror – se formos olhar bem de perto a carreira do ator, veremos diversas obras nesta linha. Apesar de já anunciado, ainda sabemos muito pouco sobre o filme, apenas que contará com a presença de Depp e roteiro de Ed Solomon (Truque de Mestre). Imaginamos que a Universal esteja esperando o resultado de A Múmia para começar a modelar O Homem Invisível, já que a Noiva de Frankenstein em breve estará em produção. Quem sabe, dependendo da velocidade de ambas as produções, os dois novos filmes possam ser lançados no mesmo ano, separados por meses, ou com até um ano de hiato.

O Lobisomem

Agora estamos adentrado o território de um dos monstros mais queridos e que mais rendeu temas de filmes na história. Talvez o Lobisomem só perca em quesito de popularidade para Drácula e os vampiros em geral. No entanto, O Lobisomem (The Wolf Man, 1941) foi um dos últimos a estrear nas telonas. Em 2010, um remake bem fiel ao original foi lançado, dirigido por Joe Johnston (Capitão América: O Primeiro Vingador, 2011) e com o maquiador Rick Baker, que venceu um Oscar pelo filme, a bordo. Baker já disse incansavelmente em entrevistas que O Lobisomem original foi o motivo dele ter entrado no ramo, fascinado pela maquiagem do monstro.

Além destes, um dos filmes mais famosos contendo a marca da criatura é Um Lobisomem Americano em Londres, clássico 80´s responsável por assustar toda uma geração, e repaginar o monstro, dando-lhe ares mais modernos. Para este novo universo, o estúdio quer ninguém menos do que Dwayne ‘The Rock’ Johnson, um dos maiores (ou o maior) astro de ação na atualidade, para o papel do dentuço peludo. Imaginem o tamanho deste lobo. Fica claro também que a Universal está apostando alto na franquia e trazendo verdadeiros talentos para estrelar seus filmes. Tom Cruise, Russell Crowe, Johnny Depp e Javier Bardem são prova disso. Se conseguirem Jolie, uma das atrizes mais bem pagas da atualidade, melhor ainda. O que falta são os filmes corresponderem e para isso é necessária a presença de diretores renomados também.

Drácula

Em todos os releases do Dark Universe, a presença do Drácula, o maior monstro da casa, está lá garantida. E tinha como ser de outro jeito? O personagem é para a linha, o que o Homem-Aranha é para a Marvel, o que o Superman é para a DC ou o que o Mickey é para a Disney. Mas se você pergunta por que deixar o personagem que é o pilar da estrutura para a segunda leva, a resposta vem com o filme Drácula: A História Nunca Contada (2014). O personagem era, na realidade, o marco zero preparado pelo o estúdio, anunciado na época como o primeiro dentro desta mesma proposta. O resultado do longa todos sabemos, o que terminou por minar um pouco os planos dos produtores, adiando o projeto. A Múmia igualmente não teve um resultado unânime, mas o melhor a fazer é seguir em frente e tentar melhorar ao longo do caminho.

Seja como for, A Múmia ainda sobressai ao irmão Drácula (2014), que trazia Luke Evans (Velozes e Furiosos 6) na pele de um príncipe heroico e galante, que de monstro e vilão não tinha nada. Sua maldição, soava mais como poderes, e seu fardo, o início de um super-herói. Esperamos que os envolvidos tenham aprendido com o erro e nos entreguem uma versão mais sombria e atormentada do príncipe das trevas. Já que é para sonhar alto, não seria ótimo ver o astro Brad Pitt no papel, ele que viveu um sanguessuga no cultuado Entrevista com o Vampiro (1994). Se não vingasse, o veterano Gary Oldman, que foi o Drácula (1992), de Francis Ford Coppola, seria uma excelente escolha. Se a opção for por uma Drácula mais galante, que tal Charlie Hunnam, ator inglês que se destacou esse ano em Rei Arthur: A Lenda da Espada, de Guy Ritchie , e Z – A Cidade Perdida, de James Gray.

O Fantasma da Ópera

“The Phantom of the Opera is there, inside my mind”. Uma vez que esta canção entre na sua mente, ela não sairá tão cedo. Essa é a música presente na exuberante versão de O Fantasma da Ópera, dirigida por Joel Schumacher, de 2014, baseada diretamente no musical da Broadway, de Andrew Lloyd Webber – que ajudou a popularizar bastante a obra, já que foram anos em cartaz. No entanto, o personagem data de muitas e muitas décadas atrás. Embora, Drácula e Frankenstein tenham ficado conhecidos como os primeiros monstros da Universal, o Fantasma da Ópera precede ambos, com o primeiro filme datando de 1925, da própria Universal, versão protagonizada por Lon Chaney. O que acontece é que o Fantasma da Ópera não pode propriamente ser considerado um monstro, já que a história gira em torno de um compositor desfigurado e insano, escondido nos subterrâneos de uma grande casa de ópera, que se apaixona por uma jovem cantora.

A ideia foi mantida por todas as versões, tendo o amor como grande mote. Mesmo assim, o filme de 1925 é descrito como uma obra de terror, sem dúvidas usando tais elementos clássicos do gênero. Em 1943, viria uma nova roupagem, agora protagonizada por Claude Rains e usando mais os elementos de drama e musical. Tendência esta que foi transposta para a citada versão de 2014, a mais conhecida da atualidade, lançada pela própria Universal. Este é o filme do universo Dark que mais nos faz coçar a cabeça, pensando em como irão trazer para a ação. Não imagino que irão usar qualquer tipo de cantoria no filme. Vocês conseguem pensar em algum ator para o papel? Seria interessante trazer Gerard Butler, intérprete do personagem em 2014, de volta. Mas se a opção for por não ter um elo com o passado, o australiano Hugh Jackman (Logan), versado no teatro e em musicais, e que já caçou monstros para a Universal em Van Helsing (2004), seria uma ótima escolha.

O Corcunda de Notre Dame

Outro projeto do Dark Universe divulgado há pouco tempo, junto com O Fantasma da Ópera, foi O Corcunda de Notre Dame, e por este ninguém esperava. Voltando ainda mais no tempo, O Corcunda de Notre Dame fura novamente a fila, passando de O Fantasma da Ópera como a produção mais antiga da Universal nesta lista – o filme foi lançado em 1923. Porém, assim como o citado, Quasimodo (papel de Lon Chaney, ele de novo), um corcunda incompreendido, não pode ser considerado um monstro e sua história se encaixa mais como um drama do que como uma trama de terror.

A história, passada no Século XV em Paris, fala sobre revolta de camponeses, numa trama mais política, envolvendo a Igreja, que podemos imaginar. Mas nosso protagonista, o corcunda do título, só tem olhos para a cigana Esmeralda, se tornando apenas um joguete nesta história. Baseado no livro de Victor Hugo, o filme é descrito como drama e romance. A versão mais famosa do conto é uma animação tradicional da Disney, de 1996, que trazia Demi Moore como a voz da cigana Esmeralda. Esta é outra adaptação que será curiosa ao ser transportada para o Dark Universe. Quasimodo seria um bom sidekick, mas não imagino força suficiente no personagem para render um filme solo. Seja como for, Daniel Radcliffe, o eterno Harry Potter, recentemente participou de Victor Frankenstein (2015), na pele de Igor, outro famoso corcunda do cinema.

O Monstro da Lagoa Negra

Finalizando a lista principal (por enquanto), vem um dos monstros, digamos, menos memoráveis do estúdio. No entanto, digno o suficiente para ganhar um filme próprio. O Monstro da Lagoa Negra, ou A Criatura da Lagoa Negra (no original The Creature from the Black Lagoon, 1954), foi o último monstro da Universal a entrar no hall dos grandes filmes da casa, estreando já na década de 1950, época que ferveu com a ficção científica e filmes de monstro em geral. Na trama, uma criatura pré-história emerge das profundezas da floresta Amazônica. Um grupo de cientistas parte então para capturá-la, levando-a de volta para a civilização a fim de estudá-la. Muitos confundem este filme como sendo o primeiro trabalho do icônico veterano Clint Eastwood no cinema, quando na verdade o ator fez seu debute na continuação, que chegava no ano seguinte, em 1955, intitulada A Revanche do Monstro (Revenge of the Creature).

A trama da sequência lembra muito a de King Kong, com o monstro capturado e levado para ser exibido num grande aquário, de onde foge e aterroriza uma cidade. Em A Múmia, temos o easter egg, ou surpresa escondida, da pata da criatura, que aparece em um jarro na instalação comandada pelo Dr. Jekyll (Crowe). Local onde aparece também o crânio com as presas de vampiros. O Monstro da Lagoa Negra rende um bom filme de ação e é um dos que mais se encaixa na proposta do Dark Universe. O produtor e “pai” da ideia Alex Kurtzman (diretor de A Múmia) sem dúvidas é ambicioso, e em entrevista recente, afirmou que adoraria ter atores como Jennifer Lawrence, Charlize Theron e Michael Fassbender em seu universo recém-criado. Quem sabe?

E você, o que acha da ideia do Dark Universe? Quais suas sugestões de atores para os papeis? Quais monstros você acha que irão funcionar melhor e quais não irão funcionar? Comente.

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