sábado, abril 27, 2024

Os Filmes Mais SEM NOÇÃO do Cinema que Completam 40 anos em 2022!

Apesar de muitas vezes os roteiros não exibirem muita criatividade no cinema mundial, apostando na segurança de histórias recicladas e repetidas, a cada ano somos surpreendidos por algumas tramas originais e muito criativas. É raro, mas existem narrativas inéditas e tantas outras ainda não foram contadas. Sim, é necessário peneirar bastante, mas vez ou outra nos deparamos com aquele conceito que derruba barreiras e pensamos: “como ninguém nunca havia pensado nisso?”.

A verdade é que nem toda ideia nova rende um bom filme. Geralmente, premissas muito fora da caixinha são apostas arriscadas, podem dar muito certo, como também muito errado. Quase sempre a culpa recai sobre o roteiro, mas a verdade é que o fracasso de uma ideia pode ter muitas outras razões. É verdade também que as ideias mais loucas e aparentemente sem noção já renderam e continuam rendendo bons filmes, tudo depende da forma como tal obra é construída. O sucesso é imprevisível.

Pensando nisso, decidimos mais uma vez revisitar o passado, voltando 40 anos no tempo, para lembrar de algumas das ideias mais SEM NOÇÃO que o cinema da época nos trouxe, e ver como se comportam para os olhos de hoje, em 2022. Confira abaixo.

O Mistério do Cesto (Basket Case)

Filmes de terror geralmente são conhecidos por suas tramas absurdas. E quando trazemos o gênero para os anos 80, a coisa fica ainda mais gritante. Há 40 anos, o diretor e roteirista Frank Henenlotter trouxe para às telas uma das ideias mais bizarras de todos os tempos, acredite! Veja isto: Duane (Kevin Van Hentenryck) é um rapaz meio estranho, que anda para cima e para baixo com um cesto destes de piquenique trancado com um cadeado. Acontece que quando o sujeito deixa o objeto destrancado atos horríveis de violência e morte ocorrem com quem estiver por perto. Daí o título deste slasher trash em português. Não é spoiler a esta altura, já que hoje Basket Case é uma obra cult e todos os fãs já conhecem seu segredo. Pois bem, dentro do tal cesto se encontra o gêmeo siamês do protagonista, que não teve a formação devida e não passa de um rosto com mãos e um temperamento homicida. Daí podemos perceber um pouco da inspiração de James Wan para Maligno (2021) também. O mais curioso é que Basket Case teve duas continuações, uma em 1990 e a segunda em 1991.

O Brinquedo (The Toy)

É importante notar também que muitos destes filmes contidos na lista não chamavam atenção para seu conteúdo sem noção ao serem lançados nos anos 80 – uma das décadas mais politicamente incorretas de todos os tempos. Era a mentalidade da época. Porém, basta uma segunda olhada hoje em dia, em 2022, para percebermos o quão errado era. É o caso com este O Brinquedo, veículo para um dos humoristas mais celebrados dos EUA, Richard Pryor. O comediante, falecido em 2005, fazia sucesso nos palcos sendo um dos pioneiros do stand-up e também no cinema, onde formou uma bela parceria com Gene Wilder (em filmes como Cegos, Surdos e Loucos, por exemplo) e até fez dupla com o Homem de Aço em pessoa, em Superman 3 (1983). O Brinquedo, de Richard Donner (diretor do primeiro Superman – O Filme), é a refilmagem de uma produção francesa de 1976, sobre um menino rico que decide comprar um homem desesperado por dinheiro, como seu brinquedo, funcionando como crítica social. Já a versão americana, como esperado, é mais voltada ao entretenimento e a diversão. Mas o que pega mal mesmo hoje é que temos um menino branco rico comprando um homem negro pobre, o que é carregado de temas políticos e sociais.

Tudo por Dinheiro (Eating Raoul)

Escrito, dirigido e protagonizado por Paul Bartel, esse filme funciona como uma comédia incorreta e sombria, que satiriza a era de sexualização extrema que foram os anos 80. Geralmente obras do gênero pedem uma narrativa exagerada, validando seu discurso de paródia. O que temos são caricaturas que não podem ser levadas a sério, mesmo que retratem um cenário real e apontem tendências vigentes. Aqui, Bartel e Mary Woronov são um casal careta que usa pijamas e dorme em camas separadas. É claro que em seu prédio existe uma comunidade de swing, e eles são os peixes fora d’água. Enquanto sonham em ter um restaurante, mesmo que as coisas não estejam caminhando para isso financeiramente, Mary é atacada por um dos tarados, e Paul a salva, sem querer matando o sujeito. Eles somem com o corpo e ficam com seu dinheiro. E daí vem a ideia de anunciar nos classificados para que mais pessoas cheguem à sua casa com o propósito de sexo e de lá nunca mais saiam.

Não deixe de assistir:

Uma Mistura Especial (Zapped!)

Nos anos 80, a forma de muitos adolescentes darem vazão a seus sonhos eróticos era através da ciência, ao menos na ficção. Foi assim que dois nerds criaram no computador a mulher perfeita em Mulher Nota Mil (1985) e foi assim que em Uma Mistura Especial dois outros amigos tarados ganhavam poderes telecinéticos após um experimento químico. Barney e Peyton, vividos por Scott Baio e Willie Aames são os tarados de plantão e adivinhe o que esses “gênios” fazem com este recém-descoberto dom: exatamente, o usam para levantar as saias das meninas do colégio e abrir as blusas das moças. E o que mais? No elenco, um dos alvos dos sem-vergonha é Heather Thomas, a bela loira estrela da série de TV, Duro na Queda (1981).

Paraíso Azul (Paradise)

Por falar em Willie Aames, o ator aparece aqui em outro filme na lista das produções mais sem noção de 40 anos atrás. Essa aqui é no estilo “copia, mas faz diferente”. Só que não. Veja se você conhece essa história: um rapaz e uma moça são deixados sozinhos num verdadeiro paraíso, com praias e cachoeiras, onde descobrem a paixão, o sexo e o amor. Se você pensou em A Lagoa Azul, sucesso de 1980, está completamente certo. Dois anos depois do filme com Brooke Shields e Christopher Atkins, chegava esta produção que repetia os mesmos moldes, trocando a trama do navio naufragado com duas crianças, por uma caravana atacada no Oriente Médio. E claro, os adolescentes protagonistas, com o citado Aames e a queridinha da época, a moreninha Phoebe Cates, que no mesmo ano arrebatava corações em Picardias Estudantis e dois anos depois protagonizaria Gremlins. É claro que tem um motivo para você ainda ouvir falar em A Lagoa Azul e nunca ter escutado sobre Paraíso Azul. E você já imagina qual seja.

Meu Adorável Fantasma (Kiss Me Goodbye)

Existe um termo chamado de “lost in translation”, que seria “perdido na tradução”. O termo se refere basicamente a diferenças nos vocabulários de países, de certas palavras ou termos que não podem ser traduzidas. Isso também pode ser dito de culturas. Por exemplo, é impossível replicar a brasilidade em qualquer outro país do mundo. Mas não é por falta de tentativa. Sabe aquela história do gringo sambando? Ou tentando sambar? O mesmo pode ser dito do gringo tentando refilmar o clássico atemporal Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), baseado na obra de Jorge Amado, dirigido por Bruno Barreto e estrelado por Sonia Braga, José Wilker e Mauro Mendonça. Sim, os americanos tiveram a cara-de-pau de tentar, sem sucesso é claro, com Meu Adorável Fantasma, protagonizado por Sally Field, James Caan e Jeff Bridges, num filme sem sal e com bastante pudor.

Uma Voz para Milhões (Yes, Giorgio)

Nos anos 80 aconteceram coisas que até Deus duvida. A graça é constantemente descobrirmos fatos que ocorreram naquela década inesquecível que nos fogem ao conhecimento. Como por exemplo, você sabia que o tenor italiano Luciano Pavarotti, falecido em 2007, mas ainda um dos mais badalados de sua área, protagonizou seu próprio filme no cinema? Pois é. Mas não se trata de uma cinebiografia, e sim um filme de ficção, com leves conexões com a vida do tenor. Ele vive o tal Giorgio do título, um cantor de ópera que perde a voz em plena turnê pelos EUA. Sua única saída é recorrer a uma especialista em garganta, por quem ele irá se apaixonar. Sim, trata-se de uma comédia romântica, e uma dirigida por Franklin J. Schaffner, o mesmo responsável por clássicos como O Planeta dos Macacos (1968) e Patton – Rebelde ou Herói? (1970).

Liquid Sky

Terminamos a lista com uma obra cult, que seria bem resumida como uma viagem pesada de LSD. Imagine uma mistura dos cult O Homem que Caiu na Terra (1976) e Sob a Pele (2014) com luzes de neon e tinta fluorescente que se ilumina no escuro. Na trama, um pequeno disco voador de outro planeta aterriza no telhado de um prédio de Manhattan e observa seus habitantes. Ele observa uma modelo viciada em drogas e comportamento bizarro, papel de Anne Carlisle (de filmes como Procura-se Susan Desesperadamente e Crocodilo Dundee). O OVNI então começa a sugar a endorfina de todos os homens que fazem sexo com a modelo, buscando o prazer da heroína injetada neles. É WTF que não acaba mais, no entanto, o filme escrito e dirigido pelo russo Slava Tsukerman, ressurgiu como item cult remasterizado, é claro. Não deixa de ser interessante por sua premissa original e lisérgica.

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