domingo , 22 dezembro , 2024

Os Melhores Filmes de 2020 (Até o Momento)

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Continuamos com a saga da retrospectiva do ano que não aconteceu. Depois da lista com os piores filmes de 2020 (até o momento) – que você confere no link abaixo -, é a vez da bonança. 2020 pode ter estagnado (esperamos que momentaneamente), mas mesmo assim tivemos quase três meses de lançamentos, o suficiente para elegermos os melhores e piores do primeiro trimestre. Tudo bem que grande parte deles são resquícios de 2019, lançados em nossos cinemas no início de 2020 – a maioria de candidatos ao Oscar deste ano.

Os Piores Filmes de 2020 (Até o Momento)



Enquanto alguns dos filmes mais esperados do ano, e que tem tudo para conquistar nossos corações, não chegam, elegemos o que fez nossa cabeça neste início de ano – e já esperamos ansiosamente pelo restante. Vamos conhecer.

10) Luta por Justiça

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Exibido pela primeira vez em setembro de 2019 no Festival de Toronto, este filme estreou nos EUA de forma limitada em dezembro do ano passado, e depois seguiu para um circuito maior em janeiro de 2020. No Brasil, chegou um pouco mais de um mês depois, no fim de fevereiro. Muitos acreditavam inclusive que Luta por Justiça pudesse chegar até o Oscar, já que tem todos os componentes para agradar os votantes da Academia, mas terminou fora de seu radar.

A trama edificante e representativa é baseada no livro de Bryan Stevenson, e traz o astro Michael B. Jordan no papel de um advogado renomado mundialmente por sua luta de causas sociais, tentando provar a inocência de um homem negro (Jamie Foxx) condenado à pena de morte. Luta por Justiça impressionou os críticos e recebeu 83% de aprovação no Rotten Tomatoes. Junto ao público igualmente agradou com uma nota 75 no IMDB.

09) Jojo Rabbit

Agora sim, entramos em território de Oscar. Um dos filmes mais inusitados e criativos da última edição dos prêmios da Academia, Jojo Rabbit é uma sátira de guerra, engraçada, insana e, acima de tudo, muito tocante – o que é grande parte de seu charme. Na história, na Alemanha nazista, um menino patriota idolatra os militares e quer ser digno de seu líder Adolf Hitler – a quem ele inclusive vê como amigo imaginário e mentor. De uma forma inocente, ele aprende a verdadeira natureza das atrocidades cometidas por seu ídolo, quando sua mãe esconde em sua casa uma menina judia – marcada para morrer.

Igualmente baseado num livro, o filme tem roteiro e direção de Taika Waititi, conhecido por suas loucuras maravilhosas nas telonas. E o resultado não poderia ser outro. O longa foi indicado para 6 Oscar, incluindo melhor filme e atriz coadjuvante para Scarlett Johnasson, que interpreta a mãe do menino, e levou o prêmio de roteiro para Waititi. O menininho protagonista Roman Griffin Davis é uma graça e recebeu indicação de coadjuvante no Globo de Ouro. Jojo Rabbit marca 79% de aprovação da imprensa especializada e tem nota 79 do grande público no IMDB.

08) Os Miseráveis

O clássico eterno de Victor Hugo já foi adaptado inúmeras vezes para as telonas e telinhas, inclusive em produções hollywoodianas, vide a versão de 1998 com Uma Thurman e Liam Neeson, e a mais prestigiada versão de 2012, indicada ao Oscar, com Hugh Jackman, e que rendeu a vitória da Academia para Anne Hathaway. Mas podemos dizer que a história nunca havia sido adaptada desta forma. O longa francês escrito e dirigido pelo cineasta Jadj Ly transporta a clássica trama para a Paris de hoje, reciclando os temas atemporais e modernizando-os.

O mais recente Os Miseráveis estreou em Cannes deixando desde lá sua marca como um dos melhores longas do ano. No resto do mundo, foi sendo lançado a partir do final de 2019, chegando até o início de 2020, onde estreou no Brasil no dia 16 de janeiro. E veio bem a calhar, pois realizou uma bem sucedida campanha ao Oscar, sendo indicado entre os cinco filmes estrangeiros, representando a França. O longa viria a perder para o colosso Parasita, da Coreia do Sul. Além de tal honraria, Os Miseráveis caiu nas graças dos críticos com 85% de aprovação no Rotten Tomatoes, seguindo caminho similar com nota 76 do grande público do IMDB.

07) Adoráveis Mulheres

Ainda no rastro do Oscar, a diretora Greta Gerwig entregou sua produção mais ambiciosa até o momento com esta nova adaptação do muito filmado clássico livro de Louisa May Alcott. E se sua estreia rendeu o intimista Lady Bird, igualmente celebrado, agora Gerwig dá um passo maior em sua carreira como cineasta, e entrega uma obra mais madura em todos os aspectos. Podemos arriscar a dizer inclusive que esta é a melhor versão de Adoráveis Mulheres para o cinema e a que soube aproveitar melhor os paralelos com o contexto da época em que o filme foi rodado – assim misturando passado e presente em seu discurso.

O mundo é das mulheres e as irmãs March são grandes personagens femininas, e seguem atemporais, mais relevantes e atuais do que nunca. Em tela, um exército de talento, com Saoirse Ronan, Laura Dern, Florence Pugh, Emma Watson e Eliza Scanlen. Não podemos esquecer de uma novata chamada Meryl Streep. O resultado aqui foram 6 Indicações ao Oscar (que deixaram injustamente Gerwig de fora como diretora), incluindo melhor filme, e atrizes para Ronan e Pugh. A diretora recebeu uma indicação pelo roteiro, e o longa levou o prêmio de consolo: melhor figurino. Adoráveis Mulheres marca impressionantes 95% de aprovação com a imprensa no Rotten Tomatoes, e com o público no IMDB, sua nota é 79.

06) O Preço da Verdade

Todo ano temos dezenas de produções indicadas ao Oscar, mas temos também aqueles filmes que quase chegaram lá, terminando por perder a força no meio do caminho. Filmes que, por mais que tenham toda a cara do maior prêmio da sétima arte, são relegados a morrer na praia e a sair de mãos abanando, sem sequer uma única indicaçãozinha. Já tivemos na lista Luta por Justiça, que se enquadra em tal categoria, e agora chega este Dark Waters (no título original) para lhe fazer companhia.

Tão digno quanto o colega acima em sua causa apresentada, aqui é o combate de um advogado de casos ambientais a uma empresa poluidora que contamina a água de uma cidade. Soa familiar? Mark Ruffalo é quem protagoniza na pele do homem comum, o Davi em sua luta contra Golias. Baseado num artigo da New York Times, o longa é dirigido por Todd Haynes, de Carol (2015). No elenco, Anne Hathaway vive a esposa do protagonista, em seu único filme bom nos últimos anos. O Preço da Verdade foi bastante elogiado pela imprensa e conseguiu 90% de aprovação no Rotten Tomatoes. O caminho foi o mesmo com o grande público, com nota 76 no IMDB.

05) O Farol

O que dizer sobre O Farol que já não tenha sido muito dito antes. Inventivo e autoral, este era um dos filmes mais aguardados do início do ano, desde sua estreia no Festival de Cannes há quase um ano. A distribuidora brasileira do filme usou a estratégia e segurou o longa – que fez uma muito bem sucedida campanha em festivais pelo mundo visando o prêmio máximo do cinema. Por ser também um filme pra lá de estranho e muito diferente de tudo (desde sua fotografia em preto e branco até o aspecto do formato da tela, que emula o quadrado de outrora, ao invés do moderno retangular), o filme conquistou apenas uma indicação técnica ao Oscar, o que já é uma tremenda vitória para uma produção pequena.

Novo trabalho do cineasta Robert Eggers, do cult A Bruxa (2015), o longa conta apenas com dois personagens, presos numa ilha. Dois faroleiros, um veterano (Willem Dafoe) e um novato (Robert Pattinson), precisam passar um tempo considerável juntos enquanto trabalham no local, mas terminam gradativamente perdendo sua sanidade e a paciência um com o outro. Este é um verdadeiro tour de force dos intérpretes, em especial do ótimo Dafoe, que merecia uma lembrança de nomeação. O filme foi um dos maiores sucessos de crítica deste início de ano, um terror psicológico único. O Farol marcou impressionantes 90% de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes, e com o público obteve nota 76 no IMDB.

04) Um Lindo Dia na Vizinhança

O nome de Tom Hanks atrelado a um projeto é sempre sinônimo de uma obra no mínimo interessante. E em quarto lugar da lista temos este filme dirigido pela talentosa jovem cineasta Marielle Heller, do igualmente ótimo Poderia me Perdoar? (2018) – que também marcou presença no Oscar de seu respectivo ano. Ah sim, Hanks foi indicado por seu trabalho neste longa.

O veterano vencedor de 2 Oscar consecutivos interpreta o querido apresentador americano Mr. Rogers, quase um… bem, Tom Hanks da época. Deu para entender o carisma e persona do sujeito boa praça, né? A trama apresenta uma entrevista do sujeito com um jornalista decidido a descortinar o verdadeiro Fred Rogers. Um Lindo Dia na Vizinhança estreou no Festival de Toronto 2019 e seguiu em circuito no início de 2020. O filme viveu para se tornar um dos mais elogiados deste ano com impressionantes 96% de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes. Junto ao público, conquistou uma nota 73 no IMDB.

 

03) O Homem Invisível

Esta era uma das maiores incógnitas do ano – mas uma que viveu para se tornar um dos maiores sucessos do início de 2020. Depois que o Dark Universe foi cancelado pela Universal Pictures após o fracasso de seu carro-chefe, A Múmia (2017), o projeto de levar o clássico O Homem Invisível (1933) novamente às telonas em nova roupagem teve que ser reformulado. Assim, saiu Johnny Depp e o clima blockbuster para uma proposta mais minimalista e voltada para o terror. Para a empreitada foi chamado Leigh Whannell, saído do sucesso cult Upgrade (2018), que escreveu e dirigiu o filme.

Nesta nova versão, uma adição muito bem-vinda: o filme discute com propriedade em sua trama o abuso doméstico, a violência contra a mulher e a masculinidade tóxica, tudo inserido no contexto de um filme de terror (afinal, quer terror maior que este), sem esquecer os temas clássicos do original, ou seja, a invisibilidade e a loucura. O protagonismo aqui é da ótima Elisabeth Moss, que vive a mulher maltratada. Com um subtexto pulsante tão poderoso, podemos dizer que O Homem Invisível faz pela causa feminina o que Corra! (2017) fez pela causa racial.

Com o orçamento enxuto de US$7 milhões, o filme fez fenomenais US$123 milhões, mostrando que Whannell e a Blumhouse estão com toque de Midas. Fora isso, o terror impressionou bastante os críticos, e somou 91% de aprovação da imprensa (uma das maiores notas do ano). Com o público, ficou um pouco mais abaixo, porém, ainda acima da média com nota 72 no IMDB.

 

02) 1917

Por falar em filmes impressionantes, um dos maiores sucessos de crítica e público de anos recentes atende pelo título que é o ano no qual sua história se passa: 1917. Um dos diferenciais propostos pelo diretor cultuado Sam Mendes é um filme de guerra passado na Primeira Guerra Mundial, já que muitos já foram feitos sobre a Segunda Guerra Mundial e as Guerras do Vietnã e Iraque nos últimos anos. Ah sim, devemos mencionar também a tão alardeada falta de cortes do filme, dando a impressão de ter sido gravado de uma tacada só, como um dos mais longos planos sequência da história do cinema.

Fora isso, o roteiro mistura elementos de Apocalypse Now (1979) e O Resgate do Soldado Ryan (1998). 1917 já é um dos filmes mais queridos do grande público no IMDB, o de número 79 para ser mais preciso – entre apenas 250 -, o que é impressionante. E para isso, conquistou uma nota 83. Com os críticos, 1917 também fez bonito com 89% de aprovação no Rotten Tomatoes. Não podemos esquecer também que o longa de guerra foi indicado para nada menos que 10 Oscar, incluindo filme e diretor e levou 3 prêmios técnicos para casa.

E o melhor filme do ano é… francês!

01) Retrato de uma Jovem em Chamas

Se você ainda não assistiu a esta impressionante história de amor, pare tudo o que está fazendo e corra. Retrato de uma Jovem em Chamas é o filme mais belo do ano – até o momento. Com astronômicos 98% de aprovação da imprensa especializada – falta pouco para ser um filme perfeito segundo os críticos -, o longa escrito e dirigido pela jovem cineasta Céline Sciamma demonstra que até o momento, 2020 foi um ano de forte representatividade feminina. Elas estão nas cabeças com dois dos melhores trabalhos, atuando como roteiristas e diretoras – donas de um cinema bem autoral.

Este também é um filme de época, passado no século XVIII, e tem toda a pompa de ser baseado num livro. No entanto, é uma ideia original da cineasta, que propõe um caso de amor proibido, com a delicadeza e intensidade que só os europeus são capazes de realizar. Aqui, além da representatividade feminina, temos também um romance entre duas mulheres – extremamente condenável na época. Protagonizando, dois dos grandes nomes de jovens estrelas francesas da atualidade: Adèle Haenel e Noémie Merlant. A primeira vive uma jovem infeliz por estar prometida para um casamento com um sujeito que nunca viu. A segunda, uma artista contratada em segredo para pintar o retrato dela, a fim de enviá-lo para que o pretendente a veja pela primeira vez.

Desta relação com segredos floresce uma amizade e depois um amor que as arrebata. Tudo é realizado com muita sensibilidade em Retrato de uma Jovem em Chamas, e igualmente pode ser traçado um paralelo com o tempo em que vivemos. O filme estreou em Cannes e era o favorito de muitos críticos à Palma de Ouro – derrubada pelo avassalador Parasita. Com o grande público, o longa também impressiona com nota 82, entrando no hall das produções mais adoradas de todos os tempos no IMDB.

Bônus:

Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica

Um dos filmes prejudicados pelo fechamento dos cinemas, Dois Irmãos havia acabado de estrear, um pouco antes da explosão da epidemia. Mesmo assim a nova produção da Disney/Pixar conseguiu uma bilheteria de um pouco mais de US$100 milhões – é claro que faria mais em circunstâncias normais. A trama apresenta um mundo como o nosso onde dois jovens saem numa viagem pelas estradas a fim de encontrar seu pai desaparecido. A grande diferença é que esta aventura se passa num mundo mágico de criaturas mitológicas. O filme conquistou uma nota 75 junto ao público no IMDB, e com os críticos no Rotten Tomatoes tem 88% de aprovação – uma ótima avaliação.

Milagre na Cela 7

Não estamos vivendo em circunstâncias normais, e nesta nova realidade, os canais de streaming são a solução. Dentro do quesito, a Netflix segue campeã, e já presenteou os cinéfilos com algumas obras bem originais e criativas. O Poço foi muito badalado, mas unanimidade mesmo parece estar tendo este lacrimoso filme turco, que conta uma história muito adaptada, em países como as Filipinas, Coreia do Sul e Indonésia, por exemplo. A versão turca conta sobre um homem com problemas mentais, que o fazem ter o intelecto de uma criança de 7 anos. Ele termina preso por um crime que não cometeu. Mas a esperança e o amor de sua pequena e encantadora filha serão as armas que farão o milagre acontecer. O filme do diretor Mehmet Ada Öztekin vem conquistando “plateias” nas casas brasileiras desde sua estreia, emocionando seus espectadores.

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Os Melhores Filmes de 2020 (Até o Momento)

Continuamos com a saga da retrospectiva do ano que não aconteceu. Depois da lista com os piores filmes de 2020 (até o momento) – que você confere no link abaixo -, é a vez da bonança. 2020 pode ter estagnado (esperamos que momentaneamente), mas mesmo assim tivemos quase três meses de lançamentos, o suficiente para elegermos os melhores e piores do primeiro trimestre. Tudo bem que grande parte deles são resquícios de 2019, lançados em nossos cinemas no início de 2020 – a maioria de candidatos ao Oscar deste ano.

Os Piores Filmes de 2020 (Até o Momento)

Enquanto alguns dos filmes mais esperados do ano, e que tem tudo para conquistar nossos corações, não chegam, elegemos o que fez nossa cabeça neste início de ano – e já esperamos ansiosamente pelo restante. Vamos conhecer.

10) Luta por Justiça

Exibido pela primeira vez em setembro de 2019 no Festival de Toronto, este filme estreou nos EUA de forma limitada em dezembro do ano passado, e depois seguiu para um circuito maior em janeiro de 2020. No Brasil, chegou um pouco mais de um mês depois, no fim de fevereiro. Muitos acreditavam inclusive que Luta por Justiça pudesse chegar até o Oscar, já que tem todos os componentes para agradar os votantes da Academia, mas terminou fora de seu radar.

A trama edificante e representativa é baseada no livro de Bryan Stevenson, e traz o astro Michael B. Jordan no papel de um advogado renomado mundialmente por sua luta de causas sociais, tentando provar a inocência de um homem negro (Jamie Foxx) condenado à pena de morte. Luta por Justiça impressionou os críticos e recebeu 83% de aprovação no Rotten Tomatoes. Junto ao público igualmente agradou com uma nota 75 no IMDB.

09) Jojo Rabbit

Agora sim, entramos em território de Oscar. Um dos filmes mais inusitados e criativos da última edição dos prêmios da Academia, Jojo Rabbit é uma sátira de guerra, engraçada, insana e, acima de tudo, muito tocante – o que é grande parte de seu charme. Na história, na Alemanha nazista, um menino patriota idolatra os militares e quer ser digno de seu líder Adolf Hitler – a quem ele inclusive vê como amigo imaginário e mentor. De uma forma inocente, ele aprende a verdadeira natureza das atrocidades cometidas por seu ídolo, quando sua mãe esconde em sua casa uma menina judia – marcada para morrer.

Igualmente baseado num livro, o filme tem roteiro e direção de Taika Waititi, conhecido por suas loucuras maravilhosas nas telonas. E o resultado não poderia ser outro. O longa foi indicado para 6 Oscar, incluindo melhor filme e atriz coadjuvante para Scarlett Johnasson, que interpreta a mãe do menino, e levou o prêmio de roteiro para Waititi. O menininho protagonista Roman Griffin Davis é uma graça e recebeu indicação de coadjuvante no Globo de Ouro. Jojo Rabbit marca 79% de aprovação da imprensa especializada e tem nota 79 do grande público no IMDB.

08) Os Miseráveis

O clássico eterno de Victor Hugo já foi adaptado inúmeras vezes para as telonas e telinhas, inclusive em produções hollywoodianas, vide a versão de 1998 com Uma Thurman e Liam Neeson, e a mais prestigiada versão de 2012, indicada ao Oscar, com Hugh Jackman, e que rendeu a vitória da Academia para Anne Hathaway. Mas podemos dizer que a história nunca havia sido adaptada desta forma. O longa francês escrito e dirigido pelo cineasta Jadj Ly transporta a clássica trama para a Paris de hoje, reciclando os temas atemporais e modernizando-os.

O mais recente Os Miseráveis estreou em Cannes deixando desde lá sua marca como um dos melhores longas do ano. No resto do mundo, foi sendo lançado a partir do final de 2019, chegando até o início de 2020, onde estreou no Brasil no dia 16 de janeiro. E veio bem a calhar, pois realizou uma bem sucedida campanha ao Oscar, sendo indicado entre os cinco filmes estrangeiros, representando a França. O longa viria a perder para o colosso Parasita, da Coreia do Sul. Além de tal honraria, Os Miseráveis caiu nas graças dos críticos com 85% de aprovação no Rotten Tomatoes, seguindo caminho similar com nota 76 do grande público do IMDB.

07) Adoráveis Mulheres

Ainda no rastro do Oscar, a diretora Greta Gerwig entregou sua produção mais ambiciosa até o momento com esta nova adaptação do muito filmado clássico livro de Louisa May Alcott. E se sua estreia rendeu o intimista Lady Bird, igualmente celebrado, agora Gerwig dá um passo maior em sua carreira como cineasta, e entrega uma obra mais madura em todos os aspectos. Podemos arriscar a dizer inclusive que esta é a melhor versão de Adoráveis Mulheres para o cinema e a que soube aproveitar melhor os paralelos com o contexto da época em que o filme foi rodado – assim misturando passado e presente em seu discurso.

O mundo é das mulheres e as irmãs March são grandes personagens femininas, e seguem atemporais, mais relevantes e atuais do que nunca. Em tela, um exército de talento, com Saoirse Ronan, Laura Dern, Florence Pugh, Emma Watson e Eliza Scanlen. Não podemos esquecer de uma novata chamada Meryl Streep. O resultado aqui foram 6 Indicações ao Oscar (que deixaram injustamente Gerwig de fora como diretora), incluindo melhor filme, e atrizes para Ronan e Pugh. A diretora recebeu uma indicação pelo roteiro, e o longa levou o prêmio de consolo: melhor figurino. Adoráveis Mulheres marca impressionantes 95% de aprovação com a imprensa no Rotten Tomatoes, e com o público no IMDB, sua nota é 79.

06) O Preço da Verdade

Todo ano temos dezenas de produções indicadas ao Oscar, mas temos também aqueles filmes que quase chegaram lá, terminando por perder a força no meio do caminho. Filmes que, por mais que tenham toda a cara do maior prêmio da sétima arte, são relegados a morrer na praia e a sair de mãos abanando, sem sequer uma única indicaçãozinha. Já tivemos na lista Luta por Justiça, que se enquadra em tal categoria, e agora chega este Dark Waters (no título original) para lhe fazer companhia.

Tão digno quanto o colega acima em sua causa apresentada, aqui é o combate de um advogado de casos ambientais a uma empresa poluidora que contamina a água de uma cidade. Soa familiar? Mark Ruffalo é quem protagoniza na pele do homem comum, o Davi em sua luta contra Golias. Baseado num artigo da New York Times, o longa é dirigido por Todd Haynes, de Carol (2015). No elenco, Anne Hathaway vive a esposa do protagonista, em seu único filme bom nos últimos anos. O Preço da Verdade foi bastante elogiado pela imprensa e conseguiu 90% de aprovação no Rotten Tomatoes. O caminho foi o mesmo com o grande público, com nota 76 no IMDB.

05) O Farol

O que dizer sobre O Farol que já não tenha sido muito dito antes. Inventivo e autoral, este era um dos filmes mais aguardados do início do ano, desde sua estreia no Festival de Cannes há quase um ano. A distribuidora brasileira do filme usou a estratégia e segurou o longa – que fez uma muito bem sucedida campanha em festivais pelo mundo visando o prêmio máximo do cinema. Por ser também um filme pra lá de estranho e muito diferente de tudo (desde sua fotografia em preto e branco até o aspecto do formato da tela, que emula o quadrado de outrora, ao invés do moderno retangular), o filme conquistou apenas uma indicação técnica ao Oscar, o que já é uma tremenda vitória para uma produção pequena.

Novo trabalho do cineasta Robert Eggers, do cult A Bruxa (2015), o longa conta apenas com dois personagens, presos numa ilha. Dois faroleiros, um veterano (Willem Dafoe) e um novato (Robert Pattinson), precisam passar um tempo considerável juntos enquanto trabalham no local, mas terminam gradativamente perdendo sua sanidade e a paciência um com o outro. Este é um verdadeiro tour de force dos intérpretes, em especial do ótimo Dafoe, que merecia uma lembrança de nomeação. O filme foi um dos maiores sucessos de crítica deste início de ano, um terror psicológico único. O Farol marcou impressionantes 90% de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes, e com o público obteve nota 76 no IMDB.

04) Um Lindo Dia na Vizinhança

O nome de Tom Hanks atrelado a um projeto é sempre sinônimo de uma obra no mínimo interessante. E em quarto lugar da lista temos este filme dirigido pela talentosa jovem cineasta Marielle Heller, do igualmente ótimo Poderia me Perdoar? (2018) – que também marcou presença no Oscar de seu respectivo ano. Ah sim, Hanks foi indicado por seu trabalho neste longa.

O veterano vencedor de 2 Oscar consecutivos interpreta o querido apresentador americano Mr. Rogers, quase um… bem, Tom Hanks da época. Deu para entender o carisma e persona do sujeito boa praça, né? A trama apresenta uma entrevista do sujeito com um jornalista decidido a descortinar o verdadeiro Fred Rogers. Um Lindo Dia na Vizinhança estreou no Festival de Toronto 2019 e seguiu em circuito no início de 2020. O filme viveu para se tornar um dos mais elogiados deste ano com impressionantes 96% de aprovação da imprensa no Rotten Tomatoes. Junto ao público, conquistou uma nota 73 no IMDB.

 

03) O Homem Invisível

Esta era uma das maiores incógnitas do ano – mas uma que viveu para se tornar um dos maiores sucessos do início de 2020. Depois que o Dark Universe foi cancelado pela Universal Pictures após o fracasso de seu carro-chefe, A Múmia (2017), o projeto de levar o clássico O Homem Invisível (1933) novamente às telonas em nova roupagem teve que ser reformulado. Assim, saiu Johnny Depp e o clima blockbuster para uma proposta mais minimalista e voltada para o terror. Para a empreitada foi chamado Leigh Whannell, saído do sucesso cult Upgrade (2018), que escreveu e dirigiu o filme.

Nesta nova versão, uma adição muito bem-vinda: o filme discute com propriedade em sua trama o abuso doméstico, a violência contra a mulher e a masculinidade tóxica, tudo inserido no contexto de um filme de terror (afinal, quer terror maior que este), sem esquecer os temas clássicos do original, ou seja, a invisibilidade e a loucura. O protagonismo aqui é da ótima Elisabeth Moss, que vive a mulher maltratada. Com um subtexto pulsante tão poderoso, podemos dizer que O Homem Invisível faz pela causa feminina o que Corra! (2017) fez pela causa racial.

Com o orçamento enxuto de US$7 milhões, o filme fez fenomenais US$123 milhões, mostrando que Whannell e a Blumhouse estão com toque de Midas. Fora isso, o terror impressionou bastante os críticos, e somou 91% de aprovação da imprensa (uma das maiores notas do ano). Com o público, ficou um pouco mais abaixo, porém, ainda acima da média com nota 72 no IMDB.

 

02) 1917

Por falar em filmes impressionantes, um dos maiores sucessos de crítica e público de anos recentes atende pelo título que é o ano no qual sua história se passa: 1917. Um dos diferenciais propostos pelo diretor cultuado Sam Mendes é um filme de guerra passado na Primeira Guerra Mundial, já que muitos já foram feitos sobre a Segunda Guerra Mundial e as Guerras do Vietnã e Iraque nos últimos anos. Ah sim, devemos mencionar também a tão alardeada falta de cortes do filme, dando a impressão de ter sido gravado de uma tacada só, como um dos mais longos planos sequência da história do cinema.

Fora isso, o roteiro mistura elementos de Apocalypse Now (1979) e O Resgate do Soldado Ryan (1998). 1917 já é um dos filmes mais queridos do grande público no IMDB, o de número 79 para ser mais preciso – entre apenas 250 -, o que é impressionante. E para isso, conquistou uma nota 83. Com os críticos, 1917 também fez bonito com 89% de aprovação no Rotten Tomatoes. Não podemos esquecer também que o longa de guerra foi indicado para nada menos que 10 Oscar, incluindo filme e diretor e levou 3 prêmios técnicos para casa.

E o melhor filme do ano é… francês!

01) Retrato de uma Jovem em Chamas

Se você ainda não assistiu a esta impressionante história de amor, pare tudo o que está fazendo e corra. Retrato de uma Jovem em Chamas é o filme mais belo do ano – até o momento. Com astronômicos 98% de aprovação da imprensa especializada – falta pouco para ser um filme perfeito segundo os críticos -, o longa escrito e dirigido pela jovem cineasta Céline Sciamma demonstra que até o momento, 2020 foi um ano de forte representatividade feminina. Elas estão nas cabeças com dois dos melhores trabalhos, atuando como roteiristas e diretoras – donas de um cinema bem autoral.

Este também é um filme de época, passado no século XVIII, e tem toda a pompa de ser baseado num livro. No entanto, é uma ideia original da cineasta, que propõe um caso de amor proibido, com a delicadeza e intensidade que só os europeus são capazes de realizar. Aqui, além da representatividade feminina, temos também um romance entre duas mulheres – extremamente condenável na época. Protagonizando, dois dos grandes nomes de jovens estrelas francesas da atualidade: Adèle Haenel e Noémie Merlant. A primeira vive uma jovem infeliz por estar prometida para um casamento com um sujeito que nunca viu. A segunda, uma artista contratada em segredo para pintar o retrato dela, a fim de enviá-lo para que o pretendente a veja pela primeira vez.

Desta relação com segredos floresce uma amizade e depois um amor que as arrebata. Tudo é realizado com muita sensibilidade em Retrato de uma Jovem em Chamas, e igualmente pode ser traçado um paralelo com o tempo em que vivemos. O filme estreou em Cannes e era o favorito de muitos críticos à Palma de Ouro – derrubada pelo avassalador Parasita. Com o grande público, o longa também impressiona com nota 82, entrando no hall das produções mais adoradas de todos os tempos no IMDB.

Bônus:

Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica

Um dos filmes prejudicados pelo fechamento dos cinemas, Dois Irmãos havia acabado de estrear, um pouco antes da explosão da epidemia. Mesmo assim a nova produção da Disney/Pixar conseguiu uma bilheteria de um pouco mais de US$100 milhões – é claro que faria mais em circunstâncias normais. A trama apresenta um mundo como o nosso onde dois jovens saem numa viagem pelas estradas a fim de encontrar seu pai desaparecido. A grande diferença é que esta aventura se passa num mundo mágico de criaturas mitológicas. O filme conquistou uma nota 75 junto ao público no IMDB, e com os críticos no Rotten Tomatoes tem 88% de aprovação – uma ótima avaliação.

Milagre na Cela 7

Não estamos vivendo em circunstâncias normais, e nesta nova realidade, os canais de streaming são a solução. Dentro do quesito, a Netflix segue campeã, e já presenteou os cinéfilos com algumas obras bem originais e criativas. O Poço foi muito badalado, mas unanimidade mesmo parece estar tendo este lacrimoso filme turco, que conta uma história muito adaptada, em países como as Filipinas, Coreia do Sul e Indonésia, por exemplo. A versão turca conta sobre um homem com problemas mentais, que o fazem ter o intelecto de uma criança de 7 anos. Ele termina preso por um crime que não cometeu. Mas a esperança e o amor de sua pequena e encantadora filha serão as armas que farão o milagre acontecer. O filme do diretor Mehmet Ada Öztekin vem conquistando “plateias” nas casas brasileiras desde sua estreia, emocionando seus espectadores.

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