2024 vem se provando um ano muito bom para o cinema – e, especificamente, para os filmes de suspense.
Desde o ótimo drama bélico ‘Guerra Civil’, que chocou o público ao redor do mundo, até a estreia diretorial de Anna Kendrick com o sólido ‘A Garota da Vez’, diversos títulos do gênero em questão conquistaram os espectadores e a crítica ao redor do mundo.
Pensando nisso, preparamos uma breve lista elencando os cinco melhores filmes de suspense do ano – até agora.
Veja abaixo as nossas escolhas e conte para nós qual foi o seu favorito:
5. ARMADILHA
“‘Armadilha’ posa como um dos longas mais “pé no chão” de M. Night Shyamalan. Em outras palavras, é notável a diferença estrutural e criativa entre recentes incursões como ‘Batem à Porta’ e ‘Tempo’ (envolvidos em uma agourenta ambientação quase sobrenatural) e esta: a simples narrativa ganha força ao não tentar dar um passo maior que a perna, permitindo que o realizador utilize as cartas que lhe são dadas sem construir enredos pedantes e ambiciosos demais para serem levados a sério. De fato, o desenrolar dos eventos é pautado em um sólido e enervante thriller que usa e abusa da ótima habilidade performática do elenco, em especial a de Josh Hartnett” – Thiago Nolla
4. A GAROTA DA VEZ
“No geral, o longa-metragem entrega o que promete e emerge como um instigante suspense dramático que já dá todas as cartas do jogo, colocando os espectadores apenas como peças impotentes frente a um psicótico ser humano que lida com seus traumas através de homicídios e crimes sexuais condenáveis. Nesse tocante, Kendrick sabe como conduzir a câmera e aproveita a popularização do gênero true crime e dos thrillers contemporâneos para homenageá-las através de escolhas estéticas bem-vindas e competentes, seja nos breves planos-sequência que buscam referências a ‘Corrente do Mal’, ‘Zodíaco’, ‘Seven’ e tantos outros, seja na propositalmente estranha tragicomédia que se desenrola no programa em questão. E, como se não bastasse, a cineasta incorpora os elementos setentistas da televisão até mesmo nas incursões metadiegéticas” – Thiago Nolla
3. FÚRIA PRIMITIVA
“Levando ‘John Wick’ para o cenário indiano, Dev Patel fez uma gloriosa estreia na direção com o aclamado e potente ‘Fúria Primitiva’. O suspense de ação, que também conta com a produção de Jordan Peele, nos leva para o submundo do crime e traz como protagonista Kid, um jovem anônimo que ganha a vida em um clube de luta underground onde, noite após noite e usando uma máscara de gorila, é espancado por lutadores mais populares por dinheiro. Após anos de raiva reprimida, Kid descobre uma maneira de se infiltrar no enclave da elite sinistra da cidade. Além da sólida direção e de atuações aplaudíveis, Patel aproveita para infundir essa obra de arte com inúmeras incursões da cultura indiana de modo a apresentá-la ou reapresentá-la aos espectadores” – Thiago Nolla
2. GUERRA CIVIL
“Alex Garland tem uma habilidade incrível de transformar o óbvio em mágica – e, enquanto apresentou um complexo sci-fi psicológico com ‘Aniquilação’, resolveu migrar para o dramas de guerra com o impactante e visceral ‘Guerra Civil’. A trama, estrelada por Cailee Spaeny, Wagner Moura e Kirsten Dunst, acompanha fotógrafos que cruzam os Estados Unidos a fim de cobrir uma guerra civil que assola o país – e é pincelada com momentos de puro terror, atuações magníficas e um comprometimento com a possibilidade de um futuro derradeiro que transforma as incursões distópicas em uma realidade quase palpável” – Thiago Nolla
1. PISQUE DUAS VEZES
“Marcado por uma trilha sonora ensurdecedora que contribui para a atmosfera de constante estado de alerta, o thriller psicológico é uma das melhores surpresas do cinema em 2024 e foge aos padrões do que fora lançado nas telonas até o momento. Se privando da necessidade de se explicar excessivamente, Pisque Duas Vezes apenas nos toma pelas mãos na expectativa de que saibamos ler as entrelinhas. Fazendo de cada elemento de seu design de produção um artefato fundamental em seu storytelling, a estreia de Zoë na direção é um convite à sua ousada visão criativa e ao que ela é capaz de nos entregar em meio a um cinema contemporâneo que ainda se retroalimenta de sequências que ninguém pediu e remakes que ninguém quer” – Rafaela Gomes