A cerimônia do Oscar 2024 acontece hoje, 10 de março – e o cobiçado prêmio visa premiar os melhores títulos exibidos no circuito cinematográfico no ano passado.
E, enquanto os vencedores não são revelados, preparamos uma breve matéria especial ranqueando todos os longas-metragens indicados à categoria de Melhor Filme – que, devemos dizer, compõe uma das melhores seleções da história da Academia.
Confira e conte para nós qual o seu favorito:
10. MAESTRO
‘Maestro’ ganhou uma grande popularidade nos últimos meses – mas não por motivos que poderíamos imaginar. O longa-metragem, dirigido e estrelado por Bradley Cooper e tentando explorar o legado do icônico compositor Leonard Bernstein, se tornou o “underdog” da temporada de premiações, tendo sido criticado por não oferecer nada de novo ou original ao gênero das cinebiografias e até mesmo à vida e à carreira do artista. Isso não significa que a produção não seja sólida, mas sim um título ofuscado pelos outros indicados.
9. FICÇÃO AMERICANA
‘Ficção Americana’ provavelmente passou longe de seu radar, ainda mais por ter chegado ao circuito nacional de surpresa no catálogo do Prime Video. Entretanto, é inegável que o longa-metragem é um sólido esforço de Cord Jefferson em explorar a crise pós-moderna e a hipocrisia da sociedade em mostrar apoio a minorias através de um falso moralismo – e dando vida a uma produção competente, mas não explorando todo seu potencial. Estrelado por Jeffrey Wright, a trama acompanha um escritor que estagnou em sua carreira porque seu trabalho não é considerado “negro o suficiente”. Dessa forma, ele trabalha em um romance satírico sob seu pseudônimo, com o objetivo de expor as hipocrisias do mundo editorial.
8. A ZONA DE INTERESSE
“Seguindo a excelência desoladora dos filmes do austríaco Michael Haneke — vide ‘Violência Gratuita’ e ‘Amor’ —, Jonathan Glazer apresenta o horror de forma indireta e até com cenas captadas em infravermelho a fim de nos mergulhar na ambientação pérfida, porém sem um relampejo de sangue derramado. Nos minutos finais, entretanto, o diretor e roteirista decide nos catapultar da narrativa ao inserir imagens atuais no museu de Auschwitz e os seus funcionários. Ele nos retira do irônico idílio e nos joga de cara no concreto da realidade” – Letícia Alassë
7. BARBIE
Enquanto muitos descrente apostavam no fracasso crítico e comercial de ‘Barbie’, o filme dirigido por Greta Gerwig e estrelado por Margot Robbie fez um estrondo gigantesco ao estrear no ano passado. Superando quaisquer expectativas pré-existentes para nos verter em gargalhadas e lágrimas ao longo de duas horas que passam em um piscar de olhos. Gerwig, Robbie e Ryan Gosling (este interpretando Ken) criam mágica e reacendem a chama que, por um tempo, se ausentou da sétima arte – e que nos faz querer reassistir ao filme várias e várias vezes.
6. OS REJEITADOS
“Realista como alguns dos momentos mais dolorosos da experiência humana na Terra, o longa é a expressão máxima da arte de encontrar a beleza em meio à dor, à ausência e à quietude de um inverno talvez mais solitário e menos festivo. Engraçado quando menos se espera e delicado por essência, ‘Os Rejeitados’ é a combinação entre a doçura e o amargor da vida cotidiana. Transformando o comum em extraordinário, o filme é uma reflexão sobre como há beleza no feio, no soturno e no ignorado. Atraindo nossos olhos para aquilo que menos chamaria a nossa atenção, essa talvez seja uma das pérolas mais valiosas de 2023″ – Rafaela Gomes
5. ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES
“Toda vez que Martin Scorsese põe as mãos em um projeto, o mundo do cinema para e volta seus olhos ao realizador. Sua carreira fala tudo que precisamos para entender o motivo de muitos o considerarem como o grande diretor de sua geração. E ‘Assassinos da Lua das Flores’ é um passo glorioso em sua já irretocável filmografia. Após diversos filmes de máfia e de pilantras, o diretor transforma esse longa em um relato histórico mais do que necessário para conscientizar, refletir e causar muita revolta no espectador” – Pedro Sobreiro
4. VIDAS PASSADAS
“Além de um trabalho de direção impecável e um elenco absolutamente entregue às emoções, os diálogos são de uma impressionante beleza ao mesmo tempo real e poética. A ponto de nos questionarmos se o desencontro amoroso também fez parte da realidade da diretora/roteirista ou ela é somente uma autora muito talentosa” – Letícia Alassë
3. OPPENHEIMER
‘Oppenheimer’ é um épico de proporções magnânimas. Comandado por Christopher Nolan, o longa-metragem conta a história da criação da bomba atômica pelas mãos de J. Robert Oppenheimer através de uma longa e impecável narrativa que arranca uma inspiração artística invejável e reitera o status do diretor como um dos melhores não apenas da atualidade, mas da história do cinema. Contando com atuações irretocáveis, principalmente de Cillian Murphy, Robert Downey Jr. e Emily Blunt, a produção é uma obra-prima da sétima arte e tem grandes chances de levar o prêmio máximo do Oscar 2024 para casa – além de vários outros.
2. ANATOMIA DE UMA QUEDA
Brilhante, tenso e magicamente misturando inúmeros gêneros em um mesmo lugar, ‘Anatomia de uma Queda’ não pode ser elogiado o suficiente pelo magnífico produto que presenteou aos cinéfilos. O longa-metragem, dirigido por Justine Triet em sua melhor entrada no cenário do entretenimento até hoje, traz Sandra Hüller como uma escritora que tenta provar sua inocência frente a morte do marido, guiando-nos em uma potente narrativa que diluí o limite entre verdade e mentira de forma assustadora e bela, ao mesmo tempo. Não é surpresa que a obra seja uma das melhores a já ter sido indicada aos prêmios da Academia.
1. POBRES CRIATURAS
Além de apresentar uma perspectiva totalmente original à história eternizada por Mary Shelley e recriada por Alasdair Gray em seu romance, ‘Pobres Criaturas’ mergulha em uma reflexão sobre a imutabilidade da condição humana dentro de um contexto de época, prezando por uma atemporalidade que em nenhum momento soa anacrônica, mas que fornece os elementos necessários para criar um elo entre passado, presente e futuro – um retrato que, ao mesmo tempo, é otimista e pessimista, infundido em uma celebração surrealista das pulsões do indivíduo.
Como se não bastasse, o diretor Yorgos Lanthimos reitera seu importante status na sétima arte e entrega o melhor longa-metragem dessa temporada de premiações (e um dos grandes títulos das últimas décadas), enquanto Emma Stone volta a nos encantar com a melhor performance de sua carreira.