Lançado na semana passada na HBO Max, o documentário ‘Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez’ está chocando os assinantes da plataforma por conta das imagens impactante do cadáver da atriz.
A filha da autora e produtora Gloria Perez tinha apenas 22 anos quando foi brutalmente assassinada pelo ex-ator Guilherme de Pádua e sua ex-esposa, Paula Thomaz, com 18 golpes de tesoura, em 1992.
Além de ferimentos no pulmão e outras regiões do tronco, Daniella sofreu oito perfurações só no coração, que chega a ficar exposto em algumas fotografias.
Em entrevista ao Uol (via Folha), Gloria revelou que ela mesma fez questão de conceder as fortes imagens porque:
“Se você quer contar essa história, tem que mostrar o que eles fizeram”, referindo-se à violência do crime.
Ao longo da conversa, a autora diz que entregou à produção do documentário todos os arquivos e fotografias do caso, que conta com registros explícitos e até mesmo desconfortáveis sobre o crime.
Ainda assim, Gloria reforça que presenciar a brutalidade do crime foi ainda mais doloroso do que rever as fotos, e lamenta que o caso tenha sido classificado como um mero acaso.
“Diziam que foi um acidente do acaso. Mas não foi uma coisa casual. Quando você olha aquelas fotos, você vê que não tem nada de momento, foi feito de uma forma quase ritualística. Não vou discutir a proporção das fotos, mas sim a brutalidade contida naquelas fotos.”
Para ela, mostrar a verdade sem filtros é uma necessidade para evitar que o caso seja amenizado, como a defesa de Guilherme e Paula tentou fazer na época.
“Você olha pra as fotos e vê que foi exatamente aquilo que foi feito. Então, me dói ver aquilo? Muito. Mas me doeu ver aquilo ao vivo, como eu vi. E ver depois como aquilo foi tratado de maneira amenizada.”
Dirigida por Tatiana Issa e Guto Barra, que também assina o roteiro, a produção reconstitui em cinco episódios os detalhes sobre o caso que impactou o Brasil.
Confira o trailer:
Em 1992, a atriz e bailarina Daniella Perez foi assassinada por Guilherme de Pádua e sua esposa, Paula Thomaz, em um crime cruelmente premeditado. A morte prematura da jovem de 22 anos mexeu com o País. O assassinato da Daniella, filha da autora e produtora brasileira, ganhadora do Emmy Internacional, Gloria Perez, ganhou notoriedade e ocupou as primeiras páginas dos jornais nacionais por anos.
Depois de três décadas, Gloria Perez revisita a busca pela verdade por trás desta história que mudou sua vida para sempre. A autora compartilha sua experiência conforme a produção apresenta, em registros inéditos, os detalhes das investigações e o julgamento deste caso de homicídio duplamente qualificado.
Como mãe da vítima, ela rastreou testemunhas, identificou evidências e ajudou a expor erros das autoridades brasileiras. Sua atuação foi fundamental para a resolução do caso, além de ter deixado um legado ao conseguir a alteração da legislação brasileira, passando a incluir homicídio qualificado dentro dos crimes hediondos.
Para Guto, a produção corrobora para a elucidação desta tragédia que marcou o Brasil. “Por meio de um minucioso trabalho de pesquisa, trazemos à luz a barbaridade do crime, com informações que não foram reveladas à época do assassinato.”
Segundo Tatiana “o caso Daniella Perez inspira muitos sentimentos e sua retratação documental revela não apenas a Daniella quanto artista, filha e esposa, mas também a deficiência do sistema jurídico brasileiro.”