A franquia ‘Pânico’ vai muito bem, obrigado! ‘Pânico VI’ estreou nos cinemas em março de 2023 e se tornou um sucesso imediato de bilheteria e críticas, garantindo o sinal verde para o sétimo filme – que estreia em fevereiro de 2026.
‘Pânico VI’ foi lançado na Netflix, garantindo a alegria dos aficionados pelo gênero e pela franquia que não conseguiram conferir o longa nas telonas.
O mais interessante é que ‘Pânico’ nasceu como uma “brincadeira” com o gênero slasher em 1996, mas terminou ressuscitando o estilo para toda uma nova geração. Vinte e sete anos depois de sua estreia, a franquia ‘Pânico’ cresceu para se tornar a mais bem sucedida de seu subgênero, que mescla boas bilheterias, adoração dos fãs, críticas sempre favoráveis, e como alguns adoram proferir: não possui um filme verdadeiramente ruim em sua galeria de, agora, seis produções.
Após o “encerramento” da trilogia original, o plano dos criadores Wes Craven e o roteirista Kevin Williamson era realizar uma nova trilogia, a começar com ‘Pânico 4’, de 2011. Inclusive, um quinto filme com Craven na direção e texto de Williamson já estava ganhando forma. Apesar de ser um dos capítulos mais adorados na opinião de grande parte dos fãs (talvez o segundo somente atrás do original), ‘Pânico 4’ deixou a desejar financeiramente em seu retorno nas bilheteiras, se tornando o “maior fracasso” da franquia. Como consequência, afundou todos os planos de uma nova trilogia – que veria Jill (Emma Roberts) sobrevivendo o desfecho do quarto filme e indo para a faculdade, ainda garantindo a fama de sobrevivente. Porém, alguns colegas a confrontariam com a verdade. Sidney seria professora nessa mesma universidade.
Em 2015, com a morte do mestre Wes Craven, os planos para um quinto filme pareciam ainda mais distantes. Mas há de surgir sempre uma luz no fim do túnel. E no caso da franquia ‘Pânico’, essa luz se deu com a compra dos direitos pela Paramount, que tirava o título das mãos da Miramax (Dimension), ainda mais depois da queda do chefão do estúdio, Harvey Weinstein. Assim, o novo estúdio tratou de colocar sua nova aquisição para trabalhar e gerar dinheiro. E eles não poderiam ter sido mais bem sucedidos nessa empreitada.
O quinto filme ‘Pânico’, já nas mãos da Paramount, foi pensado como muitas obras atuais que apostam na nostalgia, sem esquecer a adição de elementos modernos para dialogar com o público atual. Assim, o quinto ‘Pânico’ era ao mesmo tempo uma continuação dos anteriores (sem apagar qualquer episódio passado de sua cronologia), mas também uma espécie de “reboot” (termo utilizado para o reinício de uma franquia). Isso porque no quinto filme foram adicionados uma gama de novos personagens que iriam receber a tocha passada de veteranos como Sidney (Neve Campbell), Gale (Courteney Cox) e Dewey (David Arquette). Pela primeira vez na franquia, as protagonistas agora seriam as irmãs Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega).
Dessa forma, ‘Pânico 5’ era o início de uma nova fase para a franquia. Aliás, seguindo os passos de ‘Halloween’ (2018), o quinto filme eliminou o número de seu título (por uma questão mercadológica e de marketing), se tornando, assim como o original, apenas ‘Pânico’. A partir do sexto filme, o número voltou, mas sofreu a reviravolta de se tornar numeral romano ‘Pânico VI’.
Com o advento veloz e furioso das redes sociais, os executivos dos grandes estúdios encontraram nelas um canal direto para se comunicar e ouvir os fãs. Sim, é claro que existe muita reclamação furada e mimimi, mas existe também pedidos bem sensatos e genuínos de gente que ama estes filmes. Nos últimos anos, os estúdios mostraram que estão antenados com as vontades de seu público, afinal no fim das contas são eles que enchem as salas de cinema, então por que não entregar algo em troca, que eles verdadeiramente gostam e esperam. Desde um novo visual para o ‘Sonic’, passando pela versão do diretor Zack Snyder para ‘Liga da Justiça’ e o Homem-Aranha no MCU, até o filme solo do Deadpool, Dwayne Johnson como Adão Negro e os três Homem-Aranha em ‘Sem Volta para Casa’, Hollywood tem constantemente entregue o desejo dos fãs.
E sim, ‘Pânico’ também é uma franquia que desperta muita paixão, teorias e pedidos por parte dos fãs – muitos dos quais se transformam em memes espalhados na internet. Abaixo listaremos as principais teorias que se tornaram reinvindicações dos fãs para a franquia – e o que ainda pode vir por aí. Confira. Ah sim, nem precisa ser dito que o texto abaixo é repleto de spoilers da franquia.
Kirby está viva!
Não é só no cinema de heróis de quadrinhos que os personagens não permanecem mortos; essa tendência começa a adentrar novos gêneros, como o terror. Se a fã obcecada Annie Wilkes (Kathy Bates), de ‘Louca Obsessão’ (1990), visse estas reviravoltas, certamente gritaria: “não foi isso o que aconteceu, não foi isso que vocês mostraram”, perdendo as estribeiras. Como disse a própria Courteney Cox: “eu achava que Kirby estava morta”. Sim, ela estava morta, assassinada por Charlie (Rory Culkin) ao final de ‘Pânico 4’, quando o rapaz se revela como um dos assassinos. Foi uma morte impactante, mas que os fãs, por terem adorado a loirinha, nunca perdoaram os realizadores. Afinal, não se planeja a popularidade de determinado personagem, ela simplesmente acontece.
Bem, a sobrevivência de Kirby pode não ter sido um coelho tirado da cartola tão grande assim. Acontece que os próprios Craven e Williamson disseram que queriam deixar ambíguo se Kirby havia sobrevivido ou não, e seus planos para um quinto filme a tinham no roteiro. Os fãs notaram que Hayden Panettiere respira ao cair no chão, e sempre teorizaram sobre o fato de Kirby estar viva. Desta forma, ela finalmente retornou ao universo de ‘Pânico’ no sexto longa, agora como uma agente do FBI, mesmo que seu retorno não tenha sido tão brilhante em tela quanto o imaginado pelos fãs – em partes devido à semi-aposentadoria da atriz que a interpreta.
Stu está vivo?
Talvez a segunda teoria mais forte entre os fãs de ‘Pânico’ (atrás somente da sobrevivência de Kirby – que se mostrou real), seja o fato de que Stu (Matthew Lillard), o assassino do primeiro filme, também estaria vivo. No filme original, ele recebe com uma TV de grande porte na cabeça, tendo seu crânio esmagado no processo. Para todos os efeitos, Stu está morto e enterrado desde então. Bem, mas não é isso que os fãs querem. Na teoria de um grupo massivo de aficionados, Stu está vivo, e assim como a volta de Kirby, eles vêm clamando por isso há algum tempo. E por que não trazê-lo de volta? Já que trouxeram Kirby.
Essa teoria pode soar tão absurda quanto a de Kirby estar viva, caso esta segunda não tivesse se concretizado. Mas a verdade é que também usa como base uma vontade dos próprios realizadores. Kevin Williamson tinha planos para o retorno de Stu como o vilão de ‘Pânico 3’, que mostraria o psicopata agora comandando um grupo de seguidores a fazer seu trabalho sujo em uma nova chacina. Ou seja, o próprio roteirista também acreditava que o assassino está vivo. Quem somos nós para dizer o contrário. De fato, isso apenas alimentou ainda mais o desejo dos fãs. Era esperado inclusive que Stu fosse revelado como o Ghostface de ‘Pânico VI’, tamanho escarcéu em torno da tal cena do “santuário”. Coisa que terminou não ocorrendo. No entanto, em um diálogo no mesmo filme, Kirby profere: “esta é a TV que matou Stu”. Ao que Mindy (Jasmin Savoy Brown) retruca: “se você acreditar que ele está morto mesmo”. O diálogo é uma provocação com os fãs, um questionamento existente agora dentro do próprio filme, no qual os personagens duvidam da morte do vilão. É só uma questão de tempo para seu retorno.
A mãe de Sam e Tara
O reboot de ‘Pânico’ introduziu alguns personagens que já se tornaram canônicos e muito queridos pelos fãs da franquia – em especial o citado “core 4”, os sobreviventes do quinto para o sexto filme: as irmãs Sam e Tara Carpenter; e os irmãos Mindy e Chad Meeks-Martin. Porém, uma personagem que é constantemente mencionada, mas ainda não apareceu nestes novos filmes, é a mãe das irmãs protagonistas. Dona de uma relação difícil com Sam, a matriarca das Carpenter também se afastou da filha mais jovem Tara. Isso seria abordado em ‘Pânico 7‘, mas deve ficar para o futuro da franquia.
O retorno de Neve Campbell
‘Pânico VI’ foi um sucesso, mas isso não significa que o filme não tenha tido sua cota de polêmicas. A maior delas, como todos os fãs puderam acompanhar, foi a ausência de Neve Campbell, a eterna Sidney. A personagem é o rosto da franquia, e é para ‘Pânico’ o que a musa Jamie Lee Curtis é para a franquia ‘Halloween’. Assim, o sexto longa foi o primeiro a não contar com a participação de Campbell. Os fãs reclamaram, mas o resultado foi que o longa se comportou bem sem sua estrela, até porque o foco agora são as irmãs Carpenter, vividas por Barrera e Ortega.
Nessa disputa de força, de um lado do ringue tínhamos a veterana Neve Campbell, ciente do que trouxe para a franquia durante esses quase 30 anos, e ciente de seu valor. A atriz considerou que o salário oferecido a ela por este sexto longa estava abaixo do que ela achava justo, e credita ao fato de ser mulher – se fosse um homem a oferta teria sido maior. Do outro lado do ringue, a Paramount contou com um orçamento de US$35 milhões (que não é muito folgado para os padrões de Hollywood), e considerou o ponto de vista administrativo de um negócio.
Mesmo assim, a atriz foi contratada para estrelar o sétimo filme – que não terá o retorno de Barrera e Ortega.