O cantor Paul McCartney, ex-integrante dos Beatles, recentemente defendeu a criação de proteções para artistas mais jovens contra a inteligência artificial e a exploração por gigantes da tecnologia.
“Você vê jovens, meninos e meninas, surgindo, e eles escrevem uma música linda, mas não são donos dela”, observou, conforme o Deadline. “Eles não têm nada a ver com isso. E qualquer um pode simplesmente pegar e copiar”.
“A verdade é que o dinheiro está indo para algum lugar. Quando a música chega nas plataformas de streaming, alguém está recebendo, e deveria ser a pessoa que a criou. Não deveria ser algum gigante da tecnologia por aí”, acrescentou.
Sobre a possibilidade de o governo do Reino Unido enfraquecer as proteções de direitos autorais e permitir que empresas de tecnologia treinem seus modelos de IA com o conteúdo de criativos, McCartney se manifestou.
“Nós somos o povo, vocês são o governo. Vocês devem nos proteger. Esse é o trabalho de vocês”, afirmou. “Então, sabem, se vocês estão colocando um projeto de lei para frente, garantam que protejam os pensadores criativos, os artistas criativos, ou vocês não vão tê-los”.
Não que McCartney seja contra a inteligência artificial.
“Acho que a IA é ótima, e pode fazer muitas coisas legais”, disse ele.
Em relação à música Now and Then, de 2023, McCartney explicou como a IA foi usada para “extrair” os vocais de John Lennon de uma demo inacabada e criar uma nova canção.
“Pegamos uma velha fita cassete de John e limpamos a voz dele para que soasse como se tivesse sido gravada ontem. Então, tem suas utilidades”, contou McCartney.
“Mas não deveria explorar as pessoas criativas. Não faz sentido fazer isso”, concluiu.