‘Percy Jackson e os Olimpianos’, série baseada na icônica saga de romances de Rick Riordan, chegou ao catálogo do Disney+ no final do ano passado e, agora, caminha para seu último episódio.
A trama acompanha Percy Jackson (Walker Scobell), Annabeth Chase (Leah Sava Jeffries) e Grover Underwood (Aryan Simhadri) na perigosa jornada para encontrar o raio-mestre de Zeus, uma das armas mais poderosas de todo o universo e que foi roubada – levando todos a acreditarem que Percy foi o responsável por seu desaparecimento. E, enquanto essa se configura como a narrativa principal da narrativa, é notável como Riordan abriu espaço para subtramas que também fazem parte desse universo e que são exploradas, mesmo não tão a fundo, no decorrer dos capítulos.
Uma delas envolve a busca interminável de Grover e dos sátiros, raça a que pertence, por Pã, o deus grego dos bosques, dos animais e das terras pastoris que simplesmente desapareceu – e que vem causando um desbalanceamento nesse mundo mitológico, considerando que ele era responsável por resguardar e proteger criaturas mágicas. Como vimos em diversas iterações, Grover se encontrou com seu tio Ferdinando, que estava à procura de Pã, mas caiu nas garras da perigosa Medusa, que o transformou em uma estátua de pedra; no mais recente episódio, ambientado no Cassino Lótus, Grover cruza caminho com Augustus, um antigo amigo de sua família que também estava nessa missão – mas foi pego pelas místicas propriedades da flor de lótus e se perdeu no tempo e no espaço.
Mas quem é Pã?
Por ser associado à natureza e aos animais, Pã é costumeiramente caracterizado como uma criatura cujos membros inferiores ressoam aos de um bode, enquanto a parte superior nos relembra a de uma pessoa. Além disso, ele também carrega chifres na cabeça e traços que são descritos como “pouco atraentes”.
Na mitologia grega, certos poetas e historiadores o colocam na mesma linhagem de Hermes, o mensageiro dos deuses, e de Dríope, uma jovem que foi violentada por Apolo e que foi transformada em uma flor de lótus (que já premedita o capítulo mencionado alguns parágrafos acima). Todavia, outros dizem que ele é filho de Zeus ou filho de Penélope, esposa de Odisseu (sim, o mesmo que originou a palavra Odisseia, calcada na épica de Homero). De qualquer forma, há convergências sobre seu nascimento, que delineiam que sua mãe estava tão estressada pela aparência medonha do filho que o abandonou – fazendo-o com que fosse levado ao Monte Olimpo e se tornado o favorito dos deuses.
Assim como as outras deidades do Olimpo, Pan tem enorme força e tem a capacidade de correr por longos períodos sem se cansar, impérvio a ferimentos. Além disso, acredita-se que ele tinha o poder de transmutar objetos em outros e de se teleportar do mundo terreno para o Olimpo em um piscar de olhos – isso sem mencionar seu famoso senso de humor, que é adotado por Grover e pelos outros sátiros na série. Na mitologia romana, Pã carrega o nome de Fauno.
O deus também é associado à música: histórias mitológicas narram sobre seu interesse romântico com uma deusa das árvores, que desvia de suas investidas amorosas e se transforma em um objeto inanimado para escapar dele (ou até mesmo foge de sua aparência). Uma delas envolve Siringe, uma ninfa da floresta, que se transforma em um junco do rio para escapar de Pã – e, à medida que o vento passa pelo junco, ele escuta uma doce música. Sem saber qual dos juncos é Siringe, Pã corta vários pedaços e constrói um instrumento musical que ficaria conhecido como a “flauta de pã” (que está presente na cultura de diversas comunidades latino-americanas e indígenas).
Uma das curiosidades envolvendo o deus é que seu nome originou a palavra “pânico”. Há um conto envolvendo Pã em que ele ajuda um de seus amigos a enfrentar uma batalha terrível através de um choro imenso que assustou o inimigo e o fez fugir em terror. É a partir daí que surgiu o vocábulo supracitado (ou seja, o medo incontrolável e repentino que leva as pessoas a um comportamento irracional).
Lembrando que o último episódio da 1ª temporada vai ao ar em 30 de janeiro.