A escolha de Scarlett Johansson para viver um homens trans em sua nova biografia gerou uma série de controvérsias, tanto dentro e fora de Hollywood.
E em resposta às acusações de que a atriz estaria “roubando a narrativa” de artistas do gênero, um de seus representantes respondeu, revidando o argumento:
“Diga a todos eles que podem se dirigir diretamente a Jeffrey Tambor, Jared Leto e Felicity Huffman“.
A declaração é uma alfinetada àqueles que acharam a atriz incapaz de desempenhar um papel complexo, salientando as aclamadas e premiada atuações de Tambor em ‘Transparent‘, de Leto em ‘Clube de Compra de Dallas‘ e de Huffman em ‘Transamerica‘ – indicada ao Oscar.
Na ocasião ao anúncio de ‘Rub & Tug‘, a atriz Jamie Clayton criticou a decisão do estúdio na escolha de Johansson, dizendo que “que atores trans nunca sequer conseguem testes de audição para nada, além de papéis de personagens trans. Este é o real problema. Nós sequer conseguimos entrar na sala. Escale atores que são trans para personagens não trans. Eu te desafio”.
Actors who are trans never even get to audition FOR ANYTHING OTHER THAN ROLES OF TRANS CHARACTERS. THATS THE REAL ISSUE. WE CANT EVEN GET IN THE ROOM. Cast actors WHO ARE TRANS as NON TRANS CHARACTERS. I DARE YOU #RupertSanders @NewRegency #ScarlettJohansson http://t.co/RkrW8MeGcG
— Jamie Clayton (@MsJamieClayton) 4 de julho de 2018
Trace Lysette, de ‘Transparent‘, também se posicionou:
And not only do you play us and steal our narrative and our opportunity but you pat yourselves on the back with trophies and accolades for mimicking what we have lived… so twisted. I’m so done…
— Trace Lysette (@tracelysette) 4 de julho de 2018
“Oh o que? Então vocês podes continuar nos interpretando, mas nós não podemos interpretar vocês? Hollywood é tão ferrado…eu não ficaria tão chateada se eu tivesse acesso às mesmas salas que Jennifer Lawrence e Scarlett e à papéis para não trans, mas nós sabemos que esse não é o caso. Que bagunça”.
“E não apenas vocês nos interpretam e roubam nossa narrativa e nossa oportunidade, mas ainda por cima se vangloriam com troféus e honra por ter imitado o que vivemos…que bagunça. Estou de saco cheio”.
Johansson dará vida a Dante “Tex” Gill, dono de uma clínica de massagens que serviu como um reduto de prostituição em Pittsburgh, nos anos 70. Gill era um homem transgênero e chegou a ter problemas com a máfia local e acabou ficando preso por sete anos por evasão fiscal.
Além de estrelar, Johansson também produzirá a cinebiografia.