sábado , 16 novembro , 2024

Por que o Hulk foi uma decepção em ‘Vingadores: Ultimato’?

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O ano está próximo do fim e, para muitos, parece que ele comportou dois anos dentro de um só. Isso porque os fãs da Marvel esperaram uma eternidade até o dia 25 de abril enfim chegar e trazer ao mundo ‘Vingadores: Ultimato’. Depois do filme, o ano passou voando. Ele marcou o final da chamada Saga do Infinito, que foi desenvolvida ao longo dos últimos 11 anos, e encerrou essa grande trama com chave de ouro. O longa, que acabou se tornando a maior bilheteria da história, é considerado “intocável” pelos mais fanáticos, mas, acho que está na hora de falarmos de uma grande falha dele: o – não tão – Incrível Hulk.

O embate que todos queriam ver

O personagem foi introduzido lá na Fase Um, logo após o sucesso de Homem de Ferro (2008), em um filme que não foi muito bem recebido pela crítica e pelo público. Mas depois de 2008, com sua participação insana em Os Vingadores (2012), o verdão virou um dos favoritos dos fãs e, por conta da questão contratual com a Universal Studios, viraria presença obrigatória em todas as aventuras de grupo possíveis, já que ele mesmo não poderia ter um filme solo distribuído pela Disney. Nesse tempo, ele apresentou uma curva ascendente de evolução realmente agradável não apenas para os fãs de quadrinhos, mas para o público em geral. Para entender bem a frustração quanto ao seu “fim” em Ultimato, é preciso relembrar sua trajetória até chegar ali.

Marvel Studios’ AVENGERS: INFINITY WAR..Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo)..Photo: Film Frame..©Marvel Studios 2018

Em sua primeira aparição no MCU, interpretado por Edward Norton, o Hulk era uma doença. Um tipo de câncer que atrasava e destruía a vida humana de Bruce Banner. Por isso, ele passa o filme inteiro buscando uma forma de se livrar do monstro de radiação gama ou pelo menos achar uma forma de controlar a raiva para poder controlá-lo. Só que, como era um personagem muito instável e suscetível a influências externas, ele eventualmente perdia o controle e liberava o monstrão. Essa visão do Hulk era brutal. Apesar de não tão forte quanto as que viriam posteriormente, era a mais raivosa e cartunesca de todas. Ele usava vários golpes típicos dos quadrinhos, como o soco que levanta o chão e as palmas que criam uma onda de impacto. Era interessante, mas não o suficiente para sustentá-lo no grupo de heróis, já que sua forma de pura raiva o transformava mais em uma ameaça do que em uma solução para a cidade.



 

Em 2012, agora interpretado por Mark Ruffalo, o personagem apresenta um pequeno aprofundamento. O Hulk não chega a ser uma doença, mas ainda é uma preocupação para Bruce. Ele passa o filme inteiro evitando situações estressantes e se garantindo nos Vingadores por seu intelecto. Até que Loki aparece e mexe com a cabeça do Dr. Bruce Banner, liberando o Hulk e gerando uma verdadeira catástrofe no Aeroporta-aviões. No final do filme, ele demonstra conseguir controlar o monstro e permite que ele se solte e praticamente resolva a invasão Chitauri na base do soco. A visão de Joss Whedon não foi muito próxima dos quadrinhos, mas compensou a falta de criatividade nos golpes com muita insanidade. O Hulk aparece invencível, sinônimo de pura força e companheirismo – menos com o Thor.

Não deixe de assistir:

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Sua próxima participação de peso – excluindo a pós-créditos de Homem de Ferro 3 – só viria em A Era de Ultron (2015), quando o monstro começa a demonstrar sentimentos. Ele parece estar apaixonado pela Viúva Negra (Scarlett Johansson) e até mesmo depois surtar, e destruir um bairro na África do Sul, ele desenvolve expressões de culpa, de pesar. Como se a Fera, aos poucos, mostrasse que a raiva vinha de viver reprimido no corpo de Banner. Ao fim do filme, ele claramente está exausto de seus atos serem considerados errados, como uma eterna ameaça, e foge rumo ao desconhecido no Quinjet dos Vingadores.

Quando Thor (Chris Hemsworth) é levado para Sakaar, em Ragnarok (2017), ele é colocado para lutar com o grande campeão do planeta, que é justamente o Incrível Hulk. No tempo em que passou sumido, o Gigante Esmeralda tomou o controle do corpo de Banner e encontrou um espaço em que seus atos eram vangloriados e ele, enfim, era visto como herói. Para a surpresa de muitos, ele consegue conversar e interagir com outros personagens de forma amigável como Hulk. Enquanto vivia como Hulk, esmagando adversários na arena sakaariana, foi Banner quem surtou. Ao retomar o controle, Banner fica histérico e ansioso, assim como sua contraparte verde quando viva o mesmo processo. É um avanço muito grande nas respectivas personalidades, apesar do aspecto cômico do filme. Ele mistura força e inteligência como nunca visto e fica bom.

 

Por isso, quando chega Guerra Infinita (2018) e ele leva uma surra de Thanos (Josh Brolin) logo nos primeiros minutos, é completamente coerente que ele passe grande parte da trama escondido. O personagem vivia uma fase de transição. Ele parecia estar mais aberto a sentimentos e tinha acabado de vir de dois anos como Hulk. Ou seja, não tinha muita raiva reprimida. Essa ausência de repressão pode ter “amolecido” o Verdão, enquanto Banner, numa grande virada de trama, passa a pedir para que o monstro tome o controle e resolva a situação, assim como no primeiro Vingadores. O problema é que todo mundo ficou esperando pelo menos que o Hulk aparecesse para descer a porrada no exército de Thanos, já que isso ele faz muito bem. E, por sinal, a cena dele correndo em Wakanda estava até no trailer. Só que os diretores acharam melhor controlar o monstro e dar a deixa para um novo arco do personagem em Ultimato, com a frase do Dr. Banner: “Hulk, nós temos muito que conversar”.

 

 

 

 

 

 

 

 

Pois bem, Ultimato veio e trouxe o Doutor Hulk, que reúne a mente de Bruce Banner no corpo do Hulk. Unindo o melhor dos dois mundos, o herói parece estar pronto para mostrar do que é capaz. Só que ele é jogado para escanteio ao longo da história e acaba sendo utilizado exclusivamente como uma versão de 3 metros de Banner. Frustrante.

E essa história de Doutor Hulk tinha TANTO potencial a ser explorado. Por exemplo: como Banner chegou a esse consenso com o Hulk de poder dominar o corpo. A tal “conversa” prometida em Guerra Infinita é constantemente retratada nos quadrinhos como um debate intelectual entre as duas personalidades dentro da mente do herói. Seria incrível ver isso nas telonas, mas os Irmãos Russo optaram por não mostrar ou trabalhar melhor essa ideia. Eles pedem apenas que o público aceite que isso rolou e pronto. Além disso, todo fã queria ver o Hulk tendo sua revanche ‘mano a mano’ contra Thanos. E se o Doutor unia a inteligência com a força, nada impedia que ele participasse mais ativamente da ação.

 

 

Não se sabe se os Russo tinham alguma coisa contra o Hulk, mas é consenso que eles não trabalharam o personagem de forma que fizesse jus a ele. O lado bom é que o Hulk permanece vivo no Universo Cinematográfico Marvel, apesar de machucado, e poderá ser trabalhado de novo nos próximos anos.

E você, o que achou do Hulk em Ultimato? Diga nos comentários!

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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O ano está próximo do fim e, para muitos, parece que ele comportou dois anos dentro de um só. Isso porque os fãs da Marvel esperaram uma eternidade até o dia 25 de abril enfim chegar e trazer ao mundo ‘Vingadores: Ultimato’. Depois do filme, o ano passou voando. Ele marcou o final da chamada Saga do Infinito, que foi desenvolvida ao longo dos últimos 11 anos, e encerrou essa grande trama com chave de ouro. O longa, que acabou se tornando a maior bilheteria da história, é considerado “intocável” pelos mais fanáticos, mas, acho que está na hora de falarmos de uma grande falha dele: o – não tão – Incrível Hulk.

O embate que todos queriam ver

O personagem foi introduzido lá na Fase Um, logo após o sucesso de Homem de Ferro (2008), em um filme que não foi muito bem recebido pela crítica e pelo público. Mas depois de 2008, com sua participação insana em Os Vingadores (2012), o verdão virou um dos favoritos dos fãs e, por conta da questão contratual com a Universal Studios, viraria presença obrigatória em todas as aventuras de grupo possíveis, já que ele mesmo não poderia ter um filme solo distribuído pela Disney. Nesse tempo, ele apresentou uma curva ascendente de evolução realmente agradável não apenas para os fãs de quadrinhos, mas para o público em geral. Para entender bem a frustração quanto ao seu “fim” em Ultimato, é preciso relembrar sua trajetória até chegar ali.

Marvel Studios’ AVENGERS: INFINITY WAR..Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo)..Photo: Film Frame..©Marvel Studios 2018

Em sua primeira aparição no MCU, interpretado por Edward Norton, o Hulk era uma doença. Um tipo de câncer que atrasava e destruía a vida humana de Bruce Banner. Por isso, ele passa o filme inteiro buscando uma forma de se livrar do monstro de radiação gama ou pelo menos achar uma forma de controlar a raiva para poder controlá-lo. Só que, como era um personagem muito instável e suscetível a influências externas, ele eventualmente perdia o controle e liberava o monstrão. Essa visão do Hulk era brutal. Apesar de não tão forte quanto as que viriam posteriormente, era a mais raivosa e cartunesca de todas. Ele usava vários golpes típicos dos quadrinhos, como o soco que levanta o chão e as palmas que criam uma onda de impacto. Era interessante, mas não o suficiente para sustentá-lo no grupo de heróis, já que sua forma de pura raiva o transformava mais em uma ameaça do que em uma solução para a cidade.

 

Em 2012, agora interpretado por Mark Ruffalo, o personagem apresenta um pequeno aprofundamento. O Hulk não chega a ser uma doença, mas ainda é uma preocupação para Bruce. Ele passa o filme inteiro evitando situações estressantes e se garantindo nos Vingadores por seu intelecto. Até que Loki aparece e mexe com a cabeça do Dr. Bruce Banner, liberando o Hulk e gerando uma verdadeira catástrofe no Aeroporta-aviões. No final do filme, ele demonstra conseguir controlar o monstro e permite que ele se solte e praticamente resolva a invasão Chitauri na base do soco. A visão de Joss Whedon não foi muito próxima dos quadrinhos, mas compensou a falta de criatividade nos golpes com muita insanidade. O Hulk aparece invencível, sinônimo de pura força e companheirismo – menos com o Thor.

Sua próxima participação de peso – excluindo a pós-créditos de Homem de Ferro 3 – só viria em A Era de Ultron (2015), quando o monstro começa a demonstrar sentimentos. Ele parece estar apaixonado pela Viúva Negra (Scarlett Johansson) e até mesmo depois surtar, e destruir um bairro na África do Sul, ele desenvolve expressões de culpa, de pesar. Como se a Fera, aos poucos, mostrasse que a raiva vinha de viver reprimido no corpo de Banner. Ao fim do filme, ele claramente está exausto de seus atos serem considerados errados, como uma eterna ameaça, e foge rumo ao desconhecido no Quinjet dos Vingadores.

Quando Thor (Chris Hemsworth) é levado para Sakaar, em Ragnarok (2017), ele é colocado para lutar com o grande campeão do planeta, que é justamente o Incrível Hulk. No tempo em que passou sumido, o Gigante Esmeralda tomou o controle do corpo de Banner e encontrou um espaço em que seus atos eram vangloriados e ele, enfim, era visto como herói. Para a surpresa de muitos, ele consegue conversar e interagir com outros personagens de forma amigável como Hulk. Enquanto vivia como Hulk, esmagando adversários na arena sakaariana, foi Banner quem surtou. Ao retomar o controle, Banner fica histérico e ansioso, assim como sua contraparte verde quando viva o mesmo processo. É um avanço muito grande nas respectivas personalidades, apesar do aspecto cômico do filme. Ele mistura força e inteligência como nunca visto e fica bom.

 

Por isso, quando chega Guerra Infinita (2018) e ele leva uma surra de Thanos (Josh Brolin) logo nos primeiros minutos, é completamente coerente que ele passe grande parte da trama escondido. O personagem vivia uma fase de transição. Ele parecia estar mais aberto a sentimentos e tinha acabado de vir de dois anos como Hulk. Ou seja, não tinha muita raiva reprimida. Essa ausência de repressão pode ter “amolecido” o Verdão, enquanto Banner, numa grande virada de trama, passa a pedir para que o monstro tome o controle e resolva a situação, assim como no primeiro Vingadores. O problema é que todo mundo ficou esperando pelo menos que o Hulk aparecesse para descer a porrada no exército de Thanos, já que isso ele faz muito bem. E, por sinal, a cena dele correndo em Wakanda estava até no trailer. Só que os diretores acharam melhor controlar o monstro e dar a deixa para um novo arco do personagem em Ultimato, com a frase do Dr. Banner: “Hulk, nós temos muito que conversar”.

 

 

 

 

 

 

 

 

Pois bem, Ultimato veio e trouxe o Doutor Hulk, que reúne a mente de Bruce Banner no corpo do Hulk. Unindo o melhor dos dois mundos, o herói parece estar pronto para mostrar do que é capaz. Só que ele é jogado para escanteio ao longo da história e acaba sendo utilizado exclusivamente como uma versão de 3 metros de Banner. Frustrante.

E essa história de Doutor Hulk tinha TANTO potencial a ser explorado. Por exemplo: como Banner chegou a esse consenso com o Hulk de poder dominar o corpo. A tal “conversa” prometida em Guerra Infinita é constantemente retratada nos quadrinhos como um debate intelectual entre as duas personalidades dentro da mente do herói. Seria incrível ver isso nas telonas, mas os Irmãos Russo optaram por não mostrar ou trabalhar melhor essa ideia. Eles pedem apenas que o público aceite que isso rolou e pronto. Além disso, todo fã queria ver o Hulk tendo sua revanche ‘mano a mano’ contra Thanos. E se o Doutor unia a inteligência com a força, nada impedia que ele participasse mais ativamente da ação.

 

 

Não se sabe se os Russo tinham alguma coisa contra o Hulk, mas é consenso que eles não trabalharam o personagem de forma que fizesse jus a ele. O lado bom é que o Hulk permanece vivo no Universo Cinematográfico Marvel, apesar de machucado, e poderá ser trabalhado de novo nos próximos anos.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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