quarta-feira , 25 dezembro , 2024

Por que ‘Vingadores: Guerra Infinita’ deu certo?

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Vivemos uma verdadeira Era dos Heróis nos cinemas. Iniciada em 2008 com sucessos como Homem de Ferro e O Cavaleiro das Trevas, e consolidada em 2012 com o fenômeno Os Vingadores, muitos especialistas tratavam esse gênero como um sucesso passageiro. Dez anos depois, estamos presenciando um evento legítimo chamado Os Vingadores: Guerra Infinita. Quebrando recorde atrás de recorde, o filme que acabou de gravar para sempre o nome da Marvel na história do cinema atesta o sucesso da empresa em contar histórias e fazer o público abraçá-las e amá-las de forma como há muito não se via. Diante de todo esse sucesso, ainda há pessoas incrédulas que se perguntam como isso é possível.

Pensando nisso, separamos alguns fatores que justificam a estreia apoteótica do décimo nono filme da Marvel Studios. Pode ler tranquilo, esse é um post livre de Spoilers.



Kevin Feige

O produtor e atual CEO do estúdio é a cabeça por trás dessa mitologia. Sempre orquestrando o destino de cada herói em seus filmes solo, Kevin acreditou desde o início no projeto e nunca desistiu da ideia de ter uma série de filmes conectados, resultando num evento cinematográfico ao final de tudo. Deu certo na Fase Um, bambeou na Fase Dois e concluiu perfeitamente na Fase Três.

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O segredo dele sempre foi respeitar os personagens e mixar um olhar de fã com o de executivo. O resultado? Sucessos de crítica especializada, boca a boca, e comercial. A reunião de todos os personagens apresentados ao longo dessa década carimba de vez o nome da Marvel na história do cinema e levanta uma dúvida geral: Quem pode parar Kevin Feige?

Respeito Aos Personagens

Recentemente, começou a circular a máxima que “filmes de quadrinhos não são feitos para os fãs de HQs”. Isso soa meio absurdo, mas tem sua justificativa.

Por anos, os longas adaptados de HQs não tinham muito a ver com as obras de origem e ainda assim obtinham um lucro considerável, é o caso dos filmes do Batman, Demolidor e dos X-Men.

Com a Marvel, uma grande ideia veio: não mudar os personagens, responsáveis por cativar os corações de gerações nas revistas,  mas ajustar sua história para os dias atuais. Dessa forma, você consegue reconhecer o Capitão América das HQs nos filmes. Em casos de heróis menos populares, como Hank Pym, eles foram passados a coadjuvantes, mas ainda identificáveis com sua persona dos quadrinhos.

Pode parecer besteira, mas manter a Essência deles foi fundamental para o sucesso.  A Warner/DC falhou miseravelmente nesse quesito. Afinal, o Superman de Henry Cavill estreou nos cinemas como um homem depressivo, completamente diferente do símbolo de esperança e positividade das HQs, passou a um herói receoso e teve sua última aparição respeitosa ao que foi construído nas páginas há décadas. O Batman de Ben Affleck apareceu apenas duas vezes e teve personalidade 100% oposta. A única a respeitar o ideal foi a Mulher-Maravilha, e o filme foi um sucesso. Não é mera coincidência.

Outro exemplo é a Fox, que amargou algumas decepções com o universo X-Men, lucrando rios de dinheiro com um Deadpool (2016) para maiores e um Wolverine violento e amargurado, em Logan (2017).
Fãs de HQs se mostraram uma fonte de renda impressionante. Se eles reconhecem o que passaram a vida lendo e admirando nas projeções cinematográficas, o retorno financeiro é imediato. Se entra dinheiro, maior é a verba para a continuação e enfim… Os tão sonhados Universos Compartilhados dão certo.

Paciência

 “Oi, eu sou o Capitão América. Estou aqui para falar sobre uma das características mais valiosas que um aluno ou soldado pode ter. Paciência. Às vezes, paciência é a chave para a vitória.”

Essa citação da cena pós-créditos de Homem Aranha: De Volta ao Lar (2017) resume muito bem a Marvel. Estamos falando de uma série de filmes que demorou dez anos para introduzir sua conclusão. Algo que teve começo, meio e agora se encaminha para o fim.

Não houve pressa para estabelecer os personagens. A cada nova produção anunciada, havia um investimento em fazer o público se interessar por elas de maneira individual, visando fidelizar as pessoas para que os não-fãs de HQs fossem assistir as aventuras dos Vingadores, motivados a verem mais uma participação seu herói favorito.
Muitos amigos que não ligam para o Capitão América ou para o Homem de Ferro foram ver Guerra Civil por terem adorado o filme do Homem-Formiga, por exemplo.

Foi uma estratégia inteligente e que deve se repetir cada vez mais no futuro da Marvel nos cinemas.

Apoio dos Diretores

Como ligar personagens com histórias trabalhadas por pessoas de ideias e trabalhos diferentes em um único filme, sem perder sua essência e não atrapalhar o futuro de suas franquias individuais? Consultando o responsável por elas, é claro.

Na chamada Fase Um, Joss Whedon tinha a consultoria direta de Jon Favreau e Kevin Feige. Kevin era o produtor geral, enquanto Jon havia dirigido e produzido os dois primeiros “Homem de Ferro” e tinha planos de dirigir o último capítulo da aventura de Tony Stark.

Na Fase Dois, Joss sofreu com as ações dos executivos e acabou desistindo do projeto depois de A Era de Ultron. Com ares de fracasso, Kevin chamou os Irmãos Russo, de O Soldado Invernal, para dirigirem um Vingadores 2.5 em Guerra Civil. Para o sucesso das interações, eles consultaram Peyton Reed (da franquia Homem-Formiga), Jon Favreau (a pessoa que mais vezes trabalhou com a franquia Homem de Ferro), Jon Watts (vindoura franquia Homem-Aranha) e, obviamente, Kevin Feige.

Para a Fase Três, os irmãos Russo passaram a consultar James Gunn (mente por trás da franquia Guardiões da Galáxia e das últimas pós-créditos dos filmes da Marvel), Taika Waititi (Thor: Ragnarok), Peyton Reed (franquia Homem-Formiga), os roteiristas de Capitã Marvel e Kevin Feige.

Disney

A Disney comprou a Marvel por 4 bilhões de dólares em 2009. Na época, a negociação foi considerada de risco. Os executivos do Mickey, entretanto, não hesitaram e se propuseram a transformar uma empresa que tinha acabado de escapar da falência em uma máquina de fazer dinheiro. Seja como for, os 4 bi gastos geraram mais de 15 bilhões em retorno financeiro, sem contar os lucros em vendas de produtos licenciados e afins.

Fato é que a Marvel conseguiria fazer seus filmes com outras distribuidoras, mas muito provavelmente não teriam esse êxito surreal que vemos hoje. No início, a Disney veio segurando as rédeas para não arriscarem muito e conseguirem recuperar o dinheiro investido. Quando a marca Marvel já estava estabelecida e viram que a interferência dos executivos começava a prejudicar o desenvolvimento do UCM, criaram um departamento exclusivo para os heróis da Casa das Ideias e promoveram Kevin Feige à presidência do mesmo. De lá pra cá, só vieram sucessos.

Vingadores: Ultimato chega aos cinemas dia 25 de Abril!

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Vivemos uma verdadeira Era dos Heróis nos cinemas. Iniciada em 2008 com sucessos como Homem de Ferro e O Cavaleiro das Trevas, e consolidada em 2012 com o fenômeno Os Vingadores, muitos especialistas tratavam esse gênero como um sucesso passageiro. Dez anos depois, estamos presenciando um evento legítimo chamado Os Vingadores: Guerra Infinita. Quebrando recorde atrás de recorde, o filme que acabou de gravar para sempre o nome da Marvel na história do cinema atesta o sucesso da empresa em contar histórias e fazer o público abraçá-las e amá-las de forma como há muito não se via. Diante de todo esse sucesso, ainda há pessoas incrédulas que se perguntam como isso é possível.

Pensando nisso, separamos alguns fatores que justificam a estreia apoteótica do décimo nono filme da Marvel Studios. Pode ler tranquilo, esse é um post livre de Spoilers.

Kevin Feige

O produtor e atual CEO do estúdio é a cabeça por trás dessa mitologia. Sempre orquestrando o destino de cada herói em seus filmes solo, Kevin acreditou desde o início no projeto e nunca desistiu da ideia de ter uma série de filmes conectados, resultando num evento cinematográfico ao final de tudo. Deu certo na Fase Um, bambeou na Fase Dois e concluiu perfeitamente na Fase Três.

O segredo dele sempre foi respeitar os personagens e mixar um olhar de fã com o de executivo. O resultado? Sucessos de crítica especializada, boca a boca, e comercial. A reunião de todos os personagens apresentados ao longo dessa década carimba de vez o nome da Marvel na história do cinema e levanta uma dúvida geral: Quem pode parar Kevin Feige?

Respeito Aos Personagens

Recentemente, começou a circular a máxima que “filmes de quadrinhos não são feitos para os fãs de HQs”. Isso soa meio absurdo, mas tem sua justificativa.

Por anos, os longas adaptados de HQs não tinham muito a ver com as obras de origem e ainda assim obtinham um lucro considerável, é o caso dos filmes do Batman, Demolidor e dos X-Men.

Com a Marvel, uma grande ideia veio: não mudar os personagens, responsáveis por cativar os corações de gerações nas revistas,  mas ajustar sua história para os dias atuais. Dessa forma, você consegue reconhecer o Capitão América das HQs nos filmes. Em casos de heróis menos populares, como Hank Pym, eles foram passados a coadjuvantes, mas ainda identificáveis com sua persona dos quadrinhos.

Pode parecer besteira, mas manter a Essência deles foi fundamental para o sucesso.  A Warner/DC falhou miseravelmente nesse quesito. Afinal, o Superman de Henry Cavill estreou nos cinemas como um homem depressivo, completamente diferente do símbolo de esperança e positividade das HQs, passou a um herói receoso e teve sua última aparição respeitosa ao que foi construído nas páginas há décadas. O Batman de Ben Affleck apareceu apenas duas vezes e teve personalidade 100% oposta. A única a respeitar o ideal foi a Mulher-Maravilha, e o filme foi um sucesso. Não é mera coincidência.

Outro exemplo é a Fox, que amargou algumas decepções com o universo X-Men, lucrando rios de dinheiro com um Deadpool (2016) para maiores e um Wolverine violento e amargurado, em Logan (2017).
Fãs de HQs se mostraram uma fonte de renda impressionante. Se eles reconhecem o que passaram a vida lendo e admirando nas projeções cinematográficas, o retorno financeiro é imediato. Se entra dinheiro, maior é a verba para a continuação e enfim… Os tão sonhados Universos Compartilhados dão certo.

Paciência

 “Oi, eu sou o Capitão América. Estou aqui para falar sobre uma das características mais valiosas que um aluno ou soldado pode ter. Paciência. Às vezes, paciência é a chave para a vitória.”

Essa citação da cena pós-créditos de Homem Aranha: De Volta ao Lar (2017) resume muito bem a Marvel. Estamos falando de uma série de filmes que demorou dez anos para introduzir sua conclusão. Algo que teve começo, meio e agora se encaminha para o fim.

Não houve pressa para estabelecer os personagens. A cada nova produção anunciada, havia um investimento em fazer o público se interessar por elas de maneira individual, visando fidelizar as pessoas para que os não-fãs de HQs fossem assistir as aventuras dos Vingadores, motivados a verem mais uma participação seu herói favorito.
Muitos amigos que não ligam para o Capitão América ou para o Homem de Ferro foram ver Guerra Civil por terem adorado o filme do Homem-Formiga, por exemplo.

Foi uma estratégia inteligente e que deve se repetir cada vez mais no futuro da Marvel nos cinemas.

Apoio dos Diretores

Como ligar personagens com histórias trabalhadas por pessoas de ideias e trabalhos diferentes em um único filme, sem perder sua essência e não atrapalhar o futuro de suas franquias individuais? Consultando o responsável por elas, é claro.

Na chamada Fase Um, Joss Whedon tinha a consultoria direta de Jon Favreau e Kevin Feige. Kevin era o produtor geral, enquanto Jon havia dirigido e produzido os dois primeiros “Homem de Ferro” e tinha planos de dirigir o último capítulo da aventura de Tony Stark.

Na Fase Dois, Joss sofreu com as ações dos executivos e acabou desistindo do projeto depois de A Era de Ultron. Com ares de fracasso, Kevin chamou os Irmãos Russo, de O Soldado Invernal, para dirigirem um Vingadores 2.5 em Guerra Civil. Para o sucesso das interações, eles consultaram Peyton Reed (da franquia Homem-Formiga), Jon Favreau (a pessoa que mais vezes trabalhou com a franquia Homem de Ferro), Jon Watts (vindoura franquia Homem-Aranha) e, obviamente, Kevin Feige.

Para a Fase Três, os irmãos Russo passaram a consultar James Gunn (mente por trás da franquia Guardiões da Galáxia e das últimas pós-créditos dos filmes da Marvel), Taika Waititi (Thor: Ragnarok), Peyton Reed (franquia Homem-Formiga), os roteiristas de Capitã Marvel e Kevin Feige.

Disney

A Disney comprou a Marvel por 4 bilhões de dólares em 2009. Na época, a negociação foi considerada de risco. Os executivos do Mickey, entretanto, não hesitaram e se propuseram a transformar uma empresa que tinha acabado de escapar da falência em uma máquina de fazer dinheiro. Seja como for, os 4 bi gastos geraram mais de 15 bilhões em retorno financeiro, sem contar os lucros em vendas de produtos licenciados e afins.

Fato é que a Marvel conseguiria fazer seus filmes com outras distribuidoras, mas muito provavelmente não teriam esse êxito surreal que vemos hoje. No início, a Disney veio segurando as rédeas para não arriscarem muito e conseguirem recuperar o dinheiro investido. Quando a marca Marvel já estava estabelecida e viram que a interferência dos executivos começava a prejudicar o desenvolvimento do UCM, criaram um departamento exclusivo para os heróis da Casa das Ideias e promoveram Kevin Feige à presidência do mesmo. De lá pra cá, só vieram sucessos.

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