sexta-feira , 27 dezembro , 2024

Precisamos falar sobre a Capitã Marvel em ‘Vingadores: Ultimato’ [SPOILERS]

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O filme da Capitã Marvel chegou aos cinemas em março deste ano e dividiu opiniões, até mesmo aqui no CinePOP. Muita gente amou o longa, assim como também houve muitos que detestaram. Ame-o ou odeie-o, o filme foi um sucesso inquestionável de bilheteria, com mais de 1 bilhão de dólares arrecadados. O longa da heroína já ultrapassou vários outros fenômenos do gênero e voltou a lucrar recentemente por conta do “Efeito Ultimato“. Com o sucesso da última aventura dos Vingadores, muitos curiosos foram atrás da história de Carol Danvers, o que rendeu mais 8 milhões de dólares na última semana, colocando-a bem próxima da bilheteria de Pantera Negra. Enfim, dinheiro não é problema quando o assunto é Capitã Marvel, mas a relação de certos fãs com a simples existência da personagem tem sido bastante incomum. Por isso, precisamos falar sobre a Capitã Marvel em Ultimato.

[ALERTA DE SPOILER] Se você ainda não assistiu ao filme, recomendamos que pare por aqui. O texto a seguir contém revelações importantes sobre a trama de Ultimato e acreditamos que o filme ganha muito com o fator surpresa. Então veja o filme primeiro, depois volte aqui e seja feliz. Se você já assistiu, leia sem culpa e coloque sua opinião nos comentários. Importante: não dê spoiler para quem não viu! [ALERTA DE SPOILER]



Siga por sua conta e risco.

Quando o filme da Capitã saiu, choveram comentários de “fãs” raivosos, espumando pela boca, revoltados com a declaração de Kevin Feige sobre ela ser a personagem mais poderosa do Universo Cinematográfico Marvel. Foi difícil para parte do público ter uma heroína que chegou agora tomando o posto que antes era divido entre Thor (Chris Hemsworth) e Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), mas faz parte da brincadeira de ter um Universo Compartilhado nas telonas. Uma hora vai aparecer alguém imbatível. No da Marvel, calhou de ser a Capitã.

Assista também:
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Pois bem, esses fãs revoltados começaram a lançar mensagens de ódio contra a atriz, Brie Larson, e a membros da produção do MCU, dizendo que seria inaceitável vê-la peitando Thanos, sendo a solução para todos os problemas mostrados ao final de Vingadores: Guerra Infinita (2018). Óbvio que para o público geral, toda essa indignação com uma obra de ficção pegou mal. Além daquela imagem pejorativa do Nerd chato, essa galera conseguiu reforçar ainda mais a ideia de um meio machista e excludente, porque a maioria das ofensas não se atinham apenas ao fato de ser uma personagem nova e de carisma questionável. O buraco foi muito mais embaixo. Boa parte das reclamações eram sobre ter uma mulher como criatura mais forte, sobre ela não sorrir e até mesmo sobre ela não ter bunda (?!). Isso é surreal! Ter que ler essas coisas, em pleno 2019, beira o inacreditável.

Agora, sem entrar no ponto do machismo, as reclamações eram infundadas, baseadas quase que exclusivamente na expectativa de certos fãs, no preconceito, e como eles queriam que a personagem fosse retratada. E – spoiler – não era como uma Salvadora da Pátria.

Os meses passaram e Capitã Marvel se consolidou como um sucesso de bilheteria. Eis que Ultimato enfim chegou aos cinemas e bateu recordes e mais recordes num estalar de dedos (ok, essa piada foi inevitável). E em vez desse pequeno grupo de fãs aproveitar para se deliciar com um baita filmão,  decidiram voltar a criticar a presença da Capitã Marvel. A crítica agora é que ela “não fez nada”. Ué, mas não era isso que vocês queriam? Afinal, ela “vir como a Solução para o problema Thanos” era algo inaceitável para os “fãs”, então por que os 15 minutos que ela teve em tela estão incomodando tanto?

De novo, preconceito e expectativa.

E falando nisso, me vejo obrigado a discordar de quem diz que ela não fez nada. Carol é fundamental para a trama, visto que é ela quem salva Tony Stark (Robert Downey Jr) de definhar até a morte no espaço. Se ela não o trouxesse de volta para a Terra, não teria viagem no tempo e seria impossível trazer os “apagados” de volta. Sem ela, seria muito mais complicado dos Vingadores irem ao encontro de Thanos na primeira vez. Sem ela, que apareceu aos 45 do segundo tempo destruindo a nave Sanctum II, muitos outros Vingadores teriam morrido de forma trágica na batalha final contra o Thanos de 2014. Ela peitou o Titã Louco sozinha, impediu que ele estalasse os dedos e acabasse com a vida no UNIVERSO, resistiu aos golpes do Roxão e só pereceu ante uma pancada direta da Joia do Poder, que dizimou Xandar e precisou ter sua energia compartilhada entre 4 criaturas, sendo uma delas um Celestial, em Guardiões da Galáxia (2014). Se isso é “não fazer nada”, não quero nem saber o que vocês acham da participação do Ronan (Lee Pace) nos filmes da Marvel…

A verdade é que ela é sim uma personagem difícil de ser abordada nos cinemas, assim como é o Superman na DC. Quando disse na minha crítica de CM que ela tinha essa mesma Vibe, teve gente que se ofendeu. Mas é verdade, não tem como negar. Qualquer ameaça é quase irrelevante para esse tipo de personagem.

Por isso, a escolha dos roteiristas e dos Irmãos Russo de colocá-la apenas no finalzinho de Ultimato foi mais do que  acertada. Se ela aparecesse 10 minutos antes, era bem capaz de ter dado conta do exército de Thanos sozinha. Afinal ela é praticamente invencível.

Assim como foi a chegada do Superman no final de Liga da Justiça (2017), ela surge para encaminhar o fim da luta. A diferença é que o foco do embate final do filme da Liga era ter o Super como protagonista/raio de esperança para a formação e consolidação da equipe. O foco de Ultimato era encerrar a trajetória dos Vingadores originais. Então, para dar os holofotes aos ícones da década passada, os ícones da próxima década tiveram que ficar em segundo plano. E não tem problema nisso, eles cumpriram bem seu papel. Seja o Homem-Aranha, o Doutor Estranho, o Pantera Negra ou a Capitã Marvel. Sua missão era não atrapalhar os originais de resolverem efetivamente o problema com o Thanos, talvez até mesmo instigarem a formação de novas equipes no futuro. E isso foi feito, mas só implicaram com Carol Danvers.

“Ah, mas ela é arrogante”. Meu irmão, o Gavião Arqueiro é arrogante com a Feiticeira Escarlate em uma cena de A Era de Ultron (2015), e olha que seu poder é atirar flechas sem errar o alvo. Se você não implica com isso, mas se morde de raiva porque a criatura mais poderosa do Universo age de acordo com o que ela é, seu problema não é com a arrogância.

Enfim, a Capitã Marvel já foi introduzida no MCU como a personagem mais poderosa, goste ou não, e isso não deve mudar tão cedo. Até porque a aquisição das franquias que estavam com a FOX trazem muitas possibilidades para a expansão do Universo Cósmico da Marvel nos cinemas, e será necessário uma personagem poderosa para liderar essa empreitada de guerras espaciais.

Enquanto os Guardiões devem seguir um rumo mais de conclusão de saga com o Vol.3, Carol Danvers e seus amigos estão fresquinhos no MCU. Como diria Tony Stark: são “sangue novo”. Não adianta manter esse rancor pela personagem que deve ser a cara da Marvel pós-Vingadores, porque ela ainda vai aparecer muito por aí. E não esperem que ela seja a nova Capitã América, porque são personagens completamente diferentes. Steve foi um idealista desde o princípio. Um garoto humilde que alcançou seus poderes com sua simplicidade. Carol era uma excluída que teve de ralar muito para conseguir seu posto na Força Aérea. Steve tentou obter a aprovação militar, mas não conseguiu por ser doente e franzino. Carol teve seu caminho dificultado basicamente por ser mulher. São personagens diferentes que cresceram por motivações diferentes. O Capitão América surgiu porque um garoto queria ser útil, inflamado por sua inocência e ideal de um mundo melhor. A Capitã Marvel surgiu porque ela queria provar ao mundo que ela podia fazer o que os outros não queriam que ela fizesse. Entendem a diferença? São pesos distintos que criam personagens distintos. É claro que ela vai ser mais arrogante que o Capitão, ela passou por problemas e realidades diferentes antes de virar quem ela é. E cabe aos fãs aceitarem ou ignorarem.

Sério, é um Universo vasto, recheado de personagens incríveis. Você não tem que gostar de todos. Mas garanto que entender a abordagem do personagem nas telonas e parar de cobrar coisas bestas, como “sorrir mais, é muito mais divertido”.

Os Vingadores: Ultimato está em cartaz nos principais cinemas do Brasil.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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O filme da Capitã Marvel chegou aos cinemas em março deste ano e dividiu opiniões, até mesmo aqui no CinePOP. Muita gente amou o longa, assim como também houve muitos que detestaram. Ame-o ou odeie-o, o filme foi um sucesso inquestionável de bilheteria, com mais de 1 bilhão de dólares arrecadados. O longa da heroína já ultrapassou vários outros fenômenos do gênero e voltou a lucrar recentemente por conta do “Efeito Ultimato“. Com o sucesso da última aventura dos Vingadores, muitos curiosos foram atrás da história de Carol Danvers, o que rendeu mais 8 milhões de dólares na última semana, colocando-a bem próxima da bilheteria de Pantera Negra. Enfim, dinheiro não é problema quando o assunto é Capitã Marvel, mas a relação de certos fãs com a simples existência da personagem tem sido bastante incomum. Por isso, precisamos falar sobre a Capitã Marvel em Ultimato.

[ALERTA DE SPOILER] Se você ainda não assistiu ao filme, recomendamos que pare por aqui. O texto a seguir contém revelações importantes sobre a trama de Ultimato e acreditamos que o filme ganha muito com o fator surpresa. Então veja o filme primeiro, depois volte aqui e seja feliz. Se você já assistiu, leia sem culpa e coloque sua opinião nos comentários. Importante: não dê spoiler para quem não viu! [ALERTA DE SPOILER]

Siga por sua conta e risco.

Quando o filme da Capitã saiu, choveram comentários de “fãs” raivosos, espumando pela boca, revoltados com a declaração de Kevin Feige sobre ela ser a personagem mais poderosa do Universo Cinematográfico Marvel. Foi difícil para parte do público ter uma heroína que chegou agora tomando o posto que antes era divido entre Thor (Chris Hemsworth) e Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), mas faz parte da brincadeira de ter um Universo Compartilhado nas telonas. Uma hora vai aparecer alguém imbatível. No da Marvel, calhou de ser a Capitã.

Pois bem, esses fãs revoltados começaram a lançar mensagens de ódio contra a atriz, Brie Larson, e a membros da produção do MCU, dizendo que seria inaceitável vê-la peitando Thanos, sendo a solução para todos os problemas mostrados ao final de Vingadores: Guerra Infinita (2018). Óbvio que para o público geral, toda essa indignação com uma obra de ficção pegou mal. Além daquela imagem pejorativa do Nerd chato, essa galera conseguiu reforçar ainda mais a ideia de um meio machista e excludente, porque a maioria das ofensas não se atinham apenas ao fato de ser uma personagem nova e de carisma questionável. O buraco foi muito mais embaixo. Boa parte das reclamações eram sobre ter uma mulher como criatura mais forte, sobre ela não sorrir e até mesmo sobre ela não ter bunda (?!). Isso é surreal! Ter que ler essas coisas, em pleno 2019, beira o inacreditável.

Agora, sem entrar no ponto do machismo, as reclamações eram infundadas, baseadas quase que exclusivamente na expectativa de certos fãs, no preconceito, e como eles queriam que a personagem fosse retratada. E – spoiler – não era como uma Salvadora da Pátria.

Os meses passaram e Capitã Marvel se consolidou como um sucesso de bilheteria. Eis que Ultimato enfim chegou aos cinemas e bateu recordes e mais recordes num estalar de dedos (ok, essa piada foi inevitável). E em vez desse pequeno grupo de fãs aproveitar para se deliciar com um baita filmão,  decidiram voltar a criticar a presença da Capitã Marvel. A crítica agora é que ela “não fez nada”. Ué, mas não era isso que vocês queriam? Afinal, ela “vir como a Solução para o problema Thanos” era algo inaceitável para os “fãs”, então por que os 15 minutos que ela teve em tela estão incomodando tanto?

De novo, preconceito e expectativa.

E falando nisso, me vejo obrigado a discordar de quem diz que ela não fez nada. Carol é fundamental para a trama, visto que é ela quem salva Tony Stark (Robert Downey Jr) de definhar até a morte no espaço. Se ela não o trouxesse de volta para a Terra, não teria viagem no tempo e seria impossível trazer os “apagados” de volta. Sem ela, seria muito mais complicado dos Vingadores irem ao encontro de Thanos na primeira vez. Sem ela, que apareceu aos 45 do segundo tempo destruindo a nave Sanctum II, muitos outros Vingadores teriam morrido de forma trágica na batalha final contra o Thanos de 2014. Ela peitou o Titã Louco sozinha, impediu que ele estalasse os dedos e acabasse com a vida no UNIVERSO, resistiu aos golpes do Roxão e só pereceu ante uma pancada direta da Joia do Poder, que dizimou Xandar e precisou ter sua energia compartilhada entre 4 criaturas, sendo uma delas um Celestial, em Guardiões da Galáxia (2014). Se isso é “não fazer nada”, não quero nem saber o que vocês acham da participação do Ronan (Lee Pace) nos filmes da Marvel…

A verdade é que ela é sim uma personagem difícil de ser abordada nos cinemas, assim como é o Superman na DC. Quando disse na minha crítica de CM que ela tinha essa mesma Vibe, teve gente que se ofendeu. Mas é verdade, não tem como negar. Qualquer ameaça é quase irrelevante para esse tipo de personagem.

Por isso, a escolha dos roteiristas e dos Irmãos Russo de colocá-la apenas no finalzinho de Ultimato foi mais do que  acertada. Se ela aparecesse 10 minutos antes, era bem capaz de ter dado conta do exército de Thanos sozinha. Afinal ela é praticamente invencível.

Assim como foi a chegada do Superman no final de Liga da Justiça (2017), ela surge para encaminhar o fim da luta. A diferença é que o foco do embate final do filme da Liga era ter o Super como protagonista/raio de esperança para a formação e consolidação da equipe. O foco de Ultimato era encerrar a trajetória dos Vingadores originais. Então, para dar os holofotes aos ícones da década passada, os ícones da próxima década tiveram que ficar em segundo plano. E não tem problema nisso, eles cumpriram bem seu papel. Seja o Homem-Aranha, o Doutor Estranho, o Pantera Negra ou a Capitã Marvel. Sua missão era não atrapalhar os originais de resolverem efetivamente o problema com o Thanos, talvez até mesmo instigarem a formação de novas equipes no futuro. E isso foi feito, mas só implicaram com Carol Danvers.

“Ah, mas ela é arrogante”. Meu irmão, o Gavião Arqueiro é arrogante com a Feiticeira Escarlate em uma cena de A Era de Ultron (2015), e olha que seu poder é atirar flechas sem errar o alvo. Se você não implica com isso, mas se morde de raiva porque a criatura mais poderosa do Universo age de acordo com o que ela é, seu problema não é com a arrogância.

Enfim, a Capitã Marvel já foi introduzida no MCU como a personagem mais poderosa, goste ou não, e isso não deve mudar tão cedo. Até porque a aquisição das franquias que estavam com a FOX trazem muitas possibilidades para a expansão do Universo Cósmico da Marvel nos cinemas, e será necessário uma personagem poderosa para liderar essa empreitada de guerras espaciais.

Enquanto os Guardiões devem seguir um rumo mais de conclusão de saga com o Vol.3, Carol Danvers e seus amigos estão fresquinhos no MCU. Como diria Tony Stark: são “sangue novo”. Não adianta manter esse rancor pela personagem que deve ser a cara da Marvel pós-Vingadores, porque ela ainda vai aparecer muito por aí. E não esperem que ela seja a nova Capitã América, porque são personagens completamente diferentes. Steve foi um idealista desde o princípio. Um garoto humilde que alcançou seus poderes com sua simplicidade. Carol era uma excluída que teve de ralar muito para conseguir seu posto na Força Aérea. Steve tentou obter a aprovação militar, mas não conseguiu por ser doente e franzino. Carol teve seu caminho dificultado basicamente por ser mulher. São personagens diferentes que cresceram por motivações diferentes. O Capitão América surgiu porque um garoto queria ser útil, inflamado por sua inocência e ideal de um mundo melhor. A Capitã Marvel surgiu porque ela queria provar ao mundo que ela podia fazer o que os outros não queriam que ela fizesse. Entendem a diferença? São pesos distintos que criam personagens distintos. É claro que ela vai ser mais arrogante que o Capitão, ela passou por problemas e realidades diferentes antes de virar quem ela é. E cabe aos fãs aceitarem ou ignorarem.

Sério, é um Universo vasto, recheado de personagens incríveis. Você não tem que gostar de todos. Mas garanto que entender a abordagem do personagem nas telonas e parar de cobrar coisas bestas, como “sorrir mais, é muito mais divertido”.

Os Vingadores: Ultimato está em cartaz nos principais cinemas do Brasil.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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