sábado , 21 dezembro , 2024

Primeiras Impressões | 4ª temporada de ‘Only Murders in the Building’ é a MELHOR da série até agora

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Em pouco tempo desde sua estreia oficial lá em 2021, Only Murders in the Buildingsagrou-se uma das melhores séries originais da nova década e conquistou fãs ao redor do mundo. Criada por Steve Martin e John Hoffman, a trama acompanha três fãs inveterados de podcasts criminais que resolvem criar seu próprio programa para desvendarem a peculiar morte de um dos residentes do Arconia, um dos edifícios mais antigos e mais nobres de Nova York. Agora, depois de três temporadas de extremo sucesso, caminhamos para uma quarta iteração que, sem sombra de dúvida, pode se tornar a melhor da atração até agora.

Para aqueles que não se recordam, o ciclo anterior trouxe os nossos amados protagonistas, Charles (Martin), Mabel (Selena Gomez) e Oliver (Martin Short) resolvendo o mistério por trás do assassinato do ator Ben Glenroy (Paul Rudd), que foi envenenado e subsequentemente empurrado no poço do elevador do Arconia na noite de sua estreia na peça Death Rattle. Com as polêmicas circulando nessa atmosfera teatral, a produção foi cancelada, levando Oliver a entrar em uma crise existencial até uma nova oportunidade aparecer: um longa-metragem baseado no podcast que dá nome a série e que está em vias de ganhar vida pela Paramount Pictures.



Only Murders in the Building

Não demora muito até que o trio seja arrastado para a glamourosa e complexa vida de Hollywood, em que a excêntrica executiva Bev Melon (Molly Shannon) está apenas aguardando a cessão dos direitos de imagem – afinal, ela até mesmo já escolheu um elenco, que conta com Eva Longoria reimaginando Mabel, Eugene Levy no papel de Charles e Zach Galifianakis como Oliver. Todavia, as coisas não são tão simples quanto parecem e, à parte da animação derradeira de Oliver em finalmente ser reconhecido como merece, Mabel lida com problemas pessoais que podem colocá-la ainda mais no centro dos holofotes do show business, enquanto Charles lida com o estranho e evasivo comportamento de Sazz (Jane Lynch), uma de suas amigas mais antigas e que também serviu como sua dublê em Brazzos.

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Em meio a uma intrincada ambientação que esconde camadas em meio a uma estrutura “simples”, por assim dizer, é notável como as engrenagens se deslocam de maneira clara, comedida e intrigante em todos os aspectos – aparando alguns excessos e devaneios da temporada anterior e promovendo o que apenas podemos considerar como o melhor capítulo de estreia da obra. A ácida comédia finca-se em uma solidez invejável, enquanto possibilidades se abrem dentro de um terreno ambicioso e bastante metalinguístico – de maneira envolvente e bem pensada, esquivando-se das fórmulas a que estamos acostumados. E, como se não bastasse, as múltiplas referências a clássicos da sétima arte (óbvias ou não) auxiliam a nos engolfar em arcos poderosos e um melodrama que, há tempos, estava clamando por ganhar um espaço.

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Falar da atuação do elenco parece redundante a esse ponto, considerando o trabalho elogiado do trio principal e de todos os membros que permeiam o enredo. A química de Martin, Gomez e Short exala beleza das telinhas e parece não se perder em momento algum – nem mesmo nos percalços enfrentados na iteração predecessora -, garantindo que, mesmo na outra costa dos Estados Unidos, os problemas continuam a persegui-los; Shannon, uma das gênias da comédia contemporânea, entrega-se de corpo e alma a um papel que traz reminiscências de seu tempo na subestimada comédia ‘The Other Two’; e, é claro, a presença ilustre de Meryl Streep como Loretta Durkin, o par romântico de Oliver que agora alcança sucesso como atriz após anos sonhando com seu momento.

É preciso dar crédito à esplêndida direção de Hoffman, que também fica responsável pelo roteiro ao lado de Joshua Allen Griffith: diferente dos ocasionais exageros dos anos anteriores, aqui as pistas são colocadas em frente ao público e convidam-nos a participar como detetives, seja por pinceladas com os enquadramentos, seja pela luminescência de incursões que trazem aspectos do neo-noir revestidos com uma argamassa mais leve. Como se não bastasse, Hoffman se lança a construções dúbias que colocam em xeque o charme e a ostentação da elite hollywoodiana e a melancolia que se apodera dos protagonistas – em meio a tons mais sóbrios e menos tonificados, como vemos nas sequências em frente aos estúdios Paramount e no retorno de Charles, Mabel e Oliver à Nova York para investigar o desaparecimento de Sazz.

imagem 2024 08 28 081954709

Only Murders in the Building retorna com mais força do que nunca e alimenta nossas expectativas para o que tenho certeza de que será a temporada mais bem arquitetada até agora. E, se os dois primeiros atos do primeiro episódio não foram o suficiente para fisgá-lo, garanto que a belíssima e chocante cena final, que faz reverência a ‘Era Uma Vez no Oeste’, deixará o público à beira de um ataque de nervos, sedento para descobrir o que acontecerá na próxima semana.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Para aqueles que não se recordam, o ciclo anterior trouxe os nossos amados protagonistas, Charles (Martin), Mabel (Selena Gomez) e Oliver (Martin Short) resolvendo o mistério por trás do assassinato do ator Ben Glenroy (Paul Rudd), que foi envenenado e subsequentemente empurrado no poço do elevador do Arconia na noite de sua estreia na peça Death Rattle. Com as polêmicas circulando nessa atmosfera teatral, a produção foi cancelada, levando Oliver a entrar em uma crise existencial até uma nova oportunidade aparecer: um longa-metragem baseado no podcast que dá nome a série e que está em vias de ganhar vida pela Paramount Pictures.

Only Murders in the Building

Não demora muito até que o trio seja arrastado para a glamourosa e complexa vida de Hollywood, em que a excêntrica executiva Bev Melon (Molly Shannon) está apenas aguardando a cessão dos direitos de imagem – afinal, ela até mesmo já escolheu um elenco, que conta com Eva Longoria reimaginando Mabel, Eugene Levy no papel de Charles e Zach Galifianakis como Oliver. Todavia, as coisas não são tão simples quanto parecem e, à parte da animação derradeira de Oliver em finalmente ser reconhecido como merece, Mabel lida com problemas pessoais que podem colocá-la ainda mais no centro dos holofotes do show business, enquanto Charles lida com o estranho e evasivo comportamento de Sazz (Jane Lynch), uma de suas amigas mais antigas e que também serviu como sua dublê em Brazzos.

Em meio a uma intrincada ambientação que esconde camadas em meio a uma estrutura “simples”, por assim dizer, é notável como as engrenagens se deslocam de maneira clara, comedida e intrigante em todos os aspectos – aparando alguns excessos e devaneios da temporada anterior e promovendo o que apenas podemos considerar como o melhor capítulo de estreia da obra. A ácida comédia finca-se em uma solidez invejável, enquanto possibilidades se abrem dentro de um terreno ambicioso e bastante metalinguístico – de maneira envolvente e bem pensada, esquivando-se das fórmulas a que estamos acostumados. E, como se não bastasse, as múltiplas referências a clássicos da sétima arte (óbvias ou não) auxiliam a nos engolfar em arcos poderosos e um melodrama que, há tempos, estava clamando por ganhar um espaço.

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Falar da atuação do elenco parece redundante a esse ponto, considerando o trabalho elogiado do trio principal e de todos os membros que permeiam o enredo. A química de Martin, Gomez e Short exala beleza das telinhas e parece não se perder em momento algum – nem mesmo nos percalços enfrentados na iteração predecessora -, garantindo que, mesmo na outra costa dos Estados Unidos, os problemas continuam a persegui-los; Shannon, uma das gênias da comédia contemporânea, entrega-se de corpo e alma a um papel que traz reminiscências de seu tempo na subestimada comédia ‘The Other Two’; e, é claro, a presença ilustre de Meryl Streep como Loretta Durkin, o par romântico de Oliver que agora alcança sucesso como atriz após anos sonhando com seu momento.

É preciso dar crédito à esplêndida direção de Hoffman, que também fica responsável pelo roteiro ao lado de Joshua Allen Griffith: diferente dos ocasionais exageros dos anos anteriores, aqui as pistas são colocadas em frente ao público e convidam-nos a participar como detetives, seja por pinceladas com os enquadramentos, seja pela luminescência de incursões que trazem aspectos do neo-noir revestidos com uma argamassa mais leve. Como se não bastasse, Hoffman se lança a construções dúbias que colocam em xeque o charme e a ostentação da elite hollywoodiana e a melancolia que se apodera dos protagonistas – em meio a tons mais sóbrios e menos tonificados, como vemos nas sequências em frente aos estúdios Paramount e no retorno de Charles, Mabel e Oliver à Nova York para investigar o desaparecimento de Sazz.

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Only Murders in the Building retorna com mais força do que nunca e alimenta nossas expectativas para o que tenho certeza de que será a temporada mais bem arquitetada até agora. E, se os dois primeiros atos do primeiro episódio não foram o suficiente para fisgá-lo, garanto que a belíssima e chocante cena final, que faz reverência a ‘Era Uma Vez no Oeste’, deixará o público à beira de um ataque de nervos, sedento para descobrir o que acontecerá na próxima semana.

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