domingo , 22 dezembro , 2024

Crítica| Catherine, the Great – Ótima minissérie, mas requer conhecimento prévio

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Catherine, the Great’ é uma bela e ótima minissérie, que requer conhecimento prévio sobre o assunto. E, se você não sabe do que se trata (e tá tudo bem, afinal, a gente não tem obrigação nenhuma de conhecer a história de todos os países), recomenda-se uma leitura prévia da história para se contextualizar. Isto porque o espectador desavisado pode querer assistir à trama imaginando ser mais um capítulo da inesgotável realeza britânica. Não é o caso. ‘Catherine, the Great’ se passa na Rússia.



Em 1762, seis meses após o czar Pedro III suceder ao trono da Rússia, ele foi com suas tropas para a Finlândia, deixando sua esposa, Catarina, sozinha em São Petersburgo. Só que a guarda imperial se insurgiu e deu um golpe de estado, no qual o amante da rainha, Gregório Orlov, assassinou Pedro III, e a guarda declarou Catarina a nova sucessora do trono, mesmo ela não tendo nenhuma linhagem direta com os Romanov. A partir daí, a Rússia prosperou bastante, mas os insatisfeitos com o desrespeito à linhagem ancestral dos czares russos mantiveram-se sempre à espreita, conspirando para tentar fazer o trono voltar a quem seria o herdeiro de fato: Ivan VI, primo de Pedro III, ou Paulo, filho legítimo de Catarina e Pedro III.

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Dito isto, é nesse contexto que o primeiro episódio da minissérie começa, e alguma coisa dessa história toda é explicada, bem aos poucos, ao longo deste capítulo. Apesar de esperar que o espectador tenha conhecimento da história dos czares da Rússia, o roteiro de Nigel Williams é bem construído, apresentando os personagens com bastante familiaridade, como se nós, espectadores, tivéssemos pulado toda a parte chata da história e chegássemos direto na parte sórdida, de traições, romances ocultos e intrigas constantes.

Como era de se esperar, o figurino, a caracterização e os cenários são belíssimos, com detalhes requintados e calculados em cada detalhe, com potencial para algumas indicações de prêmios. E a atuação da competentíssima Helen Mirren no papel principal comprova a versatilidade da atriz, que se mostra segura como uma líder suprema forte e consciente de cada movimento dado, mas que ainda mantém sua feminilidade e sua capacidade de se divertir justamente por concentrar o poder em suas mãos.

Com apenas quatro episódios, a minissérie faz um recorte na vida da soberana, contando apenas o período do seu mandato. Isso dá oportunidade ao roteiro de jogar luz sobre o fato de que, apesar de soberana de um enorme e potente império, Catherine passou todo o seu mandato sendo questionado por homens que fizeram de tudo para tirá-la do poder, inclusive seu próprio filho. E o quanto ela encontrou conforto em seu namorado, o soldado Grigory Potemkin.

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Janda Montenegrohttp://cinepop.com.br
Escritora, autora de 6 livros, roteirista, assistente de direção. Doutora em Literatura Brasileira Indígena UFRJ.

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Catherine, the Great’ é uma bela e ótima minissérie, que requer conhecimento prévio sobre o assunto. E, se você não sabe do que se trata (e tá tudo bem, afinal, a gente não tem obrigação nenhuma de conhecer a história de todos os países), recomenda-se uma leitura prévia da história para se contextualizar. Isto porque o espectador desavisado pode querer assistir à trama imaginando ser mais um capítulo da inesgotável realeza britânica. Não é o caso. ‘Catherine, the Great’ se passa na Rússia.

Em 1762, seis meses após o czar Pedro III suceder ao trono da Rússia, ele foi com suas tropas para a Finlândia, deixando sua esposa, Catarina, sozinha em São Petersburgo. Só que a guarda imperial se insurgiu e deu um golpe de estado, no qual o amante da rainha, Gregório Orlov, assassinou Pedro III, e a guarda declarou Catarina a nova sucessora do trono, mesmo ela não tendo nenhuma linhagem direta com os Romanov. A partir daí, a Rússia prosperou bastante, mas os insatisfeitos com o desrespeito à linhagem ancestral dos czares russos mantiveram-se sempre à espreita, conspirando para tentar fazer o trono voltar a quem seria o herdeiro de fato: Ivan VI, primo de Pedro III, ou Paulo, filho legítimo de Catarina e Pedro III.

Dito isto, é nesse contexto que o primeiro episódio da minissérie começa, e alguma coisa dessa história toda é explicada, bem aos poucos, ao longo deste capítulo. Apesar de esperar que o espectador tenha conhecimento da história dos czares da Rússia, o roteiro de Nigel Williams é bem construído, apresentando os personagens com bastante familiaridade, como se nós, espectadores, tivéssemos pulado toda a parte chata da história e chegássemos direto na parte sórdida, de traições, romances ocultos e intrigas constantes.

Como era de se esperar, o figurino, a caracterização e os cenários são belíssimos, com detalhes requintados e calculados em cada detalhe, com potencial para algumas indicações de prêmios. E a atuação da competentíssima Helen Mirren no papel principal comprova a versatilidade da atriz, que se mostra segura como uma líder suprema forte e consciente de cada movimento dado, mas que ainda mantém sua feminilidade e sua capacidade de se divertir justamente por concentrar o poder em suas mãos.

Com apenas quatro episódios, a minissérie faz um recorte na vida da soberana, contando apenas o período do seu mandato. Isso dá oportunidade ao roteiro de jogar luz sobre o fato de que, apesar de soberana de um enorme e potente império, Catherine passou todo o seu mandato sendo questionado por homens que fizeram de tudo para tirá-la do poder, inclusive seu próprio filho. E o quanto ela encontrou conforto em seu namorado, o soldado Grigory Potemkin.

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