Primeira produção original do novo Universo DC, Comando das Criaturas estreou na última semana e vem seguindo o formato de um novo episódio sendo lançado a cada semana. Criada, escrita e dirigida por James Gunn, série é uma animação para maiores sobre um grupo de vilões desajustados que precisam cumprir missões secretas para o governo dos EUA.
Parece repetido? Pois é, a trama é exatamente a mesma de O Esquadrão Suicida (2021), também escrito e dirigido por Gunn. Na verdade, a série é uma continuação do filme, já que a principal motivação para a criação do Comando das Criaturas é uma proibição do governo ao uso de presidiários humanos em missões suicidas. Porém, Amanda Waller (Viola Davis) encontra uma brecha no veto e forma um time composto por presidiários que não se encaixam exatamente nos conceitos de humanos. Assim, ela junta a Noiva, Robô Recruta, Dr. Fósforo, Fuinha e Nina Mazursky em um time liderado pelo pai do Rick Flagg – que também se chama Rick Flagg.
Sua missão é proteger a futura rainha de um país carregado de petróleo que está sob ameaça de uma amazona. O interesse é que a princesa mantenha a promessa de firmar parceria com os EUA para a exploração dos recursos naturais do país, obviamente. Mas, conforme o esperado, os primeiros episódios mostram a equipe se odiando e tendo dificuldade em trabalhar, o que rende momentos divertidos e cheios de situações politicamente incorretas – que combinam perfeitamente com o grupo.
O único problema da série até aqui é essa sensação de “já vi isso antes”. É a terceira produção comandada por Gunn no Universo DC, e acaba que ela é exatamente igual as duas anteriores. Em essência, é O Esquadrão Suicida e O Pacificador (2022) tudo de novo.
Ainda assim, por mais repetitivo que seja, funciona muito bem. O diretor sabe como pouquíssimos no cinema trabalhar essas equipes disfuncionais compostas por excluídos e personagens de menor apelo. Ele apostou na segurança para lançar seu primeiro projeto original no DCU, só que isso liga um alerta.
Gunn não é mais “apenas” um diretor da DC. Ele é a mente criativa por trás de todo esse universo. Sua insistência em personagens menos conhecidos seguindo a mesma premissa pode causar desconfiança nos fãs, que esperam uma mudança completa nos rumos do Universo DC. A prova de fogo será Superman, que estreará em 2025.
Enfim, a animação traz traços menos regulares, dando um jeitão mais cartunesco, que casa bem com a proposta dos personagens. Eles também flertam com o humor Looney Tunes mesclado com a ação típica das animações de super-heróis. É bem divertido.
Vale lembrar também que mesmo sendo uma animação, essa série já integra o novo Universo DC. Inclusive, nas possíveis adaptações em live action, o elenco será o mesmo. O que é um bom sinal, porque eles estão ótimos nos personagens.
Bom, com personagens carismáticos e muita ação, Comando das Criaturas não é surpreendente, mas é bem feito. Ao longo das próximas semanas, vamos ver se a série cairá nas armadilhas da trama repetida, causando a incômoda sensação de redundância, ou se encontrará novos caminhos.