Ânimos à flor da pele e uma salivante corrida contra o tempo marcam a missão inaugural de Falcão e o Soldado Invernal, a segunda série original do MCU. Em meio a uma alucinante jornada heroica, a produção do Disney+ é exatamente aquilo que os fãs dos quadrinhos tanto sentem falta nos cinemas: Uma sinestésica experiência explosiva que aguça os nossos sentidos e nos faz delirar em meio à subsequentes cenas de ação bem arquitetadas e precisamente coreografadas.
A série criada por Malcolm Spellman e dirigida por Kari Skogland mostra a que veio logo em seus primeiros oito minutos. Não poupando recursos financeiros, tão pouco qualidade técnica, o episódio de abertura é performático e preenche aquele vazio deixado por Vingadores: Ultimato nas telonas. Com uma mixagem de som pulsante, que invade os nossos ouvidos e faz as caixas de som saltarem como sempre amamos perceber nos cinemas, a série nos leva para uma trajetória imersiva, em uma sequência de ação que mal nos deixa respirar. Caótica, enérgica e agitada, a cena em questão já se apresenta como a resposta dos anseios daqueles fãs mais tradicionais dos filmes da Marvel, que custaram a se adaptar aos primeiros e misteriosos episódios de WandaVision.
Mas Falcão e o Soldado Invernal também cruza as barreiras do básico combo Marvel, explorando um pouco mais a fundo a complexidade de seus dois protagonistas, aqui vividos por Anthony Mackie e Sebastian Stan. fazendo isso com um toque maior de leveza, muita profundidade e mais bom humor, a série nos leva novamente para a psique do Soldado Invernal, à medida que nos toma pela mão para conhecer as origens de Falcão. Seus backgrounds distintos logo apresentados no primeiro capítulo já anunciam o prenúncio de um bromance às avessas, que deve render aqueles deliciosos conflitos cômicos que já pudemos perceber em seus teasers, comerciais e trailers – em meio à poderosas reflexões psicológicas e emocionais.
Com episódios que duram pouco mais de meia hora de duração (são 10 minutos só de créditos finais!), Falcão e o Soldado Invernal nada perde para as produções cinematográficas de “alto escalão” da Marvel. Provando mais uma vez que o foco da Disney e – logo – da Marvel Studios é investir em seus projetos no formato de streaming, a série é lindamente executada em toda a sua tecnicidade. Rica em seus efeitos visuais e completa em direção e fotografia, a produção é de encher os olhos e traz um visual colorido, à medida em que sabe explorar a luz natural e os contrastes, oferecendo um produto atraente em toda a sua concepção.
Ainda pode ser cedo afirmar, mas a mais nova série do MCU promete proporcionar intensos momentos de conflitos, cenas de luta corpo a corpo performadas como um ballet agressivo e sacadinhas cômicas que devem servir como um alívio e respiro na trama. Apresentando várias gadgets tecnológicas que nos fazem suspirar pelos tempos em que ainda tínhamos o Homem de Ferro nos cinemas, Falcão e o Soldado Invernal é aquele pedacinho que estava faltando no coração dos fãs de quadrinhos e que agora será devidamente preenchido com muito tiro, porrada e bomba. E dessa vez, indo bem mais além da censura PG-13.