Alguns diriam que Making The Cut seria apenas uma estratégia capitalista da Amazon de fomentar o consumo da indústria da moda dentro de sua própria plataforma. Independente de quais sejam as reais motivações de Jeff Basos, é inegável que o reality show que aposta em novos estilistas tem sido fundamental para dar voz à artistas excelentes com pouquíssima visibilidade. E criando aquela atmosfera exageradamente dramática que tanto amamos neste gênero, a série produzida e apresentada por Heidi Klum e Tim Gunn continua sendo uma deliciosa experiência fashionista que, à medida que nos leva aos bastidores da indústria, ainda consegue se tornar aquele entretenimento chiclete que nos prende a cada no episódio.
Com uma leva ainda mais diversa de participantes vindos dos quatro cantos do mundo, a 3ª temporada chega com uma inesperada surpresa, trazendo entre os competidores um jovem e talentoso estilista brasileiro. Com uma visão criativa excepcional que logo de início o destaca dentre os demais, Rafael é a cara de um país onde muitos não dominam o inglês, mas que nem por isso deixam a barreira do idioma se tornar um obstáculo para o sucesso. Trocando as palavras e com dificuldade de se expressar corretamente em vários momentos, ele faz de seus designs o seu maior tradutor. Por meio de suas peças – que na maioria das vezes são impecáveis -, o brasileiro chama a atenção por sua habilidade em criar estilos diversos que exalam a brasilidade de forma atemporal e universal.
E a nova temporada, que ainda conta com Nicole Richie como uma das juradas, segue sendo aquele tipo de reality show que nos toma pela emoção. Com uma clássica edição planejada para elevar as tensões e os conflitos, a produção é feita para quem ama muito a moda e não perde uma oportunidade de curtir programas de variedades. Sem muita inovação em seu formato, Making The Cut consegue se comunicar muito bem com a audiência justamente por permitir que o público adquira os chamados “looks acessíveis”, direto do site da Amazon. Para um fashionista, essa é a oportunidade ideal para apoiar novos estilistas, à medida em que adquire peças singulares.
Retornando com 8 episódios de quase uma hora de duração, o novo ciclo não perde seu sabor e se consolida como um dos programas de variedades mais divertidos da atualidade. Sempre pautado pelo carisma de Heidi e Tim – que trabalham juntos nesse segmento há anos -, Making The Cut não é um reality show despretensioso e sem propósito. Ajudando empreendedores de pequeno e médio porte a conquistarem o mercado da moda, a série é uma divertida janela de oportunidades para artistas que tantas vezes passam despercebidos pela indústria.