Lançada na última semana, Skeleton Crew é a nova série original Disney+ do universo Star Wars. Ao longo dos últimos anos, parece ter havido um excesso de lançamentos de produções relacionadas a saga, seja nos cinemas ou no streaming. O problema é que a falta de consenso sobre a qualidade dessas empreitadas acabou desgastando a franquia para alguns fãs. Porém, os que ‘largaram o barco’ estão perdendo algumas produções realmente interessantes desse universo. Séries como The Mandalorian e Andor elevaram o status da saga ao apostarem no lado mais western e político dessa galáxia.
Com tramas curiosas e bem trabalhadas, essas produções vieram para trazer sorrisos aos fãs do lado mais adulto da Guerra nas Estrelas. No entanto, Skeleton Crew aposta em outra faceta que fez de Star Wars o fenômeno que é até os dias de hoje: o deslumbramento infantil.
Com episódios lançados semanalmente (toda terça-feira a partir das 23h), a série conta a história de um grupo de crianças que encontra uma espaçonave carregada de ouro e acaba viajando sem rumo pela galáxia. Tentando voltar para casa, a molecada acaba parando em um porto de piratas, que vão tentar de tudo para levarem o dinheiro dos pequenos. O que os bandidos não esperavam era que Jod Na Nawood (Jude Law), um contrabandista sensível à Força, apareceria para ajudar os pimpolhos por aí.
Os dois primeiros episódios foram extremamente divertidos, embora tenham durações bastante diferentes. O primeiro tem quase 1h de duração, enquanto o segundo gira em torno de 30 minutos. Mas em momento algum os capítulos ficam cansativos. Na verdade, todos eles terminam com aquele gostinho de “quero mais”.
E por ser protagonizado por um elenco infantil bastante carismático, incluindo o sensacional Neel (Robert Timothy Smith), que é uma fofura, a série consegue divertir todos os públicos. Trabalhado na imagem do ‘tadinho’, o Neel é uma criança alienígena medrosa que só quer voltar para o conforto do lar, com seus pais e irmãozinhos. Toda aparição dele é incrível. E faz um contraste realmente divertido com o pequeno Wim (Ravi Cabot-Conyers), um ousado e sonhador jovem, cuja meta de vida é ser um Jedi. Ele é impulsivo, inconsequente e otimista. É uma duplinha que funciona muito em tela, porque Wim arruma as furadas e o pobre do Neel vai junto, naquele bom estilo Drake & Josh.
É muito nítida a influência dos clássicos dos anos 80 na série, principalmente de Os Goonies (1985). Por conta disso, é uma produção com ritmo e temáticas perfeitos para toda a família. É o Star Wars ‘raiz’, que conquistou a molecada dos anos 70, voltando para cativar uma nova geração que mal podia esperar para se encantar com esse universo.
Diferentemente das últimas produções da saga, Skeleton Crew tem uma trama mais isolada do resto do universo compartilhado. Ou seja, mesmo que sofra influência dos filmes clássicos, não parece haver pressão nenhuma em conectar sua história com a família Skywalker ou coisa do tipo. E cá entre nós, é bom curtir uma produção desse universo tão rico que enfim entendeu que não precisa apelar para os personagens já conhecidos. Ao que parece, essa série tem vontade e conteúdo para se sustentar sozinha. É muito promissora!