sexta-feira , 22 novembro , 2024

Primeiras impressões | Terceira e última temporada de Dark é ótima, tocante e desafiadora (SEM SPOILERS)

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Uma das séries mais ambiciosas e envolventes da atualidade, Dark chega para sua terceira e última temporada no próximo dia 27 de junho – mesma data do apocalipse/fim do ciclo temporal. O CinePOP já conferiu os oito episódios da temporada e traz aqui suas primeiras impressões. E o mais importante: SEM SPOILERS! Uma crítica completa será publicada junto com a estreia.

Lançada em 2017, a produção foi vendida como a “Stranger Things alemã”. A trama com elementos de ficção científica, o elenco jovem e a premissa inicial focada no desaparecimento de um garoto foram os motivos básicos para tal comparação. Mas logo foi possível perceber que a série era muito diferente da nostálgica produção norte-americana estrelada por Millie Bobby Brown e companhia. 



Criada por Baran bo Odar e Jantje Friese, a série alemã quebrou a cabeça de muita gente em suas duas primeiras temporadas ao oferecer um labirinto temporal em que pessoas viajam pelo tempo tentando evitar ou causar o apocalipse. Um emaranhado de situações inusitadas e paradoxos temporais – como o fato de Jonas (Louis Hofmann) ser filho de Mikkel (que é mais novo que ele) ou Charlotte (Karoline Eichhorn) ser filha da própria filha – quebrou a cabeça dos fãs e proporcionou uma infinidade de teorias ou discussões em redes sociais e fóruns.

Ao final da segunda temporada, Dark ofereceu um caminho ainda mais ousado e desafiador, inserindo um multiverso em meio ao cenário de viagens no tempo. Para quem não lembra, o segundo ano termina com Adam (Dietrich Hollinderbäumer) matando Martha (Lisa Vicari) na frente de Jonas logo antes de encerrarem um novo ciclo temporal. É quando uma outra Martha entra em cena, e revela a Jonas que é de outro mundo. 

A terceira temporada começa no momento em que a anterior terminou, com Jonas seguindo com a outra Martha para seu mundo. De forma inteligente, a série dedica todo seu primeiro episódio da temporada a apresentar este novo universo. Além de descobrirmos mais sobre o mundo paralelo – repleto de peculiaridades -, temos a confirmação de que o vínculo entre Jonas e Martha não respeita limites de tempo ou espaço, obviamente se colocando como elemento fundamental de toda a série.

Nos episódios seguintes, vamos descobrindo os paradeiros de outros personagens que sobreviveram o apocalipse, como Hannah (Maja Schöne), Katharina (Jördis Triebel), Franziska (Gina Stiebitz), Bartosz (Paul Lux), Magnus (Moritz Jahn), Claudia (Julika Jenkins) e o próprio Jonas do futuro. Além de viajar entre anos, a série passa a navegar entre os dois universos. É interessante notar que os efeitos de transição de cenas mudam quando pulamos do mundo de Jonas para o de Martha, o que ajuda na compreensão por parte do espectador.

Falando em compreensão, Dark segue sendo uma obra bem desafiadora. Além dos conceitos sobre viagem no tempo e multiverso, a série aborda elementos como linhas do tempo, realidades sobrepostas, emaranhamento quânticos e até conceitos como o Gato de Schrödinger. Tudo isso que, unido ao fato de ser toda falada em alemão, torna impossível acompanhar sem dar a devida atenção.

Em seus 16 primeiros episódios, a produção ofereceu uma teia complexa de situações trágicas e traumas familiares. Como não poderia deixar de ser, isso continua nos derradeiros oito capítulos. Não falta tragédia em Dark. O que não significa que não exista beleza. Pelo contrário, a série conseguiu apresentar um desfecho excelente, que é ao mesmo tempo triste, encantador e satisfatório. 

O espectador que espera por respostas para todas as perguntas colocadas nos últimos anos, talvez fique um pouco decepcionado. O que fica bem claro ao caminhar da temporada final é que a intenção não é satisfazer todas as teorias de fãs ou oferecer soluções para todos os mistérios presentes até então. Numa jornada à lá The Leftovers, a série parece mais interessada em explorar seu caminho do que a apenas dar respostas. Dark dá sim muitas respostas sobre a jornada de Jonas e Martha, mas também deixa portas abertas. Não porque pode ganhar uma continuação, mas porque nem tudo precisa mesmo de resposta.

Com oito episódios de aproximadamente uma hora de duração, a série segue tratando de muitos temas e abordado inúmeros personagens. Este, por sinal, é um diferencial da saga. Em meio a tantos cenários entrelaçados, uma produção normal talvez focasse em poucos personagens para não confundir o público. Já Dark aposta na atenção de seus fãs. Num universo de séries que parece cada vez menos disposto a desafiar o espectador, é sempre refrescante ver uma obra que parece até exagerar neste sentido.

Embora tenham seus momentos de casal, Jonas e Martha formam mais do que um par romântico. Eles são vida e alma da série, e isso é levado às últimas consequências na temporada final, principalmente ao oferecer a cada um seu próprio universo. Os fãs irão se deliciar ao capturar paralelos entre as vidas dos protagonistas, que vão desde a forma como se colocam na jornada temporal ao figurino. Quem viu o trailer da temporada pôde notar que é Martha quem usa um agasalho amarelo em seu mundo.

Por mais que seja reconhecida por seu roteiro peculiar, a série não seria a mesma sem seus ótimos trabalhos de direção de arte, figurino, maquiagem e trilha sonora – instrumental e seleção musical (com canções em sua maioria de língua inglesa, que facilitam a absorção emocional das cenas). E não há como deixar de destacar o elenco, principalmente as belas atuações de Louis Hofmann e Lisa Vicari como Jonas e Martha.  

Luz e sombra, causa e efeito, começo e final… Dark encontra beleza na jornada para entregar um fim que promete emocionar quem se envolveu com a saga até aqui.  

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Lançada em 2017, a produção foi vendida como a “Stranger Things alemã”. A trama com elementos de ficção científica, o elenco jovem e a premissa inicial focada no desaparecimento de um garoto foram os motivos básicos para tal comparação. Mas logo foi possível perceber que a série era muito diferente da nostálgica produção norte-americana estrelada por Millie Bobby Brown e companhia. 

Criada por Baran bo Odar e Jantje Friese, a série alemã quebrou a cabeça de muita gente em suas duas primeiras temporadas ao oferecer um labirinto temporal em que pessoas viajam pelo tempo tentando evitar ou causar o apocalipse. Um emaranhado de situações inusitadas e paradoxos temporais – como o fato de Jonas (Louis Hofmann) ser filho de Mikkel (que é mais novo que ele) ou Charlotte (Karoline Eichhorn) ser filha da própria filha – quebrou a cabeça dos fãs e proporcionou uma infinidade de teorias ou discussões em redes sociais e fóruns.

Ao final da segunda temporada, Dark ofereceu um caminho ainda mais ousado e desafiador, inserindo um multiverso em meio ao cenário de viagens no tempo. Para quem não lembra, o segundo ano termina com Adam (Dietrich Hollinderbäumer) matando Martha (Lisa Vicari) na frente de Jonas logo antes de encerrarem um novo ciclo temporal. É quando uma outra Martha entra em cena, e revela a Jonas que é de outro mundo. 

A terceira temporada começa no momento em que a anterior terminou, com Jonas seguindo com a outra Martha para seu mundo. De forma inteligente, a série dedica todo seu primeiro episódio da temporada a apresentar este novo universo. Além de descobrirmos mais sobre o mundo paralelo – repleto de peculiaridades -, temos a confirmação de que o vínculo entre Jonas e Martha não respeita limites de tempo ou espaço, obviamente se colocando como elemento fundamental de toda a série.

Nos episódios seguintes, vamos descobrindo os paradeiros de outros personagens que sobreviveram o apocalipse, como Hannah (Maja Schöne), Katharina (Jördis Triebel), Franziska (Gina Stiebitz), Bartosz (Paul Lux), Magnus (Moritz Jahn), Claudia (Julika Jenkins) e o próprio Jonas do futuro. Além de viajar entre anos, a série passa a navegar entre os dois universos. É interessante notar que os efeitos de transição de cenas mudam quando pulamos do mundo de Jonas para o de Martha, o que ajuda na compreensão por parte do espectador.

Falando em compreensão, Dark segue sendo uma obra bem desafiadora. Além dos conceitos sobre viagem no tempo e multiverso, a série aborda elementos como linhas do tempo, realidades sobrepostas, emaranhamento quânticos e até conceitos como o Gato de Schrödinger. Tudo isso que, unido ao fato de ser toda falada em alemão, torna impossível acompanhar sem dar a devida atenção.

Em seus 16 primeiros episódios, a produção ofereceu uma teia complexa de situações trágicas e traumas familiares. Como não poderia deixar de ser, isso continua nos derradeiros oito capítulos. Não falta tragédia em Dark. O que não significa que não exista beleza. Pelo contrário, a série conseguiu apresentar um desfecho excelente, que é ao mesmo tempo triste, encantador e satisfatório. 

O espectador que espera por respostas para todas as perguntas colocadas nos últimos anos, talvez fique um pouco decepcionado. O que fica bem claro ao caminhar da temporada final é que a intenção não é satisfazer todas as teorias de fãs ou oferecer soluções para todos os mistérios presentes até então. Numa jornada à lá The Leftovers, a série parece mais interessada em explorar seu caminho do que a apenas dar respostas. Dark dá sim muitas respostas sobre a jornada de Jonas e Martha, mas também deixa portas abertas. Não porque pode ganhar uma continuação, mas porque nem tudo precisa mesmo de resposta.

Com oito episódios de aproximadamente uma hora de duração, a série segue tratando de muitos temas e abordado inúmeros personagens. Este, por sinal, é um diferencial da saga. Em meio a tantos cenários entrelaçados, uma produção normal talvez focasse em poucos personagens para não confundir o público. Já Dark aposta na atenção de seus fãs. Num universo de séries que parece cada vez menos disposto a desafiar o espectador, é sempre refrescante ver uma obra que parece até exagerar neste sentido.

Embora tenham seus momentos de casal, Jonas e Martha formam mais do que um par romântico. Eles são vida e alma da série, e isso é levado às últimas consequências na temporada final, principalmente ao oferecer a cada um seu próprio universo. Os fãs irão se deliciar ao capturar paralelos entre as vidas dos protagonistas, que vão desde a forma como se colocam na jornada temporal ao figurino. Quem viu o trailer da temporada pôde notar que é Martha quem usa um agasalho amarelo em seu mundo.

Por mais que seja reconhecida por seu roteiro peculiar, a série não seria a mesma sem seus ótimos trabalhos de direção de arte, figurino, maquiagem e trilha sonora – instrumental e seleção musical (com canções em sua maioria de língua inglesa, que facilitam a absorção emocional das cenas). E não há como deixar de destacar o elenco, principalmente as belas atuações de Louis Hofmann e Lisa Vicari como Jonas e Martha.  

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