O ano de 2011 chega ao fim, e o CinePOP traz uma retrospectiva, com seus altos e baixos cinematográficos. Pra começar, não podemos deixar de citar alguns nomes que se destacaram, como Ryan Gosling. O jovem canadense, aportou 4 vezes nas telas brasileiras; com o drama romântico Namorados para Sempre, Entre Segredos e Mentiras, a comédia romântica Amor a toda Prova e o novo longa de George Clooney, Tudo Pelo Poder (que estreia esta semana nos cinemas).
Mas, sem esquecer do aguardadíssimo Drive, que estreia na primeira semana de 2012 e que deu uma palhinha no Festival do Rio criando expectativa em sua estreia. O filme é estrelado também pela talentosa Carey Mulligan – que esteve em cartaz este ano com o drama científico Não me abandone Jamais, e que está no conceituado Shame, com Michael Fassbender.
Além de Gosling, outro nome ganhou destaque este ano foi o realizador J.J. Abrams. O roteirista de sucessos como Armaggedon, teve duas grandes contribuições cinematográficas, primeiro dirigindo Super 8 – uma aventura gooniana, produzida por Steven Spielberg e estrelada por Elle Fanning; e na produção de Missão : Impossível – Protocolo Fantasma, que estreia nesta quarta (21/12) nos cinemas. Ambas as produções, tiveram cópias disponveis em IMAX, tornando a ação muito mais envolvente. E por citar Elle Fanning, esta jovem foi uma das mais requisitadas, com os simplórios Um Lugar Qualquer (Sofia Coppola) e Compramos um Zoológico (Cameron Crowe) e no já citado Super 8.
Melhores que o esperado…
Mais surpresas e revelações rechearam os cinemas, como o remake do romance vampiresco sueco Deixa Ela Entrar. E também os thrillers de ação Sem Limites, protagonizado pelo novo handsome hunk de Hollywood Bradley Cooper; Contra o Tempo, com Jake Gyllenhall e Vera Farmiga e Planeta dos Macacos: A Origem, este estrelado por James Franco. Não só de thrillers e ficção científica viveu o cinema, uma comédia nonsense no melhor estilo woodyalleniano também encantou os espectadores, Meia Noite Em Paris mostra Allen e seu velho estilo. E adicionando às grandes estreias, um drama espetacular de Terrence Malik, surpreendeu os cinéfilos e dividiu entre os que embarcaram na “viagem” do diretor e os que não gostaram nem um pouco de sua fragmentação na narrativa, Árvore da Vida foi uma das grandes estreias de 2011, um longa que trata do início da vida utilizando a famosa dialética na montagem. Enquanto um mostra o início da vida, o outro mostra o fim dela. Melancolia, do controverso Lars Von Trier, foi uma das decepções do ano. Vamos falar de longas mais animados?
Melancolia
Animação
Pois no gênero infantil, as produções foram bem animadas. Algumas franquias ganharam sequências (Carros 2, Happy Feet 2, Kung Fu Panda 2 e Deu a Louca na Chapeuzinho 2); porém foram as novas que chamaram atenção pela originalidade na temática e novas possibilidades técnicas com o uso do 3D, com animações como: Rio (Carlos Saldanha), Rango (com voz de Johnny Depp), As Aventuras de Sammy (uma animação belga) e O Gato de Botas (criado pelos mesmos realizadores de Shrek e dublado por Antonio Banderas, que veio ao Rio de Janeiro lançar a produção). Elton John se aventurou numa produção animada com Gnomeu e Julieta, e também assinou a trilha sonora, com seus maiores hits; e pra fechar a lista de animados, o dramático O Mágico, do mesmo diretor de As Bicicletas de Belleville.
Recordar é viver
Apesar de terem sido criados novos personagens, 2011 contou com a nostalgia. Alguns dos heróis animados da infância de muitos adultos, ganharam uma versão repaginada, o caso do clássico O Rei Leão, que voltou na telona agora em versão 3D. Os Muppets, Manda-Chuva, Os Smurfs, O Ursinho Pooh e Zé Colmeia foram alguns dos desenhos oitentistas que também tiveram um retorno triunfal, com longas para toda a família. Não só os desenhos ganharam novas versões cinematográficas, os heróis dos quadrinhos também. Este foi o ano dos superheróis da Marvel Capitão América e Thor, e que voltarão ano que vem em Os Vingadores. Lanterna Verde e Besouro Verde ganharam singulares adaptações, decepcionando alguns fãs. Já X-Men: Primeira Classe, revelou o início da amizade entre Xavier e Eric, interpretados por James McAvoy e Michael Fassbender. Resta aguardar 2012 com Batman, Homem Aranha, Homem de Ferro, Sherlock Holmes e Os Vingadores.
Os Smurfs
Mata-me de Rir
Este foi o ano das comédias, Quero Matar Meu Chefe – estrelado por Jennifer Aniston, Jason Bateman, Colin Farrell e Kevin Spacey – surpreendeu com seu roteiro irreverente e único. Se Beber Não Case 2 repetiu a fórmula e o roteiro de sua primeira parte, mas mesmo assim não fez feio. O cinema nacional também apostou na comédia, mas pisou na bola. Com Cilada.Com, Bruno Mazzeo tenta repetir o sucesso do seriado, mas erra na dosagem do romance; Malu de Bicicleta também erra com os exageros hollywoodianos; Elvis e Madonna, mostra o romance entre um travesti e uma lésbica, mas o freak enterteinment não embalou os espectadores; Qualquer Gato Vira Lata aposta também na comédia romântica e desanda.
Verde e Amarelo
Não Se Preocupe Nada Vai dar Certo, Amanhã Nunca Mais, Família Vende Tudo, Assalto Ao Banco Central, Brasil Animado 3D e As Mães de Chico Xavier foram algumas das framboesas nacionais. Mas também tivemos ótimas produções, como os independentes que surpreenderam os cinéfilos: Bróder, 180º e Riscado; o infantil Uma Professora Muito Maluquinha, a comédia romântica Homem do Futuro – protagonizado por Wagner Moura e Alinne Moraes -, o conceituado documentário Lixo Extraordinário, o jovem Desenrola e as duas grandes estreias do ano: Bruna Surfistinha e O Palhaço.
Bruna Surfistinha
Premios e Sequências
O ano iniciou, com os indicados ao Oscar: Cisne Negro, 127 horas, O Discurso do Rei, O Vencedor e Inverno na Alma. Outro oscarizado, Steven Soderbergh também contagiou os cinemas, com seu thriller Contágio – que contava com uma constelação de atores: Kate Winslet, Jude Law, Lawrence Fishburne, Marion Cottillard, Matt Damon e Gwyneth Paltrow. Sem esquecer das continuações: Premonição 5 – em 3D, Transformers: O Lado Oculto da Lua, Pânico 4 – num retorno sarcástico e divertido – e Atividade Paranormal 3. Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio e Saga Crepúsculo: Amanhecer Parte 1 tiveram sequências rodadas na cidade maravilhosa, e aportaram nas terras cariocas. Já a franquia Harry Potter, ganhou sua sequência final com Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2, que estreou celebrada por fãs no Morro do Pão de Açúcar, com a vinda do ator Tom Felton.
Gringos na Área
E finalizando, os estrangeiros. Ahhh os estrangeiros! Esses não decepcionaram. Começando pela comédia de ação irlandesa com humor politicamente incorreto, O Guarda; ao thriller dramático e enigmático do espanhol Almodóvar, A Pele que Habito; sem esquecer do romance A Árvore do Amor, do chinês Zhang Yimou; ao mexicano do diretor Alejandro Gonzalez Iñarritú, Biutiful; o franco-canadense que surpreendeu com sua tragédia familiar, Incêndios; o iraniano de Abbas Kiarostami, estrelado por Juliete Binoche, Cópia Fiel e Um Conto Chinês, estrelado pelo argentino Ricardo Darín.
Este foi 2011 em filmes, que em 2012 as aguardadas estreias não decepcionem os cinéfilos.
TOP 20 2011
A equipe do CinePOP elegeu os 20 melhores filmes lançados nos cinemas no ano de 2011.
20. Namorados para Sempre
Narrado em flashback, Namorados para Sempre utiliza o recurso para apresentar ao espectador os motivos da relação do casal ter se tomado o rumo atual da abertura: traições, carga horária de trabalho excessiva e imaturidade para levar uma vida a dois, com os seus altos e baixos. Ryan Gosling e Michelle Willians estrelam brilhantemente.
19. Super 8
No verão de 79, um estranho acidente envolvendo um trem (com carga suspeita) e um carro, causam transtorno em uma pequena cidade dos EUA; como testemunhas: um grupo de crianças que estavam no local rodando um filme sobre zumbis. Esta é a ação inicial da trama que se desenvolve no longa Super 8, de J.J. Abrams e produzido por Steven Spielberg, se assemelha ao clássico E.T. – O Extraterrestre. Com Elle Fanning (a irmã bonita da Dakota) encabeçando o elenco, o filme reflete um amadurecimento nas produções voltadas para o público infanto-juvenil ao mesmo tempo em que atinge seus pais ( fãs do ET e das produções dos anos 80), no quesito saudosismo.
18. Pânico 4
‘Pânico 4’ estreou com a promessa de se auto-renovar em uma nova década, fazendo paródia com o subgênero que ele mesmo criou. E Kevin Williamson conseguiu. O roteirista adiciona tudo que funcionou nos anteriores, e renova a franquia para uma nova audiência. Seu texto mistura terror e comédia de maneira sensacional, criando um novo recomeço para a franquia que era dada como morta.
Pena que algumas das melhores cenas foram cortadas da versão lançada nos cinemas, mas recheam o DVD.
17. Sobrenatural
Em ‘Sobrenatural‘, uma família, que acabou de se mudar para uma casa nova, descobre que um espírito do mal está dentro da casa ao mesmo tempo em que o filho do casal entra em coma de maneira inexplicável. Tentando escapar das assombrações e para salvar o menino, eles se mudam novamente e percebem algo terrível que os deixa desesperados: não era a casa que estava mal-assombrada.
Um terror assustador, muito bem dirigido e com um roteiro surpreendente.
16. Velozes & Furiosos 5 – Operação Rio
Animado, cheio de ação e com um molejo brasileiro, ‘Velozes e Furiosos 5 – Operação Rio‘ cumpre com louvor o papel que é destinado.
Nesta quinta parte, a franquia já demonstra seu interesse em se transformar em “filmes de assalto”, e não apenas se focar em corridas de carro.
Entre corridas de carro, fugas e lutas, sequências muito bem dirigidas pelo seguro Justin Lin, o filme tem um roteiro que consegue amarrar as cenas, e prende a atenção do espectador até seu explosivo – e totalmente clichê – final.
15. Kung Fu Panda 2
Seguindo uma linha similar aos roteiros gêniais da Pixar, ainda que inferior, ‘Kung Fu Panda 2‘ alcança a medida ideal entre as tiradas cômicas, e as lições de vida dramáticas. O protagonista tem a sua chamada à aventura, passa por todas as provações possíveis, e no final chega ao momento chave que definirá seu destino (e fará muitos marmanjos chorar). Tudo isso regado a muitas piadas, cenas cômicas e diversão. É impossível não rir.
14. Capitão América – O Primeiro Vingador
Capitão América: O Primeiro Vingador prepara os espectadores para o próximo longa da Marvel Os Vingadores. Ele apresenta o surgimento do herói aos não fãs da série e os conquista. É um aperitivo, para então aguardada reunião de seu heróis. Como filme de ação, não é o dos mais empolgantes, mas como adaptação de HQ não decepciona; tem como papel antecipar a reunião dos heróis, deixar o espectador ansioso e acima de tudo: entreter.
13. Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas
Preocupada com o destino de sua franquia de maior sucesso, a Disney decidiu se reinventar. Eliminou os personagens de Orlando Bloom e Keira Knightley – afinal, o coração da franquia indiscutivelmente é Johnny Depp – e chamou um diretor menos ambicioso (Rob Marshall, de Chicago). E o resultado é surpreendente.
‘Piratas do Caribe 4: Navegando em Águas Misteriosas’ tem a mesma energia do primeiro filme, e consegue amarrar comédia e ação com louvor, em um roteiro despretensioso e divertido, focado no que é mais importante: seus personagens. A ação continua lá, em seqüência mirabolantes e animadas, bem menos grandiosas que as desnecessárias cenas incansáveis dos últimos dois filmes.
12. O Palhaço
Além de divertir, O Palhaço emociona seu respeitável público com uma história que mostra a força da família circense. Com o estilo de vida nômade que essa arte demanda, o filme ganha ares de road movie – o que abre as oportunidades para deliciosas participações especiais.
11. Amor a Toda Prova
Calcados em uma premissa até batida – nerd, caretão que foi trocado por outro pela mulher que muda radicalmente de estilo depois de ser “treinado” por um expert em sedução -, os diretores Glen Ficarra e John Requa conseguem construir cenas bem originais e realmente engraçadas com o grande suporte dos diálogos criativos do roteirista Dan Fogelman e das atuações perfeitas do elenco estelar que se encaixou como uma luva em seus papéis.
10. A Árvore da Vida
Árvore da Vida mostra o início, a criação do mundo e em paralelo (uma analogia) a criação dos filhos. Com Brad Pitt e Sean Penn no elenco, o longa de Terrence Malick explora alguns dos recursos utilizados pelo diretor, em seu último longa O Novo Mundo e de cineastas como Eisenstein, para contar sua história.
A começar pela narrativa, que apesar de fragmentada é linear. A história da família, contada através de imagens (de sua formação e da criação do mundo: como o Big Bang, dinossauros, vulcões…), offs do casal O’Brien e de seus filhos (sussurros, depoimentos, pensamentos e diálogos), fragmentos de acontecimentos na família e ações sem palavras.
Para alguns espectadores, Árvore da Vida pode parecer monótomo e incompreensível; mas para os acostumados com o cinema europeu e fascinados pela técnica de montagem terão uma bela experiência com esta preciosidade cinematográfica. Uma viagem à criação do mundo e dos filhos, realizado de forma poética e cruel.
9. A Pele que Habito
O novo longa do cineasta espanhol Pedro Almodovar, é – definitivamente – um marco na sua filmografia. Arrisco dizendo, que é o divisor de águas e marca uma nova fase do diretor. Assim como Fale com Ela e Tudo Sobre Minha Mãe, foram filmes importantes na carreira dele; este será também.
Uma dica para os espectadores que ainda não viram o longa, fiquem longe de resenhas, críticas, matérias… tudo sobre o filme. Já li alguns com spoilers disfarçados. E não se preocupem , que nesta crítica não haverá informações sobre o enredo. Para vê-lo, não se pode suspeitar da ação e motivação dos personagens. E chega de falar sobre a trama.
8. Contágio
Pelos relatos de alguns veículos de imprensa na época parecia que a gripe suína era uma doença que ameaçava a humanidade. Passado o pânico, percebeu-se que a taxa de mortalidade dessa variação da doença era igual a das outras gripes.
Todo esse cenário de medo e paranoia é explorado por Contágio (Contagion), com outra patologia.
O filme conta as complicações de uma pandemia, sejam tais consequências de cunho médico ou não. Em um sólo fértil para o nascimento de teorias da conspiração, saques a comércio e outros mates, o filme consegue equilibrar com louvor várias tramas paralelas.
7. Meia-Noite em Paris
Em Meia Noite em Paris, Woody volta ao seu gosto nonsense e presenteia os espectadores com possíveis encontros entre os grandes artistas da história da literatura, artes plásticas e da música; em plena Paris da década de 20.
Na trama, o jovem casal Inez (Rachel McAdams) e Gil (Owen Wilson) visitam a cidade; ele um escritor de roteiros de filmes pipoca, cansado de escrever para Hollywood e ingressado numa jornada em um romance; já ela é prática e quer colher os frutos de ter um futuro marido com estabilidade financeira. Owen é o alter ego da vez. A musa é Paris, que inspira não apenas o cineasta, como seu personagem. Owen parece que sempre fez filmes de Woody Allen, e que sempre gaguejou, que sempre foi niilista e neurótico. E que é um escritor apaixonado pelos artistas da década de 20.
Meia Noite em Paris revela um Woody mais divertido, menos preocupado, mais despretensioso, muito nonsense e com um alter ego que fala diretamente da boca de seu criador. Mais uma visão esquizofrênica e divertida do cineasta para a Europa.
6. Planeta dos Macacos – A Origem
Muitos estavam descrentes com ‘Planeta dos Macacos: A Origem’: os vídeos liberados pelo marketing não animaram, e o longa parecia fadado ao fracasso – afinal, a trama em sí não tem muitos atrativos ou possíveis novidades. Mero engano. Com um roteiro inovador e um CGI brilhantemente criado para os macacos, A Origem é um dos melhores filmes da franquia.
Will Rodman (James Franco) é um cientista que trabalha em um laboratório, onde são realizadas experiências com macacos. Ele está interessado em descobrir novos medicamentos para a cura do mal de Alzheimer, já que seu pai (John Lithgow) sofre da doença. Trabalhando em uma fórmula, ele acaba tendo que cuidar de César, o primeiro símio inteligente. Quando adulto, o símio é traído pelos humanos e se revolta, passando a liderar a incrível corrida de sua espécie rumo à liberdade e ao inevitável confronto com o Homem.
O personagem mais interessante e bem trabalhado da trama é – pasmem – o primata César. A WETA – a equipe que venceu o Oscar® com Avatar – criou com animação computadorizada um símio capaz de uma interpretação dramática delineada por cargas de emoção e inteligência inéditas. Os movimentos e expressões emprestados por Andy Serkis são incrivelmente transportados para as telonas: em nenhum momento, é notado que aquele animal foi criado por computação gráfica.
5. Hanna
Depois de dirigir três dramas seguidos (Desejo e Reparação; Orgulho e Preconceito; O Solista), o diretor Joe Wright resolveu incluir um thriller de ação no currículo, experimentando aplicar seus conhecimentos teóricos do gênero.
O roteiro escolhido foi Hanna, escrito pelos estreantes Seth Lochhead e David Farr, cuja personagem-título é uma menina de 16 anos criada escondida na floresta pelo pai para ser uma exímia assassina, desde que a mãe fora morta – numa situação a ser explicada no filme. Capturada pela polícia, a menina foge e inicia-se então e famosa caçada de gato e rato que todos já viram centenas de vezes nos cinemas.
4. X-Men: Primeira Classe
Muitos ficaram com o pé atrás com a atitude duvidosa de iniciar uma nova franquia com ‘X-Men: Primeira Classe‘, afinal, já sabemos como foi o destino daqueles personagens no cinema. Mas para alivio dos fãs, o início é literalmente de primeira classe. Matthew Vaughn comanda a produção de maneira esplêndida, e nos entrega um filme fenomenal, que mesmo respeitando a trilogia, consegue inovar, adicionando frescor e novidades.
‘X-Men: Primeira Classe‘ conta a história do épico início da saga dos X-Men e revela a história secreta de famosos eventos globais. Antes dos mutantes se revelarem ao mundo, e antes de Charles Xavier e Erik Lensherr assumirem os nomes de Professor X e Magneto, havia dois jovens descobrindo seus poderes. Nada de arqui-inimigos: naquela época, eles eram amigos íntimos e trabalhavam junto com outros mutantes para deter a terceira Guerra Mundial. Nesse processo, uma grave desavença aconteceu, dando origem à eterna guerra entre a Irmandade de Magneto e os X-Men do Professor X.
Como todo início, a ação é colocada de lado para que os personagens possam ser apresentados. Não espere um filme repleto de efeitos especiais e cenas de ação desenfreadas. O foco aqui é a história. E acredite, este é o maior acerto.
3. Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2
Em 2001, teve início uma das maiores – se não a maior – franquia da história do cinema. ‘Harry Potter e a Pedra Filosofal’ foi o primeiro filme de uma extraordinária jornada sobre o garoto cujo nome tornou-se sinônimo de magia: Harry Potter. Totalizando oito filmes, a franquia conseguiu um fato inacreditável: chegar em seu último filme anos-luz melhor que o primeiro.
Em cada aventura, a série tomava força e as produções cresciam, não só no orçamento, mas também na qualidade.
Na segunda parte do final épico da série, a batalha entre o bem e o mal no mundo da magia se torna uma guerra entre centenas de bruxos. Os riscos nunca estiveram tão altos e nenhum lugar é seguro o suficiente. Assim, Harry Potter precisa se apresentar para fazer o seu último sacrifício, enquanto o confronto final com Lorde Voldemort se aproxima.
A franquia se encerra com chave de ouro, e uma tristeza enorme no coração dos fãs. As lágrimas correram soltas no cinema, em momentos que os soluços atrapalhavam os que estavam tentando aproveitar cada minuto da projeção. Exagero ou não, a Parte 2 tem a maior carga dramática de toda a franquia.
2. O Discurso do Rei
O filme conta a mais do que interessante história real do rei George VI (pai da rainha Elizabeth II), que sofria de gagueira e por isso não conseguia falar em público. Vários médicos e especialistas renomados da Inglaterra foram designados para tratar o problema de George, mas nenhum deles com sucesso. É então que sua esposa Elizabeth (ótima atuação de Helena Boham Carter, indicada ao Oscar de coadjuvante pelo papel) resolve mudar de foco e procura o terapeuta Lionel Logue (excelente atuação de Geofrey Rush, também indicado ao Oscar pelo papel), um tipo bastante peculiar e de métodos extremamente excêntricos.
Sendo assim, mostrar os desdobramentos dessa relação de forma plena e cuidadosa é algo que Tom Hooper consegue com maestria. Tudo é guiado com naturalidade, sem cortes excessivos, sem takes ousados, fotografia objetiva e movimentos de câmera discretos. Esse é, talvez, o grande mérito do filme: ser emocionante sem ser piegas, ser burocrático sem ser desinteressante, ser tocante sem ser forçado, ser sutilmente engraçado sem ser brega e ser dramático sem exageros, tudo isso bem ao gosto do jeitinho inglês linear de fazer cinema.
Vencedor de quatro Oscars – filme, diretor, ator e roteiro original – mais do que merecidos, bem como a premiadíssima atuação soberba de Colin Firth, entregue de corpo e alma ao papel, assumindo o rei George de forma tragicômica em toda suas nuances, gestos, fala e expressões.
1. Cisne Negro
Desorientador! É assim que se define Cisne Negro, filme do diretor de Réquiem Para Um Sonho e O Lutador, Darren Aronofsky. O drama conta a história de Nina (Natalie Portman), uma bailarina profissional de uma cia de ballet de Nova Iorque, que consegue o papel principal para uma nova versão do ballet ‘O Lago dos Cisnes‘, de Tchaikovsky. Nessa nova versão, a bailarina terá que ser capaz de interpretar Odete e Odile, o Cisne Branco e o Negro, encarnar o bem e o mal.
Não há como não se envolver com a interpretação de Natalie Portman (V de Vingança) e enlouquecer gradativamente com ela, chegando ao ponto quase insuportável do final.
O elenco faz o espetáculo pegar fogo. Portman entrega sua melhor atuação, indo da suavidade explícita pela voz fina do início do filme à impostação de voz e agressividade adquiridas gradativamente no decorrer da história; Mila Kunis é o pecado em pessoa, divide com a protagonista uma das cenas mais fortes e picantes dos últimos tempos e prova que pode ser uma boa atriz, mesmo depois de participar de catástrofes como “O Livro de Eli”; além das duas, Vincent Cassel (À Deriva), Barbara Hershey (Hannah e suas Irmãs) e uma supreendente Winona Ryder (Garota Interrompida) completam o time de primeira reunido por Aronofsky.
É a este extremo que este filme pode levar o público. Uma obraprima antiga, revista e transformada numa obraprima contemporânea.
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