O Cinema, quem diria, faz 120 anos! E o CCBB Rio comemora em grande estilo, com a mostra 12 DÉCADAS DE CINEMA, que começa no próximo dia 9 de setembro. Logo na estreia, uma atração memorável: entre os dias 10 e 21 será exibida, na íntegra, a celebrada série inglesa A história do cinema – uma odisseia, dirigida por Mark Cousins, que percorre, em 15 episódios, o período entre 1895 e os anos 2000. A narração é de Juan Diego Botto, ator que se notabilizou no papel de Zorro (1990), Martín (Hache) (1997) e Roma, Um Nome de Mulher (2004), entre outros.
Ao longo de 120 anos, a sétima arte contabiliza mais de três milhões de filmes e renova-se a cada momento. Novas tecnologias são incorporadas às produções que refletem a evolução da técnica e as mudanças culturais em todas as épocas. E essa capacidade de manter-se vivo a qualquer tempo, atraindo adeptos em todo o mundo, será o tema da palestra de abertura, no dia 9 de setembro, realizada por Carlos Alberto Mattos, jornalista e um dos curadores da mostra Raridades de um século, que aconteceu em 1995 no CCBB, para comemorar os 100 anos do cinema. Nesses últimos 20 anos, muita coisa mudou nos hábitos de consumo de filmes, e o palestrante – que também é crítico de cinema – irá propor uma reflexão sobre onde residem, agora, o interesse e a fascinação pelo cinema.
Em quatro meses, a mostra 12 décadas de cinema, irá reunir alguns dos mais significativos momentos da sétima arte, numa visão seletiva do que melhor se produziu. Serão quatro encontros criativos para um travelling pela história do cinema. O objetivo é estimular o debate com especialistas convidados, que vão abordar filmes, cenas, diretores, gêneros, atores, músicos, cenógrafos, movimentos. A curadoria é de Julio Cesar de Miranda, cinéfilo, um dos maiores conhecedores (e colecionadores) de cinema; a coordenação geral, de Maria Amélia Mello, jornalista e editora de livros.
Em setembro, A história do cinema – uma odisseia – Cinema I
Dirigida pelo crítico de cinema e historiador irlandês Mark Cousins, com narração de Juan Diego Botto, A história do cinema: uma odisseia é uma série documental sobre a história do cinema, baseada no livro homônimo do diretor, e que propõe um mergulho profundo na origem, na história e na magia do cinema.
Cousins utiliza clipes de filmes, entrevistas com cineastas, depoimentos de críticos e de personalidades, além de imagens ilustrativas, para levar os espectadores numa viagem através do cinema e da história cinematográfica, a partir do final do século dezenove até os anos 2000.
Seus quinze episódios partem dos estúdios onde foram filmadas as primeiras produções da história e percorrem os anos 1920 e 1930, passando pelo cinema de Chaplin e de Buster Keaton, pelo expressionismo alemão, pelo surrealismo, registra o surgimento do som e segue até o pós-guerra, o advento da Nouvelle Vague francesa, os anos 1960 e 1970, o protesto no cinema, a luta contra o poder, a fusão com novas tecnologias, o cinema independente, a revolução digital e o futuro da sétima arte, até o início dos anos 2000.
Até dezembro, filmes e palestras às quintas-feiras – Cinema II
Algumas das produções mais emblemáticas do cinema – como o raríssimo Aurora (EUA/1927), de F. W. Murnau, considerado por muitos um dos maiores filmes de todos os tempos –, serão exibidas sempre às quintas-feiras, às 18h30, entre outubro e dezembro. Outubro é dedicado a uma seleção de ouro dos filmes da primeira metade do século 20. Não por acaso, os primórdios do cinema (1895-1905) serão o tema da palestra do mês, que abre o ciclo e será feita por Hernani Heffner, conservador-chefe da Cinemateca do MAM/Rio, que é também curador da temática “Preservação” da Mostra de Cinema de Ouro Preto e professor da PUC/RJ. Além de Aurora, este ciclo inclui os filmes O Casamento de Carlitos (EUA/1914), de Mack Sennett e Charles Bennett, estrelado por Charlie Chaplin, na pele de seu imortal e adorável vagabundo; A carruagem fantasma (Suécia/1921), de Victor Sjöström; e Uma noite no Rio (EUA/1941), de Irving Cummings, estrelado por Carmen Miranda.
Novembro tem foco na produção feita a partir dos anos 1950, com destaque para um clássico do cinema brasileiro: Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos, baseado na obra homônima de Graciliano Ramos. A palestra do mês, que versa sobre o Cinema Novo, acontece após a exibição do filme e será comandada por José Carlos Avellar, crítico de cinema e programador da sala de cinema do Instituto Moreira Salles, no Rio. Além de Vidas Secas, serão exibidos os filmes Sementes da violência (EUA/1955), de Richard Brooks, o primeiro filme da história com trilha sonora de rock; o polêmico O último tango em Paris (ITA/FRA/1972), de Bernardo Bertolucci; e Blade Runner (EUA/1982), de Ridley Scott, clássico da ficção científica.
Dezembro traz a modernidade às telas e apresenta obras dos anos 2000. Aqui também há um destaque brasileiro: o diretor Walter Salles apresenta o seu documentário Jia Zhang-ke, um homem de Fenyang (2015).
O filme é um retrato afetivo do jovem realizador chinês que, para muitos, se tornou um dos mais importantes cineastas de nosso tempo. Logo após a exibição, o jornalista, crítico e professor José Carlos Monteiro fala sobre cinema e modernidade, na palestra do mês. No repertório de dezembro teremos também os filmes Morango e Chocolate (Cuba/1994), de Tomás Gutiérres Alea e Juan Carlo Tabío, e Arca russa (Rússia/2002), de Aleksandr Sokúrov.
Serviço
Mostra 12 DÉCADAS DE CINEMA – 9 de setembro a 17 de dezembro de 2015
Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro/RJ
Tel.: (21) 3808-2020
Entrada franca, com senhas distribuídas uma hora antes.
Curadoria: Julio Cesar de Miranda
Coordenação geral: Maria Amélia Mello/Quatro Ventos
Projeto gráfico: Isabella Perrotta/Hybris Design
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil