sexta-feira , 20 dezembro , 2024

Robert Eggers | Ranqueamos TODOS os longas do aclamado diretor, incluindo ‘Nosferatu’

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Apesar de ter comandado alguns curtas bastante interessantes, Robert Eggers fez sua estreia no circuito de longas-metragens apenas em 2015, com o lançamento de A Bruxa – que, em pouco tempo, tornou-se uma das produções favoritas da crítica e do público à época de seu lançamento.

Desde então, o realizador sagrou-se como um dos principais nomes do terror e do horror psicológico da contemporaneidade, roubando os holofotes através de obras focadas essencialmente em histórias mitológicas e folclóricas de época, arquitetando ambientações de pura angústia que cativaram espectadores ao redor do mundo e que continuam a denotar seu sólido status na sétima arte.



Com a iminente estreia do ambicioso remake de Nosferatu, agendada para o próximo dia 02 de janeiro de 2025 nos cinemas nacionais, preparamos uma breve lista ranqueando todos os seus longas.

Confira abaixo e conte para nós qual o seu favorito:

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4. O HOMEM DO NORTE (2022)

o homem do norte

Há quem considere O Homem do Norte um filme divisivo para os fãs inveterados de Eggers – mas isso não signifique que a produção seja ruim. Pelo contrário, é notável como o diretor, mesmo em sua terceira incursão cinematográfica, preza pela sinestesia épica e garante que elementos históricos sejam palpáveis e condizentes à época em que a narrativa se passa. E, apesar de não ter feito muito barulho nas bilheterias, essa gema em sua filmografia merece nossa atenção.

Para além de performances aplaudíveis de nomes como Alexander SkarsgardAnya Taylor-JoyNicole Kidman, cada engrenagem da produção é muito bem pensada e, ainda que, às vezes, não atinja seu potencial pleno, denota as escolhas concisas que Eggers e seu competente time criativo fazem para gestar esse conto milenar – que inclui o roteiro co-assinado pelo poeta Sjón, a harmônica fotografia de Jarin Blaschke e a trilha sonora assinada por Robin Carolan e Sebastian Gainsborough.

3. O FAROL (2019)

o farol

Em O Farol, Eggers mostra seu apreço pelo folclore nórdico e deixa bem claro que suas inspirações cinematográficas são drenadas de clássicos da literatura e de outras investidas do gênero. A narrativa gira em torno de um jovem moço chamado Ephraim Winslow (Robert Pattinson), que aceita ser aprendiz de um velho faroleiro chamado Thomas Wake (Willem Dafoe). Winslow, desejando ganhar dinheiro para começar uma nova vida, não vê outra alternativa a não ser permanecer numa isolada ilha durante algumas semanas, submetendo-se aos desejos de seu irredutível chefe. Entretanto, conforme o tempo passa e os dois passam a ter um relacionamento “amigável” – dentro de suas respectivas limitações -, a trama mergulha em inúmeras reviravoltas, indicando que nem tudo é o que parece ser. 

Mais do que um simples filme de terror, O Farol posa em uma vitrine de impecabilidade estética do começo ao fim: além de mergulhado em um filtro preto-e-branco, que auxilia na melancólica e angustiante atmosfera cultivada desde a primeira cena, Eggers opta pela certeira lente 35mm para manter o brilho e a excessiva e proposital focalização da produção, ao mesmo tempo que permite uma leve distorção quando em planos mais fechados. De fato, tal análise apenas reflete a mensagem que a história transmite ao público: ainda que envolta em uma clareza imagética, ela jamais se revela por completo e abre espaço para que os espectadores desvendem os mistérios por trás do ambíguo e único cenário apresentado.

2. NOSFERATU (2024)

nosferatu trailer 2 oficial dubl 1

Encabeçar um projeto de remake de uma obra tão icônica quanto Nosferatunão é uma tarefa fácil – e, normalmente, nos deixa com um pé atrás. Porém, considerando a habilidosa mão de Eggers, sabíamos que a história estava segura, ainda mais levando em conta a afeição do diretor por histórias desse calibre, bem como sua capacidade inefável e invejável de construir ambientações psicológicas derradeiras. O resultado não poderia ser outro: o filme recebeu aclame por parte dos especialistas e insurgiu como uma carta de amor ao terror gótico e à necessidade de reafirmar o gênero em questão como uma obra de arte tal qual qualquer outra produção cinematográfica.

Se há algo que o realizador sabe fazer muito bem é criar atmosferas de pura angústia. Aqui, ele se alia mais uma vez a Blaschke para prestar homenagem à importância da escola expressionista, brincando com a luz e a sombra de maneira mágica e sobrenatural. Seja no vilarejo onde mora o casal Hutter (interpretado por Nicholas Hoult e Lily Rose-Depp em rendições fabulosas), no castelo de Conde Orlok (vivido por um irreconhecível Bill Skarskard), ou na encruzilhada de uma sombria e amedrontadora floresta, Eggers sabe o que quer fazer e de que forma pretende garantir a evocação de emoções primordiais e viscerais no público.

1. A BRUXA (2015)

a bruxa 4

Mesmo quase uma década depois de seu lançamento, A Bruxa permanece não apenas como a obra-prima de Eggers, mas como um dos grandes terrores psicológicos do século.

Na trama, a primogênita de uma família de colonos, chamada Thomasin (Anya Taylor-Joy revelando-se em um potencial indescritível), cuidava de seu irmão acalentado nas cobertas, e ao desviar a atenção por dois segundos, ele foi arrastado sem deixar traços para a floresta – e é aqui que as coisas ficam ainda mais assustadoras: ao invés de se privar em mostrar o que realmente aconteceu, Eggers coreografa uma dança fluida para acompanhar o outro lado da história que não recebe toda a atenção que poderia receber. Logo depois do sumiço do caçula, vemos uma figura encapuzada (a famigerada bruxa) que o leva para um casebre escondido por entre as árvores e o sacrifica num ritual obsceno e arrepiante.

É claro que cair em alguns convencionalismos históricos é normal, mas é a partir de todas as premissas conhecidas envolvendo todo o lore das bruxas que Eggers, mergulhando em seu primeiro trabalho cinematográfico de grande reconhecimento, respalda a obra contos centenários que remontam à época da colonização dos Estados Unidos, das controvérsias do julgamento de Salem e todo o misticismo das terras do litoral leste. É muito fácil encontrar inúmeras referências de produções anteriores e até mesmo entender a sua importância para o terror e o suspense psicológico: afinal, A Bruxa é nada menos que uma pura experiência sinestésica que desconstrói e reconstrói o gênero de maneira diabolicamente apaixonante.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Apesar de ter comandado alguns curtas bastante interessantes, Robert Eggers fez sua estreia no circuito de longas-metragens apenas em 2015, com o lançamento de A Bruxa – que, em pouco tempo, tornou-se uma das produções favoritas da crítica e do público à época de seu lançamento.

Desde então, o realizador sagrou-se como um dos principais nomes do terror e do horror psicológico da contemporaneidade, roubando os holofotes através de obras focadas essencialmente em histórias mitológicas e folclóricas de época, arquitetando ambientações de pura angústia que cativaram espectadores ao redor do mundo e que continuam a denotar seu sólido status na sétima arte.

Com a iminente estreia do ambicioso remake de Nosferatu, agendada para o próximo dia 02 de janeiro de 2025 nos cinemas nacionais, preparamos uma breve lista ranqueando todos os seus longas.

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4. O HOMEM DO NORTE (2022)

o homem do norte

Há quem considere O Homem do Norte um filme divisivo para os fãs inveterados de Eggers – mas isso não signifique que a produção seja ruim. Pelo contrário, é notável como o diretor, mesmo em sua terceira incursão cinematográfica, preza pela sinestesia épica e garante que elementos históricos sejam palpáveis e condizentes à época em que a narrativa se passa. E, apesar de não ter feito muito barulho nas bilheterias, essa gema em sua filmografia merece nossa atenção.

Para além de performances aplaudíveis de nomes como Alexander SkarsgardAnya Taylor-JoyNicole Kidman, cada engrenagem da produção é muito bem pensada e, ainda que, às vezes, não atinja seu potencial pleno, denota as escolhas concisas que Eggers e seu competente time criativo fazem para gestar esse conto milenar – que inclui o roteiro co-assinado pelo poeta Sjón, a harmônica fotografia de Jarin Blaschke e a trilha sonora assinada por Robin Carolan e Sebastian Gainsborough.

3. O FAROL (2019)

o farol

Em O Farol, Eggers mostra seu apreço pelo folclore nórdico e deixa bem claro que suas inspirações cinematográficas são drenadas de clássicos da literatura e de outras investidas do gênero. A narrativa gira em torno de um jovem moço chamado Ephraim Winslow (Robert Pattinson), que aceita ser aprendiz de um velho faroleiro chamado Thomas Wake (Willem Dafoe). Winslow, desejando ganhar dinheiro para começar uma nova vida, não vê outra alternativa a não ser permanecer numa isolada ilha durante algumas semanas, submetendo-se aos desejos de seu irredutível chefe. Entretanto, conforme o tempo passa e os dois passam a ter um relacionamento “amigável” – dentro de suas respectivas limitações -, a trama mergulha em inúmeras reviravoltas, indicando que nem tudo é o que parece ser. 

Mais do que um simples filme de terror, O Farol posa em uma vitrine de impecabilidade estética do começo ao fim: além de mergulhado em um filtro preto-e-branco, que auxilia na melancólica e angustiante atmosfera cultivada desde a primeira cena, Eggers opta pela certeira lente 35mm para manter o brilho e a excessiva e proposital focalização da produção, ao mesmo tempo que permite uma leve distorção quando em planos mais fechados. De fato, tal análise apenas reflete a mensagem que a história transmite ao público: ainda que envolta em uma clareza imagética, ela jamais se revela por completo e abre espaço para que os espectadores desvendem os mistérios por trás do ambíguo e único cenário apresentado.

2. NOSFERATU (2024)

nosferatu trailer 2 oficial dubl 1

Encabeçar um projeto de remake de uma obra tão icônica quanto Nosferatunão é uma tarefa fácil – e, normalmente, nos deixa com um pé atrás. Porém, considerando a habilidosa mão de Eggers, sabíamos que a história estava segura, ainda mais levando em conta a afeição do diretor por histórias desse calibre, bem como sua capacidade inefável e invejável de construir ambientações psicológicas derradeiras. O resultado não poderia ser outro: o filme recebeu aclame por parte dos especialistas e insurgiu como uma carta de amor ao terror gótico e à necessidade de reafirmar o gênero em questão como uma obra de arte tal qual qualquer outra produção cinematográfica.

Se há algo que o realizador sabe fazer muito bem é criar atmosferas de pura angústia. Aqui, ele se alia mais uma vez a Blaschke para prestar homenagem à importância da escola expressionista, brincando com a luz e a sombra de maneira mágica e sobrenatural. Seja no vilarejo onde mora o casal Hutter (interpretado por Nicholas Hoult e Lily Rose-Depp em rendições fabulosas), no castelo de Conde Orlok (vivido por um irreconhecível Bill Skarskard), ou na encruzilhada de uma sombria e amedrontadora floresta, Eggers sabe o que quer fazer e de que forma pretende garantir a evocação de emoções primordiais e viscerais no público.

1. A BRUXA (2015)

a bruxa 4

Mesmo quase uma década depois de seu lançamento, A Bruxa permanece não apenas como a obra-prima de Eggers, mas como um dos grandes terrores psicológicos do século.

Na trama, a primogênita de uma família de colonos, chamada Thomasin (Anya Taylor-Joy revelando-se em um potencial indescritível), cuidava de seu irmão acalentado nas cobertas, e ao desviar a atenção por dois segundos, ele foi arrastado sem deixar traços para a floresta – e é aqui que as coisas ficam ainda mais assustadoras: ao invés de se privar em mostrar o que realmente aconteceu, Eggers coreografa uma dança fluida para acompanhar o outro lado da história que não recebe toda a atenção que poderia receber. Logo depois do sumiço do caçula, vemos uma figura encapuzada (a famigerada bruxa) que o leva para um casebre escondido por entre as árvores e o sacrifica num ritual obsceno e arrepiante.

É claro que cair em alguns convencionalismos históricos é normal, mas é a partir de todas as premissas conhecidas envolvendo todo o lore das bruxas que Eggers, mergulhando em seu primeiro trabalho cinematográfico de grande reconhecimento, respalda a obra contos centenários que remontam à época da colonização dos Estados Unidos, das controvérsias do julgamento de Salem e todo o misticismo das terras do litoral leste. É muito fácil encontrar inúmeras referências de produções anteriores e até mesmo entender a sua importância para o terror e o suspense psicológico: afinal, A Bruxa é nada menos que uma pura experiência sinestésica que desconstrói e reconstrói o gênero de maneira diabolicamente apaixonante.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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