A saída de Scarlett Johansson do filme ‘Rub and Tug‘ após diversos internautas a criticarem por ter aceito um papel de um homem trans acarretou até mesmo um possível cancelamento da produção.
Mesmo que toda essa polêmica tenha sido encerrada há um tempo, Andy Serkis não a esqueceu e comentou em nova entrevista enquanto divulgava seu novo filme ‘Mogli: Entre Dois Mundos’:
“Eu discordo absolutamente. Eu realmente, veemente discordo. Atores deveriam poder interpretar tudo, e é por isso que eu adoro a tecnologia de captura de performance. O que quero dizer é que a cor da sua pele, a sua forma, a sua altura, qualquer que seja sua maquiagem como ator, você deveria ter a habilidade de interpretar qualquer coisa.”
Serkis é um dos profissionais que mais militam pela liberdade completa do ator poder interpretar o que quiser, além de defender que atores que realização performances sob capturas de movimento também são dignos de concorrer ao Oscar.
Conheça a polêmica abaixo:
Após ser alvo de duras críticas nas redes sociais por assumir o papel de um homem trans na cinebiografia ‘Rub & Tug‘, a atriz Scarlett Johansson optou por abandonar a produção.
Em um comunicado oficial emitido à revista Out, ela afirmou ter ponderado as questões éticas e morais envolvendo sua escolha para o papel, considerando a desvalorização de atores e atrizes trans no meio hollywoodiano. A atriz também repensou seu primeiro posicionamento, alegando ter sido insensível com a comunidade.
Na carta aberta, ela ainda se posiciona como alguém que quer auxiliar a impulsionar as carreiras de membros da comunidade LGBTQ+, a partir da valorização da categoria com a oferta de papéis lhe que sejam dignos.
Confira:
“À luz das recentes questões éticas levantadas em torno da minha escalação para viver Dante Tex Gill, decidi retirar respeitosamente minha participação no projeto. Nossa compreensão cultural das pessoas trans continua avançando e eu aprendi muito com a comunidade desde que fiz minha primeira declaração sobre a escolha do meu nome para o papel e percebi que era insensível. Tenho grande admiração e amor pela comunidade trans e agradeço que a conversa sobre inclusão em Hollywood continue.
De acordo com a GLAAD, os personagens LGBTQ + caíram 40% em 2017 em relação ao ano anterior, sem nenhuma representação de figuras trans em nenhum grande lançamento de estúdio. Embora eu tenha adorado a oportunidade de trazer a história e a transição de Dante à vida, entendo por que muitos acham que ele deveria ser retratado por uma pessoa transexual e agradeço que esse debate, embora controverso, tenha estimulado uma conversa mais ampla sobre diversidade e representatividade no cinema. Eu acredito que todos os artistas devam ser considerados iguais e justos. Minha produtora, a These Pictures, busca ativamente projetos que possam entreter e ultrapassar fronteiras. Estamos ansiosos para trabalhar com todas as comunidades para levar essas histórias mais pungentes e importantes para o público em todo o mundo”.
Johansson daria vida a Dante “Tex” Gill, dono de uma clínica de massagens que serviu como um reduto de prostituição em Pittsburgh, nos anos 70. Gill era um homem transgênero e chegou a ter problemas com a máfia local e acabou ficando preso por sete anos por evasão fiscal.
Embora a atriz não atue mais no filme, a expectativa é que ela permaneça como produtora.