O cineasta Sean Baker, recentemente vencedor do Oscar por ‘Anora’, manifestou-se sobre a aquisição da Warner Bros. pela Netflix e o impacto nas exibições cinematográficas.
Conforme o The Hollywood Reporter, Baker defende que a indústria precisa de uma posição firme contra a redução das janelas de exibição exclusivas nos cinemas.
Em suas declarações, Baker argumentou que a prioridade deve ser fortalecer a experiência nas telonas.
“Na verdade, deveríamos estar expandindo as janelas de exibição nos cinemas, não reduzindo. Quero dizer, você não pode esperar mais três meses para receber seu dinheiro do streaming ou do VOD? Os cineastas precisam bater o pé”, disse Baker.
Para o diretor, o lançamento imediato no streaming ou o modelo day-and-date (estreia simultânea em cinema e digital) diminui a importância de uma obra.
“Quando você lança direto no streaming, ou no modelo dia-e-data, isso diminui a importância de um filme. A experiência cinematográfica eleva essa importância. A forma como você o apresenta ao mundo é algo muito importante”, destacou.
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Baker revelou ainda sua intenção de liderar pelo exemplo, exigindo uma janela exclusiva de 100 dias nos cinemas para a distribuição de seu próximo filme, e sugeriu que outros diretores façam o mesmo.
“É um pouco mais de três meses, e acho que isso parece um período ideal no momento”, comentou.
O cineasta também fez um apelo direto aos espectadores, pedindo que não deem a existência das salas de cinema como garantida.
“Precisamos realmente apoiá-las. O público precisa ser lembrado de que perderá seus cinemas se não for”, alertou.
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Apesar do pessimismo generalizado na indústria após a absorção da Warner Bros. pela Netflix, Baker demonstrou otimismo em relação ao futuro da forma de arte. Ele destacou que seu filme premiado, ‘Anora’, atraiu o maior público entre a Geração Z, refutando a suposição de que os jovens não se interessam mais em ir ao cinema.
“Isso simplesmente não é verdade”, acrescentou. “Em Los Angeles, quando vou ao cinema, geralmente é a Geração Z que vejo. Adoro que os mais jovens estejam percebendo o valor de uma experiência coletiva, e também de uma em que o foco está totalmente no filme, sem distrações ao redor”.
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