domingo , 22 dezembro , 2024

“Senti que precisávamos criar um veículo de ESPERANÇA”, diz diretor de ‘Som da Liberdade’ [EXCLUSIVO]

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Som da Liberdade‘ (Sound of Freedom), que está sendo considerado o filme mais polêmico do ano, já estreou nos cinemas brasileiros e, recentemente, tivemos a oportunidade de conversar com o diretor Alejandro Monteverde e com Jeffrey Horman, CEO da Angel Studios (que adquiriu os direitos de exibição do longa após o projeto ser descartado pela Disney).

Durante a conversa, Horman explicou como se deu o processo de compra do longa-metragem, dizendo que tudo aconteceu de forma muito rápida:



“Esse filme começou com a [extinta] 20th Century Fox, ele conta. “O filme foi feito por eles, ficou completo. A Disney comprou a Fox e, por alguma razão, decidiram não lançar [o projeto]. Há várias especulações do porquê [disso]. E, então, eles venderam para [o produtor] Eduardo [Verástegui], que arrecadou o dinheiro e comprou o filme de volta. Então, veio a pandemia. Nós descobrimos que o longa estava disponível uma semana antes de assinarmos. Em questão de seis, sete dias, conversamos com os advogados, assinamos [o contrato] e lançamos o filme oitenta dias depois. Foi muito rápido”.

Pouco depois, quando questionado o motivo da Casa Mouse não ter investido esforços para dar continuidade o projeto após ter comprado a Fox.

Assista também:
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“Eu posso ver vários motivos. Várias razões comerciais. Este não é um filme que a Disney já fez antes, seria o primeiro. E, se eles nunca fizeram algo assim, por que ficariam nervosos sobre como fazê-lo? Não quero especular muito. Acho engraçado, porque, no passado, a Angel Studios teve uma grande briga com a Disney e, eventualmente, conseguimos o filme que eles tinham. E [‘Som da Liberdade’] saiu na mesma época que Indiana Jones e o Chamado do Destino – e o superou nas bilheterias. Isso não importa muito, mas acho que é engraçado”.

A obra, inspirada em eventos reais, conta a história de um ex-agente do governo estadunidense chamado Tim Ballard que se tornou mundialmente famoso após desmascarar uma rede de tráfico sexual infantil na América Latina, prendendo os responsáveis pelo esquema e resgatando dúzias de crianças que haviam sido sequestradas.

Monteverde comentou sobre a forma de abordagem da história e de que maneira ele traduziu temas importantes para a atualidade de forma a se conectar com o público.

“Primeiro, pensamos: como criar um filme que o público iria gostar? Um filme que o público poderia digerir?”, ele disse. “E como criar uma audácia cinemática pela escuridão sem parecer exagero? Eu senti que precisávamos criar um veículo de esperança, e o objetivo, a princípio, era como construir um filme que realmente começa quando acaba. Para mim, é importante saber onde a história termina, então, coloco esses princípios, é sobre isso que precisamos falar. Esses princípios soam muito poéticos, mas são muito difíceis de alcançar. Nós descobrimos, no roteiro, que esbarrávamos em uma parede o tempo todo. O tempo todo precisávamos como colocar um adulto e uma criança de cinco anos, ainda no papel, no mesmo ambiente. Foi preciso aprender a navegar por isso”.

O cineasta também contou que decisões narrativas foram tomadas após ele realizar a pesquisa para o projeto com o próprio Ballard.

“Uma das coisas que de fato me impactou foi quando estava fazendo uma pesquisa de rotina com Tim Ballard. A parte mais difícil no trabalho dele era transcrever todos os vídeos de exploração sexual de crianças, porque não se pode exibir esses vídeos no tribunal. Então, quando ele pegava alguém que tinha milhares de horas de vídeos desse tipo, ele assistia a todos eles e transcrevê-los… Você precisa ser o mais específico possível, para que a acusação e a sentença sejam maiores. Essa era a parte mais difícil para eles. E, para mim, essa era a parte que eu queria explorar. [Tim] estava carregando muita dor. Há uma fala [no filme] em que ele diz: ‘esse trabalho te quebra em vários pedaços’. Ele precisava juntar esses pedaços”.

Ele continua: “quando perguntei a ele, eu disse: ‘cara, você tem muitos filhos. E, como pai, você precisa prover’. Ele se demitiu do trabalho, se recusou a ganhar a pensão, colocou a casa em hipoteca e viajou para outro país para resgatar todas aquelas crianças. E foi aí que ele encontrou sentido. O coração dele estava quebrado, ele queria colar os pedacinhos de novo. Aquela jornada foi de cura. E eu entendi que precisava passar por esse arco emocional para que o público se conectasse e passasse por essa viagem também”.

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A trama acompanha o ex-agente especial do Governo Americano Tim Ballard, que embarca em uma missão arriscada para resgatar crianças vítimas de tráfico infantil. Na Colômbia, Ballard decide deixar seu cargo no Governo para seguir em busca da quadrilha em sua jornada que, agora, se torna pessoal.

Jim Caviezel (‘A Paixão de Cristo’) estrela a produção.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Som da Liberdade‘ (Sound of Freedom), que está sendo considerado o filme mais polêmico do ano, já estreou nos cinemas brasileiros e, recentemente, tivemos a oportunidade de conversar com o diretor Alejandro Monteverde e com Jeffrey Horman, CEO da Angel Studios (que adquiriu os direitos de exibição do longa após o projeto ser descartado pela Disney).

Durante a conversa, Horman explicou como se deu o processo de compra do longa-metragem, dizendo que tudo aconteceu de forma muito rápida:

“Esse filme começou com a [extinta] 20th Century Fox, ele conta. “O filme foi feito por eles, ficou completo. A Disney comprou a Fox e, por alguma razão, decidiram não lançar [o projeto]. Há várias especulações do porquê [disso]. E, então, eles venderam para [o produtor] Eduardo [Verástegui], que arrecadou o dinheiro e comprou o filme de volta. Então, veio a pandemia. Nós descobrimos que o longa estava disponível uma semana antes de assinarmos. Em questão de seis, sete dias, conversamos com os advogados, assinamos [o contrato] e lançamos o filme oitenta dias depois. Foi muito rápido”.

Pouco depois, quando questionado o motivo da Casa Mouse não ter investido esforços para dar continuidade o projeto após ter comprado a Fox.

“Eu posso ver vários motivos. Várias razões comerciais. Este não é um filme que a Disney já fez antes, seria o primeiro. E, se eles nunca fizeram algo assim, por que ficariam nervosos sobre como fazê-lo? Não quero especular muito. Acho engraçado, porque, no passado, a Angel Studios teve uma grande briga com a Disney e, eventualmente, conseguimos o filme que eles tinham. E [‘Som da Liberdade’] saiu na mesma época que Indiana Jones e o Chamado do Destino – e o superou nas bilheterias. Isso não importa muito, mas acho que é engraçado”.

A obra, inspirada em eventos reais, conta a história de um ex-agente do governo estadunidense chamado Tim Ballard que se tornou mundialmente famoso após desmascarar uma rede de tráfico sexual infantil na América Latina, prendendo os responsáveis pelo esquema e resgatando dúzias de crianças que haviam sido sequestradas.

Monteverde comentou sobre a forma de abordagem da história e de que maneira ele traduziu temas importantes para a atualidade de forma a se conectar com o público.

“Primeiro, pensamos: como criar um filme que o público iria gostar? Um filme que o público poderia digerir?”, ele disse. “E como criar uma audácia cinemática pela escuridão sem parecer exagero? Eu senti que precisávamos criar um veículo de esperança, e o objetivo, a princípio, era como construir um filme que realmente começa quando acaba. Para mim, é importante saber onde a história termina, então, coloco esses princípios, é sobre isso que precisamos falar. Esses princípios soam muito poéticos, mas são muito difíceis de alcançar. Nós descobrimos, no roteiro, que esbarrávamos em uma parede o tempo todo. O tempo todo precisávamos como colocar um adulto e uma criança de cinco anos, ainda no papel, no mesmo ambiente. Foi preciso aprender a navegar por isso”.

O cineasta também contou que decisões narrativas foram tomadas após ele realizar a pesquisa para o projeto com o próprio Ballard.

“Uma das coisas que de fato me impactou foi quando estava fazendo uma pesquisa de rotina com Tim Ballard. A parte mais difícil no trabalho dele era transcrever todos os vídeos de exploração sexual de crianças, porque não se pode exibir esses vídeos no tribunal. Então, quando ele pegava alguém que tinha milhares de horas de vídeos desse tipo, ele assistia a todos eles e transcrevê-los… Você precisa ser o mais específico possível, para que a acusação e a sentença sejam maiores. Essa era a parte mais difícil para eles. E, para mim, essa era a parte que eu queria explorar. [Tim] estava carregando muita dor. Há uma fala [no filme] em que ele diz: ‘esse trabalho te quebra em vários pedaços’. Ele precisava juntar esses pedaços”.

Ele continua: “quando perguntei a ele, eu disse: ‘cara, você tem muitos filhos. E, como pai, você precisa prover’. Ele se demitiu do trabalho, se recusou a ganhar a pensão, colocou a casa em hipoteca e viajou para outro país para resgatar todas aquelas crianças. E foi aí que ele encontrou sentido. O coração dele estava quebrado, ele queria colar os pedacinhos de novo. Aquela jornada foi de cura. E eu entendi que precisava passar por esse arco emocional para que o público se conectasse e passasse por essa viagem também”.

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A trama acompanha o ex-agente especial do Governo Americano Tim Ballard, que embarca em uma missão arriscada para resgatar crianças vítimas de tráfico infantil. Na Colômbia, Ballard decide deixar seu cargo no Governo para seguir em busca da quadrilha em sua jornada que, agora, se torna pessoal.

Jim Caviezel (‘A Paixão de Cristo’) estrela a produção.

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Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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