O mês de setembro é conhecido também como Setembro Amarelo, em que discute-se temas como a saúde mental, a prevenção ao suicídio e a necessidade de trazer esses temas à tona – ainda mais com recordes de casos de depressão, transtornos bipolares e outros em meio a uma pandemia que assolou e continua a assolar o mundo.
Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), registram-se mais de 13 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo. Tais casos aparecem com expressiva porcentagem entre os jovens e, mais especificamente, 96,8% dos suicídios estavam relacionados a transtornos mentais.
Para tanto, separamos uma lista com cinco músicas que falam sobre saúde mental. Entretanto, apesar de lançarem luz e abrirem portas para conversas sobre os tópicos acima mencionados, nada substitui a capacidade dos especialistas no assunto e, caso você esteja passando por problemas de saúde mental, contate o Centro de Valorização à Vida, discando o número 188.
Confira:
“SKYSCRAPER”, Demi Lovato (2011)
“Skyscraper” é uma das canções mais conhecidas de Demi Lovato e, como bem sabemos, a vida da artista não foi uma das mais fáceis. Lidando com inúmeros problemas psicológicos e vícios complexos, ela utilizou o poder da música para expurgar os demônios interiores e ajudar a si própria a curar – e essa faixa fala exatamente sobre permanecer forte. O enredo, inclusive, fala sobre os obstáculos que ela enfrentou e superou ao longo dos anos, conseguindo se reerguer como um arranha-céu, mesmo contra todas as probabilidades.
“BREATHIN”, Ariana Grande (2018)
Ariana Grande sempre foi uma das várias artistas que discorreu sobre saúde mental e outros problemas psicológicos em seus álbuns – e a incrível “breathin”, de ‘Sweetener’, é a que mais dialoga com esse lado mais crítico da cantora e compositora. A ótima construção dance-pop não apenas configura-se como a melhor entrada do disco, como também discorre sobre como a respiração consegue ajudá-la com a ansiedade, baseada nas experiências pessoais de Grande.
“ROSE-COLORED BOY”, Paramore (2018)
“Rose-Colored Boy” é uma das músicas mais bem construídas da banda Paramore e, assim como inúmeras outras canções, utiliza a máscara de uma progressão animada, movida pelo pop-rock, pelo synth-pop e pela nostalgia do new-wave, contra uma narrativa de realização realista-pessimista sobre o mundo e sobre as pessoas. Afinal, a vocalista Hayley Williams diz “eu matei o que restava de otimismo em mim”, em uma apatia melancólica que dialoga com o que vários de nós sentimos até hoje.
“NOW I’M IN IT”, HAIM (2019)
O trio conhecido como HAIM é um dos atos musicais mais aclamados de todos os tempos – e boa parte dessa incrível recepção tanto da crítica quanto do público se dá ao fato de um liricismo pungente que nos encanta desde os segundos iniciais. A faixa-bônus de ‘Women in Music Pt. III’, “Now I’m in It”, é uma das mais bem produzidas do álbum e é frequentemente mal interpretada. Segundo a própria vocalista Danielle Haim, a parte da canção que diz “não podemos ser amigos” se refere a ela e à própria mente, como uma metáfora materializada da depressão que enfrentava à época.
“911”, Lady Gaga (2020)
Lady Gaga voltou com mais uma obra-prima em 2020, com o lançamento de ‘Chromatica’ e, depois de ter falado sobre perdas e traumas no subestimado ‘Joanne’, ela investiu ainda mais esforços para conversar sobre importantes temas em ‘Chromatica’. “911”, considerada por inúmeros especialistas como a melhor faixa da produção, é movida pelo Eurodisco e pelo synth-pop, escondendo uma potente análise sobre antipsicóticos e a luta de Gaga contra si mesma e contra pensamentos destrutivos (“minha maior inimiga sou eu”).