terça-feira , 19 novembro , 2024

‘Silent Hill’: Referências e homenagens a Stephen King e os clássicos do TERROR

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Desde que estreou no Playstation, em 1999, Silent Hill sempre foi algo enxergado como um produto diferente, sobretudo dentro do subgênero que fazia parte, o Survival Horror ou Terror de Sobrevivência. Isso porque os criadores da franquia, os lendários desenvolvedores do Team Silent, sempre pensaram em se distanciar das demais produções existentes no mercado de jogos eletrônicos, das quais até curtiam. Eles almejavam algo que fosse inusitado e deixasse a obra com uma cara única, não queriam falar sobre zumbis, assombrações ou construir um universo científico e fatalista que resultasse num pandemônio, queriam criar algo do zero.

O tipo de empreitada semelhante a literatura do cultuado escritor americano Howard Phillips Lovecraft, que ainda no começo do século XX resolveu lançar o conto Dagon, precisamente em 1917, e deixar de lado tudo que fazia sucesso nas histórias de terror até aquele momento, estas que eram focadas em fantasmas, maldições, espíritos e demônios. Nem mesmo criaturas mitológicas como vampiros e lobisomens foram utilizadas. Lovecraft decidiu criar um universo próprio, com criaturas desconhecidas pelos humanos, pegando como referência a ideia do inexplorado espaço sideral. Ou seja, o escritor usou o medo do desconhecido, o chamado cosmiquíssimo que abordava seres que vinham de outras galáxias e se materializavam de forma incompreensível para a mente humana.



Exatamente o caso de Silent Hill, um jogo que possui um mundo próprio, digamos assim, que explora na verdade a galáxia desconhecida que existe nos confins da nossa mente. Os monstros de Silent Hill nada mais são que os nossos maiores medos internos sendo projetados em figuras grotescas e assustadoras. É também o reflexo de uma cidade que começou a adorar um Deus pagão desconhecido que cobravam o sacrifício de uma criança, Alessa, que se revoltou e usou todo o seu ódio para transformar o lugar numa espécie de purgatório para as almas atormentadas.

O Team Silent tomou como base obras populares, aquelas que fossem interessantes para o que eles ambicionavam e transformaram todas elas numa coisa única. Isso acabou, aliás, virando tendência nos próximos jogos da série. Afinal, quais são essas referências e homenagens tão importantes que deram origem a uma das franquias mais amadas dos games de terror? É o que a gente vai tentar descobrir agora citando algumas homenagens que são, no mínimo, curiosas.

Ao mestre com carinho

Poster ameaçador – E nada melhor que começar pelas referências ao aluno mais celebre de Lovecraft, outro que também é um mestre do horror, o incrível Stephen King. Então, quem já jogou Silent Hill sabe que assim que iniciamos o game acordamos no Cafe 5to2, que, como o próprio nome indica, é uma cafeteria que fica próximo a entrada de Silent Hill. É lá que também encontramos a policial Cybil Bennett, que, após fazer várias perguntas, nos entrega a primeira pistola do jogo pra que assim podemos enfrentar os monstros voadores da cidade.

Nessa cafeteria existe um poster curioso, onde vemos um homem com uma espingarda apontada pra quem olha para o cartaz, embaixo dele está escrito: “Study, Dammit!” (Estude, droga!). O poster na verdade se trata de uma publicação estudantil feita por Stephen King em seu último ano na universidade de Maine, a pedido da diretoria que queria um cartaz incentivando os alunos a estudarem, e o King resolveu criar uma mensagem um pouquinho agressiva. Por sinal, o homem cabeludo e barbado na foto é ele mesmo numa versão mais jovem e rebelde.

Máquina de Pinball – Aliás, há muitas outras homenagens a Stephen King espalhadas pelo jogo, como a máquina Pinball Medieval Madness localizada na tal cafeteria, que nada mais é que uma referência ao filme Colheita Maldita, que foi baseado num conto do Stephen King. Numa cena do longa, o personagem Malakai está jogando exatamente a máquina da cafeteria.

Recado – O primeiro save point encontrado no jogo também está localizado na cafeteria, quando o protagonista Harry Manson encontra no balcão um bilhete com a seguinte frase: “Someday, someone may experience these bizarre events. Hopefully, they will find my notes useful.”, que numa tradução livre seria algo como “Algum dia, alguém também vai passar por esses eventos bizarros. Com sorte, eles vão achar minhas anotações e elas poderão ser úteis”. A frase em questão está presente no livro O Nevoeiro, The Mist (no original), escrito por Stephen King. Livro este que acabou gerando um filme homônimo em 2007 e até uma série de tv dez anos depois com o mesmo nome.

Pixação – Outra referência muito clara a um dos maiores clássicos de Stephen King é uma porta garagem de rolo que fica localizada no lado norte da Bloch St de Silent Hill, que nela está pixado com spray vermelho o nome “Redrum”, que em inglês significa “Murder” escrito ao contrário, “Assassino” numa tradução literal. “Redrum” se refere ao recado do amigo imaginário do personagem Danny, do livro O Iluminado, de Stephen King, este ganhou um filme incrível de Stanley Kubrick. O amigo de Danny é que escreve na porta o nome “Redrum” através da própria criança.

Rua King – Na cidade de Silent Hill está localizado no mapa, mais ao sul, a avenida Bachman Road, nome que é uma alusão ao pseudônimo utilizado por Stephen King em alguns dos seus contos, como por exemplo O Justiceiro. No caso do King, o nome completo que ele usa é Richard Bachman, no mapa está destacado bem grande como BACHMAN Rd.

Posters de filmes – Só pra gente fechar as referências e homenagens a Stephen King, existem outras pequenas citações relacionadas ao autor espalhadas por toda cidade, como os posters dos filmes Cemitério Maldito e Carrie – A Estranha. Ambos os filmes são adaptações de livros bastante conhecidos do King, que acaram virando clássicos do terror no cinema e ganharam até remakes depois.

O cinema presente em Silent Hill

Influência importante – Nem só de Stephen King viveu Silent Hill, a citação a outros filmes existe aos montes pela aventura Harry Manson, por sinal, esses filmes são homenageados porque acabaram tendo muito a ver com o que é o próprio jogo. Alucinações do Passado, por exemplo, filme que no original leva o nome de Jacob’s Ladder, é estrelado pelo ator Tim Robbins e tem uma influencia confessa do Team Silent, pois o longa traz a história de um veterano de guerra, Jacob, que é atormentado por vários seres estranhos que apenas ele consegue ver, todos criados por sua própria mente. Jacob tem que enfrentar tudo isso sozinho e descobrir o que está acontecendo. Uma clara alusão a realidade paralela vivida por Mason em Silent Hill. Embora não apareça no jogo, um aviso contra drogas que aparece no filme, na cena do metrô, foi encontrado num arquivo de texturas dentro do game. A produção influenciou também outros jogos da franquia como Silent Hill 3 e Silent Hill Homecoming.

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O ExorcistaSilent Hill possui duas formas de mundo: a versão “normal”, que é coberta por cinzas e abriga algumas criaturas; e a versão mais “sombria”, onde acontece um breu total e tudo se transforma em grades enferrujadas, o mundo se torna um verdadeiro pandemônio repleto de novas criaturas aterrorizantes. Cada jogador tem um nome pra esse lugar, uns chamam de “versão sombria”, outro “versão infernal”, o seu amigo de “mundo das grades”, entre demais nomes sem sentido. O nome oficial seria “Otherworld” ou “Nowhere”, ou seja, “outro mundo” ou “lugar nenhum”. Na tal versão “Nowhere” tem uma porta especial que está escrito “Help Me” (ajude-me) numa grafia idêntica àquela vista em um lençol no filme O Exorcista.

Planta assassina – Do outro lado da rua do antiquário Green Lion Antiques, é possível encontrar a floricultura Mushnik’s Florist, nela existe uma placa na vitrine com um novo tipo de planta chamada Audrey Jr. Essa é uma referência direta ao filme A Pequena Loja dos Horrores. Clássico musical do gênero do terror estrelado por Rick Moranis.

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Teatro italiano – O teatro Metropol Theater que fica ao lado da cafeteria Cafe 5to2 é exatamente o mesmo teatro que aparece no filme DemonsFilhos das Trevas, do mestre do terror italiano Dario Argento. Inclusive o próprio Team Silent confessa que muito das cores e estética de Demons foram utilizadas no primeiro Silent Hill, sobretudo as cenas de cores e tons avermelhados.

Sessão da Tarde – É engraçado e quase inacreditável saber que a tenebrosa e conhecida escola de Silent Hill, chamada de Midwich Elementary Schoo, teve toda sua arquitetura interna e externa com alguns cartazes baseada em um centro escolar visto no filme de comédia infantil Um Tira no Jardim de Infância, com Arnold Schwarzenegger, que passou várias vezes durante a Sessão da Tarde. Já pensou se algum monstro também foi baseado no senhor Kimble, policial disfarçado de professor vivido pelo Arnold?

Além do Arco-íris – Falando sobre história infantil que podia ter virado conto de terror, o livro O Maravilhoso Mágico de Oz, de L. Frank Baum, que também ganhou um filme famoso chamado apenas de O Mágico de Oz, possui alguns paralelos com Silent Hill – aí outra influência declarada pelo próprio Team Silent. Todas as chaves que nós pegamos para o momento do Eclipse tem uma ligação com os personagens do livro como o Leão Covarde, o Espantalho e o Homem de Lata. A própria Alessa, uma das principais figuras de Silent Hill, tem uma cópia do Mágico de Oz no seu quarto, fazendo as vezes da garotinha Dorothy, formando assim o quarteto do livro.

Além disso, toda a questão das chaves é ainda mais impressionante, pois, como sabemos, a chave do Leão é achada ao lado de um abismo, no extremo da cidade, dentro de um carro de polícia. No livro do Maravilhoso Mágico de Oz, vemos que, pra chegar onde quer, o Leão Medroso tem que pular justamente num abismo com os seus companheiros nas costas – a coragem do bicho por sinal está ligada ao carro de polícia. No caso da chave do Homem de Lata, que encontramos ao lado de um cachorro decapitado, vemos que no livro o personagem teve que cortar as cabeças de uma matilha de lobos. Por fim a chave do Espantalho no jogo é encontrada numa caixa de correios e só pode ser alcançada através de uma árvore caída. No livro o Espantalho sugere derrubar exatamente uma árvore pra que ele e o grupo possam cruzar o vale. Alusões claras e fáceis de ser percebidas quando conhecemos a história do Mágico de Oz.

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Wilker Medeiroshttps://www.youtube.com/imersaocultural
Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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Desde que estreou no Playstation, em 1999, Silent Hill sempre foi algo enxergado como um produto diferente, sobretudo dentro do subgênero que fazia parte, o Survival Horror ou Terror de Sobrevivência. Isso porque os criadores da franquia, os lendários desenvolvedores do Team Silent, sempre pensaram em se distanciar das demais produções existentes no mercado de jogos eletrônicos, das quais até curtiam. Eles almejavam algo que fosse inusitado e deixasse a obra com uma cara única, não queriam falar sobre zumbis, assombrações ou construir um universo científico e fatalista que resultasse num pandemônio, queriam criar algo do zero.

O tipo de empreitada semelhante a literatura do cultuado escritor americano Howard Phillips Lovecraft, que ainda no começo do século XX resolveu lançar o conto Dagon, precisamente em 1917, e deixar de lado tudo que fazia sucesso nas histórias de terror até aquele momento, estas que eram focadas em fantasmas, maldições, espíritos e demônios. Nem mesmo criaturas mitológicas como vampiros e lobisomens foram utilizadas. Lovecraft decidiu criar um universo próprio, com criaturas desconhecidas pelos humanos, pegando como referência a ideia do inexplorado espaço sideral. Ou seja, o escritor usou o medo do desconhecido, o chamado cosmiquíssimo que abordava seres que vinham de outras galáxias e se materializavam de forma incompreensível para a mente humana.

Exatamente o caso de Silent Hill, um jogo que possui um mundo próprio, digamos assim, que explora na verdade a galáxia desconhecida que existe nos confins da nossa mente. Os monstros de Silent Hill nada mais são que os nossos maiores medos internos sendo projetados em figuras grotescas e assustadoras. É também o reflexo de uma cidade que começou a adorar um Deus pagão desconhecido que cobravam o sacrifício de uma criança, Alessa, que se revoltou e usou todo o seu ódio para transformar o lugar numa espécie de purgatório para as almas atormentadas.

O Team Silent tomou como base obras populares, aquelas que fossem interessantes para o que eles ambicionavam e transformaram todas elas numa coisa única. Isso acabou, aliás, virando tendência nos próximos jogos da série. Afinal, quais são essas referências e homenagens tão importantes que deram origem a uma das franquias mais amadas dos games de terror? É o que a gente vai tentar descobrir agora citando algumas homenagens que são, no mínimo, curiosas.

Ao mestre com carinho

Poster ameaçador – E nada melhor que começar pelas referências ao aluno mais celebre de Lovecraft, outro que também é um mestre do horror, o incrível Stephen King. Então, quem já jogou Silent Hill sabe que assim que iniciamos o game acordamos no Cafe 5to2, que, como o próprio nome indica, é uma cafeteria que fica próximo a entrada de Silent Hill. É lá que também encontramos a policial Cybil Bennett, que, após fazer várias perguntas, nos entrega a primeira pistola do jogo pra que assim podemos enfrentar os monstros voadores da cidade.

Nessa cafeteria existe um poster curioso, onde vemos um homem com uma espingarda apontada pra quem olha para o cartaz, embaixo dele está escrito: “Study, Dammit!” (Estude, droga!). O poster na verdade se trata de uma publicação estudantil feita por Stephen King em seu último ano na universidade de Maine, a pedido da diretoria que queria um cartaz incentivando os alunos a estudarem, e o King resolveu criar uma mensagem um pouquinho agressiva. Por sinal, o homem cabeludo e barbado na foto é ele mesmo numa versão mais jovem e rebelde.

Máquina de Pinball – Aliás, há muitas outras homenagens a Stephen King espalhadas pelo jogo, como a máquina Pinball Medieval Madness localizada na tal cafeteria, que nada mais é que uma referência ao filme Colheita Maldita, que foi baseado num conto do Stephen King. Numa cena do longa, o personagem Malakai está jogando exatamente a máquina da cafeteria.

Recado – O primeiro save point encontrado no jogo também está localizado na cafeteria, quando o protagonista Harry Manson encontra no balcão um bilhete com a seguinte frase: “Someday, someone may experience these bizarre events. Hopefully, they will find my notes useful.”, que numa tradução livre seria algo como “Algum dia, alguém também vai passar por esses eventos bizarros. Com sorte, eles vão achar minhas anotações e elas poderão ser úteis”. A frase em questão está presente no livro O Nevoeiro, The Mist (no original), escrito por Stephen King. Livro este que acabou gerando um filme homônimo em 2007 e até uma série de tv dez anos depois com o mesmo nome.

Pixação – Outra referência muito clara a um dos maiores clássicos de Stephen King é uma porta garagem de rolo que fica localizada no lado norte da Bloch St de Silent Hill, que nela está pixado com spray vermelho o nome “Redrum”, que em inglês significa “Murder” escrito ao contrário, “Assassino” numa tradução literal. “Redrum” se refere ao recado do amigo imaginário do personagem Danny, do livro O Iluminado, de Stephen King, este ganhou um filme incrível de Stanley Kubrick. O amigo de Danny é que escreve na porta o nome “Redrum” através da própria criança.

Rua King – Na cidade de Silent Hill está localizado no mapa, mais ao sul, a avenida Bachman Road, nome que é uma alusão ao pseudônimo utilizado por Stephen King em alguns dos seus contos, como por exemplo O Justiceiro. No caso do King, o nome completo que ele usa é Richard Bachman, no mapa está destacado bem grande como BACHMAN Rd.

Posters de filmes – Só pra gente fechar as referências e homenagens a Stephen King, existem outras pequenas citações relacionadas ao autor espalhadas por toda cidade, como os posters dos filmes Cemitério Maldito e Carrie – A Estranha. Ambos os filmes são adaptações de livros bastante conhecidos do King, que acaram virando clássicos do terror no cinema e ganharam até remakes depois.

O cinema presente em Silent Hill

Influência importante – Nem só de Stephen King viveu Silent Hill, a citação a outros filmes existe aos montes pela aventura Harry Manson, por sinal, esses filmes são homenageados porque acabaram tendo muito a ver com o que é o próprio jogo. Alucinações do Passado, por exemplo, filme que no original leva o nome de Jacob’s Ladder, é estrelado pelo ator Tim Robbins e tem uma influencia confessa do Team Silent, pois o longa traz a história de um veterano de guerra, Jacob, que é atormentado por vários seres estranhos que apenas ele consegue ver, todos criados por sua própria mente. Jacob tem que enfrentar tudo isso sozinho e descobrir o que está acontecendo. Uma clara alusão a realidade paralela vivida por Mason em Silent Hill. Embora não apareça no jogo, um aviso contra drogas que aparece no filme, na cena do metrô, foi encontrado num arquivo de texturas dentro do game. A produção influenciou também outros jogos da franquia como Silent Hill 3 e Silent Hill Homecoming.

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O ExorcistaSilent Hill possui duas formas de mundo: a versão “normal”, que é coberta por cinzas e abriga algumas criaturas; e a versão mais “sombria”, onde acontece um breu total e tudo se transforma em grades enferrujadas, o mundo se torna um verdadeiro pandemônio repleto de novas criaturas aterrorizantes. Cada jogador tem um nome pra esse lugar, uns chamam de “versão sombria”, outro “versão infernal”, o seu amigo de “mundo das grades”, entre demais nomes sem sentido. O nome oficial seria “Otherworld” ou “Nowhere”, ou seja, “outro mundo” ou “lugar nenhum”. Na tal versão “Nowhere” tem uma porta especial que está escrito “Help Me” (ajude-me) numa grafia idêntica àquela vista em um lençol no filme O Exorcista.

Planta assassina – Do outro lado da rua do antiquário Green Lion Antiques, é possível encontrar a floricultura Mushnik’s Florist, nela existe uma placa na vitrine com um novo tipo de planta chamada Audrey Jr. Essa é uma referência direta ao filme A Pequena Loja dos Horrores. Clássico musical do gênero do terror estrelado por Rick Moranis.

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Teatro italiano – O teatro Metropol Theater que fica ao lado da cafeteria Cafe 5to2 é exatamente o mesmo teatro que aparece no filme DemonsFilhos das Trevas, do mestre do terror italiano Dario Argento. Inclusive o próprio Team Silent confessa que muito das cores e estética de Demons foram utilizadas no primeiro Silent Hill, sobretudo as cenas de cores e tons avermelhados.

Sessão da Tarde – É engraçado e quase inacreditável saber que a tenebrosa e conhecida escola de Silent Hill, chamada de Midwich Elementary Schoo, teve toda sua arquitetura interna e externa com alguns cartazes baseada em um centro escolar visto no filme de comédia infantil Um Tira no Jardim de Infância, com Arnold Schwarzenegger, que passou várias vezes durante a Sessão da Tarde. Já pensou se algum monstro também foi baseado no senhor Kimble, policial disfarçado de professor vivido pelo Arnold?

Além do Arco-íris – Falando sobre história infantil que podia ter virado conto de terror, o livro O Maravilhoso Mágico de Oz, de L. Frank Baum, que também ganhou um filme famoso chamado apenas de O Mágico de Oz, possui alguns paralelos com Silent Hill – aí outra influência declarada pelo próprio Team Silent. Todas as chaves que nós pegamos para o momento do Eclipse tem uma ligação com os personagens do livro como o Leão Covarde, o Espantalho e o Homem de Lata. A própria Alessa, uma das principais figuras de Silent Hill, tem uma cópia do Mágico de Oz no seu quarto, fazendo as vezes da garotinha Dorothy, formando assim o quarteto do livro.

Além disso, toda a questão das chaves é ainda mais impressionante, pois, como sabemos, a chave do Leão é achada ao lado de um abismo, no extremo da cidade, dentro de um carro de polícia. No livro do Maravilhoso Mágico de Oz, vemos que, pra chegar onde quer, o Leão Medroso tem que pular justamente num abismo com os seus companheiros nas costas – a coragem do bicho por sinal está ligada ao carro de polícia. No caso da chave do Homem de Lata, que encontramos ao lado de um cachorro decapitado, vemos que no livro o personagem teve que cortar as cabeças de uma matilha de lobos. Por fim a chave do Espantalho no jogo é encontrada numa caixa de correios e só pode ser alcançada através de uma árvore caída. No livro o Espantalho sugere derrubar exatamente uma árvore pra que ele e o grupo possam cruzar o vale. Alusões claras e fáceis de ser percebidas quando conhecemos a história do Mágico de Oz.

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Wilker Medeiros, com passagem pela área de jornalismo, atuou em portais e podcasts como editor e crítico de cinema. Formou-se em cursos de Fotografia e Iluminação, Teoria, Linguagem e Crítica Cinematográfica, Forma e Estilo do Cinema. Sempre foi apaixonado pela sétima arte e é um consumidor voraz de cultura pop.

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