sábado , 21 dezembro , 2024

Snoopy 70 Anos | Conheça a história por trás do cãozinho mais amado dos cartuns

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Lançado oficialmente em outubro de 1950, o cachorrinho Snoopy, junto da turma do Charlie Brown, ou do Minduim, como foi chamado por muitos anos no Brasil, completa 70 anos em 2020. Extremamente popular, a série de tirinhas do cachorrinho monocromático já foi publicada por mais de 2,6 mil veículos em mais de 75 países ao longo da história. Estima-se que mais de 355 milhões de pessoas, em 40 idiomas diferentes, tenham sido diretamente impactadas pelas tirinhas, que deixaram de ser publicadas há pouco mais de 20 anos, em fevereiro de 2000, quando o criador do personagem Charles M. Schulz faleceu vítima de complicações de um câncer de cólon. Nesses anos todos, a Turma do Minduim ganhou jornais, revistas, desenhos animados, filmes e milhões de produtos licenciados. O sucesso foi tão grande que mesmo hoje, sem ter mais tanto espaço na mídia quanto no passado, o personagem continua extremamente popular.



Criação

Charles M. Schulz nasceu em 1922, em Minnesota, nos Estados Unidos. Filho de uma dona de casa com um barbeiro de origem alemã, Schulz era o mais novo e o mais tímido da turma na escola. Charles dizia que sua primeira lembrança envolvendo o mundo dos cartuns foi no primeiro dia do jardim de infância, quando a professora deu papel e giz de cera para que os alunos “desenhassem o que quisessem”. Ele desenhou um homem limpando neve com uma pá que chamou a atenção da professora. Impressionada, ela disse: “Algum dia, Charles, você será um grande artista”.

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Tentando sobreviver à Grande Depressão, a família Schulz passava por dificuldades financeiras e chegou ao ponto de só ter panquecas para comer. O único divertimento que eles conseguiam pagar eram as tirinhas dos jornais. Charles logo virou um fanático pelas histórias de Buck Rogers e do Popeye. Ele treinava seus desenhos fazendo as próprias historinhas, além de sempre pedir o máximo de jornais e revistas possíveis para que pudesse ler mais e mais tirinhas. Na virada do ano de 1936, o pai mandou uma carta para o jornal ilustrado “Believe It Or Not”, junto a um desenho do cachorrinho da família, Spike, no qual o próprio Charles, que tinha apenas 14 anos na época, descrevia as habilidades especiais do cachorrinho em comer absolutamente qualquer coisa que aparecesse pela frente sem passar mal depois. O editor gostou e publicou a ilustração com o nome de “Sparky”, fazendo com que esse se tornasse o primeiro desenho de Charles M. Schulz a ser veiculado.

Indo muito bem nas aulas de artes da escola, Schulz terminou a escola com louvor em 1940. No mesmo ano, ele foi inscrito na Art Instruction Schools Inc., que ensinava a desenhar por correspondência. No ano seguinte, ele começa a mandar suas tirinhas para diversos jornais e revistas, manda até mesmo para Walt Disney, mas não obtém sucesso.

Após a mãe falecer em 1943, ele se alista para o exército americano e lidera uma esquadra de infantaria na Europa. Foi um período muito difícil. Em 1975, ele comentou sua passagem militar: “O exército me ensinou tudo que precisava saber sobre minha própria solidão”. Quando ele retorna, é contratado como instrutor da escola de artes que ele havia feito por correspondência. Lá, ele melhora suas habilidades e adota o nome “Sparky”. Assim, algumas artes começam a ser publicadas nos jornais da região. Não demora muito até que Sparky’s Li’lFolks começa a fazer sucesso. As tirinhas mostravam crianças brincando com situações do cotidiano e o protagonista era um menino quietinho com um cachorro em preto e branco.


O sucesso chamou atenção do The Washington Post, que passou a contar com os serviços de Schulz. Mas havia um porém: o nome das tirinhas era muito parecido com outra já existente. Para ser publicada, a história teria que mudar de nome. Dessa forma, muito contrariado, Schulz aceitou que mudassem os “Li’lFolks” para “Peanuts”, nome que, segundo o próprio artista era: “o pior nome possível para uma tirinha”. Então, em outubro de 1950, Charlie Brown e sua turminha fizeram sua estreia. O resto é história.

Essa é a primeira tirinha sob o título de “Peanuts”.

Um menino desiludido e sonhador

Devido à infância introspectiva, Schulz não descrevia suas memórias com muita alegria. Essa desilusão e solidão, tentando sempre se encaixar em algum lugar ou atividade, refletiram diretamente na personalidade do menininho Charlie Brown. Cheio de questionamentos filosóficos, brincadeiras auto-depreciativas e tendo de lidar com diversos fracassos constantes, o garoto se tornou um espelho do próprio Schulz, que nunca deixou de perseguir seus sonhos, por mais que o contexto não o ajudasse. A Garotinha Ruiva, paixão platônica de Charlie Brown, por exemplo, foi baseada em Donna Mae Johnson, uma menina que trabalhava na contabilidade da Art Instruction Schools Inc. que chegou a namorar com Schulz, mas acabou aceitando a proposta de casamento de outro homem. Essas frustrações da vida renderam aspectos de personalidade e histórias imortais da Turma do Minduim.

Schulz e Charlie Brown se influenciaram

Melhor Amigo

O Snoopy mudou ao longo dos anos. Quando ele estreou, era um cachorrinho mais tradicional. Baseado em um beagle, ele andava em quatro patas e não se comunicava. Porém, em sua primeira década de vida, ele passou a andar sobre duas patas, expressar seus sentimentos e interagir com personagens de forma mais antropomórfica. Originalmente, ele se chamaria Sniffy, mas o nome já era usado por outras tirinhas. Então, o passado de Schulz influenciou mais uma vez. Durante a infância, o artista teve dois cachorros. Ambos monocromáticos, eles se chamaram Snooky e Spike, respectivamente. Combinando os dois nomes, surgiu o Snoopy. Sempre sonhador, o cachorrinho vive devaneando sobre seus feitos, seja se portando como um “cara descolado” no papel de Joe Cool ou até mesmo enfrentando o temível Barão Vermelho. Repleto de características marcantes, como dormir no telhado da casinha, ele se tornou um dos personagens mais amados das tirinhas e da cultura Pop em geral.

A primeira aparição do Snoopy aconteceu dois dias depois da primeira tirinha.

 

Animação

Nos anos 1960, Peanuts já era um sucesso das tirinhas. Com a popularização dos desenhos animados, não demorou muito para que a Turma ganhasse as telas. Os diversos especiais foram sendo lançados e se tornando clássicos instantâneos. O sucesso era tão grande que a marca se consolidou e começou a vender uma série de produtos que caíram no gosto dos fãs. A série animada regular começou nos anos 1980 e apenas expandiu o carinho dos fãs pelos personagens. O reconhecimento da qualidade veio com a conquista de praticamente todos os prêmios possíveis, faltando apenas o Oscar, ao qual foi indicado em 1969. No mesmo ano, Snoopy descobriu que o céu não era mais o limite, literalmente. Isso porque ele foi adotado como o mascote da missão Apollo 10 e deu nome ao módulo lunar da missão.

3D

Em 2015, os cinemas receberam pela primeira vez uma animação 3D da Turma do Charlie Brown. Reunindo momentos memoráveis das animações do passado e das tirinhas, Snoopy & Charlie BrownPeanuts: O Filme trouxe uma animação estilizada, que manteve as características clássicas dos personagens, mas sem perder o ar da tecnologia atual. O longa foi bem recebido e se tornou um sucesso de críticas e bilheteria.

“Mas que puxa!”

Nos últimos 70 anos, Snoopy, Charlie Brown e os membros da turma foram parte importante na vida de muita gente ao redor do mundo. O projeto de vida de Schulz foi reconhecido como uma das grandes obras da humanidade e deve continuar fazendo sucesso pelas próximas gerações.

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Lançado oficialmente em outubro de 1950, o cachorrinho Snoopy, junto da turma do Charlie Brown, ou do Minduim, como foi chamado por muitos anos no Brasil, completa 70 anos em 2020. Extremamente popular, a série de tirinhas do cachorrinho monocromático já foi publicada por mais de 2,6 mil veículos em mais de 75 países ao longo da história. Estima-se que mais de 355 milhões de pessoas, em 40 idiomas diferentes, tenham sido diretamente impactadas pelas tirinhas, que deixaram de ser publicadas há pouco mais de 20 anos, em fevereiro de 2000, quando o criador do personagem Charles M. Schulz faleceu vítima de complicações de um câncer de cólon. Nesses anos todos, a Turma do Minduim ganhou jornais, revistas, desenhos animados, filmes e milhões de produtos licenciados. O sucesso foi tão grande que mesmo hoje, sem ter mais tanto espaço na mídia quanto no passado, o personagem continua extremamente popular.

Criação

Charles M. Schulz nasceu em 1922, em Minnesota, nos Estados Unidos. Filho de uma dona de casa com um barbeiro de origem alemã, Schulz era o mais novo e o mais tímido da turma na escola. Charles dizia que sua primeira lembrança envolvendo o mundo dos cartuns foi no primeiro dia do jardim de infância, quando a professora deu papel e giz de cera para que os alunos “desenhassem o que quisessem”. Ele desenhou um homem limpando neve com uma pá que chamou a atenção da professora. Impressionada, ela disse: “Algum dia, Charles, você será um grande artista”.

Tentando sobreviver à Grande Depressão, a família Schulz passava por dificuldades financeiras e chegou ao ponto de só ter panquecas para comer. O único divertimento que eles conseguiam pagar eram as tirinhas dos jornais. Charles logo virou um fanático pelas histórias de Buck Rogers e do Popeye. Ele treinava seus desenhos fazendo as próprias historinhas, além de sempre pedir o máximo de jornais e revistas possíveis para que pudesse ler mais e mais tirinhas. Na virada do ano de 1936, o pai mandou uma carta para o jornal ilustrado “Believe It Or Not”, junto a um desenho do cachorrinho da família, Spike, no qual o próprio Charles, que tinha apenas 14 anos na época, descrevia as habilidades especiais do cachorrinho em comer absolutamente qualquer coisa que aparecesse pela frente sem passar mal depois. O editor gostou e publicou a ilustração com o nome de “Sparky”, fazendo com que esse se tornasse o primeiro desenho de Charles M. Schulz a ser veiculado.

Indo muito bem nas aulas de artes da escola, Schulz terminou a escola com louvor em 1940. No mesmo ano, ele foi inscrito na Art Instruction Schools Inc., que ensinava a desenhar por correspondência. No ano seguinte, ele começa a mandar suas tirinhas para diversos jornais e revistas, manda até mesmo para Walt Disney, mas não obtém sucesso.

Após a mãe falecer em 1943, ele se alista para o exército americano e lidera uma esquadra de infantaria na Europa. Foi um período muito difícil. Em 1975, ele comentou sua passagem militar: “O exército me ensinou tudo que precisava saber sobre minha própria solidão”. Quando ele retorna, é contratado como instrutor da escola de artes que ele havia feito por correspondência. Lá, ele melhora suas habilidades e adota o nome “Sparky”. Assim, algumas artes começam a ser publicadas nos jornais da região. Não demora muito até que Sparky’s Li’lFolks começa a fazer sucesso. As tirinhas mostravam crianças brincando com situações do cotidiano e o protagonista era um menino quietinho com um cachorro em preto e branco.


O sucesso chamou atenção do The Washington Post, que passou a contar com os serviços de Schulz. Mas havia um porém: o nome das tirinhas era muito parecido com outra já existente. Para ser publicada, a história teria que mudar de nome. Dessa forma, muito contrariado, Schulz aceitou que mudassem os “Li’lFolks” para “Peanuts”, nome que, segundo o próprio artista era: “o pior nome possível para uma tirinha”. Então, em outubro de 1950, Charlie Brown e sua turminha fizeram sua estreia. O resto é história.

Essa é a primeira tirinha sob o título de “Peanuts”.

Um menino desiludido e sonhador

Devido à infância introspectiva, Schulz não descrevia suas memórias com muita alegria. Essa desilusão e solidão, tentando sempre se encaixar em algum lugar ou atividade, refletiram diretamente na personalidade do menininho Charlie Brown. Cheio de questionamentos filosóficos, brincadeiras auto-depreciativas e tendo de lidar com diversos fracassos constantes, o garoto se tornou um espelho do próprio Schulz, que nunca deixou de perseguir seus sonhos, por mais que o contexto não o ajudasse. A Garotinha Ruiva, paixão platônica de Charlie Brown, por exemplo, foi baseada em Donna Mae Johnson, uma menina que trabalhava na contabilidade da Art Instruction Schools Inc. que chegou a namorar com Schulz, mas acabou aceitando a proposta de casamento de outro homem. Essas frustrações da vida renderam aspectos de personalidade e histórias imortais da Turma do Minduim.

Schulz e Charlie Brown se influenciaram

Melhor Amigo

O Snoopy mudou ao longo dos anos. Quando ele estreou, era um cachorrinho mais tradicional. Baseado em um beagle, ele andava em quatro patas e não se comunicava. Porém, em sua primeira década de vida, ele passou a andar sobre duas patas, expressar seus sentimentos e interagir com personagens de forma mais antropomórfica. Originalmente, ele se chamaria Sniffy, mas o nome já era usado por outras tirinhas. Então, o passado de Schulz influenciou mais uma vez. Durante a infância, o artista teve dois cachorros. Ambos monocromáticos, eles se chamaram Snooky e Spike, respectivamente. Combinando os dois nomes, surgiu o Snoopy. Sempre sonhador, o cachorrinho vive devaneando sobre seus feitos, seja se portando como um “cara descolado” no papel de Joe Cool ou até mesmo enfrentando o temível Barão Vermelho. Repleto de características marcantes, como dormir no telhado da casinha, ele se tornou um dos personagens mais amados das tirinhas e da cultura Pop em geral.

A primeira aparição do Snoopy aconteceu dois dias depois da primeira tirinha.

 

Animação

Nos anos 1960, Peanuts já era um sucesso das tirinhas. Com a popularização dos desenhos animados, não demorou muito para que a Turma ganhasse as telas. Os diversos especiais foram sendo lançados e se tornando clássicos instantâneos. O sucesso era tão grande que a marca se consolidou e começou a vender uma série de produtos que caíram no gosto dos fãs. A série animada regular começou nos anos 1980 e apenas expandiu o carinho dos fãs pelos personagens. O reconhecimento da qualidade veio com a conquista de praticamente todos os prêmios possíveis, faltando apenas o Oscar, ao qual foi indicado em 1969. No mesmo ano, Snoopy descobriu que o céu não era mais o limite, literalmente. Isso porque ele foi adotado como o mascote da missão Apollo 10 e deu nome ao módulo lunar da missão.

3D

Em 2015, os cinemas receberam pela primeira vez uma animação 3D da Turma do Charlie Brown. Reunindo momentos memoráveis das animações do passado e das tirinhas, Snoopy & Charlie BrownPeanuts: O Filme trouxe uma animação estilizada, que manteve as características clássicas dos personagens, mas sem perder o ar da tecnologia atual. O longa foi bem recebido e se tornou um sucesso de críticas e bilheteria.

“Mas que puxa!”

Nos últimos 70 anos, Snoopy, Charlie Brown e os membros da turma foram parte importante na vida de muita gente ao redor do mundo. O projeto de vida de Schulz foi reconhecido como uma das grandes obras da humanidade e deve continuar fazendo sucesso pelas próximas gerações.

 

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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