Em entrevista ao Deadline, o diretor e roteirista Noah Hawley comentou um pouco sobre o engavetado projeto de ‘Star Trek 4’, dizendo que o filme estava em estágios iniciais e no processo de elencamento quando a Paramount Pictures resolveu cancelá-lo.
“Estávamos a caminho. Estávamos em meio ao processo de um grande elencamento. Tínhamos um cronograma de produção e estávamos nos preparando para ir à Austrália. E, como você bem disse, houve um nova gerência. Acho que, em retrospecto, o que me surpreendeu mais não foi o fato da [nova diretora da Paramount] Emma Watts chegar e dizer: ‘vocês são loucos? Essa é uma equipe não testada. Essa é uma ideia original. Não sei se vai funcionar ou não’; foi o fato de que cheguei tão longe sob a tutela [dos ex-presidentes] Wyck Godfrey e Jim Gianopulos. Era um filme bem divertido e acho que teria sido ótimo, mas não dá para controlar essas coisas, então seguimos em frente”.
Em outro comentário, Hawley falou sobre as referências que utilizaria para o quarto filme da saga cinematográfica:
“O que eu amo sobre ‘Star Trek’ é que não é uma história de guerra. Não é uma história em que o poder faz justiça”, ele disse em entrevista ao Observer. “É uma história sobre exploração. Uma história sobre resolver problemas de modo criativo. Meu momento favorito de todo o panteão é em ‘A Ira de Khan’, quando Kirk coloca seus óculos de leitura para derrubar os escudos de Khan. É um momento de tirar o fôlego, porque ele está usando a melhor arma que tem: sua mente. Por mais que eu ame os filmes de Chris Pine, eles são basicamente sobre correr de um lado da nave até o outro, impedir alguma coisa ruim de acontecer e, antes de recuperarmos o fôlego, fazer a mesma coisa de novo. São filmes de ação, e eu queria trazer essa ideia de humanidade de volta, justificando a existência no universo ao mostrar suas melhores qualidades”.
O novo longa-metragem da franquia havia ganhado sinal verde antes da pandemia do novo coronavírus e, em entrevista à Variety, Hawley confirmou que seu projeto conseguiu contratar os figurinistas antes de ser colocado “em hiato”.
Ele também confirmou que o filme giraria em torno de um novo elenco, e não daquele que já foi visto nas três últimas iterações ou em qualquer outra entrada da saga intergaláctica. Mais do que isso, o realizador disse que a trama iria cruzar com o cânone pré-estabelecido do panteão.
“Não vamos fazer Kirk e não vamos fazer Picard. É um começo do zero que permite que façamos a mesma coisa que ‘Fargo’, onde, pelas primeiras três horas, você pensa: ‘nossa, realmente não tem nada a ver com o filme’, e então você encontra o dinheiro. Então estamos recompensando o público com algo que amam”.
De qualquer forma, Chris Pine, que viveu o icônico James T. Kirk na trilogia produzida por J.J. Abrams, já manifestou interesse em reprisar o papel caso Hawley mude de ideia.
Durante uma entrevista para o podcast Things Are Going Great For Me, Pine revelou que adoraria voltar para um quarto capítulo da saga.
“Eu sempre sou a última pessoa a descobrir as coisas… Não tenho ideia se haverá um novo filme… Mas se acontecer, eu adoraria reprisar meu papel [como Kirk]. Eu sei que a Paramount está passando por uma reestruturação corporativa. Então, espero que algo concreto esteja nos planos quando toda essa poeira baixar.”