Poucas fanbases são tão enfadonhas sobre o conteúdo de seu cânone que a de Star Wars – e foi por esse motivo que o anúncio dos estúdios Walt Disney em 2014 sobre as histórias fora dos seis filmes originais e da série The Clone Wars estarem fora da continuidade cronológica encontrou uma repressão em massa.
O que é irônico sobre o que aconteceu e não aconteceu no universo expandido da mitologia galáctica não ajuda muito na compreensão desse mundo. De acordo com o site Screen Rant, a personagem de Ki-Adi-Mundi, por exemplo, esteve cheia de contradições inexplicáveis até a Lucasfilm passar um pente fino e deixar tudo bem mais compreensível.
Para explicar melhor, o material que acompanha A Ameaça Fantasma descrevia o membro do Conselho Jedi como um Soldado Jedi. Entretanto, em A Vingança dos Sith, a ideia de um cavaleiro dentro do Conselho era insólita, bem como a ira de Anakin Skywalker por não ter se tornado Mestre quando foi indicado.
Similarmente, os quadrinhos Star Wars: República – Prelúdio à Rebelião, dos anos 2000, traz o personagem casado e com filhos, mas em Ataque dos Clones, é-nos mostrado que os Jedi não podem formar laços desse tipo.
Em ambos os casos, George Lucas ignorou o conteúdo contraditório e preferiu seguir sua própria visão e, em resposta, o universo expandido teve que se dobrar e desdobrar para lapidar a si mesmo. O novo cânone trouxe Ki-Adi-Mundi em um status ainda não sólido o suficiente e, devido à crise populacional da espécie dos Cerean, o personagem foi isentado das regras celibatárias.
Esse é apenas um dos exemplos de como a mitologia de Star Wars está em constante processo de reformulação, monitorando a si mesma para se corrigir. O universo continua se expandindo, principalmente com a chegada da nova trilogia, e pode mais uma vez esbarrar em tramas confusas e um tanto paradoxais.