domingo , 22 dezembro , 2024

‘Succession’ – O APELO de uma das GRANDES séries da atualidade

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Produção lida com uma temática recorrente na dramaturgia televisiva

Após vencer a categoria de melhor série dramática nos últimos Golden Globes, Succession provou mais uma vez o porquê de ser considerada uma das séries melhor avaliadas da atualidade; tendo recebido ao longo de suas três temporadas mais de dez prêmios da televisão.



A trama segue a família Roy, composta pelo patriarca Logan e seus quatro filhos mais cônjuges e parentes, um clã de grande poder financeiro proveniente de um extenso império midiático a nível global (este que não comporta apenas notícias mas também cruzeiros, cinema, parques de diversão). Entretanto, a riqueza muitas vezes se mostra a raiz dos problemas do grupo.

Se tem algo que as três temporadas se propuseram a mostrar foi que cada um dos filhos de Logan possuem cicatrizes emocionais que chegam a níveis perceptíveis, ou seja, que influenciam de maneira clara suas ações aos olhos de pessoas fora do núcleo familiar. 

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A fortuna do clã Roy é tão vasta quanto seus problemas emocionais

O excesso de privilégios e segurança pulverizaram muita da autoestima desses indivíduos, tornando quase imperativo à eles a necessidade de, em algum momento e de algum jeito, se rebelar brevemente contra o pai. Dito brevemente pois, independente do quão intensa pode ser a ruptura entre os filhos e o patriarca, sempre há um ensaio dos primeiros em retomar contato com o segundo.

Com isso, Succession consegue apresentar um cenário quase “claustrofóbico” em que tamanha é a necessidade dos quatro herdeiros pela afeição do pai que os próprios sempre restauram o status quo na família ao iniciar uma briga com ele para, só então, voltar para os seus braços achando que agora será respeitado e, mais importante ainda, amado.

Tal estrutura definitivamente não é uma novidade na televisão. Por exemplo, muitas tramas das telenovelas brasileiras, algumas das mais consagradas, tendem a se debruçar sobre intrigas de famílias abastadas. O autor Silvio de Abreu se tornou um dos nomes mais consolidados desse gênero em solo tupiniquim, ainda que Aguinaldo Silva também ensaie suas próprias tragédias na elite.

A seu modo, a novela “Império” lidou com uma temática similar

Já a televisão norte-americana tem seu próprio histórico no seguimento, mais especificamente 1978. Foi nesse ano que o seriado Dallas foi ao ar pela primeira vez. Tanto a produção setentista quanto a contemporânea apresentam similaridades evidentes (exposição de riqueza por meio de um design de produção alto, principalmente).

Não há coincidência alguma no quadro, Dallas foi um seriado tido como a frente de seu tempo, sendo responsável por inserir no cotidiano televisivo elementos como um maior investimento no design de produção (tamanha era a riqueza exibida por Dallas a cada episódio que os habitantes da então Romênia comunista começaram a se sentir mais cientes da carência diária que viviam).

A série também introduziu outro famoso elemento narrativo que muito influenciou as telenovelas brasileiras: o quem matou? No episódio final da terceira temporada, o antagonista J.R. Ewing (que era peça central das tramas de Dallas) ouve um barulho do lado de fora do escritório e vai conferir, consequentemente ele sofre dois disparos de um indivíduo misterioso e não se sabe se ele sobreviveu e quem foi o responsável.

Dallas” foi um diferencial na história da televisão dos EUA

Esse estilo de narrativa se provou instantaneamente como um gancho poderoso para finais de temporada e, eventualmente, também como premissa geral para uma produção, como em Twin Peaks em 1991. No Brasil, diversas telenovelas se apropriaram do mesmo para impactar a audiência a partir de meados da história.

Ainda que Succession não tenha utilizado um “quem matou?” até o momento, bem como dificilmente seguirá por esse caminho, é inegável que ele utiliza o caminho pavimentado por Dallas, décadas antes, para tecer um comentário crítico e desenvolvimento dramático sobre o capitalismo de forma geral, além do impacto que a substituição de amor familiar pelo acesso ao dinheiro causa em um indivíduo em formação.

 

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A trama segue a família Roy, composta pelo patriarca Logan e seus quatro filhos mais cônjuges e parentes, um clã de grande poder financeiro proveniente de um extenso império midiático a nível global (este que não comporta apenas notícias mas também cruzeiros, cinema, parques de diversão). Entretanto, a riqueza muitas vezes se mostra a raiz dos problemas do grupo.

Se tem algo que as três temporadas se propuseram a mostrar foi que cada um dos filhos de Logan possuem cicatrizes emocionais que chegam a níveis perceptíveis, ou seja, que influenciam de maneira clara suas ações aos olhos de pessoas fora do núcleo familiar. 

A fortuna do clã Roy é tão vasta quanto seus problemas emocionais

O excesso de privilégios e segurança pulverizaram muita da autoestima desses indivíduos, tornando quase imperativo à eles a necessidade de, em algum momento e de algum jeito, se rebelar brevemente contra o pai. Dito brevemente pois, independente do quão intensa pode ser a ruptura entre os filhos e o patriarca, sempre há um ensaio dos primeiros em retomar contato com o segundo.

Com isso, Succession consegue apresentar um cenário quase “claustrofóbico” em que tamanha é a necessidade dos quatro herdeiros pela afeição do pai que os próprios sempre restauram o status quo na família ao iniciar uma briga com ele para, só então, voltar para os seus braços achando que agora será respeitado e, mais importante ainda, amado.

Tal estrutura definitivamente não é uma novidade na televisão. Por exemplo, muitas tramas das telenovelas brasileiras, algumas das mais consagradas, tendem a se debruçar sobre intrigas de famílias abastadas. O autor Silvio de Abreu se tornou um dos nomes mais consolidados desse gênero em solo tupiniquim, ainda que Aguinaldo Silva também ensaie suas próprias tragédias na elite.

A seu modo, a novela “Império” lidou com uma temática similar

Já a televisão norte-americana tem seu próprio histórico no seguimento, mais especificamente 1978. Foi nesse ano que o seriado Dallas foi ao ar pela primeira vez. Tanto a produção setentista quanto a contemporânea apresentam similaridades evidentes (exposição de riqueza por meio de um design de produção alto, principalmente).

Não há coincidência alguma no quadro, Dallas foi um seriado tido como a frente de seu tempo, sendo responsável por inserir no cotidiano televisivo elementos como um maior investimento no design de produção (tamanha era a riqueza exibida por Dallas a cada episódio que os habitantes da então Romênia comunista começaram a se sentir mais cientes da carência diária que viviam).

A série também introduziu outro famoso elemento narrativo que muito influenciou as telenovelas brasileiras: o quem matou? No episódio final da terceira temporada, o antagonista J.R. Ewing (que era peça central das tramas de Dallas) ouve um barulho do lado de fora do escritório e vai conferir, consequentemente ele sofre dois disparos de um indivíduo misterioso e não se sabe se ele sobreviveu e quem foi o responsável.

Dallas” foi um diferencial na história da televisão dos EUA

Esse estilo de narrativa se provou instantaneamente como um gancho poderoso para finais de temporada e, eventualmente, também como premissa geral para uma produção, como em Twin Peaks em 1991. No Brasil, diversas telenovelas se apropriaram do mesmo para impactar a audiência a partir de meados da história.

Ainda que Succession não tenha utilizado um “quem matou?” até o momento, bem como dificilmente seguirá por esse caminho, é inegável que ele utiliza o caminho pavimentado por Dallas, décadas antes, para tecer um comentário crítico e desenvolvimento dramático sobre o capitalismo de forma geral, além do impacto que a substituição de amor familiar pelo acesso ao dinheiro causa em um indivíduo em formação.

 

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