O co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, voltou a defender o uso da inteligência artificial (IA) na produção de filmes e séries.
Segundo o Deadline, Sarandos destacou a importância da tecnologia como ferramenta para aprimorar a qualidade das produções e não apenas como um meio de reduzir custos.
“Entretenimento e tecnologia sempre caminharam juntos”, afirmou Sarandos. “Acredito que é fundamental que os criadores estejam abertos a explorar novas ferramentas e entender o que elas podem oferecer. No entanto, a IA precisa passar por um teste crucial: ela é capaz de contribuir para a criação de produtos ainda melhores? Essa é a pergunta que devemos nos fazer”.
Para o executivo, a Netflix tem tudo a ganhar com o uso da IA: “A Netflix se beneficia muito mais ao melhorar a qualidade dos filmes e shows do que ao torná-los um pouco mais baratos. Portanto, qualquer ferramenta que possa ajudar a aprimorar a qualidade e torná-los melhores é algo que vai ajudar muito a indústria”.
Lembrando que, anteriormente, Sarandos já havia defendido o uso da IA.
Segundo o Deadline, Sarandos expressou sua convicção de que a IA, em vez de substituir a criatividade humana, servirá como uma ferramenta poderosa para aprimorar o processo criativo.
“Eu tenho mais fé nos seres humanos do que isso. Realmente tenho. Eu não acredito que um programa de IA vá escrever um roteiro melhor do que um grande escritor, ou vai substituir uma grande atuação, ou que não seremos capazes de perceber a diferença. A IA não vai tirar seu emprego. A pessoa que usar a IA bem pode tirar seu emprego”, afirma Sarandos.
Para Sarandos, a IA representa um passo natural na evolução das ferramentas criativas: “A IA é um tipo natural de avanço das coisas que estão acontecendo no espaço criativo hoje, de qualquer maneira. Os estágios de volume não substituíram as filmagens em locação. Escritores, diretores, editores usarão a IA como uma ferramenta para fazer seus trabalhos melhor e para fazer coisas de maneira mais eficiente e eficaz. E, no melhor dos casos, para colocar coisas na tela que seriam impossíveis de fazer”.
Sarandos concluiu citando a animação como exemplo, onde a transição da animação à mão para a animação gerada por computador resultou em um aumento no número de empregos na área. “Lembre-se de como todos lutaram contra o vídeo doméstico? Por várias décadas, os estúdios não licenciavam filmes para a televisão. Então, todo avanço tecnológico no entretenimento foi lutado e, finalmente, acabou crescendo o negócio. Não sei se isso seria diferente.”