domingo , 22 dezembro , 2024

The Batman | Clássico Terror ‘O Homem que Ri’ (1928) pode inspirar o NOVO Coringa

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Possibilidade foi ventilada por Matt Reeves

A fim de promover o lançamento de The Batman, o diretor do projeto Matt Reeves tem participado com bastante frequência da tradicional turnê de lançamento, algo comum na indústria e principalmente quando envolve projetos com alto investimento e que esperam um retorno ainda maior.



Em uma entrevista concedida à Variety, intitulada Matt Reeves Explains ‘The Batman’ Ending: Do Not Expect to See [SPOILER] in Another Movie, o cineasta confirmou que o interno do Arkham, apresentado ao final da obra interagindo com o Charada, é de fato o Coringa. A confirmação vem para comprovar a teoria que rondava o misterioso papel do ator Barry Keoghan de que ele daria vida a uma nova versão do Palhaço Príncipe do Crime.

Reeves não só confirmou a identidade do interno como também detalhou mais de como ele idealiza sua visão do criminoso. Segundo o diretor, ele imagina essa versão como um indivíduo que sofre desde sempre de uma doença que o deixa sorrindo em estado contínuo e, consequentemente, crescendo à margem da sociedade.

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O criminoso apareceu brevemente na mais nova aventura do herói

Sua deformidade física, portanto, teria enorme peso no caótico estado psicológico em que ele se encontra, se tornando alguém não só intimidador como também manipulador. A inspiração por trás dessa abordagem foi referenciada pelo realizador como sendo O Homem que Ri de 1928 mas que, por sua vez, é uma adaptação do livro homônimo assinado por Victor Hugo em 1869.

Lançada pela Universal Studios, a obra se encaixa em um contexto geral muito particular que a empresa atravessava até então. Na primeira metade do século XX, o estúdio descobriu uma inesperada mina de ouro no tocante a adaptações de famosos exemplares da literatura, mais especificamente aqueles com inspiração no gótico ou que apresentavam protagonistas escanteados pela sociedade devido à alguma deformidade.

A primeira tentativa também envolveu uma criação de Victor Hugo, porém sendo esta O Corcunda de Notre Dame, filme mudo de 1923 que trouxe Lon Chaney no papel principal. A boa recepção incentivou o dono da Universal na época, Carl Laemmle, a apostar novamente na estratégia e, dois anos depois, foi lançado O Fantasma da Ópera trazendo Chaney mais uma vez para os holofotes.

 

O diretor mencionou o clássico como uma potencial inspiração

A essa altura o ator já era o rosto estabelecido da nova onda do terror gótico, além de uma grande estrela em Hollywood. Sendo um ativo valioso da Universal, Chaney apresentou ao estúdio um projeto para o que seria o filme do Fantasma da Ópera. Os executivos não aprovaram o projeto mas mencionaram ao ator que eles estavam negociando os direitos do livro O Homem que Ri e o queriam como protagonista.

Todavia, uma mudança de planos foi necessária quando a Universal não obteve os direitos para adaptar o mencionado livro e, estando em vias de perder o contrato com Chaney, negociaram uma renovação no qual lhe concederam, por fim, o projeto que ele de fato queria desde o começo, resultando no mencionado filme de 1925.

Após o sucesso deste, o estúdio foi novamente com força total para adquirir os direitos do livro, dessa vez conseguindo. Para a direção foi contratado o alemão Paul Leni, que por boa parte da carreira trabalhou como diretor de arte até ter sua estreia no comando de uma produção em 1917. Dez anos depois ele assinaria sua primeira colaboração com a Universal no terror mudo O Gato e o Canário.

“O Gato e o Canário” é bastante importante para o terror em geral

Sua estreia em solo norte-americano não poderia ter sido melhor, uma vez que o filme sedimentou as bases do subgênero casa assombrada. Escolhido o diretor, era necessário definir quem seria o protagonista, uma vez que Lon Chaney estava fora da disputa. Leni logo sugeriu o nome de Conrad Veidt, um ator alemão com que ele já havia trabalhado no passado, enquanto diretor de arte, em Lady Hamilton.

Não só isso, mas Veidt era um nome bastante conhecido do cinema alemão desde 1920, quando ele interpretou o hipnotizado Cesare em Gabinete do Dr. Caligari, uma das obras essenciais do movimento expressionista do país. Outra escalação simbólica foi a de Jack Pierce no departamento de maquiagem, ele teria papel fundamental no visual dos monstros dos futuros filmes de terror do estúdio tais como Drácula e o monstro de Frankenstein.

A trama apresenta Gwynplaine, o filho de um lorde exilado na Inglaterra do século XVII. Quando seu pai retorna para a terra natal, lhe é informado pelo rei James II que seu filho fora capturado por comprachicos (termo originário do livro para se referir a compradores de criança) e submetido a um processo cirúrgico no qual seu rosto ficaria com um sorriso permanente.

Veidt teve grande participação em um dos mais importantes filmes da Alemanha

O menino é abandonado pelos sequestradores em meio a uma nevasca, porém ele sobrevive e conhece Dea, uma jovem cega. Juntos eles conhecem Ursos, um showman itinerante que os acolhe. Anos depois, Gwynplaine e Dea desenvolvem uma relação romântica, na qual o protagonista com um sorriso permanente se sente aceito e reconfortado que Dea jamais terá ideia de como é seu rosto.

A jornada de Gwynplaine tendo que aceitar sua condição e percebendo que ele não é um monstro, porém, percebendo como as pessoas ditas normais podem ser, teve uma recepção morna na época de seu lançamento. No entanto, a longo prazo o legado da obra é perceptível nos mais diversos cantos da cultura pop, principalmente nos quadrinhos.

É amplamente conhecido que o visual criado por Jack Pierce para o sorriso estático de Gwynplaine foi a maior inspiração para Bill Finger, Bob Kane e o ilustrador Jerry Robinson para a concepção do Coringa em Batman #1 de 1940 a partir de uma fotografia de Conrad Veidt produzida para o filme. Importante frisar que a altura que o vilão surge, na primeira edição da revista solo do Batman, ele também carrega o status de primeiro vilão regular do herói pois até então ele possuía apenas embates pontuais.

Com o passar do tempo, O Homem que Ri ganhou status de lenda e, nos dias atuais, recebe todo o reconhecimento possível por seu legado no gênero do terror. Ainda assim, é notável que ele foi sendo esquecido pela Universal, principalmente após os eventuais sucessos de Drácula e Frankenstein, jamais recebendo revisitas da companhia ou uma maior presença no cenário cultural em geral como seus irmãos obtiveram.

 

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A fim de promover o lançamento de The Batman, o diretor do projeto Matt Reeves tem participado com bastante frequência da tradicional turnê de lançamento, algo comum na indústria e principalmente quando envolve projetos com alto investimento e que esperam um retorno ainda maior.

Em uma entrevista concedida à Variety, intitulada Matt Reeves Explains ‘The Batman’ Ending: Do Not Expect to See [SPOILER] in Another Movie, o cineasta confirmou que o interno do Arkham, apresentado ao final da obra interagindo com o Charada, é de fato o Coringa. A confirmação vem para comprovar a teoria que rondava o misterioso papel do ator Barry Keoghan de que ele daria vida a uma nova versão do Palhaço Príncipe do Crime.

Reeves não só confirmou a identidade do interno como também detalhou mais de como ele idealiza sua visão do criminoso. Segundo o diretor, ele imagina essa versão como um indivíduo que sofre desde sempre de uma doença que o deixa sorrindo em estado contínuo e, consequentemente, crescendo à margem da sociedade.

O criminoso apareceu brevemente na mais nova aventura do herói

Sua deformidade física, portanto, teria enorme peso no caótico estado psicológico em que ele se encontra, se tornando alguém não só intimidador como também manipulador. A inspiração por trás dessa abordagem foi referenciada pelo realizador como sendo O Homem que Ri de 1928 mas que, por sua vez, é uma adaptação do livro homônimo assinado por Victor Hugo em 1869.

Lançada pela Universal Studios, a obra se encaixa em um contexto geral muito particular que a empresa atravessava até então. Na primeira metade do século XX, o estúdio descobriu uma inesperada mina de ouro no tocante a adaptações de famosos exemplares da literatura, mais especificamente aqueles com inspiração no gótico ou que apresentavam protagonistas escanteados pela sociedade devido à alguma deformidade.

A primeira tentativa também envolveu uma criação de Victor Hugo, porém sendo esta O Corcunda de Notre Dame, filme mudo de 1923 que trouxe Lon Chaney no papel principal. A boa recepção incentivou o dono da Universal na época, Carl Laemmle, a apostar novamente na estratégia e, dois anos depois, foi lançado O Fantasma da Ópera trazendo Chaney mais uma vez para os holofotes.

 

O diretor mencionou o clássico como uma potencial inspiração

A essa altura o ator já era o rosto estabelecido da nova onda do terror gótico, além de uma grande estrela em Hollywood. Sendo um ativo valioso da Universal, Chaney apresentou ao estúdio um projeto para o que seria o filme do Fantasma da Ópera. Os executivos não aprovaram o projeto mas mencionaram ao ator que eles estavam negociando os direitos do livro O Homem que Ri e o queriam como protagonista.

Todavia, uma mudança de planos foi necessária quando a Universal não obteve os direitos para adaptar o mencionado livro e, estando em vias de perder o contrato com Chaney, negociaram uma renovação no qual lhe concederam, por fim, o projeto que ele de fato queria desde o começo, resultando no mencionado filme de 1925.

Após o sucesso deste, o estúdio foi novamente com força total para adquirir os direitos do livro, dessa vez conseguindo. Para a direção foi contratado o alemão Paul Leni, que por boa parte da carreira trabalhou como diretor de arte até ter sua estreia no comando de uma produção em 1917. Dez anos depois ele assinaria sua primeira colaboração com a Universal no terror mudo O Gato e o Canário.

“O Gato e o Canário” é bastante importante para o terror em geral

Sua estreia em solo norte-americano não poderia ter sido melhor, uma vez que o filme sedimentou as bases do subgênero casa assombrada. Escolhido o diretor, era necessário definir quem seria o protagonista, uma vez que Lon Chaney estava fora da disputa. Leni logo sugeriu o nome de Conrad Veidt, um ator alemão com que ele já havia trabalhado no passado, enquanto diretor de arte, em Lady Hamilton.

Não só isso, mas Veidt era um nome bastante conhecido do cinema alemão desde 1920, quando ele interpretou o hipnotizado Cesare em Gabinete do Dr. Caligari, uma das obras essenciais do movimento expressionista do país. Outra escalação simbólica foi a de Jack Pierce no departamento de maquiagem, ele teria papel fundamental no visual dos monstros dos futuros filmes de terror do estúdio tais como Drácula e o monstro de Frankenstein.

A trama apresenta Gwynplaine, o filho de um lorde exilado na Inglaterra do século XVII. Quando seu pai retorna para a terra natal, lhe é informado pelo rei James II que seu filho fora capturado por comprachicos (termo originário do livro para se referir a compradores de criança) e submetido a um processo cirúrgico no qual seu rosto ficaria com um sorriso permanente.

Veidt teve grande participação em um dos mais importantes filmes da Alemanha

O menino é abandonado pelos sequestradores em meio a uma nevasca, porém ele sobrevive e conhece Dea, uma jovem cega. Juntos eles conhecem Ursos, um showman itinerante que os acolhe. Anos depois, Gwynplaine e Dea desenvolvem uma relação romântica, na qual o protagonista com um sorriso permanente se sente aceito e reconfortado que Dea jamais terá ideia de como é seu rosto.

A jornada de Gwynplaine tendo que aceitar sua condição e percebendo que ele não é um monstro, porém, percebendo como as pessoas ditas normais podem ser, teve uma recepção morna na época de seu lançamento. No entanto, a longo prazo o legado da obra é perceptível nos mais diversos cantos da cultura pop, principalmente nos quadrinhos.

É amplamente conhecido que o visual criado por Jack Pierce para o sorriso estático de Gwynplaine foi a maior inspiração para Bill Finger, Bob Kane e o ilustrador Jerry Robinson para a concepção do Coringa em Batman #1 de 1940 a partir de uma fotografia de Conrad Veidt produzida para o filme. Importante frisar que a altura que o vilão surge, na primeira edição da revista solo do Batman, ele também carrega o status de primeiro vilão regular do herói pois até então ele possuía apenas embates pontuais.

Com o passar do tempo, O Homem que Ri ganhou status de lenda e, nos dias atuais, recebe todo o reconhecimento possível por seu legado no gênero do terror. Ainda assim, é notável que ele foi sendo esquecido pela Universal, principalmente após os eventuais sucessos de Drácula e Frankenstein, jamais recebendo revisitas da companhia ou uma maior presença no cenário cultural em geral como seus irmãos obtiveram.

 

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