A cada episódio de The Gifted fica a sensação de que o cerco só piora para os mutantes underground. A situação que se apresenta é como se a esperança estivesse o mais longe possível e o objetivo dos mesmos fosse uma utopia em um mundo de preconceito, violência e lados extremos – parece até a vida real, algo que os quadrinhos dos X-Men capturam muito bem. ‘meMento’ e ‘hoMe’ são exemplos ao trazerem tramas que só afirmam o que acabei de comentar acima.
A narrativa que engloba a família Strucker ganhou um novo elemento. A tal caixinha de música mostrou que o foco dado a ela não foi por acaso e existe um propósito por trás da mesma. Ainda não se sabe ao certo o que Andreas Von Strucker (Carsten Norgaard) colocou no objeto para ativar o lado negro dos seus familiares que possuem poderes. Talvez, inclusive, este tenha sido um dos motivos que levou o pai do Reed (Stephen Moyer) a querer destruir os traços do gene X no DNA do filho.
É interessante o quanto o objeto afetou a Lauren (Natalie Alyn Lind), ao ponto de permitir os poderes dela aumentarem e se tornarem bons o suficiente para conseguir abater o próprio irmão, Andy (Percy Hynes White), em um sonho. O que fica a dúvida sobre o que tem ali que acentua o “dark side” dos Strucker. Detalhe para o fato das Frost (Skyler Samuels) estarem interessadas no outro lado de Fenris e o quão prejudicial pode ser caso a jovem decida se juntar ao Círculo Interno.
Por falar neles, Lorna (Emma Dumont) finalmente caiu em si e percebeu que as intenções de Reeva (Grace Byers) beiram a psicopatia – a mesma não está interessada em um mundo harmonioso, mas sim no poder, mesmo que isso signifique matar alguns inocentes ao longo do caminho. O ataque aos líderes da resistência e à Evangeline (Erinn Ruth) foi a maior baixa que os underground já sofreram, o que só abala tanto emocionalmente seus membros e a quantidade de pessoas que possuem dispostas a lutar. Um fato que fica evidente é que Marcos (Sean Teale) só serve, de fato, para ser o par romântico de Polaris e só funciona quando ela está próxima a ele. Seria bom arrumarem uma função para o Eclipse dentro da série.
Outra perda que pode prejudicar ainda mais o estado emocional de John (Blair Redford), ou colocar algum juízo na cabeça do mesmo para bolar uma reestruturação, é a ida de Blink (Jamie Chung) para o lado dos Morlocks, que simplesmente continuam optando por ficar fora de uma guerra que, provavelmente, em algum momento, poderá afetá-los e prejudicá-los. Não é muito difícil imaginar que o Círculo Interno tenha conhecimento da existência deles e possa planejar algo contra muito em breve.
Os Purificadores ganham cada vez mais força devido aos ataques dos minions de Reeva. É intrigante ver o conflito de Jace Turner (Coby Bell) ao perceber que Wilson (Tom O’Keefe) atirou em um mutante inocente. Fica evidente que o outro rapaz citar a KKK afetou-o de alguma forma, ao ponto de não conseguir reencontrar a ex-esposa devido ao peso na consciência por seu ato de proteger o policial. Por falar no grupo extremista, o que Reeva e Benedict Ryan (Peter Gallagher) estão aprontando juntos? Seria ele um portador do Gene X disfarçado ou estariam os dois apenas colaborando para deixar ambos os lados da população mais à flor da pele, provocando assim uma guerra onde ambos saem beneficiados?
Um detalhe que gostaria de destacar é que precisamos ver mais de Amy Acker em ação. Evidentemente, Caitlin não aguenta mais ficar parada e está procurando medidas que podem ser tomadas para acabar com o Círculo Interno. Dito isso, a série de Matt Nix (Burn Notice) segue mantendo seu nível, acompanhando bem a ideia principal do que são as histórias dos X-Men, contudo, precisa tomar cuidado com alguns personagens que só funcionam carregados por outros.