Cuidado: muitos spoilers à frente.
Nas últimas semanas, a Netflix lançou a minissérie ‘The Witcher: A Origem’, série derivada de ‘The Witcher’ que serve como prelúdio da narrativa acompanhando Geralt de Rivia e que explora não apenas a criação do primeiro bruxo, mas diversos outros elementos da mitologia assinada por Andrzej Sapkowski.
Enquanto a produção falhou em entregar uma narrativa convincente, o capítulo final aproveitou as bases estipuladas para explicar um dos principais eventos do universo fantástico: a Conjunção das Esferas.
Mas o que é isso?
Antes de podermos explorar os eventos que culminaram na Conjunção, é sempre bom retomar o enredo apresentado em ‘A Origem’. Como bem percebemos, um dos principais antagonistas da trama, Balor (Lenny Henry), chefe druida do Império de Xin’trea e um dos membros mais próximos do séquito da imperatriz Merwyn (Mirren Mack), tinha como objetivo o controle da magia do caos – uma força tão poderosa que permitiria a seu detentor abrir portas para outras dimensões e controlar elementos a princípio voláteis e perigosos. À medida que Balor revela suas verdadeiras intenções, cabe aos irmãos Syndril (Zach Wyatt) e Zacaré (Lizzie Annis) a colocar um fim nesse reino de caos e destruir o monólito que canaliza essa magia.
No capítulo final, Syndril consegue fundir a própria magia com a de Balor, enquanto Zacaré utiliza as linhas de força criadas para quebrar o monólito. O que eles não imaginavam, entretanto, é que, ao quebrar o estranho monumento, a magia do caos seria espalhadas pelo universo que conheciam, abrindo inúmeras portas para outros mundos e, eventualmente, fazendo-os colidir (movimento que ficou conhecido como a supracitada Conjunção das Esferas) e colocando em xeque o tempo e o espaço que conheciam. “Os frágeis véus entre os mundos haviam sido dilacerados. Planos de existência começaram a se cruzar; céus batalharam com céus. A noite caiu sobre o dia”, anuncia a derradeira narração.
A Conjunção também trouxe monstros de outras dimensões, que passaram pelas fendas abertas para aterrorizaram o Continente. Presos em territórios a que não pertenciam originalmente, o crescimento assustador de criaturas mortais impulsiona a criação dos bruxos, cujas mutações são feitas justamente para enfrentar esses monstros e impedir que o mundo caia em uma obliterante batalha pela sobrevivência.
E isso não é tudo: ‘A Origem’ abarca a era de ouro dos elfos e, ainda que os acontecimentos não tenham sido confirmados como “causa e consequência”, os momentos pós-Conjunção vieram acompanhados do reaparecimento de humanos. No último romance da saga literária, ‘A Senhora do Lago’, Sapkowski sugere que os humanos fugiram de um mundo que já haviam destruído e, considerando sua natureza incorrigível, ocasionariam a quase extinção dos elfos. Entretanto, vale reafirmar que essa intrínseca relação não é esclarecida por completo, mas nos ajuda a compreender a trama da série principal
À medida que diversas entidades conseguem ultrapassar as barreiras do espaço-tempo, diluídas pela Conjunção, alguns dos elfos, conhecidos como Aen Elle, deixaram o mundo que conheciam para se aventurarem em outros e manterem a própria independência. Os Aen Elle, inclusive, veem a si mesmos como o último bastião da cultura, intocados pela crueldade humana. Antes da Conjunção, eles conseguiam se movimentar pelo plano cósmico como bem entendiam, mas, depois, ficaram isolados em apenas um local.
Lembrando que ‘The Witcher: A Origem’ já está disponível na Netflix.