terça-feira , 5 novembro , 2024

Tiro, Porrada e Bomba! Os Clássicos da Ação que Completam 30 Anos em 2022

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O gênero da ação no cinema foi muito responsável pelo que temos hoje em matéria de blockbusters repletos de efeitos especiais, como os filmes de super-heróis da Marvel, por exemplo. No passado, até mesmo as peripécias de Charles Chaplin em seus filmes – como bambear em uma casa desequilibrada nas montanhas (Em Busca do Ouro) ou andar de patins perto da beira de um andar faltando em uma construção (Tempos Modernos) – eram considerados momentos tensos, que deixavam os espectadores à beira de suas poltronas. Sem dúvida, ajudando a moldar também a arquitetura do gênero ação ao longo das décadas.

Steve McQueen, Clint Eastwood, Burt Reynolds e Charles Bronson são alguns dos nomes proeminentes de tal tipo de filme durante os anos 1960 e 1970. E à altura que chegávamos à década de 1980, tal gênero cinematográfico encontrava voz própria nas dezenas de lançamentos a cada doze meses.

Podemos dizer que não se fazem mais filmes de ação como antigamente. E isso não é apenas uma nostalgia despropositada, mas sim uma constatação. Explico. Acontece que hoje, com o uso de efeitos especiais em grandes produções, que saem mais baratos, mais simples e seguros, as cenas de ação grandiosas, como em franquias como Velozes e Furiosos e 007, por exemplo, deixaram de ser criadas durante as filmagens, com cenas de ação realizadas por dublês, para muitas vezes ocorrerem na pós-produção, sem o uso de atores reais, substituídos por pixels nos chamados CGI. A vantagem desta técnica é que não existe mais limite para o que pode ser alcançado. A desvantagem é que muitas produções não conseguem mais esconder a artificialidade do feito, soando mais como um desenho animado do que com um filme.

E como forma de homenagear este grande gênero do cinema que adoramos e temos certeza que vocês também, resolvemos revisitar algumas que estão aniversariando em 2022. Esses são dez clássicos da ação que completam 30 anos de lançamento em 2022. Confira abaixo e não esqueça de comentar.

Máquina Mortífera 3

Quando citamos os filmes de ação mais marcantes da década de 1980, os primeiros títulos que nos vem à mente são Duro de Matar e Máquina Mortífera. Nesta época, tais filmes eram muito associados ao gênero policial, já que seus protagonistas eram oficiais da lei, ou membros das forças militares de seu país. Hoje, tais filmes de ação são associados aos super-heróis de quadrinhos. Máquina Mortífera estreou em 1987 e serviu de veículo para Mel Gibson brilhar como herói do gênero, depois de ter realizado a trilogia Mad Max – produções mais obscuras australianas (em especial os dois primeiros). Com Máquina Mortífera, Gibson era reconhecido mundialmente como astro, nas formas do suicida em potencial Martin Riggs, um homem da lei que não tinha nada a perder. O sucesso foi tanto que dois anos depois Riggs e seu parceiro Murtaugh (Danny Glover) – que estava “muito velho para isso” – retornavam na sequência, adicionando ainda Joe Pesci no elenco. Já há 30 anos, em 1992, Máquina Mortífera 3 era uma das grandes apostas da Warner para o seu verão e se mostrou um de seus maiores sucessos.

Passageiro 57

Hollywood sempre foi uma máquina de fazer astros. Cada estúdio tinha como missão criar um novo sucesso para chamar de seu. E isso muitas vezes traduzia em “copiar, mas fazer diferente” de alguma outra produção que houvesse emplacado forte nas bilheterias e junto ao público. No fim dos anos 80, o citado Duro de Matar (1988) era esse fenômeno junto aos fãs. Tido até hoje como um dos melhores filmes de ação de todos os tempos, e um dos verdadeiros ícones do cinema entretenimento da época, a fórmula de Duro de Matar era: colocar um policial no lugar errado, na hora errada, mas que era o único que podia salvar o dia. O personagem de Bruce Willis se via preso num grande arranha-céu em Los Angeles com perigosos terroristas e seus reféns, sendo o único capaz de reagir. Em 1990, a continuação colocava Willis num aeroporto, ao invés de um prédio, para dar uma de herói novamente. Assim, Hollywood dava sinal verde para vários “clones de Duro de Matar”. E esse aqui trazia o herói de ação em potencial Wesley Snipes para estrelar seu próprio “Duro de Matar em um avião”. O resultado, como esperado, é diversão garantida.

A Força em Alerta

A mesma Warner que havia lançado Passageiro 57, estava mesmo disposta a apostar na fórmula Duro de Matar há 30 anos em seus grandes filmes de ação no cinema. Esse aqui era o mais ambicioso da carreira do lutador e dublê de ator Steven Seagal. O sujeito durão foi uma das grandes apostas da Warner para emplacar no gênero durante o fim dos anos 80 e início de 90, estrelando produções do estúdio como Nico – Acima da Lei (1988), Difícil de Matar (1990), Marcado para a Morte (1990) e Fúria Mortal (1991). Todos mais voltados para lutas e o gênero policial do que grandes exemplos de um blockbuster de ação. Mas isso mudaria justamente com A Força em Alerta, o “Duro de Matar num navio encouraçado” que a Warner dava de presente ao herói de ação de rabinho de cavalo (que aqui até cortou o cabelo que era sua marca registrada). Como diz a deixa, Seagal é o único membro da equipe da marinha que não se encontra em poder de terroristas e precisa reagir. Ao contrário de Passageiro 57, A Força em Alerta gerou uma continuação, lançada em 1995, que trazia a ação desta vez em um trem… e o que mais?

Soldado Universal

Por falar em heróis de ação dos anos 80 e 90, esta superprodução da extinta Carolco – com distribuição da Columbia (Sony) / TriStar Pictures – tinha um verdadeiro às na manga, pois apostava em não apenas um, mas dois astros que ganhavam cada vez mais espaço e fama no período, para estrelar seu longa de ação. E de quebra, se “inspirava” em um grande sucesso do período para criar sua trama. O Exterminador do Futuro 2 (1991) virava um verdadeiro fenômeno das bilheterias, trazendo o embate entre um ciborgue bom contra um ciborgue mal. Na estreia do cineasta Roland Emmerich (que viria a ficar conhecido por seus filmes catástrofe – em cartaz atualmente com Moonfall – Ameaça Lunar) em Hollywood, Jean-Claude Van Damme e Dolph Lundgren interpretam soldados na guerra do Vietnã, mortos em combate, após um deles ficar louco. A dupla, ao lado de outros soldados americanos mortos em tal combate, são trazidos de volta à vida com o uso da tecnologia, os transformando numa espécie de ciborgues zumbi usados pelo governo como a nova linha de defesa mundial.

Rajada de Fogo

Os grandes estúdios como a Warner e a Columbia (Sony) investiam em seus blockbusters de ação com grandes nomes para dominar as bilheterias há 30 anos nos cinemas. E a 20th Century Fox, um dos maiores estúdios de Hollywood, igualmente se juntava ao filão. E a aposta da Fox para àquele ano era colocar nos holofotes o filho de uma verdadeira lenda. Brandon Lee, filho do imortal Bruce Lee, era outro jovem astro da ação que escalava novos degraus em sua carreira a cada novo lançamento. Lee havia chamado atenção em algumas produções, como o chinês Sede de Vingança (1986), Missão Resgate (1989) e, em especial, Massacre no Bairro Japonês (1991), ao lado de Dolph Lundgren. Infelizmente, a carreira do jovem em ascensão seria encurtada bruscamente com sua morte precoce, trágica e acidental durante as filmagens de O Corvo (1994), seu último lançamento, que serviria de divisor de águas para o estrelato absoluto e do qual ele não conseguiu terminar as filmagens. Entre estes dois últimos citados, Brandon Lee estrelou o veículo próprio de ação Rajada de Fogo, para a Fox. No filme, Lee vive um estudante que testemunha um crime e se vê no meio de uma guerra entre gangues.

Fervura Máxima

Há 30 anos no cinema, em 1992, o cinema de ação via o surgimento ou a consolidação de dois grandes nomes que viriam a dominar a cena em Hollywood. O primeiro era o chinês John Woo, que já vinha trabalhando em seu país de origem desde meados da década de 1970, mas que no início dos anos 1990 começava a ser exportado para o mundo todo, devido a seu estilo único no comando de produções do gênero, e suas tomadas de tirar o fôlego. Fervura Máxima, que conta sobre um policial (Chow Yun-Fat) batendo de frente com o império mafioso de um gangster, é considerado o auge de suas produções asiáticas. Com uma trama simples, Woo realmente faz de um limão a limonada mais explosiva imaginável. Logo depois deste longa, Woo seria levado à Hollywood por Jean-Claude Van Damme em O Alvo (1993), e lá criaria novas histórias épicas, vide A Outra Face (1997) e Missão: Impossível 2 (2000).

O Mariachi

Além do chinês John Woo, outro que batia na porta de Hollywood devido ao seu talento no comando de obras de ação era o descendente de mexicanos Robert Rodriguez. O cineasta bancou do próprio bolso seu filme de estreia: o experimental El Mariachi – que possuía clima de história em quadrinho, mas que apostava na narrativa única e supermovimentada. Hoje, parece lugar comum um filme visualmente chamativo em sua parte técnica ou narrativa, mas quando pensamos há 30 anos no passado, num filme com orçamento restrito, esse era o símbolo máximo da criatividade de um diretor. O Mariachi fez sucesso em festivais e garantiu para Rodriguez a entrada com o pé direito na maior indústria de cinema do mundo – onde teve a oportunidade de “refilmar” seu longa com mais dinheiro (A Balada do Pistoleiro) e fazer amizade com Quentin Tarantino. Na trama de seu “pequeno” filme de estreia, um cantor mexicano toca seu violão e dispara muitos tiros em busca de vingança. Hoje, Rodriguez é um dos grandes nomes do cinema entretenimento mundial.

Os Saqueadores

Lançamento da Universal Pictures, esse filme terminou fazendo certo sucesso cult na época, em partes devido às videolocadoras. Hoje, porém, o filme caiu no ostracismo sem que muitos sequer o conheçam. Porém, este thriller de ação possui nomes graúdos atrás das câmeras, a começar por Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro), que produz e também roteirizou o longa. Na direção, outro profissional tarimbado. Quem comanda o longa é Walter Hill – responsável por sucessos como The Warriors – Os Selvagens da Noite e 48 Horas. Na trama, dois bombeiros (vividos por William Sadler e o saudoso Bill Paxton) encontram um verdadeiro tesouro escondido nos escombros de um prédio que foi totalmente consumido pelas chamas. Quando a dupla decide ir até o local pegar para si o ouro, terminam ultrapassado o território de uma violenta quadrilha local (que tem entre seus membros os rappers Ice Cube e Ice-T).

Um Tira por Acaso

Também com distribuição da Universal Pictures, e produção da Dino de Laurentiis Communications, trata-se de uma comédia de ação. A proposta aqui parece ter sido criar um “Curtindo a Vida Adoidado” com Ferris Bueller na polícia. Ou seja, o que aconteceria se o maroto matador de aulas decidisse entrar na força policial. E seria bom se tivéssemos o próprio Matthew Broderick protagonizando, mas o ator estava infelizmente muito ocupado estrelando o terrível Um Yuppie em Apuros na época. Assim, em seu lugar entrava Christian Slater, que vive um jovem de 21 anos se passando por policial, graças ao talento de “171”. Mas não para por aí, já que o personagem dá uma de espertinho o filme todo, com tiradas, gracinhas e chega inclusive a quebrar a quarta parede falando com o espectador durante uma cena no chuveiro. A cara de pau é certeira. Essa comédia de ação marca o segundo trabalho de Milla Jovovich em um longa.

O Detonador em Alta Voltagem

Terminando a lista dos filmes de ação de 30 anos atrás, chegamos a esta produção da New Line Cinema, numa época em que o estúdio ainda não tinha mega sucessos como O Máskara (1994) ou O Senhor dos Anéis (2001), mas tinha que se segurar com os filmes de A Hora do Pesadelo (1984) enquanto adentrava em uma nova década. Este thriller de ação ficaria mais conhecido por preparar o terreno para Pierce Brosnan estrelar como o novo James Bond nos filmes de 007 nos anos 1990. Brosnan viveria o maior espião da sétima arte em 1995, mas na época do lançamento de O Detonador em Alta Voltagem em vídeo, já havia sido anunciado como o espião – o que fez as artes promocionais, como capas desta fita, citarem o fato e confundirem muitos espectadores que acreditavam que este era mais um episódio de 007. Na verdade, O Detonador em Alta Voltagem se assemelha mais e abriu as portas para os filmes de ação que usavam o tema das bombas em Hollywood em meados da década de 90. Filmes como Velocidade Máxima, O Especialista, Contagem Regressiva e Duro de Matar – A Vingança.

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O gênero da ação no cinema foi muito responsável pelo que temos hoje em matéria de blockbusters repletos de efeitos especiais, como os filmes de super-heróis da Marvel, por exemplo. No passado, até mesmo as peripécias de Charles Chaplin em seus filmes – como bambear em uma casa desequilibrada nas montanhas (Em Busca do Ouro) ou andar de patins perto da beira de um andar faltando em uma construção (Tempos Modernos) – eram considerados momentos tensos, que deixavam os espectadores à beira de suas poltronas. Sem dúvida, ajudando a moldar também a arquitetura do gênero ação ao longo das décadas.

Steve McQueen, Clint Eastwood, Burt Reynolds e Charles Bronson são alguns dos nomes proeminentes de tal tipo de filme durante os anos 1960 e 1970. E à altura que chegávamos à década de 1980, tal gênero cinematográfico encontrava voz própria nas dezenas de lançamentos a cada doze meses.

Podemos dizer que não se fazem mais filmes de ação como antigamente. E isso não é apenas uma nostalgia despropositada, mas sim uma constatação. Explico. Acontece que hoje, com o uso de efeitos especiais em grandes produções, que saem mais baratos, mais simples e seguros, as cenas de ação grandiosas, como em franquias como Velozes e Furiosos e 007, por exemplo, deixaram de ser criadas durante as filmagens, com cenas de ação realizadas por dublês, para muitas vezes ocorrerem na pós-produção, sem o uso de atores reais, substituídos por pixels nos chamados CGI. A vantagem desta técnica é que não existe mais limite para o que pode ser alcançado. A desvantagem é que muitas produções não conseguem mais esconder a artificialidade do feito, soando mais como um desenho animado do que com um filme.

E como forma de homenagear este grande gênero do cinema que adoramos e temos certeza que vocês também, resolvemos revisitar algumas que estão aniversariando em 2022. Esses são dez clássicos da ação que completam 30 anos de lançamento em 2022. Confira abaixo e não esqueça de comentar.

Máquina Mortífera 3

Quando citamos os filmes de ação mais marcantes da década de 1980, os primeiros títulos que nos vem à mente são Duro de Matar e Máquina Mortífera. Nesta época, tais filmes eram muito associados ao gênero policial, já que seus protagonistas eram oficiais da lei, ou membros das forças militares de seu país. Hoje, tais filmes de ação são associados aos super-heróis de quadrinhos. Máquina Mortífera estreou em 1987 e serviu de veículo para Mel Gibson brilhar como herói do gênero, depois de ter realizado a trilogia Mad Max – produções mais obscuras australianas (em especial os dois primeiros). Com Máquina Mortífera, Gibson era reconhecido mundialmente como astro, nas formas do suicida em potencial Martin Riggs, um homem da lei que não tinha nada a perder. O sucesso foi tanto que dois anos depois Riggs e seu parceiro Murtaugh (Danny Glover) – que estava “muito velho para isso” – retornavam na sequência, adicionando ainda Joe Pesci no elenco. Já há 30 anos, em 1992, Máquina Mortífera 3 era uma das grandes apostas da Warner para o seu verão e se mostrou um de seus maiores sucessos.

Passageiro 57

Hollywood sempre foi uma máquina de fazer astros. Cada estúdio tinha como missão criar um novo sucesso para chamar de seu. E isso muitas vezes traduzia em “copiar, mas fazer diferente” de alguma outra produção que houvesse emplacado forte nas bilheterias e junto ao público. No fim dos anos 80, o citado Duro de Matar (1988) era esse fenômeno junto aos fãs. Tido até hoje como um dos melhores filmes de ação de todos os tempos, e um dos verdadeiros ícones do cinema entretenimento da época, a fórmula de Duro de Matar era: colocar um policial no lugar errado, na hora errada, mas que era o único que podia salvar o dia. O personagem de Bruce Willis se via preso num grande arranha-céu em Los Angeles com perigosos terroristas e seus reféns, sendo o único capaz de reagir. Em 1990, a continuação colocava Willis num aeroporto, ao invés de um prédio, para dar uma de herói novamente. Assim, Hollywood dava sinal verde para vários “clones de Duro de Matar”. E esse aqui trazia o herói de ação em potencial Wesley Snipes para estrelar seu próprio “Duro de Matar em um avião”. O resultado, como esperado, é diversão garantida.

A Força em Alerta

A mesma Warner que havia lançado Passageiro 57, estava mesmo disposta a apostar na fórmula Duro de Matar há 30 anos em seus grandes filmes de ação no cinema. Esse aqui era o mais ambicioso da carreira do lutador e dublê de ator Steven Seagal. O sujeito durão foi uma das grandes apostas da Warner para emplacar no gênero durante o fim dos anos 80 e início de 90, estrelando produções do estúdio como Nico – Acima da Lei (1988), Difícil de Matar (1990), Marcado para a Morte (1990) e Fúria Mortal (1991). Todos mais voltados para lutas e o gênero policial do que grandes exemplos de um blockbuster de ação. Mas isso mudaria justamente com A Força em Alerta, o “Duro de Matar num navio encouraçado” que a Warner dava de presente ao herói de ação de rabinho de cavalo (que aqui até cortou o cabelo que era sua marca registrada). Como diz a deixa, Seagal é o único membro da equipe da marinha que não se encontra em poder de terroristas e precisa reagir. Ao contrário de Passageiro 57, A Força em Alerta gerou uma continuação, lançada em 1995, que trazia a ação desta vez em um trem… e o que mais?

Soldado Universal

Por falar em heróis de ação dos anos 80 e 90, esta superprodução da extinta Carolco – com distribuição da Columbia (Sony) / TriStar Pictures – tinha um verdadeiro às na manga, pois apostava em não apenas um, mas dois astros que ganhavam cada vez mais espaço e fama no período, para estrelar seu longa de ação. E de quebra, se “inspirava” em um grande sucesso do período para criar sua trama. O Exterminador do Futuro 2 (1991) virava um verdadeiro fenômeno das bilheterias, trazendo o embate entre um ciborgue bom contra um ciborgue mal. Na estreia do cineasta Roland Emmerich (que viria a ficar conhecido por seus filmes catástrofe – em cartaz atualmente com Moonfall – Ameaça Lunar) em Hollywood, Jean-Claude Van Damme e Dolph Lundgren interpretam soldados na guerra do Vietnã, mortos em combate, após um deles ficar louco. A dupla, ao lado de outros soldados americanos mortos em tal combate, são trazidos de volta à vida com o uso da tecnologia, os transformando numa espécie de ciborgues zumbi usados pelo governo como a nova linha de defesa mundial.

Rajada de Fogo

Os grandes estúdios como a Warner e a Columbia (Sony) investiam em seus blockbusters de ação com grandes nomes para dominar as bilheterias há 30 anos nos cinemas. E a 20th Century Fox, um dos maiores estúdios de Hollywood, igualmente se juntava ao filão. E a aposta da Fox para àquele ano era colocar nos holofotes o filho de uma verdadeira lenda. Brandon Lee, filho do imortal Bruce Lee, era outro jovem astro da ação que escalava novos degraus em sua carreira a cada novo lançamento. Lee havia chamado atenção em algumas produções, como o chinês Sede de Vingança (1986), Missão Resgate (1989) e, em especial, Massacre no Bairro Japonês (1991), ao lado de Dolph Lundgren. Infelizmente, a carreira do jovem em ascensão seria encurtada bruscamente com sua morte precoce, trágica e acidental durante as filmagens de O Corvo (1994), seu último lançamento, que serviria de divisor de águas para o estrelato absoluto e do qual ele não conseguiu terminar as filmagens. Entre estes dois últimos citados, Brandon Lee estrelou o veículo próprio de ação Rajada de Fogo, para a Fox. No filme, Lee vive um estudante que testemunha um crime e se vê no meio de uma guerra entre gangues.

Fervura Máxima

Há 30 anos no cinema, em 1992, o cinema de ação via o surgimento ou a consolidação de dois grandes nomes que viriam a dominar a cena em Hollywood. O primeiro era o chinês John Woo, que já vinha trabalhando em seu país de origem desde meados da década de 1970, mas que no início dos anos 1990 começava a ser exportado para o mundo todo, devido a seu estilo único no comando de produções do gênero, e suas tomadas de tirar o fôlego. Fervura Máxima, que conta sobre um policial (Chow Yun-Fat) batendo de frente com o império mafioso de um gangster, é considerado o auge de suas produções asiáticas. Com uma trama simples, Woo realmente faz de um limão a limonada mais explosiva imaginável. Logo depois deste longa, Woo seria levado à Hollywood por Jean-Claude Van Damme em O Alvo (1993), e lá criaria novas histórias épicas, vide A Outra Face (1997) e Missão: Impossível 2 (2000).

O Mariachi

Além do chinês John Woo, outro que batia na porta de Hollywood devido ao seu talento no comando de obras de ação era o descendente de mexicanos Robert Rodriguez. O cineasta bancou do próprio bolso seu filme de estreia: o experimental El Mariachi – que possuía clima de história em quadrinho, mas que apostava na narrativa única e supermovimentada. Hoje, parece lugar comum um filme visualmente chamativo em sua parte técnica ou narrativa, mas quando pensamos há 30 anos no passado, num filme com orçamento restrito, esse era o símbolo máximo da criatividade de um diretor. O Mariachi fez sucesso em festivais e garantiu para Rodriguez a entrada com o pé direito na maior indústria de cinema do mundo – onde teve a oportunidade de “refilmar” seu longa com mais dinheiro (A Balada do Pistoleiro) e fazer amizade com Quentin Tarantino. Na trama de seu “pequeno” filme de estreia, um cantor mexicano toca seu violão e dispara muitos tiros em busca de vingança. Hoje, Rodriguez é um dos grandes nomes do cinema entretenimento mundial.

Os Saqueadores

Lançamento da Universal Pictures, esse filme terminou fazendo certo sucesso cult na época, em partes devido às videolocadoras. Hoje, porém, o filme caiu no ostracismo sem que muitos sequer o conheçam. Porém, este thriller de ação possui nomes graúdos atrás das câmeras, a começar por Robert Zemeckis (De Volta para o Futuro), que produz e também roteirizou o longa. Na direção, outro profissional tarimbado. Quem comanda o longa é Walter Hill – responsável por sucessos como The Warriors – Os Selvagens da Noite e 48 Horas. Na trama, dois bombeiros (vividos por William Sadler e o saudoso Bill Paxton) encontram um verdadeiro tesouro escondido nos escombros de um prédio que foi totalmente consumido pelas chamas. Quando a dupla decide ir até o local pegar para si o ouro, terminam ultrapassado o território de uma violenta quadrilha local (que tem entre seus membros os rappers Ice Cube e Ice-T).

Um Tira por Acaso

Também com distribuição da Universal Pictures, e produção da Dino de Laurentiis Communications, trata-se de uma comédia de ação. A proposta aqui parece ter sido criar um “Curtindo a Vida Adoidado” com Ferris Bueller na polícia. Ou seja, o que aconteceria se o maroto matador de aulas decidisse entrar na força policial. E seria bom se tivéssemos o próprio Matthew Broderick protagonizando, mas o ator estava infelizmente muito ocupado estrelando o terrível Um Yuppie em Apuros na época. Assim, em seu lugar entrava Christian Slater, que vive um jovem de 21 anos se passando por policial, graças ao talento de “171”. Mas não para por aí, já que o personagem dá uma de espertinho o filme todo, com tiradas, gracinhas e chega inclusive a quebrar a quarta parede falando com o espectador durante uma cena no chuveiro. A cara de pau é certeira. Essa comédia de ação marca o segundo trabalho de Milla Jovovich em um longa.

O Detonador em Alta Voltagem

Terminando a lista dos filmes de ação de 30 anos atrás, chegamos a esta produção da New Line Cinema, numa época em que o estúdio ainda não tinha mega sucessos como O Máskara (1994) ou O Senhor dos Anéis (2001), mas tinha que se segurar com os filmes de A Hora do Pesadelo (1984) enquanto adentrava em uma nova década. Este thriller de ação ficaria mais conhecido por preparar o terreno para Pierce Brosnan estrelar como o novo James Bond nos filmes de 007 nos anos 1990. Brosnan viveria o maior espião da sétima arte em 1995, mas na época do lançamento de O Detonador em Alta Voltagem em vídeo, já havia sido anunciado como o espião – o que fez as artes promocionais, como capas desta fita, citarem o fato e confundirem muitos espectadores que acreditavam que este era mais um episódio de 007. Na verdade, O Detonador em Alta Voltagem se assemelha mais e abriu as portas para os filmes de ação que usavam o tema das bombas em Hollywood em meados da década de 90. Filmes como Velocidade Máxima, O Especialista, Contagem Regressiva e Duro de Matar – A Vingança.

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