sábado, dezembro 27, 2025

‘True Detective’ do pior ao melhor! Ranqueamos TODAS as Temporadas da MELHOR Série Policial da Atualidade

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Em 2024 a série ‘True Detective’ completou 10 anos de existência no ar. Você pode pensar: “então o programa possui 10 temporadas?”. Não, apenas quatro, com a mais recente delas tendo chegado ao fim recentemente, no dia 25 de fevereiro deste ano; mas com um quinto ano já prometido pelos produtores. Acontece que, por ser uma das mais cultuadas da atualidade tanto pela crítica, quanto pelos fãs, o trabalho no seriado é minucioso e digno de uma superprodução cinematográfica. Sendo assim, não dá para apressar a perfeição.

True Detective’ estrou em 2014 e já chegou chutando a porta com os dois pés. Muito do hype gerado em torno do programa se deu pela presença do astro Matthew McConaughey, em sua primeira atuação como protagonista na TV após a fama. Mas não apenas isso, pois o ator vinha de um ressurgimento artístico em sua carreira, que acarretou diversos trabalhos de qualidade no período, e culminou com sua vitória no Oscar por ‘Clube de Compras Dallas’ no início do mesmo ano. A conexão do ator com a série criada por Nic Pizzolattto foi tão grande, que McConaughey segue como produtor até hoje.

Mas e qual foi o melhor ano do programa e o menos querido? Bem, basta começar dizendo que todas as temporadas são boas e guardam suas qualidades. Porém, se você quiser saber o nosso ranking, confira abaixo.

04 | Segunda Temporada (2015)



Nossa temporada menos favorita é a segunda. E acredito que o CinePOP não está sozinho nessa, pois parece ser a opinião da maioria dos fãs. De fato, foi a segunda temporada que freou tão bruscamente a produção do programa, que por pouco não pôs um fim na empreitada. O lance foi que ‘True Detective’ ficaria muito ambicioso para o seu próprio bem, perdendo parte de seu espírito e o que fez a primeira funcionar.

No segundo ano, ao invés de apenas uma investigação de assassinato e seus meandros, temos conspirações políticas, empresários inescrupulosos, falcatruas imobiliárias, mafiosos e outros desafios maiores para a polícia. O que transformou o segundo ano mais em um drama político do que um thriller investigativo. Foi também o desfecho mais sombrio, em que o bem não vence verdadeiramente o mal, e até mesmo três de seus quatro protagonistas terminam mortos. A ação também é movida para uma área urbana pela primeira vez, na fictícia Vinci, na Califórnia, dublando pela real Vernon. Tudo isso trouxe um ar de desesperança para o espectador. A temporada teve Colin Farrell, Vince Vaughn, Rachel McAdams e Taylor Kitsch.

03 | Terra Noturna (2024)

Subindo no pódio em terceira posição, com a medalha de bronze, está ‘Terra Noturna’, o subtítulo da mais recente temporada de ‘True Detective’. Original em muitos sentidos, o quarto ano guarda alguns grandes diferenciais, como por exemplo, a mudança de showrunner, saindo Nic Pizzolatto, o criador, para a entrada de Issa López, que desenvolveu o novo programa. Uma das coisas mais legais foi a proposta feminina por trás do roteiro. Foi a primeira vez que tivemos não apenas duas detetives mulheres, mas também toda uma trama movida pela força feminina – incluindo o desfecho.

Somente uma série do nível de ‘True Detective’ poderia atrair talentos de peso e calibre de Oscar. Sendo assim, a atriz duas vezes vencedora do Oscar Jodie Foster topou a empreitada de ser a primeira protagonista feminina do programa. E assim como o colega Matthew McConaughey, estava indicada para um Oscar enquanto o programa estava no ar. Apesar da força feminina, e do cenário gelado do Alasca pela primeira vez no seriado, na igualmente fictícia Ennis, as protagonistas de Foster e Kali Reis carecem do desenvolvimento e carisma dos protagonistas anteriores. A trama ecológica, embora mirabolante, é atual e necessária.

02 | Primeira Temporada (2014)

É aqui que possivelmente a porca irá torcer o rabo! Isso porque até o momento, muitos poderiam estar concordando com a lista. No entanto, creio que para a maioria dos fãs, a primeira ainda se mantém como a favorita. E realmente ela poderia estar ocupando a primeira posição, pois trata-se de um primor do audiovisual, que não fica devendo nada para qualquer superprodução nos cinemas. Só a cena do plano-sequência com Matthew McConaughey pela vizinhança arrastando um criminoso foi um dos momentos mais comentados na época.

A primeira temporada criou o template do que ‘True Detective’ seria: um programa investigativo sobre um assassinato ou crime horrendo, com leves doses de suspeitas sobrenaturais, como seitas, maldições e crendices, no qual olhávamos igualmente para a vida e dramas pessoais dos detetives envolvidos no caso – e suas dinâmicas. No primeiro ano, conhecíamos o pessimista Cohle (McConaughey), um sujeito no fundo do poço após a morte da pequena filha; e Hart (Woody Harrelson), um sujeito simples, homem de família, mas que não resiste a um rabo de saia. Numa espécie de dinâmica ‘Máquina Mortífera’ subversiva, eles investigam o assassinato de uma prostituta, com ares de ritual.

01 | Terceira Temporada (2019)

Talvez não seja a opinião mais popular: a terceira temporada de ‘True Detective’ é a melhor de todas! E o motivo para isso é simples: é a que possui mais coração. À primeira vista, a terceira, que saiu quatro anos depois que a segunda colocou a sobrevivência do programa em risco, parecia uma maneira desesperada de voltar às origens – assim como muitos filmes atuais de Hollywood – apostando no fator nostalgia, e entregando familiaridade para as pessoas. O que elas aprenderam a gostar. Isso é notado pelo fato de que retornávamos para um ambiente rural, um crime com vestígios de ritual, e mais de uma linha temporal narrativa.

Tudo parecia familiar demais em relação à primeira temporada. A não ser por dois elementos que a fizeram superar o modelo. Primeiro, o fato de que ao invés de duas linhas narrativas, desta vez tínhamos três – com a primeira em 1980, com os policiais Wayne Hays e Roland West jovens, a segunda na década de 1990, e a terceira atual, com a dupla já na terceira idade – fazendo uso de uma impressionante maquiagem.

Em especial a performance de Mahershala Ali (vencedor de dois Oscar) como Hays é simplesmente estonteante. Ele marca como o primeiro protagonista negro do seriado. Fora isso, ao invés do final cínico e pessimista da segunda, a melancolia agridoce entre em cena, com o protagonista sofrendo de demência, mas ainda disposto a ir até as últimas consequências do caso – que fala em suma sobre uma família despedaçada. Essa fragilidade do protagonista na velhice, somada a mensagem do amor (o foco é igualmente no relacionamento de altos e baixos com a esposa – papel da graciosa Carmen Ejogo) dão o tom perfeito de equilíbrio entre a acidez e amargura do caso, com o teor, de certa forma, doce. A terceira temporada segue os moldes da primeira, mas consegue excedê-la devido a construção dos personagens, seus relacionamentos e uma trama, de certa forma, mais realista. De forma irônica, é também a temporada menos vista e comentada.

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Pablo R. Bazarello
Crítico, cinéfilo dos anos 80, membro da ACCRJ, natural do Rio de Janeiro. Apaixonado por cinema e tudo relacionado aos anos 80 e 90. Cinema é a maior diversão. A arte é o que faz a vida valer a pena. 15 anos na estrada do CinePOP e contando...
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