Citadel é uma das principais estreias da plataforma Amazon Prime Video para o 1º semestre de 2023. Com sua estreia agendada para 28 de abril, a série traz uma ambiciosa abordagem e acompanha dois espiões, vividos por Priyanka Chopra Jonas e Richard Madden, que serão confrontados por seu misterioso passado como membros da recém destruída agência de espionagem Citadel.
Com uma trama global que percorre os quatro cantos do mundo, a original Prime Video é produzida pelos Irmãos Russo (Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato), a partir de um conceito criado por Jen Salke. Expansiva e com um valor de produção que promete competir em nível de igualdade com longas-metragens, Citadel constrói para si uma espécie de spy-verse, conforme revelou o próprio roteirista e showrunner David Weil, durante a coletiva de imprensa da série.
“O que há de tão belo e ambicioso em todo esse ‘spy-verse’ que estamos criando é que estamos fazendo isso em conjunto com parceiros em todo o mundo. Anunciamos a divisão da Índia e a da Itália. E começamos a trabalhar com esses incríveis roteiristas, cineastas, atores, produtores – verdadeiramente de todo o mundo, e construímos toda essa história juntos”.
Cruzando fronteiras
Um dos elementos chave de Citadel é exatamente sua abrangência territorial. Deslocando-se dos galpões e das cidades cenográficas de Hollywood, a produção leva a sério a noção de apresentar uma trama que seja cultural e socialmente múltipla – seguindo o próprio conceito da agência Citadel, que seria uma instituição infiltrada ao redor do mundo.
Para o produtor Joe Russo, a ideia de Salke de entrelaçar a narrativa ao redor de diversos países já se apresentava como um diferencial na produção televisiva:
“Primeiramente, pensamos como essa era uma ideia tão inovadora para uma trama. E, em segundo lugar, como era uma maneira incrível de criar uma comunidade global realmente diversificada de contadores de histórias, para juntos montarmos um mosaico gigante em forma de narrativa. E depois do nosso trabalho nos filmes da Marvel e de passar tanto tempo viajando pelo mundo, essa foi uma ideia que eu acho que foi realmente empolgante e inflamável para nós, Anthony e eu. E parecia um desafio incrível”.
Anthony Russo complementou seu raciocínio, refletindo sobre a autenticidade da premissa apresentada por Jen, que unifica diversos mundos e culturas através de uma única trama. Segundo o produtor e irmão de Joe, essa perspectiva narrativa permite que diversos polos criativos se encontrem em uma única série:
“Quero apenas enfatizar que Joe e eu nunca havíamos ouvido uma premissa como essa antes. Sabe, os créditos são realmente da visão de Jen Salke e do que a Amazon é capaz de fazer. O fato dela ter nos trazido uma ideia, basicamente um modelo, para uma série que era tão ambiciosa, abrangente e tão global em sua natureza. E isso é algo que Joe e eu estamos trabalhando há muitos anos. Como contadores de histórias, adoramos o envolvimento da comunidade cinematográfica global. E então, essa é uma oportunidade incrível e trabalhamos tentando encontrar a história certa que pudesse cumprir essa ambição e pudemos contar com colaboradores incríveis para encontrar isso”.
Multiplicidade de personagens
Com Chopra e Madden interpretando diversos personagens ao longo dos episódios, a série é um complexo emaranhado de subtramas que se conectam a essa misteriosa e escusa agência chamada Citadel. E conforme explicado por Weil:
“[…] Mason Kane e Nadia Singh são os principais espiões da mais poderosa organização de espionagem da qual você nunca ouviu falar: Citadel. E isso, é claro, na teoria. O dia em que os conhecemos será o dia em que a agência cairá. Ela é derrubada por este nefasto novo sindicato de espionagem chamado Manticore”.
Dentro deste contexto, somos apresentados à duas versões distintas de Mason e Nadia. Com suas memórias e qualquer registro que os liguem à Citadel completamente apagados, eles gradativamente serão confrontados pelas vidas que um dia levaram e o que suas lembraçadas esquecidas significam.
De acordo com o showrruner, é nesse contexto que o spy-verse começa a ganhar vida:
“Em seguida, cortamos pata oito anos depois. Continuamos com Mason Kane – ele está vivendo uma vida tranquila em Oregon com sua esposa e filha e não tem nenhuma memória de quem ele era ou qual era o seu passado. Até que em uma noite, um homem chamado Bernard Orlick, interpretado pelo único Stanley Tucci, bate à sua porta e precisa de sua ajuda para derrubar Manticore antes que eles criem uma nova ordem mundial. Mason descobre que Nadia ainda está viva e os dois viajam pelo mundo derrubando Manticore e desvendando os segredos muito perigosos de seu passado”.
Essa jornada de autodescoberta e vilões maquiavélicos levará Chopra e Madden a uma espiral de personalidades distintas, apresentando novas camadas em ambas as performances, conforme eles vão aprendendo a desvendar quem eram e quem hoje realmente são diante de tantas revelações.
Frente à frente com uma história alternativa completamente desconhecida, ambos tentarão resgatar seu passado e suas personalidades antigas a fim de traçar um futuro seguro para a humanidade. Nesta trajetória, os protagonistas se veem diante de versões distintas de si mesmos, algo que será fundamental para encarar o enorme e iminente desafio.
“Acho que a série tem tantas camadas e complexidades e há uma palavra que usamos desde o início para cada personagem: dualidade. O que você vê é o que você não entende. Não acredite no que você vê. Tudo é apenas conceitualmente louco. E é muito empolgante poder compartilhar isso com o mundo, porque essa produção levou muito tempo para ser feita, por ser muito ambiciosa e eu estou muito animada com isso!”
Para Madden, a versatilidade de viver diversas personalidades em um único personagem é o que torna a missão de viver Mason Kane uma diversão:
“Essa é a alegria do trabalho, poder interpretar esses dois personagens muito, muito diferentes, mas ambos no mesmo corpo. E os dois são o mesmo homem de muitas maneiras distintas, mas em cada versão dele você tira diversos aspectos do tipo de humanidade e de quem somos como pessoas. E um deles carrega muitas cicatrizes do passado e muitos traumas, enquanto o outro não carrega nada dessa bagagem. Ele só tem um monte de informações desconhecidas para ele. E o que foi emocionante explorar sobre eles é o quanto de seus traços de caráter são construídos e quantos são herdados a partir de um trauma e de uma experiência”.
Qualidade cinematográfica
Se tornando a segunda série mais cara da história da televisão, ficando atrás apenas de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, Citadel contou com um orçamento de US$ 250 milhões em sua 1ª temporada. Com um valor de produção altíssimo, a original da Prime Video investiu boa parte de seus recursos em sua parte técnica, dedicando-se às cenas de ação desde suas coreografias ao trabalho com os dublês.
“Acho que Joe e Anthony trouxeram a equipe de dublês mais incrível para a série. […] Eles trabalharam com os melhores do ramo e tivemos muita sorte de poder trabalhar com pessoas assim. Nossa equipe de dublês foi incrível. Eu realmente acho que a personagem de Nadia é durona e ela tem muita confiança em sua forma física e em seus instintos. E pude explorar muito disso com as acrobacias que fizemos. Toda vez que eu lia novas páginas do roteiro, as acrobacias ficavam cada vez maiores. E foi incrível poder imaginar isso e depois entrar no set e realmente executá-las, foi ótimo”.
Além do extenso trabalho na execução das cenas de ação, o showrunner David Weil ainda falou sobre a grandiosidade dos cenários, que possuem qualidade semelhante a de filmes de grande orçamento:
“Além de sermos fiéis ao gênero, a série possui alguns cenários grandiosos. Eu diria que é competitivo com o formato cinematográfico. Essa era a missão aqui: trazer histórias de espionagem em larga escala para a Amazon e para a distribuição digital. A parte emocionante para nós é a escala das sequências de ação e a ambição necessária que tivemos para executá-las”.
Madden complementou o raciocínio de ambos, ponderando também sobre o equilíbrio no ritmo narrativo, que orbita entre o suspense de espionagem, a ação e o drama:
“Sim, temos cenários grandiosos e é incrível poder fazer parte disso. E não só isso. Muitas vezes, vemos séries que são 80% drama e 20% ação e vice versa. Mas Citadel é 100% os dois. E acho que conseguimos fazer isso, justamente porque no meio dessas enormes sequências com explosões temos esse tipo de drama íntimo entre esses dois personagens e como eles se entrosam. Então, para mim, o que foi tão empolgante nessas grandes peças de ação foi que elas são repletas de emoção, drama e contexto narrativo. Podemos ver muito sobre esses personagens, como eles interagem fisicamente. Não temos apenas ótimas sequências de ação, mas há também drama no coração de cada um deles”, concluiu.