A Netflix vai remover amanhã (1º) de seu catálogo ‘Elysium’, a segunda produção dirigida pelo sul-africano Neill Blomkamp, que tomou o mundo do cinema de assalto em 2009 com seu primeiro longa, Distrito 9.
No futuro, os humanos esgotaram os recursos naturais da Terra, transformando-a num imenso lixão. Aqui, numa realidade apocalíptica as pessoas vivem sem qualidade alguma e a vida não vale quase nada. Os ricos, que somam apenas 1% da população do planeta, vivem em Elsysium, uma estação espacial que circunda a Terra, e lá usufruem de uma utopia artificial. Em Elysium nenhuma doença é incurável, inclusive. O local é regido com mão de ferro pela secretária Delacourt, a ambiciosa personagem da Oscarizada Jodie Foster.
O astro Matt Damon é o protagonista Max, um sujeito que desde a infância sonha em poder ir para o paraíso nas estrelas, mas precisa se conformar com sua triste realidade. Após um acidente fatal, seus dias estão contatos, e sua única salvação é chegar ilegalmente à estação espacial atrás da cura.
Assista ao trailer:
Elysium não deixa de ser um pouco decepcionante. O que chama a atenção após vermos o produto pronto inteiro é que você saberá o filme todo tendo assistido aos seus trailers. A previsibilidade é nesse nível. Nenhuma novidade é apresentada que consiga causar reviravolta na sinopse. Elysium é também um filme que desejamos que fosse maior. A riqueza de tal universo apresentado é tão grande, cada pequeno detalhe bem trabalhado na direção de arte, que o produto final não faz jus. Elysium possui muita coisa a ser mostrada e seu tempo de duração de 109 minutos funciona contra ele.
Por exemplo, como seria a vida na estação espacial Elysium? Vemos apenas o conceito, sem presenciarmos como é realmente viver em tal paraíso. Os personagens também não possuem tempo suficiente para serem desenvolvidos. A vilã de Jodie Foster é bidimensional e mal explorada. A grande atriz não possui espaço para inserir humanidade na personagem, cujo papel se torna apenas dar ordens letais (como um arqui-inimigo num filme ruim de James Bond).
Sem querer puxar sardinha para a nossa terra, quem se sai melhor são mesmo os brasileiros dessa produção globalizada. A escolada em Hollywood Alice Braga vive Frey, uma enfermeira que é o interesse romântico do protagonista. A atriz exibe fragilidade, desespero, mas também grande nobreza em sua personagem. Mas os louros absolutos vão para o grande Wagner Moura, que foi escolhido a dedo pelo diretor, fã de Tropa de Elite. Moura, como um bom camaleão, torna difícil para os não familiarizados com ele identificá-lo na pele de Spider, o rei do submundo na Terra, e melhor personagem do filme.
O ator possui um papel importante na trama, aparece com destaque, e se sente em casa, muito à vontade sem deixar transparecer nem por um momento que essa é sua primeira grande produção Hollywoodiana. Moura é um grande ator e tem um futuro brilhante internacionalmente também. Mesmo com todos os seus defeitos Elysium possui também muitas ideias, o que sem dúvidas é mais do que se pode dizer da maioria dos grandes filmes que são feitos no cinema blockbuster. E por esse motivo, além é claro de conferir nossos orgulhos Moura e Braga, Elysium deve ser recomendado.