quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Universo Compartilhado de SANDMAN? | Conheça os livros da Magia

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Minissérie também assinada por Neil Gaiman expande mitologia do universo abstrato da DC Comics

A futura vinda da adaptação de Sandman pela Netflix começa a suscitar também algumas reflexões, principalmente em um cenário onde a série pode vir a ser bem recebida em todos os sentidos e realmente cause um impacto diferente no mercado. Naturalmente a saga criada por Neil Gaiman para os quadrinhos é, por si só, bastante rica e conta com vários derivados que foram sendo produzidos ao longo dos anos e que de uma forma ou de outra se encaixam no contexto maior das setenta e cinco edições de Sandman.



Só que em 1990, o autor lançou o primeiro volume de uma minissérie de quadrinhos chamada Os Livros da Magia. Essa nova marca foi encomendada pela DC Comics mas distribuída pelo selo da Vertigo, que era o braço da editora responsável por publicar histórias tidas como mais adultas e impróprias para o público que comprava normalmente as histórias padrão da empresa. 

A premissa básica da história gira em torno de Timothy Hunter, um adolescente que não tem muita perspectiva de futuro e também não liga muito para isso. A questão é que Timothy está para descobrir que ele tem potencial para ser o mago mais poderoso em gerações e que uma escolha moral sobre como lidar com isso é inevitável. 

Timothy Hunter tem o potencial para se tornar o maior mago do mundo mas qual caminho ele escolherá?

Para tratar de sua iniciação no campo do ocultismo ele terá ajuda de quatro representantes dessa área que irão guiá-lo por uma viagem através do espaço e tempo mostrando como o mundo foi e é moldado pela magia, além de como a própria moralidade humana também afeta a magia. Também alguns rostos conhecidos do universo místico da DC irão dar as caras, tais como John Constantine e o mago Zatara.

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A ideia original era de produzir algum tipo de história que desse mais visibilidade para os personagens místicos da editora. Neil Gaiman, no entanto, não era a primeira escolha da DC para liderar o projeto, mas sim o autor J.M. DeMatteis. Um nome muito conhecido no circuito de quadrinhos, DeMatteis foi quem assinou A Última Caçada de Kraven (indiscutivelmente uma das melhores histórias do Homem-Aranha) e toda a saga Moonshadow.

O conceito inicial era de que cada edição teria uma arte diferente feita por um ilustrador diferente, com destaque para a presença de Dave Mckean (responsável pelas artes das capas em Sandman e pelos traços de Asilo Arkham – Uma Séria Casa em um Sério Mundo) entre os escalados inicialmente. A questão é que em determinado momento durante o início da produção, DeMatteis teve conflitos de ideia com os superiores na DC e que terminou por se afastar do projeto.

Após abandonar “Livros da Magia” DeMatteis focou em criar a saga “Moonshadow”

Durante a matéria Comic Book Legends Revealed #271 concedida à Brian Cronin da CBR o autor é questionado se ele de fato era o responsável original pelo projeto dos Livros da Magia. “Sim, é verdade. Eu era o escritor original para Os Livros da Magia e o plano era ter Jon J. Muth, Kent Williams, Dave Mckean e outros para fazer a arte. Depois que o plano estava traçado, os artistas decidiram que, por razões que eu não consigo lembrar, não se envolver com o projeto; então eu decidi me afastar disso, também. Eu não acho que cheguei a escrever qualquer coisa, nós estávamos em um estágio inicial de desenvolvimento.”

Em busca de um substituto, a DC foi atrás de Neil Gaiman que àquela altura estava experimentando um sucesso de crítica com a jornada de Sonho. O autor já tinha um histórico dentro da empresa de criar histórias que envolvessem magia e surrealismo, nos anos 80 ele havia feito Black Orchid e até então estava à frente de Sandman; logo, não foi surpreendente ele receber um pedido para criar uma minissérie em quatro edições sobre os personagens místicos da editora.

Como inspiração, Gaiman se voltou principalmente para a época da infância em que ele amava ouvir histórias sobre magia e, outra inspiração, o livro O Único e Eterno Rei de T.H White. É bem notável a participação que essa história teve sobre a composição de Livros da Magia pois a obra de White é sobre a infância do Rei Arthur (quando ainda vivia como um cavalariço comum), como ele conhece o mago Merlim e sobre a iniciação do jovem nos caminhos da educação científica. Nesse momento o modo escolhido pelo mago para iniciá-lo é por meio de transformações do Arthur em algum animal, de modo que ele possa vivenciar a natureza de maneira mais pessoal.

“O único e Eterno Rei” foi uma forte inspiração para Gaiman

Quando comparada com a história de Timothy Hunter, as coisas começam a se encaixar bastante. O sucesso e aceitação da obra foram inevitáveis, com diversos meios especializados classificando-a com notas máximas e exaltando a criatividade envolvendo o projeto. No entanto, com o reconhecimento da minissérie também vieram polêmicas; principalmente uma envolvendo plágio.

Os Livros da Magia tiveram uma duração de 1990 até 1991. Com isso a figura de Timothy Hunter se tornou bastante conhecida, principalmente por sua composição bastante comum: magricela, óculos redondos, cabelos negros bagunçados e o potencial de ser alguém muito importante no mundo da magia. Acontece que em 1997 foi publicado Harry Potter e a Pedra Filosofal, romance de estreia da J.K Rowling que mudou o mercado editorial para sempre.

Inevitavelmente foram levantadas acusações de que a escritora teria plagiado a obra de Gaiman para iniciar seu próprio universo mágico. Em momento algum o escritor deu corda às acusações, pelo contrário, sempre ressaltou que as similaridades entre a sua criação e a de Rowling eram muito supérfluas e que o ponto maior de polêmica era a estética dos protagonistas. Quanto a isso ele lembra que se a aparência de ambos fosse levemente diferente não haveria margens para tais polêmicas.

Mesmo após o fim das quatro edições, a saga continuou nos anos seguintes a ser expandida tanto nos quadrinhos quanto em livros; abordando mais da história dos pais de Timothy e o amadurecimento do mesmo no mundo mágico. A fim de iniciar uma rápida especulação a partir desse ponto, um possível sucesso verdadeiro de Sandman pode ser o pontapé inicial para a Netflix iniciar uma franquia com várias ramificações, não só focando no circulo próximo do senhor do sonhar. Essa estratégia é ainda mais emergencial com os sucessos obtidos pela Disney Plus com suas propriedades da Marvel e Star Wars.

Como a jornada de Timothy Hunter está inserida no universo DC Comics, assim como Sonho também está, uma possível conexão entre as duas séries no futuro não seria algo forçado e teria elementos de ligação para tanto, tais como John Constantine e os irmãos Caim e Abel, que desempenham participações em ambos os títulos. É interessante manter Neil Gaiman por perto como o mentor desse projeto que pode dar certo ou não, existir ou não mas que certamente seria ambicioso.

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A futura vinda da adaptação de Sandman pela Netflix começa a suscitar também algumas reflexões, principalmente em um cenário onde a série pode vir a ser bem recebida em todos os sentidos e realmente cause um impacto diferente no mercado. Naturalmente a saga criada por Neil Gaiman para os quadrinhos é, por si só, bastante rica e conta com vários derivados que foram sendo produzidos ao longo dos anos e que de uma forma ou de outra se encaixam no contexto maior das setenta e cinco edições de Sandman.

Só que em 1990, o autor lançou o primeiro volume de uma minissérie de quadrinhos chamada Os Livros da Magia. Essa nova marca foi encomendada pela DC Comics mas distribuída pelo selo da Vertigo, que era o braço da editora responsável por publicar histórias tidas como mais adultas e impróprias para o público que comprava normalmente as histórias padrão da empresa. 

A premissa básica da história gira em torno de Timothy Hunter, um adolescente que não tem muita perspectiva de futuro e também não liga muito para isso. A questão é que Timothy está para descobrir que ele tem potencial para ser o mago mais poderoso em gerações e que uma escolha moral sobre como lidar com isso é inevitável. 

Timothy Hunter tem o potencial para se tornar o maior mago do mundo mas qual caminho ele escolherá?

Para tratar de sua iniciação no campo do ocultismo ele terá ajuda de quatro representantes dessa área que irão guiá-lo por uma viagem através do espaço e tempo mostrando como o mundo foi e é moldado pela magia, além de como a própria moralidade humana também afeta a magia. Também alguns rostos conhecidos do universo místico da DC irão dar as caras, tais como John Constantine e o mago Zatara.

A ideia original era de produzir algum tipo de história que desse mais visibilidade para os personagens místicos da editora. Neil Gaiman, no entanto, não era a primeira escolha da DC para liderar o projeto, mas sim o autor J.M. DeMatteis. Um nome muito conhecido no circuito de quadrinhos, DeMatteis foi quem assinou A Última Caçada de Kraven (indiscutivelmente uma das melhores histórias do Homem-Aranha) e toda a saga Moonshadow.

O conceito inicial era de que cada edição teria uma arte diferente feita por um ilustrador diferente, com destaque para a presença de Dave Mckean (responsável pelas artes das capas em Sandman e pelos traços de Asilo Arkham – Uma Séria Casa em um Sério Mundo) entre os escalados inicialmente. A questão é que em determinado momento durante o início da produção, DeMatteis teve conflitos de ideia com os superiores na DC e que terminou por se afastar do projeto.

Após abandonar “Livros da Magia” DeMatteis focou em criar a saga “Moonshadow”

Durante a matéria Comic Book Legends Revealed #271 concedida à Brian Cronin da CBR o autor é questionado se ele de fato era o responsável original pelo projeto dos Livros da Magia. “Sim, é verdade. Eu era o escritor original para Os Livros da Magia e o plano era ter Jon J. Muth, Kent Williams, Dave Mckean e outros para fazer a arte. Depois que o plano estava traçado, os artistas decidiram que, por razões que eu não consigo lembrar, não se envolver com o projeto; então eu decidi me afastar disso, também. Eu não acho que cheguei a escrever qualquer coisa, nós estávamos em um estágio inicial de desenvolvimento.”

Em busca de um substituto, a DC foi atrás de Neil Gaiman que àquela altura estava experimentando um sucesso de crítica com a jornada de Sonho. O autor já tinha um histórico dentro da empresa de criar histórias que envolvessem magia e surrealismo, nos anos 80 ele havia feito Black Orchid e até então estava à frente de Sandman; logo, não foi surpreendente ele receber um pedido para criar uma minissérie em quatro edições sobre os personagens místicos da editora.

Como inspiração, Gaiman se voltou principalmente para a época da infância em que ele amava ouvir histórias sobre magia e, outra inspiração, o livro O Único e Eterno Rei de T.H White. É bem notável a participação que essa história teve sobre a composição de Livros da Magia pois a obra de White é sobre a infância do Rei Arthur (quando ainda vivia como um cavalariço comum), como ele conhece o mago Merlim e sobre a iniciação do jovem nos caminhos da educação científica. Nesse momento o modo escolhido pelo mago para iniciá-lo é por meio de transformações do Arthur em algum animal, de modo que ele possa vivenciar a natureza de maneira mais pessoal.

“O único e Eterno Rei” foi uma forte inspiração para Gaiman

Quando comparada com a história de Timothy Hunter, as coisas começam a se encaixar bastante. O sucesso e aceitação da obra foram inevitáveis, com diversos meios especializados classificando-a com notas máximas e exaltando a criatividade envolvendo o projeto. No entanto, com o reconhecimento da minissérie também vieram polêmicas; principalmente uma envolvendo plágio.

Os Livros da Magia tiveram uma duração de 1990 até 1991. Com isso a figura de Timothy Hunter se tornou bastante conhecida, principalmente por sua composição bastante comum: magricela, óculos redondos, cabelos negros bagunçados e o potencial de ser alguém muito importante no mundo da magia. Acontece que em 1997 foi publicado Harry Potter e a Pedra Filosofal, romance de estreia da J.K Rowling que mudou o mercado editorial para sempre.

Inevitavelmente foram levantadas acusações de que a escritora teria plagiado a obra de Gaiman para iniciar seu próprio universo mágico. Em momento algum o escritor deu corda às acusações, pelo contrário, sempre ressaltou que as similaridades entre a sua criação e a de Rowling eram muito supérfluas e que o ponto maior de polêmica era a estética dos protagonistas. Quanto a isso ele lembra que se a aparência de ambos fosse levemente diferente não haveria margens para tais polêmicas.

Mesmo após o fim das quatro edições, a saga continuou nos anos seguintes a ser expandida tanto nos quadrinhos quanto em livros; abordando mais da história dos pais de Timothy e o amadurecimento do mesmo no mundo mágico. A fim de iniciar uma rápida especulação a partir desse ponto, um possível sucesso verdadeiro de Sandman pode ser o pontapé inicial para a Netflix iniciar uma franquia com várias ramificações, não só focando no circulo próximo do senhor do sonhar. Essa estratégia é ainda mais emergencial com os sucessos obtidos pela Disney Plus com suas propriedades da Marvel e Star Wars.

Como a jornada de Timothy Hunter está inserida no universo DC Comics, assim como Sonho também está, uma possível conexão entre as duas séries no futuro não seria algo forçado e teria elementos de ligação para tanto, tais como John Constantine e os irmãos Caim e Abel, que desempenham participações em ambos os títulos. É interessante manter Neil Gaiman por perto como o mentor desse projeto que pode dar certo ou não, existir ou não mas que certamente seria ambicioso.

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