quinta-feira , 26 dezembro , 2024

Crítica 2 | Passageiros

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Passageiros‘ é a contradição em forma de filme, pois é vendido como suspense espacial, e trata-se de uma comédia, que ainda permeia em drama, romance e aventura. Jannifer Lawrence e Chris Pratt, com a breve ajuda de Michael SheenLaurence Fishburne, conseguem sustentar a história, mas mesmo assim o longa começa bem e vai decaindo até o seu encerramento.

Morten Tyldum, que dirigiu o ‘Jogo da Imitação‘ (2014), não consegue trazer algo novo, a nível de ficção científica. Com isso o diretor vai perdendo a originalidade, visual, inicial do longa-metragem. A história gira em torno de uma falha no sistema, causada por uma chuva de meteoritos que entram em contato com a nave (alienígena) que transporta os passageiros para um outro planeta. Este erro, abre a cápsula de hibernação em que Jim Preston (Pratt) se localizava, e acaba saindo de sua função principal: preservar a vida do rapaz por mais 90 anos.



O fato de um problema gerar outros problemas, e assim por diante, causa uma certa tensão ao decorrer do percurso dos personagens. Porém, com o surgimento do romance, além de fazer o longa cair em uma marasmo de clichê, ele perde importância. Isso até que os personagens descubram as anomalias da nave. Além disso, Aurora (Jennifer Lawrence) faz uma completa alusão ao conto da Bela Adormecida, mas neste caso a escritora não tinha a intenção de ser acordada por um príncipe encantado, nem mesmo pelo Senhor das Estrelas. A questão é semelhante ao desejo de boa parte dos homens, que ao invés de esperarem a pessoa certa, os mesmos preferem escolher, a dedo, a mulher da sua vida. E é o que acontece aqui.

Pratt carrega muito bem o primeiro ato da história, onde o clima de Passageiros é semelhante ao filme de Matt Damon, ‘Perdido em Marte‘ – um cara, acordado, sozinho com várias coisas para fazer. Pratt tem talento para a comédia, mas não para o drama. Sua atuação pode ser resumida em três momentos de sua carreira: ‘Parks and Recreation‘ (comédia em que interpretou Andy Dwyer), Peter Quill (‘Guardiões da Galáxia‘) e em momentos dramáticos é similar ao fechado Owen Grady (‘Jurassic World‘). Chris Pratt é limitado quando o longa exige muitas variações, mas nos momentos mais cômicos é visível que o ator se sente mais confortável, entregando assim uma atuação competente.

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Por outro lado, Jennifer Lawrence mostra porque é a queridinha de Hollywood. A atriz que ganhou o Oscar por sua interpretação em ‘O Lado Bom da Vida‘, não merece tamanha honraria pela interpretação de Aurora. Aqui, em ‘Passageiros‘, Lawrence mostra que tem recursos, carisma, sensualidade e uma dramaticidade expressiva, que resumem sua ótima atuação no longa.

Como se não bastasse fazer uma colagem, repaginada, de ‘A Bela Adormecida‘, ‘Passageiros‘ usa elementos similares de outras produções do cinema e da TV norte-americana. É impossível não lembrar de ‘Titanic‘, ‘Perdidos no Espaço‘ e do visual de filmes como ‘Wall-E‘ e até mesmo ‘Prometheus‘, quando os personagens precisam utilizar uma AutoDoc (cápsula médica de alta tecnologia). Elementos como este, reafirmam a falta de originalidade do filme, mesmo assim o visual consegue se sobressair e criar um ambiente agradável. As referências são boas, mas o longa se prende a isso em muitos momentos para ser realmente atrativo.

Laurence Fishburne é mais um clichê de ‘Passageiros‘, pois quando entra em cena precisa de poucos gestos para mostrar o futuro do personagem na trama. Isso é fruto de um roteiro preguiçoso, que não consegue apresentar uma história aceitável, pois o mesmo dá margem para o espectador pensar em “outras” possibilidades que a história poderia seguir, mostrando a fragilidade do enredo. Com isso pode-se dizer que todo o acontecimento que traça o rumo da história poderia ter soluções melhores, mas ao invés disso Jon Spaihts (que também assina o roteiro de ‘Doutor Estranho‘ e ‘Prometheus‘) escolhe o caminho mais óbvio para seguir. Mas, como contraponto, Michael Sheen interpreta o android e bartender Arthur, que ao lado de Chris Pratt, lembra muito algumas cenas memoráveis de ‘O Iluminado‘ (1980). O personagem ainda serve como alívio cômico e funciona como um desafogo da história e dos personagens.

Mal vendido pelo marketing, com roteiro decepcionante e alguns pontos positivos, ‘Passageiros‘ é um bom entretenimento. Inicialmente divertido, o longa perde qualidade para as suas próprias limitações e mesmo assim o talento de Jennifer Lawrence encanta em tela, da mesma forma que Chris Pratt consegue entreter e divertir. Faltou apenas Celine Dion cantando My Heart WIll Go On.

 

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Passageiros‘ é a contradição em forma de filme, pois é vendido como suspense espacial, e trata-se de uma comédia, que ainda permeia em drama, romance e aventura. Jannifer Lawrence e Chris Pratt, com a breve ajuda de Michael SheenLaurence Fishburne, conseguem sustentar a história, mas mesmo assim o longa começa bem e vai decaindo até o seu encerramento.

Morten Tyldum, que dirigiu o ‘Jogo da Imitação‘ (2014), não consegue trazer algo novo, a nível de ficção científica. Com isso o diretor vai perdendo a originalidade, visual, inicial do longa-metragem. A história gira em torno de uma falha no sistema, causada por uma chuva de meteoritos que entram em contato com a nave (alienígena) que transporta os passageiros para um outro planeta. Este erro, abre a cápsula de hibernação em que Jim Preston (Pratt) se localizava, e acaba saindo de sua função principal: preservar a vida do rapaz por mais 90 anos.

O fato de um problema gerar outros problemas, e assim por diante, causa uma certa tensão ao decorrer do percurso dos personagens. Porém, com o surgimento do romance, além de fazer o longa cair em uma marasmo de clichê, ele perde importância. Isso até que os personagens descubram as anomalias da nave. Além disso, Aurora (Jennifer Lawrence) faz uma completa alusão ao conto da Bela Adormecida, mas neste caso a escritora não tinha a intenção de ser acordada por um príncipe encantado, nem mesmo pelo Senhor das Estrelas. A questão é semelhante ao desejo de boa parte dos homens, que ao invés de esperarem a pessoa certa, os mesmos preferem escolher, a dedo, a mulher da sua vida. E é o que acontece aqui.

Pratt carrega muito bem o primeiro ato da história, onde o clima de Passageiros é semelhante ao filme de Matt Damon, ‘Perdido em Marte‘ – um cara, acordado, sozinho com várias coisas para fazer. Pratt tem talento para a comédia, mas não para o drama. Sua atuação pode ser resumida em três momentos de sua carreira: ‘Parks and Recreation‘ (comédia em que interpretou Andy Dwyer), Peter Quill (‘Guardiões da Galáxia‘) e em momentos dramáticos é similar ao fechado Owen Grady (‘Jurassic World‘). Chris Pratt é limitado quando o longa exige muitas variações, mas nos momentos mais cômicos é visível que o ator se sente mais confortável, entregando assim uma atuação competente.

Por outro lado, Jennifer Lawrence mostra porque é a queridinha de Hollywood. A atriz que ganhou o Oscar por sua interpretação em ‘O Lado Bom da Vida‘, não merece tamanha honraria pela interpretação de Aurora. Aqui, em ‘Passageiros‘, Lawrence mostra que tem recursos, carisma, sensualidade e uma dramaticidade expressiva, que resumem sua ótima atuação no longa.

Como se não bastasse fazer uma colagem, repaginada, de ‘A Bela Adormecida‘, ‘Passageiros‘ usa elementos similares de outras produções do cinema e da TV norte-americana. É impossível não lembrar de ‘Titanic‘, ‘Perdidos no Espaço‘ e do visual de filmes como ‘Wall-E‘ e até mesmo ‘Prometheus‘, quando os personagens precisam utilizar uma AutoDoc (cápsula médica de alta tecnologia). Elementos como este, reafirmam a falta de originalidade do filme, mesmo assim o visual consegue se sobressair e criar um ambiente agradável. As referências são boas, mas o longa se prende a isso em muitos momentos para ser realmente atrativo.

Laurence Fishburne é mais um clichê de ‘Passageiros‘, pois quando entra em cena precisa de poucos gestos para mostrar o futuro do personagem na trama. Isso é fruto de um roteiro preguiçoso, que não consegue apresentar uma história aceitável, pois o mesmo dá margem para o espectador pensar em “outras” possibilidades que a história poderia seguir, mostrando a fragilidade do enredo. Com isso pode-se dizer que todo o acontecimento que traça o rumo da história poderia ter soluções melhores, mas ao invés disso Jon Spaihts (que também assina o roteiro de ‘Doutor Estranho‘ e ‘Prometheus‘) escolhe o caminho mais óbvio para seguir. Mas, como contraponto, Michael Sheen interpreta o android e bartender Arthur, que ao lado de Chris Pratt, lembra muito algumas cenas memoráveis de ‘O Iluminado‘ (1980). O personagem ainda serve como alívio cômico e funciona como um desafogo da história e dos personagens.

Mal vendido pelo marketing, com roteiro decepcionante e alguns pontos positivos, ‘Passageiros‘ é um bom entretenimento. Inicialmente divertido, o longa perde qualidade para as suas próprias limitações e mesmo assim o talento de Jennifer Lawrence encanta em tela, da mesma forma que Chris Pratt consegue entreter e divertir. Faltou apenas Celine Dion cantando My Heart WIll Go On.

 

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