sábado , 21 dezembro , 2024

‘Vingadores: Guerra Infinita’, filme que marcou o início do fim da ‘Saga do Infinito’, completa 5 anos

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Essa semana entre o fim de abril e o comecinho de maio costuma ser bastante especial para os fãs dos filmes da Marvel, porque geralmente é reservada pelo estúdio para o lançamento de algum grande projeto. Em 2023, esse posto fica com Guardiões da Galáxia Vol.3 (que estreia no próximo dia 4), mas há cinco anos, no já longínquo 2018, o dia 26 de abril ficou lembrado como o dia em que nenhum cinema do país, quiçá do mundo, pôde reclamar da falta de público, já que estreava oficialmente Vingadores: Guerra Infinita, a primeira parte do capítulo final da maioria dos heróis que marcaram as telonas na última década.

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Embalado por uma campanha publicitária que remetia aos primórdios dos Vingadores nos cinemas, como no trailer, que bateu recordes e mais recordes, em que os Heróis Mais Poderosos da Terra repetiam o discurso que Nick Fury (Samuel L. Jackson) usou para justificar a formação do grupo no filme de 2012, houve uma certa expectativa – talvez até mesmo um receio – do público de que a nostalgia seria usada como muleta para a trama desta aventura. No entanto, o resultado foi surpreendentemente positivo, investindo mais nas interações dos personagens do que nas referências e fan services, que foram deixados para a continuação lançada no ano seguinte.

Outro desafio que assombrava os fãs era como os Irmãos Russo iriam gerenciar tantos personagens convergindo em um único filme. Que eles conseguiam trabalhar com grupos já tinha ficado provado em Capitão América: Guerra Civil (2016). Só que agora era a vez de usar todos os “bonecos” disponíveis na casa, um desafio completamente diferente. Na época, o sucesso dessa aventura era quase certo, mas pairava aquele fantasminha do “e se?”. Alguns se perguntavam: “E se for ruim?”, mesmo que fossem tirados para pessimistas. Era simplesmente impossível para certos fãs que esse longa desse errado. No entanto, Vingadores: Era de Ultron (2015) seguia lá para segurar as emoções de alguns emocionados. No fim das contas, felizmente deu tudo certo. Pelo menos pros fãs, né?

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Isso porque, pela primeira vez na história do MCU, os heróis terminaram o filme derrotados, em todos os sentidos. O que fica emblemático pelo clima depressivo da batalha final, sediada em Wakanda, em que os Vingadores tentam impedir o vilão e falham, tendo como sonorização praticamente os ventos do país, dando uma sensação de vazio que precede a morte. E no caso, foi pesadíssimo ver alguns do supers mais queridos, como o Homem-Aranha (Tom Holland), o Pantera Negra (Chadwick Boseman) e o Groot (Vin Diesel) virando pó. Por outro lado, por serem medalhões que claramente precisariam retornar para suas franquias, alguns poucos não se sentiram tão impactados, porque já sabiam que eles voltariam no próximo filme.

A ideia da equipe criativa de transformar o vilão, Thanos (Josh Brolin), no grande protagonista da vez foi uma alternativa inteligente do roteiro, porque ele era claramente o único elo capaz de unir todos numa trama coerente. Ele é “pai” de dois membros dos Guardiões da Galáxia, destruiu metade do que restou de Asgard ao fim de Thor: Ragnarok (2017) e precisava de duas joias que estavam na Terra, com o Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) e Visão (Paul Bettany). É como já dizia a introdução clássica escrita por Stan Lee nos anos 1960: “E houve um dia como nenhum outro, em que os maiores heróis do mundo se viram unidos contra uma ameaça comum. Naquele dia, os Vingadores nasceram… Para combater os inimigos que nenhum super-herói poderia enfrentar sozinho!”.

Ou seja, ter um bom vilão era fundamental não só para unir os heróis, mas para segurar a trama em si. Então, exploraram ao máximo a relação dele com Gamora (Zoe Saldana) para mostrar mais do lado “paterno”, por assim dizer, de Thanos e legitimar todo o ódio que ela sentia por ele nos filmes anteriores de sua franquia. E o mais interessante é que construíram um relacionamento tão complexo entre os dois, que mesmo na iminência dele trocar a vida da “filha” por uma joia, é possível ver sinais de afeto por parte dele, como na cena em que ele traz um prato de sopa e se senta com ela na escada, após ouvi-la dizer que sempre odiou aquela cadeira. E uma tristeza por parte dela quando pensou ter matado o Titã Louco em Luganenhum. Isso são traços claros de um relacionamento abusivo, que o filme também faz questão de mostrar ao trazer a cena em que ele massacra metade do planeta de Gamora, enquanto a sequestra, e pela forma como ele trata a Nebulosa (Karen Gillan) e os outros “filhos”.

Foi um desenvolvimento incrível do personagem – cuja presença já era sugerida há seis anos, mas nunca havia sido revelada sua motivação -, que teve sua chacina “justificada” por um ultrapassado pensamento neomalthusiano de que o crescimento da população do universo era a causa da pobreza generalizada que assolava a galáxia. Por mais que seja uma teoria furada, dar esse embasamento ao vilão deu uma motivação crível a ele – bem mais que nos quadrinhos, por exemplo, em que ele queria matar geral para conquistar a morte – e fez com que o público comprasse sua ideia. Na cabeça de Thanos, ele é um herói, então vai sacrificar o que for necessário para concluir seu plano de “salvação” universal. Fora isso, ele tem um dos melhores trabalhos recentes de CGI, com a equipe se dando ao trabalho de renderizar poros da pele e detalhes como fios de cabelo raspados e sulcos das unhas com uma perfeição ímpar.

Voltando aos heróis, a forma como eles foram utilizados também foi fundamental para o funcionamento da trama. A divisão em núcleos na Terra e no Espaço permitiram que cada um tivesse seu tempo de tela, proporcionando momentos épicos e feitos exclusivamente para engrandecer seus personagens, como a entrada triunfal do Capitão América (Chris Evans) saindo das sombras na estação de trem para quebrar dois alienígenas superpoderosos na porrada, e a impactante chegada de Thor (Chris Hemsworth), Rocket Raccoon (Bradley Cooper) e Groot em Wakanda, varrendo uma legião de vilões, conseguindo criar no público, completamente capturado em uma catarse insana, a sensação de esperança.

E até chegar à Wakanda/ Titã, quando há o ápice das interações absurdas nesse filme, há uma série divertidíssima de encontros que conseguem exprimir o melhor que cada personagem tem, como nos diálogos hilários do trio Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Doutor Estranho e Homem-Aranha com Senhor das Estrelas (Chris Pratt), Drax (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff) no espaço, ou do reencontro de Bruce Banner (Mark Ruffalo) com seus antigos amigos, após passar três anos preso no espaço sob a forma do Hulk, tentando entender o que aconteceu no período que ele esteve fora.

É um filme que consegue te fazer torcer por seus heróis, mesmo sabendo que talvez não dê para terminar tudo certo. E já dá para ver que eles embarcaram nessa missão para deter Thanos a qualquer custo. Thor praticamente se suicida ao se colocar como peneira para a energia do núcleo de uma estrela, Groot arranca o próprio braço para formar o cabo do machado do Deus do Trovão, o Homem de Ferro larga a esposa sozinha para ir ao espaço e o Capitão América, inimigo número um do Estado neste filme, revela sua localização para o Governo, colocando sua liberdade em risco pela proteção da Terra.

Por fim, tudo culmina em uma batalha épica sem precedentes em um cenário recém-apresentado para o público, a nação de Wakanda, e com um senso de urgência como pouquíssimos filmes do Universo Cinematográfico Marvel conseguiram criar. Tudo isso graças a uma direção segura e um roteiro sólido, que fizeram de Vingadores: Guerra Infinita o filme favorito do MCU de muitos fãs.

Até hoje os fãs esperam por essa cena com o Hulk, que acabou não entrando no corte final do filme.

Vingadores: Guerra Infinita está disponível no catálogo do Disney+.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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Essa semana entre o fim de abril e o comecinho de maio costuma ser bastante especial para os fãs dos filmes da Marvel, porque geralmente é reservada pelo estúdio para o lançamento de algum grande projeto. Em 2023, esse posto fica com Guardiões da Galáxia Vol.3 (que estreia no próximo dia 4), mas há cinco anos, no já longínquo 2018, o dia 26 de abril ficou lembrado como o dia em que nenhum cinema do país, quiçá do mundo, pôde reclamar da falta de público, já que estreava oficialmente Vingadores: Guerra Infinita, a primeira parte do capítulo final da maioria dos heróis que marcaram as telonas na última década.

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Embalado por uma campanha publicitária que remetia aos primórdios dos Vingadores nos cinemas, como no trailer, que bateu recordes e mais recordes, em que os Heróis Mais Poderosos da Terra repetiam o discurso que Nick Fury (Samuel L. Jackson) usou para justificar a formação do grupo no filme de 2012, houve uma certa expectativa – talvez até mesmo um receio – do público de que a nostalgia seria usada como muleta para a trama desta aventura. No entanto, o resultado foi surpreendentemente positivo, investindo mais nas interações dos personagens do que nas referências e fan services, que foram deixados para a continuação lançada no ano seguinte.

Outro desafio que assombrava os fãs era como os Irmãos Russo iriam gerenciar tantos personagens convergindo em um único filme. Que eles conseguiam trabalhar com grupos já tinha ficado provado em Capitão América: Guerra Civil (2016). Só que agora era a vez de usar todos os “bonecos” disponíveis na casa, um desafio completamente diferente. Na época, o sucesso dessa aventura era quase certo, mas pairava aquele fantasminha do “e se?”. Alguns se perguntavam: “E se for ruim?”, mesmo que fossem tirados para pessimistas. Era simplesmente impossível para certos fãs que esse longa desse errado. No entanto, Vingadores: Era de Ultron (2015) seguia lá para segurar as emoções de alguns emocionados. No fim das contas, felizmente deu tudo certo. Pelo menos pros fãs, né?

Isso porque, pela primeira vez na história do MCU, os heróis terminaram o filme derrotados, em todos os sentidos. O que fica emblemático pelo clima depressivo da batalha final, sediada em Wakanda, em que os Vingadores tentam impedir o vilão e falham, tendo como sonorização praticamente os ventos do país, dando uma sensação de vazio que precede a morte. E no caso, foi pesadíssimo ver alguns do supers mais queridos, como o Homem-Aranha (Tom Holland), o Pantera Negra (Chadwick Boseman) e o Groot (Vin Diesel) virando pó. Por outro lado, por serem medalhões que claramente precisariam retornar para suas franquias, alguns poucos não se sentiram tão impactados, porque já sabiam que eles voltariam no próximo filme.

A ideia da equipe criativa de transformar o vilão, Thanos (Josh Brolin), no grande protagonista da vez foi uma alternativa inteligente do roteiro, porque ele era claramente o único elo capaz de unir todos numa trama coerente. Ele é “pai” de dois membros dos Guardiões da Galáxia, destruiu metade do que restou de Asgard ao fim de Thor: Ragnarok (2017) e precisava de duas joias que estavam na Terra, com o Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) e Visão (Paul Bettany). É como já dizia a introdução clássica escrita por Stan Lee nos anos 1960: “E houve um dia como nenhum outro, em que os maiores heróis do mundo se viram unidos contra uma ameaça comum. Naquele dia, os Vingadores nasceram… Para combater os inimigos que nenhum super-herói poderia enfrentar sozinho!”.

Ou seja, ter um bom vilão era fundamental não só para unir os heróis, mas para segurar a trama em si. Então, exploraram ao máximo a relação dele com Gamora (Zoe Saldana) para mostrar mais do lado “paterno”, por assim dizer, de Thanos e legitimar todo o ódio que ela sentia por ele nos filmes anteriores de sua franquia. E o mais interessante é que construíram um relacionamento tão complexo entre os dois, que mesmo na iminência dele trocar a vida da “filha” por uma joia, é possível ver sinais de afeto por parte dele, como na cena em que ele traz um prato de sopa e se senta com ela na escada, após ouvi-la dizer que sempre odiou aquela cadeira. E uma tristeza por parte dela quando pensou ter matado o Titã Louco em Luganenhum. Isso são traços claros de um relacionamento abusivo, que o filme também faz questão de mostrar ao trazer a cena em que ele massacra metade do planeta de Gamora, enquanto a sequestra, e pela forma como ele trata a Nebulosa (Karen Gillan) e os outros “filhos”.

Foi um desenvolvimento incrível do personagem – cuja presença já era sugerida há seis anos, mas nunca havia sido revelada sua motivação -, que teve sua chacina “justificada” por um ultrapassado pensamento neomalthusiano de que o crescimento da população do universo era a causa da pobreza generalizada que assolava a galáxia. Por mais que seja uma teoria furada, dar esse embasamento ao vilão deu uma motivação crível a ele – bem mais que nos quadrinhos, por exemplo, em que ele queria matar geral para conquistar a morte – e fez com que o público comprasse sua ideia. Na cabeça de Thanos, ele é um herói, então vai sacrificar o que for necessário para concluir seu plano de “salvação” universal. Fora isso, ele tem um dos melhores trabalhos recentes de CGI, com a equipe se dando ao trabalho de renderizar poros da pele e detalhes como fios de cabelo raspados e sulcos das unhas com uma perfeição ímpar.

Voltando aos heróis, a forma como eles foram utilizados também foi fundamental para o funcionamento da trama. A divisão em núcleos na Terra e no Espaço permitiram que cada um tivesse seu tempo de tela, proporcionando momentos épicos e feitos exclusivamente para engrandecer seus personagens, como a entrada triunfal do Capitão América (Chris Evans) saindo das sombras na estação de trem para quebrar dois alienígenas superpoderosos na porrada, e a impactante chegada de Thor (Chris Hemsworth), Rocket Raccoon (Bradley Cooper) e Groot em Wakanda, varrendo uma legião de vilões, conseguindo criar no público, completamente capturado em uma catarse insana, a sensação de esperança.

E até chegar à Wakanda/ Titã, quando há o ápice das interações absurdas nesse filme, há uma série divertidíssima de encontros que conseguem exprimir o melhor que cada personagem tem, como nos diálogos hilários do trio Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Doutor Estranho e Homem-Aranha com Senhor das Estrelas (Chris Pratt), Drax (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff) no espaço, ou do reencontro de Bruce Banner (Mark Ruffalo) com seus antigos amigos, após passar três anos preso no espaço sob a forma do Hulk, tentando entender o que aconteceu no período que ele esteve fora.

É um filme que consegue te fazer torcer por seus heróis, mesmo sabendo que talvez não dê para terminar tudo certo. E já dá para ver que eles embarcaram nessa missão para deter Thanos a qualquer custo. Thor praticamente se suicida ao se colocar como peneira para a energia do núcleo de uma estrela, Groot arranca o próprio braço para formar o cabo do machado do Deus do Trovão, o Homem de Ferro larga a esposa sozinha para ir ao espaço e o Capitão América, inimigo número um do Estado neste filme, revela sua localização para o Governo, colocando sua liberdade em risco pela proteção da Terra.

Por fim, tudo culmina em uma batalha épica sem precedentes em um cenário recém-apresentado para o público, a nação de Wakanda, e com um senso de urgência como pouquíssimos filmes do Universo Cinematográfico Marvel conseguiram criar. Tudo isso graças a uma direção segura e um roteiro sólido, que fizeram de Vingadores: Guerra Infinita o filme favorito do MCU de muitos fãs.

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Pedro Sobreirohttp://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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