Viúva Negra, primeiro filme solo da heroína da Marvel, já está entre nós. Finalmente! Membro dos Vingadores, todos os seus colegas de equipe já haviam ganhado seus respectivos filmes próprios, e não apenas isso como também sequências de tais filmes. Por fim, a comoção dos fãs foi tão grande que os executivos da Marvel não tiveram mais como enrolar e atenderam ao pedido do grande público entregando ao povo o que ele queria. Viúva Negra saiu do papel, mas a odisseia da primeira Vingadora não terminava aí. Veio a pandemia e o filme precisou ser engavetado por um ano. Nada de filme da Marvel no cinema. Além disso, o longa da personagem se tornou o primeiro do MCU a ser lançado de forma simultânea nos cinemas e na plataforma da Disney+, marcando assim uma nova quebra de barreira para o estúdio.
Novamente interpretada por Scarlett Johansson, Natasha Romanoff é a mais especial dos Vingadores, já que sem poderes e apenas com suas técnicas aprendidas na época em que era uma espiã russa enfrenta as mesmas ameaças que o Homem de Ferro, Thor, Capitão América e Hulk sem descer do salto ou perder o penteado. Em seu primeiro filme solo, a personagem volta às origens e viaja para sua pátria na Rússia, para ao lado de sua “família” destruírem o programa que os criou. Pegando como gancho este que é um dos maiores lançamentos de 2021, vamos relembrar algumas das mais marcantes espiãs do cinema. Veja abaixo e não esqueça de comentar.
Lorraine Broughton
“Estou apaixonado”. É o que o personagem de James McAvoy diz para a protagonista do filme Atômica (2017), vivida por Charlize Theron. E esse é o sentimento de todos nós na plateia ao assistirmos ao filme também. Uma das personagens femininas mais duronas de anos recentes, a protagonista de Theron é visceral e demonstra bem isso numa das cenas mais legais do longa, uma pancadaria filmada em plano-sequência. Theron funciona muito em filmes assim, e com Atômica cria uma das espiãs mais memoráveis da sétima arte. Tanto que uma continuação com a estrela novamente produzindo e protagonizando já foi anunciada.
Evelyn Salt
Outra atriz que funciona maravilhosamente bem em filmes de ação, espionagem e suspense é a musa Oscarizada Angelina Jolie. Bem antes de aderir à família da Marvel em Os Eternos (a ser lançado este ano), há 11 anos para ser mais exato, Jolie protagonizava um filme do gênero. Em Salt, ela interpreta a personagem título, uma agente da CIA acusada por um prisioneiro de ser uma agente dupla, sendo na verdade uma espiã russa. Agora, a mulher precisa fugir de seus colegas na agência e provar sua inocência. Há algum tempo, boatos sobre uma possível continuação do filme eram constantes. Mas agora, ao que parece, a sequência pode ter sido enterrada.
Ilsa Faust
Não existe nada que seja tão bom que não possa melhorar. A franquia Missão: Impossível sempre foi uma das maiores do cinema recente quando o assunto é filme de entretenimento e blockbuster. Pois bem, precisaram passar os quatro primeiros longas da série para ganharmos um verdadeiro presente no quinto episódio. Foi em Nação Secreta (2015), o quinto filme, a primeira aparição da personagem Ilsa Faust, interpretada pela ótima Rebecca Ferguson, que sequestra o filme para si sendo uma rival à altura do protagonista de Tom Cruise. A grosso modo, traduzindo para o “quadrinês”, Faust é a Mulher-Gato para o Batman de Ethan Hunt (Cruise). Deu para entender mais ou menos a relação de amor e ódio aqui, né? A personagem é tão boa que voltou em Efeito Fallout (2018) sem perder sua ferocidade, e é prometida também para o sétimo e oitavo filme, a serem lançados em 2022 e 2023.
Nomi
Há tempos os fãs se perguntam como seria uma versão mulher de 007. Bem, talvez esta questão possa ser respondida com o mais recente episódio da franquia, Sem Tempo para Morrer – que estreia ainda este ano. O espião mais famoso da sétima arte já teve muitas mulheres agentes aparecendo ao longo de seus filmes, algumas inclusive o deixando no chinelo – iremos adereçar as principais mais abaixo. Porém, algo nos diz que o novo longa trará algo diferente com Nomi, a personagem de Lashana Lynch no filme. Isso porque de começo ela vinha sendo vendida como a substituta de James Bond na agência enquanto ele esteve afastado. Essa será a primeira vez que uma mulher será uma agente 00 dentro da própria equipe do protagonista. É esperar para ver.
Major Anya Amasova
Por falar em 007, voltamos agora no tempo para a primeira Bondgirl (como são conhecidas as personagens femininas na franquia) que foi também uma espiã operante, atuando de igual para igual com James Bond. Conhecida também como triplo X (porém com mais cabelo que Vin Diesel), a personagem é a contraparte russa de 007, vivida pela atriz Barbara Bach na fase de Roger Moore, em O Espião que Me Amava (1977). Pelo título já se pode deduzir inclusive a trama. Sim, Amasova e Bond são inimigos históricos que precisam se unir para combater uma ameaça em comum, no caminho terminando por se apaixonar e mostrando que o amor pode vencer a guerra. Pelo menos no cinema.
Nikita / Marie Clément
Se você perguntar para 10 cinéfilos, ao menos 9 deles colocarão Nikita: Criada para Matar (1990), filme francês de Luc Besson, como um dos melhores exemplares de obra protagonizada por uma espiã no cinema. Interpretada por Anne Parillaud, Nikita é uma mulher condenada à prisão, que recebe uma segunda chance na vida. Tudo que ela precisa fazer é aceitar o treinamento para se tornar uma super espiã / assassina para o governo francês. O filme foi tão influente que gerou uma refilmagem americana (A Assassina, 1993) e duas séries de TV: La Femme Nikita (1997-2001) e Nikita (2010-2013).
Susan Cooper
Subversão criativa e muito engraçada do gênero de espionagem no cinema tendo uma mulher como protagonista, A Espiã que Sabia de Menos (2015) é uma das melhores comédias da carreira de Melissa McCarthy. Na trama, ela é uma agente que cuida da parte burocrática do escritório sempre atrás de uma mesa enquanto espiões no estilo James Bond fazem o serviço de campo. Quando os homens dão mancada, cabe à mulher simplória e nem um pouco em forma para o serviço, se tornar uma super espiã e impedir os planos do inimigo. Ao mesmo tempo em que dá uma guinada na imagem da heroína com McCarthy, ainda tira sarro com a imagem indefectível do machão Jason Statham, aqui um espião atrapalhado.
Wai Lin
Seguimos por grandes espiãs do acervo da franquia 007. Depois da oficial russa de O Espião que me Amava, temos outra agente secreta vinda de um país comunista se aliando ao espião britânico. Trata-se de Wai Lin, a agente chinesa vivida por Michelle Yeoh em O Amanhã Nunca Morre (1997), segundo e melhor filme da fase de Pierce Brosnan como James Bond. Igual ao filme citado acima, aqui de começo os dois são inimigos, afinal cada um tem seu próprio interesse na história. Ao longo de suas jornadas, porém, percebem possuir um inimigo em comum, o magnata da mídia que planeja jogar os países dos espiões um contra o outro para controlar a transmissão da guerra. A criatividade aqui é ter como vilão alguém que controla a mídia – algo muito plausível e atual. A Wai Lin de Michelle Yeoh fez tanto sucesso (além de tudo era uma expert em artes marciais) que lhe foi prometido um filme solo. Produção esta que não saiu da estaca zero.
Dominika Egorova
Até a musa Jennifer Lawrence aderiu aos filmes de espionagem com Operação Red Sparrow (2018). Baseado num livro, o filme foi dirigido por Francis Lawrence, usual colaborador da atriz, a tendo comandado nos filmes da franquia muito bem sucedida Jogos Vorazes. A reunião da dupla era uma receita de sucesso certa. Essa, no entanto, não é muito uma obra voltada para o entretenimento, e trata o tema de jovens mulheres sendo treinadas de forma intensa para se tornarem espiãs russas, de forma séria, sóbria e adulta. Justamente por isso, resultou num filme sombrio e sisudo. Ainda mais se levarmos em conta suas 2 horas e 20 minutos de exibição. De certa forma, Red Sparrow pode ser considerada uma versão realista de Viúva Negra. Porém, infelizmente, o longa ficaria marcado somente como “o filme em que Jennifer Lawrence aparece nua”.
Agente 99
No auge da popularidade de 007 no cinema, ainda na década de 1960, os filmes de James Bond foram responsáveis por lançar uma verdadeira febre de espiões na cultura popular mundial. A franquia fazia tanto sucesso que já naquela época gerava inúmeros imitadores, fosse no cinema ou na TV. Nas telinhas, uma das mais criativas foi justamente uma paródia do gênero, usando muito humor ao apresentar Maxwell Smart, o agente secreto mais trapalhão da cultura pop. O eterno Agente 86 foi imortalizado por Don Adams, no programa criado por Mel Brooks, que durou de 1965 a 1970. Na trama, Smart possuía sua parceira de trabalho, a muito mais eficiente e sagaz Agente 99 (vivida por Barbara Feldon). Em 2008, quase 40 anos após o fim da série, a Warner tirou do forno uma adaptação cinematográfica do programa, na forma de uma superprodução. Nesta versão para o cinema, Maxwell foi vivido por Steve Carell, enquanto a 99 ganhou as formas de Anne Hathaway.
Jinx
Fechando a trinca de espiãs mais marcantes da franquia 007 (isto é, até a chegada de Nomi para virar um quarteto), temos outra personagem da era de Pierce Brosnan na série. Um Novo Dia para Morrer (2002) marcou o último filme protagonizado por Brosnan como James Bond e trouxa uma atriz vencedora do Oscar num papel importante. Halle Berry viveu Jinx, a espiã americana que é a “inimiga que se torna amiga” da vez. Um dos momentos mais legais do filme é quando a personagem sai da água usando um biquíni que remete à primeira Bondgirl da franquia, a Honey Ryder de Ursula Andress, que por sua vez não era uma agente, em O Satânico Dr. No (1962). Assim como Wai Lin, Jinx chamou tanta atenção que logo lhe prometeram um filme solo. Mas bem… você já deve saber o resultado disso.
Foxxy Cleopatra
Voltando aos “imitadores” de 007, um dos mais bem sucedidos atende pelo nome Austin Powers. Criado por Mike Myers em 1997, o filme fez enorme sucesso com sua sátira certeira do universo clássico do maior espião da sétima arte, além é claro, de criar muitos momentos memoráveis próprios. O sucesso foi tanto que gerou duas continuações, e não sabemos por que não aconteceram mais filmes. O vilão Dr. Evil é uma cópia deslavada de Blofeld e seu nome faz referência ao Dr. No; até mesmo os títulos das continuações eram brincadeiras com os do satirizado – O Agente Bond Cama (The Spy Who Shagged Me – referência à O Espião que Me Amava) e O Homem do Membro de Ouro (cópia de Goldfinger). No meio dessa insanidade toda saía a personagem mais legal da franquia de comédia. No terceiro filme conhecemos Foxxy Cleopatra, vivida por ninguém menos que a estrela da música Beyoncé, em seu primeiro papel de destaque no cinema. A personagem é uma mistura de espiã com as policiais negras da década de 1970 dos filmes blaxploitation – vide Foxy Brown (1974) e Cleópatra Jones (1973), interpretadas por Pam Grier e Tamara Dobson.