terça-feira , 3 dezembro , 2024

Wallace & Gromit | Antes do novo filme, relembre a ICÔNICA animação ‘A Batalha dos Vegetais’

Cinco anos depois de ter entregue a icônica animação ‘A Fuga das Galinhas’, a Aardman Studios continuou a trabalhar com produções em stop-motion e nos entregou mais uma maravilha da sétima arte: Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais. Aliando-se à DreamWorks Animation, o estúdio deu vida a uma narrativa que expandiu os curtas-metragens de Nick Park e mergulhou de cabeça em uma aventura simplesmente apaixonante e nostálgica por todos os motivos certos. Não é surpresa que a Netflix tenha adquirido os direitos da franquia para a produção de uma vindoura sequência em longa-metragem que chega em breve à plataforma de streaming.

Porém, antes de falarmos da continuação, é sempre bom nos lembrarmos do filme original: a trama trouxe Park, responsável pelos curtas supracitados, em colaboração com Steve Box para uma jornada envolvendo os exterminadores de pragas titulares. Wallace (Peter Sallis) é um espirituoso homem que é apaixonado pela vida e está sempre disposto a ajudar os outros; ele mora ao lado de seu companheiro canino, Gromit, que fica responsável por cuidar dele e impedi-lo de entrar em roubadas. A dupla é escalada para livrar a cidade onde moram de uma infestação contínua de coelhos que são apaixonados por legumes e verduras – garantindo que a competição anual de vegetais gigantes seja um sucesso.



Tudo parece ir às mil maravilhas, até que as coisas viram de cabeça para baixo da noite para o dia. Wallace, tentando fazer com que os coelhos parem de ser tão ávidos por vegetais, utiliza uma máquina recém-criada para fazer uma lavagem cerebral nos adoráveis bichinhos. Porém, as coisas não saem como o planejado e, pouco depois, uma criatura gigantesca começa a atacar abóboras, alfaces, repolhos, cenouras, tomates e qualquer coisa que veja na frente – colocando o festival em perigo e causando um caos entre os humildes habitantes. Ele e Gromit acreditam que um dos coelhos pode estar por trás disso, transformando-se em um “monstro” faminto por vegetais, mas nem tudo é o que parece ser.

O longa encontra sucesso em todos os âmbitos que se propõe a delinear. Utilizando as fórmulas de ‘A Fuga das Galinhas’ em uma remodelação estética, cada design é pensado de forma a prestar homenagem a clássicos do cinema – em especial, honrando o legado dos filmes da Hammer Studios, que repopularizaram nos anos 1950 e 1960 os icônicos personagens de histórias de terror. Não é surpresa que referências a ‘Drácula – O Príncipe das Trevas’, ‘Noivas do Vampiro’ e ‘Criaturas da Noite’ apareçam de maneira lúdica e divertida, sob um espectro que se afasta do puro horror e abra espaço para incursões cômicas e quebras de expectativa inteligentes e sagazes. E isso não é tudo: Park e Box também abrem espaço para que menções diretas a ‘Hong Kong’, ‘Top Gun’ e ‘O Incrível Hulk’ ganham seu momento de brilhar, sem pesar as tramas e sem deixá-las transbordantes com múltiplos disparos sem sentido.

Para além do cuidado estético, que explode em cores diversas e em escolhas ousadas e hilárias, temos um trabalho irretocável de um elenco de peso por trás dos personagens. Sallis encarna Wallace em um comprometimento invejável e envolvente, dividindo os holofotes com Helena Bonham Carter como Campânula Tottington, anfitriã do concurso de vegetais gigantes; Ralph Fiennes como Victor Quartermaine, um vilanesco caçador e escalador social que é apaixonado por Tottington e vê em Wallace um inimigo que precisa ser eliminado; Nicholas Smith como o divertido Reverendo Clement Hedges, cuja religião é acompanhada por um conhecimento assustador de superstições que adicionam ainda mais humor à história; e muitos outros atores de calibre estelar.

É notável como as engrenagens são polidas com o máximo de cautela e de esmero, motivo pelo qual somos engolfados em uma jornada fabulesca e muito competente, cujos mínimos defeitos (no caso, pequenos probleminhas de ritmo que surgem na transição do segundo para o terceiro ato) não têm qualquer força para nos desviar da beleza que se desenrola por breves 80 minutos. E, considerando essa intrincada e meticulosa produção cinematográfica, não é nenhuma surpresa que uma das gigantes do streaming e tenha colocado a sequência como um de seus principais lançamentos para o começo do ano que vem.

Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais é uma conquista definitiva para a Aardman Studios e para o habilidoso time por trás de uma das maiores animações em stop-motion dos anos 2000. O resultado não poderia ter sido outro: além do tremendo sucesso comercial (um montante sólido de quase US$193 milhões contra um orçamento de US$30 milhões), o filme levou para casa o prêmio de Melhor Animação no Oscar, tornando-se a segunda e última produção da DreamWorks a conquistar o feito depois de ‘Shrek’.

Lembrando que o longa está disponível no Telecine.

Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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Cinco anos depois de ter entregue a icônica animação ‘A Fuga das Galinhas’, a Aardman Studios continuou a trabalhar com produções em stop-motion e nos entregou mais uma maravilha da sétima arte: Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais. Aliando-se à DreamWorks Animation, o estúdio deu vida a uma narrativa que expandiu os curtas-metragens de Nick Park e mergulhou de cabeça em uma aventura simplesmente apaixonante e nostálgica por todos os motivos certos. Não é surpresa que a Netflix tenha adquirido os direitos da franquia para a produção de uma vindoura sequência em longa-metragem que chega em breve à plataforma de streaming.

Porém, antes de falarmos da continuação, é sempre bom nos lembrarmos do filme original: a trama trouxe Park, responsável pelos curtas supracitados, em colaboração com Steve Box para uma jornada envolvendo os exterminadores de pragas titulares. Wallace (Peter Sallis) é um espirituoso homem que é apaixonado pela vida e está sempre disposto a ajudar os outros; ele mora ao lado de seu companheiro canino, Gromit, que fica responsável por cuidar dele e impedi-lo de entrar em roubadas. A dupla é escalada para livrar a cidade onde moram de uma infestação contínua de coelhos que são apaixonados por legumes e verduras – garantindo que a competição anual de vegetais gigantes seja um sucesso.

Tudo parece ir às mil maravilhas, até que as coisas viram de cabeça para baixo da noite para o dia. Wallace, tentando fazer com que os coelhos parem de ser tão ávidos por vegetais, utiliza uma máquina recém-criada para fazer uma lavagem cerebral nos adoráveis bichinhos. Porém, as coisas não saem como o planejado e, pouco depois, uma criatura gigantesca começa a atacar abóboras, alfaces, repolhos, cenouras, tomates e qualquer coisa que veja na frente – colocando o festival em perigo e causando um caos entre os humildes habitantes. Ele e Gromit acreditam que um dos coelhos pode estar por trás disso, transformando-se em um “monstro” faminto por vegetais, mas nem tudo é o que parece ser.

O longa encontra sucesso em todos os âmbitos que se propõe a delinear. Utilizando as fórmulas de ‘A Fuga das Galinhas’ em uma remodelação estética, cada design é pensado de forma a prestar homenagem a clássicos do cinema – em especial, honrando o legado dos filmes da Hammer Studios, que repopularizaram nos anos 1950 e 1960 os icônicos personagens de histórias de terror. Não é surpresa que referências a ‘Drácula – O Príncipe das Trevas’, ‘Noivas do Vampiro’ e ‘Criaturas da Noite’ apareçam de maneira lúdica e divertida, sob um espectro que se afasta do puro horror e abra espaço para incursões cômicas e quebras de expectativa inteligentes e sagazes. E isso não é tudo: Park e Box também abrem espaço para que menções diretas a ‘Hong Kong’, ‘Top Gun’ e ‘O Incrível Hulk’ ganham seu momento de brilhar, sem pesar as tramas e sem deixá-las transbordantes com múltiplos disparos sem sentido.

Para além do cuidado estético, que explode em cores diversas e em escolhas ousadas e hilárias, temos um trabalho irretocável de um elenco de peso por trás dos personagens. Sallis encarna Wallace em um comprometimento invejável e envolvente, dividindo os holofotes com Helena Bonham Carter como Campânula Tottington, anfitriã do concurso de vegetais gigantes; Ralph Fiennes como Victor Quartermaine, um vilanesco caçador e escalador social que é apaixonado por Tottington e vê em Wallace um inimigo que precisa ser eliminado; Nicholas Smith como o divertido Reverendo Clement Hedges, cuja religião é acompanhada por um conhecimento assustador de superstições que adicionam ainda mais humor à história; e muitos outros atores de calibre estelar.

É notável como as engrenagens são polidas com o máximo de cautela e de esmero, motivo pelo qual somos engolfados em uma jornada fabulesca e muito competente, cujos mínimos defeitos (no caso, pequenos probleminhas de ritmo que surgem na transição do segundo para o terceiro ato) não têm qualquer força para nos desviar da beleza que se desenrola por breves 80 minutos. E, considerando essa intrincada e meticulosa produção cinematográfica, não é nenhuma surpresa que uma das gigantes do streaming e tenha colocado a sequência como um de seus principais lançamentos para o começo do ano que vem.

Wallace & Gromit: A Batalha dos Vegetais é uma conquista definitiva para a Aardman Studios e para o habilidoso time por trás de uma das maiores animações em stop-motion dos anos 2000. O resultado não poderia ter sido outro: além do tremendo sucesso comercial (um montante sólido de quase US$193 milhões contra um orçamento de US$30 milhões), o filme levou para casa o prêmio de Melhor Animação no Oscar, tornando-se a segunda e última produção da DreamWorks a conquistar o feito depois de ‘Shrek’.

Lembrando que o longa está disponível no Telecine.

Thiago Nollahttps://www.editoraviseu.com.br/a-pedra-negra-prod.html
Em contato com as artes em geral desde muito cedo, Thiago Nolla é jornalista, escritor e drag queen nas horas vagas. Trabalha com cultura pop desde 2015 e é uma enciclopédia ambulante sobre divas pop (principalmente sobre suas musas, Lady Gaga e Beyoncé). Ele também é apaixonado por vinho, literatura e jogar conversa fora.

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