Antes de ganhar reconhecimento ainda maior por seu aclamado trabalho em ‘La La Land’: Cantando Estações’, Damien Chazelle foi aplaudido pelo drama psicológico ‘Whiplash: Em Busca da Perfeição’ – que conquistou o público e a crítica pelo visceral retrato que construiu do mundo da música (e, principalmente, do cenário jazz contemporâneo).
Na trama, o jovem Andrew sonha em ser o melhor baterista de sua geração. Ele chama a atenção do impiedoso mestre do jazz Terence Fletcher, que ultrapassa os limites e transforma seu sonho em uma obsessão, colocando em risco a saúde física e mental do músico.
Estrelado por nomes como Miles Teller, J.K. Simmons, Paul Reiser e Melissa Benoist, o longa-metragem arrecadou fortes US$49 milhões contra um baixíssimo orçamento de US$3,3 milhões – além de ter recebido inúmeros prêmios, incluindo três estatuetas do Oscar (Melhor Ator Coadjuvante para Simmons, Melhor Montagem e Melhor Mixagem de Som).
Em 2024, a obra completa dez anos desde sua estreia oficial nos cinemas e, para celebrar seu aniversário, preparamos uma breve lista com algumas curiosidades de bastidores.
Confira:
- Chazelle, que também assinou o roteiro do filme, não conseguiu financiamento e, por isso, o transformou em um curta-metragem e o inscreveu no Festival de Cinema de Sundance em 2013. O curta acabou ganhando o Prêmio do Júri de Curta-Metragem – e, pouco depois, conseguiu o financiamento.
- O filme foi rodado em 19 dias – e quase um dia inteiro foi dedicado a uma cena no escritório de Fletcher que foi descartada do corte final. Ainda assim, Chazelle acredita que a cena ajudou Teller e Simmons a desenvolver a química entre os personagens.
- Além do Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, Simmons conquistou outros 46 prêmios por sua aclamada performance como Fletcher.
- O estúdio originalmente deu a Chazelle uma nota dizendo “ele é bom na bateria, nós entendemos”, em uma tentativa de tentar retirar o solo de bateria final. Chazelle discordou e manteve a cena completa no corte final.
- O produtor Jason Blum convenceu Chazelle a cortar uma cena envolvendo Fletcher sentado sozinho em seu apartamento após a primeira aula de “Studio Band” de Neiman. Isso se deve ao fato de o filme ser todo da perspectiva de Andrew e as cenas sem ele prejudicariam o tom do projeto.
- Fletcher força Neiman a contar 215 bpm e depois o insulta por ter errado. mas o timing de Neiman é, na verdade, perfeito. Essa é uma das primeiras pistas de que Fletcher está fazendo um jogo distorcido com ele para tentar transformá-lo em um músico lendário.
- O título do filme refere-se a muitas coisas: a primeira peça complexa de jazz que Neiman aprendeu e tocou com a banda de Fletcher, uma lesão comum no pescoço causada por acidentes de carro – um dos quais foi retratado durante o filme -, a batida de um tambor semelhante ao estalo ou chicotada e, claro, o abuso que ele sofre sob o comando de Fletcher.
- De acordo com Damian Chazelle, o final do filme veio inconscientemente do longa ‘Death Proof’, de 2007, em que, após uma prolongada sequência de ação, o filme é interrompido de maneira inesperada.
- Para a cena do tapa, Simmons e Teller filmaram várias tomadas com Simmons apenas imitando o gesto. Para a tomada final, Simmons e Teller decidiram filmar a cena com um tapa real e genuíno. Essa é a tomada que está no corte final.
- Em uma entrevista ao Screen Crush, Chazelle afirmou que o final implicava que o futuro de Neiman seria como o do lendário saxofonista de jazz Charlie Parker, em que ele preferiria morrer bêbado e falido aos 34 anos. Chazelle também mencionou que encerrou deliberadamente o filme sem nenhuma cena entre Neimane Fletcher após a apresentação, pois acreditava que o relacionamento competitivo deles não estaria resolvido.