A adaptação cinematográfica de ‘Wicked’ que conquistou o mundo teve um caminho tortuoso até as telonas. Muito antes de Cynthia Erivo e Ariana Grande interpretarem Elphaba e Glinda, o musical quase ganhou vida nos anos 1990, com um elenco e uma direção bem diferentes.
Em uma entrevista à Vanity Fair, o produtor Marc Platt revelou que o projeto já estava em desenvolvimento na Universal quando ele assumiu o cargo. A ideia inicial era adaptar o livro de Gregory Maguire para o cinema, e o papel de Elphaba era cobiçado por grandes nomes da época.
“Vou tentar lembrar a linha do tempo corretamente, mas acredito que, quando me tornei presidente de produção na Universal, o projeto já estava em andamento. Ele foi inicialmente adquirido pela empresa de produção de Demi Moore”, afirmou.
Demi Moore, uma das atrizes mais populares da década, era a favorita de Maguire para interpretar a Bruxa do Oeste. A produtora Suzanne Todd também revelou que nomes como Michelle Pfeiffer, Emma Thompson e Nicole Kidman foram cogitados para o papel de Glinda.
Além disso, Whoopi Goldberg demonstrou grande interesse no projeto e chegou a tentar adquirir os direitos para si mesma. “Whoopi adorou o livro e tentou muito conseguir os direitos”, confirmou o publicitário da atriz.
Com Platt e Todd à frente da produção, o projeto avançou para a fase de roteiro, com Linda Woolverton entregando um primeiro rascunho bastante fiel ao livro de Maguire. A ideia era explorar a história de Elphaba como uma guerreira e o Mágico como um líder autoritário.
“Ela escreveu um roteiro maravilhoso”, disse Todd. “Era uma adaptação bastante fiel de um romance grande, denso e complexo. O foco estava em Elphaba como uma guerreira e no Mágico como esse líder autoritário, o que é muito do DNA do livro de Gregory”.
Robert Zemeckis chegou a ser cogitado para dirigir a adaptação, mas a ideia de transformar o projeto em um musical começou a ganhar força.
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“Linda foi quem realmente quis fazer um musical”, afirmou Todd. “A ideia veio do seu trabalho na Disney, onde ela também trabalhou nos musicais desses filmes animados”.
Stephen Schwartz, o compositor de “O Fantasma da Ópera”, teve uma epifania e percebeu o potencial de “Wicked”.
“Antes mesmo de ler o livro, eu já estava tentando conseguir os direitos – mais ou menos, imediatamente”, contou Schwartz. “Enquanto tentava localizá-los, soube sobre a produtora de Demi e tentei marcar uma reunião para convencê-los a não fazer o filme e, em vez disso, transformar isso em um musical”.
Schwartz observou que, na época, Demi Moore não era cantora: “Curiosamente, Demi havia sido a voz falada de Esmeralda no filme O Corcunda de Notre Dame. Ela disse: ‘Eu não quero cantar’, e encontramos alguém com uma voz parecida para cantar as músicas da personagem. O ponto é que eu não estava indo lá dizendo: ‘Ah, deixe-me fazer um musical para Demi’. Eu só queria ver se conseguiria me aproximar do projeto”.
Apesar do entusiasmo inicial, o roteiro de Woolverton nunca foi para frente e Schwartz conseguiu seus objetivos, transformando “Wicked” em um dos musicais mais aclamados da Broadway.
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